quinta-feira, 13 de agosto de 2020

Cicatrizes é marca de luta por objetivos

Lute com determinação

Merval descobre que Bolsonaro é uma fraude: nunca foi liberal nem contra a corrupção

"O objetivo de Bolsonaro sempre foi a reeleição, que esconjurou durante a campanha", diz ele

Brasil 247, 13/08/2020, 05:32 h Atualizado em 13/08/2020, 06:56
  (Foto: Reprodução | Carolina Antunes/PR)

O colunista Merval Pereira, do jornal O Globo, publica coluna nesta quinta-feira sobre a fraude Bolsonaro. "Assim como continua dizendo que é a favor do combate à corrupção, depois de forçar a saída do ministro Sérgio Moro, também Bolsonaro jura que é a favor do teto de gastos, e garante que o equilíbrio fiscal é o objetivo de seu governo. Conversa mole. O objetivo de Bolsonaro sempre foi a reeleição, que esconjurou durante a campanha", diz ele.

"Foi contra a corrupção da boca para fora, porque lhe rendia votos, e hoje ajuda a desconstruir a Operação Lava-Jato e o ex-ministro Moro. As trapalhadas do Queiroz e os gastos em dinheiro vivo da família mostram que há anos o mesmo sistema de rachadinhas irriga as contas de seus membros. Era a pequena corrupção, a corrupção do baixo clero, como a do ex-presidente da Câmara Severino Cavalcanti, que achacava o dono do restaurante da Casa.Nunca foi liberal, nem a favor de privatizações, mas percebeu na aproximação com Paulo Guedes que essa era uma escolha que lhe garantiria o apoio do empresariado e do setor financeiro, dava credibilidade à sua candidatura", aponta.

"Passada mais da metade do segundo ano de governo, Bolsonaro vai mudando de casca, largando pelo caminho promessas, aliados, posições, para proteger os seus e alimentar o eleitorado que depende do governo para sobreviver", afirma ainda o jornalista.

Dallagnol agora reconhece "equívocos" na Lava Jato e prevê sua punição

Prestes a ser julgado pelo Conselho Nacional do Ministério Público, o coordenador da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, reconheceu “eventuais equívocos” cometidos pela força-tarefa da operação, mas disse que seu afastamento seria uma "punição pelo trabalho contra a corrupção"

Brasil 247, 13/08/2020, 11:05 h Atualizado em 13/08/2020, 11:53
  Deltan Dallagnol e Polícia Federal (Foto: ABr | Reuters)

O procurador e coordenador da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, admitiu - em um artigo publicado no jornal O Globo desta quinta-feira (13) - que a força-tarefa da operação cometeu “eventuais equívocos” durante as investigações, e que integrantes do Conselho Nacional do Ministério Público planejam afastá-lo “compulsoriamente” sob a alegação de que o “interesse público” recomendaria sua saída.

“Eventuais equívocos da operação não significam que os procuradores praticaram ilícitos, pois é natural a divergência na interpretação de fatos e da lei”, escreve Dallagnol. “Nos termos em que parece estar sendo cogitado, o afastamento seria uma punição pelo trabalho contra a corrupção, tornaria letra morta a garantia de inamovibilidade de integrantes do Ministério Público e colocaria em xeque a própria credibilidade e independência da instituição”, diz ele em outro ponto do texto.

Para ele, “o que existiram foram narrativas criadas para atacar a operação, distorcendo fatos e normas. Desde o início da Lava-Jato, investigados, réus e seus aliados, irresignados com a perspectiva de punição e sem sucesso em questionamentos perante o Poder Judiciário, tentaram utilizar o Conselho Nacional do Ministério Público como palco para retaliação ou para frear as apurações”. 

Apesar de admitir a existência de “equívocos”, Dallagnol diz esperar que o Conselho observe “as garantias dos membros do Ministério Público foram estabelecidas na Constituição de 1988” e que estas “sigam sendo respeitadas, nos julgamentos que se avizinham”.

quarta-feira, 12 de agosto de 2020

Extratos bancários mostram que gabinete de Bolsonaro também abasteceu 'rachadinha' de Queiroz

A filha de Fabrício Queiroz, Nathalia Queiroz, continuou repassando a maior parte de seu salário ao pai mesmo quando empregada no gabinete de Jair Bolsonaro

Brasil 247, 12/08/2020, 15:46 h Atualizado em 12/08/2020, 20:01
  Jair Bolsonaro e Fabrício Queiroz (Foto: Reuters | Divulgação)

Os dados da quebra de sigilo bancário de Nathalia Queiroz mostram que ela transferiu R$ 150,5 mil para a conta do pai, Fabricio Queiroz, entre janeiro de 2017 e setembro de 2018, período em que era contratada do gobainete do então deputado Jair Bolsonaro. O valor representa 77% do valor que a personal trainer recebeu na Câmara.

De acordo com reportagem da Folha de S. Paulo, os estratos mostram que a filha de Queiroz continuou repassando a maior parte de seu salário ao pai mesmo quando empregada no gabinete de Bolsonaro.

Os repasses seguem o mesmo modus operandi da “rachadinha” no gabinete de Flávio Bolsonaro na Assemblea Legislativa do Rio de Janeiro. Os extratos bancários de Nathalia reforçam as suspeitas de que ela era uma funcionária fantasma nos gabinetes de Jair e Flávio Bolsonaro.

Ela é personal trainer e recebeu depósitos do ator Bruno Gagliasso e de academias do Rio de Janeiro enquanto trabalhava para a família Bolsonaro.

segunda-feira, 10 de agosto de 2020

Vaza Jato revela novo abuso da Lava Jato contra Lula

Reportagem do jornalista Rafael Neves, publicada no Intercept, mostra como o Ministério Público do Distrito Federal vazou investigação sigilosa contra o ex-presidente à força-tarefa de Curitiba

Brasil 247, 10/08/2020, 02:30 h Atualizado em 10/08/2020, 08:21
Lula, Sérgio Moro e Deltan Dallagnol (Foto: 247 - Reuters)

Uma nova reportagem da série Vaza Jato, publicada pelo site The Intercept, revela mais um abuso judicial cometido contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no âmbito da Lava Jato, investigação que foi decisiva para derrubar a ex-presidente Dilma Rousseff e permitir a ascensão do bolsonarismo no País. "A força-tarefa da operação Lava Jato em Curitiba recebeu uma investigação sigilosa sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva antes de fazer um pedido formal para o compartilhamento dela. O caso ocorreu durante os preparativos para a operação que obrigou o petista a prestar depoimento, em 2016. Semanas antes da condução coercitiva de Lula, os procuradores de Curitiba obtiveram a cópia de uma apuração que, oficialmente, só seria compartilhada um mês depois por colegas do Ministério Público Federal no Distrito Federal", aponta a reportagem do jornalista Rafael Neves.

Segundo aponta o jornalista, "a apuração sigilosa era um Procedimento Investigatório Criminal, ou PIC, instrumento usado pelo Ministério Público Federal para iniciar investigações preliminares sem precisar de autorização da justiça." Ele lembra ainda que, desde que foi obrigada a entregar seu banco de dados à Procuradoria-Geral da República, no início de julho, a força-tarefa afirma que "o compartilhamento de PICs é indevido e que deveria ser pontual, feito apenas mediante justificativa cabível e pedido formal" e que "o compartilhamento atualmente está suspenso por decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal."

No entanto, quando o alvo era o ex-presidente Lula, nenhuma regra era respeitada. "Quando lhe foi conveniente, porém, a equipe liderada por Deltan Dallagnol se aproveitou da falta de normas claras sobre compartilhamento de provas no Ministério Público para 'dar uma olhadinha' em investigações de colegas", aponta o jornalista Rafael Neves. "Na prática, isso quer dizer que os procuradores de Curitiba não julgaram necessários os ritos e formalidades que agora exigem da PGR."

Em um desses PICs, aberto por procuradores do MPF em Brasília, apurava-se um possível tráfico de influência de Lula para ajudar a empreiteira Odebrecht a fechar contratos com financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o BNDES, no exterior.

Leia a íntegra da reportagem do Intercept e confira a entrevista de Leandro Demori, editor do site, à TV 247.

General Santos Cruz faz duro questionamento a Bolsonaro e evidencia racha militar

Em tweet sobre o Dia dos Pais, general Santos Cruz evidenciou racha na cúpula militar, ao fazer ataque direto a Jair Bolsonaro, avaliando o cenário brasileiro depois dos 100 mil mortos: “A dor maior é saber que parte dessas perdas poderia ter sido evitada se houvesse liderança para a união de todos pela vida dos brasileiros”

10 de agosto de 2020, 08:17 h Atualizado em 10 de agosto de 2020, 08:22
Santos Cruz e Bolsonaro (Foto: ABr)

O general Carlos Alberto Santos Cruz, ex-ministro-chefe da Secretaria de Governo, fez o mais duro ataque de um militar a Jair Bolsonaro num tweet a pretexto do Dia dos Pais, neste domingo (9). Foi a mais dura crítica de um militar a Jair Bolsonaro, com foco no combate ao novo coronavírus. 

“Triste dia dos pais . O Brasil chora mais de 100.000 mortos. Quantos órfãos, quantas famílias mutiladas? A dor maior é saber que parte dessas perdas poderia ter sido evitada se houvesse liderança para a união de todos pela vida dos brasileiros. Até quando?”, lamentou o ex-ministro de Bolsonaro, ressaltando a incapacidade do governo no combate ao vírus. 

A postagem do militar evidencia o racha na cúpula militar. Cruz indica haver um setor que rechaça as ações descabidas do governo, em contraponto aos militares que não apenas participam da gestão federal, mas também são personagens de movimentações golpistas. 

Segundo a revelação feita pela revista Piauí, no dia 22 de maio, Bolsonaro teria comunicado a ministros militares que iria enviar tropas para fechar o STF, depois que o ministro Celso de Mello pediu um parecer à PGR sobre a apreensão de seu celular e do filho Carlos Bolsonaro

A reportagem destaca, ainda, que a ideia de intervir no STF foi feita durante uma reunião com os ministros militares Walter Braga Neto (Casa Civil), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) e Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional). 

A decisão teria sido bem recebida por Luiz Ramos, mas Braga Netto e o general Heleno teriam argumentado o contrário. “Não é momento para isso”, teria dito o ministro do GSI.

domingo, 9 de agosto de 2020

Lula: Bolsonaro matou mais que a bomba de Hiroshima, matou com a bomba da ignorância

Em entrevista a Gustavo Conde, o ex-presidente Lula analisou a má gestão de Jair Bolsonaro desde o início da pandemia de coronavírus no Brasil. "Ele tratou assim, com certo desdém, com certo descaso. Resolveu brigar com a ciência, desafiar a OMS, seguir os passos do presidente Trump"

Brasil 247, 09/08/2020, 11:36 h Atualizado em 09/08/2020, 15:35
  Lula e Jair Bolsonaro (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247 | Reuters | Arquivo)

Em entrevista a Gustavo Conde neste domingo (9), o ex-presidente Lula analisou a má gestão do governo Jair Bolsonaro desde o início da pandemia de coronavírus, que culminou na morte de mais de 100 mil pessoas pela Covid-19.

Lula comparou o desgoverno Bolsonaro a bomba de Hiroshima, que vitimou 90 mil pessoas no Japão. No Brasil, Bolsonaro explodiu a "bomba da ignorância", segundo o ex-presidente.

"É uma doença que já tinha previsão, porque ela aconteceu na China, depois passou por alguns países ricos, todo mundo já estava dizendo que a melhor solução era preparar a sociedade para um isolamento. Aqui, o nosso presidente, que estudou para ser tenente do Exército brasileiro e que, portanto, não é um especialista em medicina, em pesquisa, poderia ter montado uma equipe técnica com as pessoas mais extraordinárias do Instituto Butantã, da Fiocruz e de outros institutos que existem no Brasil, pegar os médicos mais importantes que entendem dessa questão, fazer um coletivo de especialistas para que orientassem o comportamento do governo no dia a dia. Ele não fez porque não acreditava no coronavírus, achava que era uma gripezinha, ele achava que nós nascemos mesmo para morrer e que, portanto, se morrer a gente lamenta, mas deixe morrer. Ele tratou assim, com certo desdém, com certo descaso. Resolveu brigar com a ciência, desafiar a OMS, seguir os passos do presidente Trump", disse. 

E continuou: "ele desafiou todas as pessoas que poderiam ajudá-lo, ele foi ofender os governadores, que tentaram criar um consórcio no nordeste e fazer o trabalho por contra própria. Ele ofendeu gente aliada a ele, gente que era oposição, porque ele não tinha na cabeça dele a ideia de que era preciso ouvir a ciência para pudéssemos acertar mais e errar menos no combate ao Covid-19. Ele ofendeu jornalistas, ofendeu intelectuais, médicos, ofendeu quem pensasse diferente dele. E nós chegamos a isso, chegamos a marca de 100 mil mortes. Se você for analisar, a bomba atômica de Hiroshima matou 90 mil pessoas. O senhor Bolsonaro já é responsável pela morte de mais gente do que morreu... sabe? Sem soltar nenhuma bomba atômica, soltou a bomba da ignorância".

Dossiês sobre opositores ‘é crime muito grave’, afirma ex-ministro

"É preciso identificar os responsáveis, em que nível houve essa ordem política. Esta ordem claramente atenta contra direitos e garantias constitucionais e, portanto, contra a própria democracia. É um crime muito grave", afirma o ex-ministro Raul Jungmann

Brasil 247, 09/08/2020, 08:54 h Atualizado em 09/08/2020, 11:56
 Jungmann: segurança de candidatos será ampliada em 60% 
(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O ex-ministro Extraordinário da Segurança Pública Raul Jungmann qualificou como um “crime muito grave” a denúncia de que a Secretaria de Operações Integradas (Seopi), subordinada ao ministro da Justiça, André Mendonça, produziu dossiês contra 579 opositores do governo Jair Bolsonaro. 

“Um órgão de inteligência transgrediu a lei, cometeu um delito. É preciso identificar os responsáveis, em que nível houve essa ordem política. Esta ordem claramente atenta contra direitos e garantias constitucionais e, portanto, contra a própria democracia. É um crime muito grave”, disse Jungmann em entrevista ao jornal O Globo

Para ele, “é preciso identificar a cadeia de responsabilidade. É algo que tem de ser exemplarmente identificado e punido. Preocupa por ter se dado dentro do aparato de Estado”. 

Ainda de acordo com o ex-ministro, “o relatório da secretaria do Ministério da Justiça (monitoramento de grupos de policiais antifascistas) só poderia ter ocorrido com autorização e controle judicial. A lei de criação da Abin, que é o órgão central do sistema, não permite monitoramento. Não há autorização. Eles não podem grampear, monitorar, nem com autorização judicial”.

sábado, 8 de agosto de 2020

Em editorial, Folha culpa Bolsonaro pelas 100 mil mortes por coronavírus

"O maior responsável pela tragédia se chama Jair Bolsonaro. Em vez de liderar uma ação nacional, negou a gravidade da emergência de saúde pública, promoveu aglomerações e falsas terapias, como a cloroquina", aponta o texto

Brasil 247, 08/08/2020, 19:16 h Atualizado em 08/08/2020, 20:04
Protestos consagram Bolsonaro como genocida (Foto: Filipe Araújo)

No dia em que o Brasil alcançou 100 mil mortos por coronavírus, o jornal Folha de S. Paulo lançou um editorial em que culpa Jair Bolsonaro pela tragédia. "O maior responsável pela tragédia se chama Jair Bolsonaro. Em vez de liderar uma ação nacional, negou a gravidade da emergência de saúde pública, promoveu aglomerações e falsas terapias, como a cloroquina, e colheu oito casos de ministros infectados (outro provável recorde mundial), além de si próprio e da primeira-dama", aponta o texto.

"Não há panaceia nem vacina por ora. Infeliz a nação que tem necessidade de heróis, disse Bertolt Brecht; mais que infelicidade, a desdita do Brasil é nem mesmo poder contar com um presidente e um ministro da Saúde efetivo neste momento de luto", aponta ainda o editorial.