sábado, 1 de agosto de 2020

Agualusa: “O caso do Brasil é exemplar de um poder público capturado pelo banditismo”

O escritor e jornalista José Eduardo Agualusa, que acaba de publicar o romance ‘Os Vivos e Os Outros’, avaliou na TV 247 que Jair Bolsonaro conquistou e manteve os 30% de popularidade depois que Edir Macedo, líder da Igreja Universal, declarou apoio ao seu governo.

Brasil 247, 31/07/2020, 17:06 h Atualizado em 31/07/2020, 17:57
  Escritor e jornalista José Eduardo Agualusa (Foto: Divulgação)

Por Stefani Costa - O escritor e jornalista José Eduardo Agualusa, em entrevista à TV 247, afirmou que “é preciso distinguir entre o que são projetos de fé e o que são projetos de burla” ao ser questionado sobre as recentes denúncias de corrupção, evasão de divisas e racismo por parte de pastores angolanos ligados à Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), liderada pelo bispo evangélico Edir Macedo.

“Claramente a IURD e outros grupos que se afirmam como religiosos são, na realidade, grupos de bandidos, de charlatões que usam a fé como pretexto para roubar as pessoas. É disso que se trata, roubo”. 

O escritor destacou ainda que o Estado angolano tem despertado para essas ações perpetuadas por instituições religiosas ligadas ao Brasil. Segundo Agualusa, uma das exigências é a de que pastores apresentem um documento provando uma conclusão de licenciatura em Teologia. “Se você faz milagres, prove”.

O jornalista vê o atual governo brasileiro com preocupação, uma vez que Jair Bolsonaro, além do apoio de igrejas neopentecostais, também tem alicerce direto com as milícias. “É claramente um caso de alguém que foi catapultado para o poder por um grupo, por vários grupos, associados com o puro banditismo.”

Agualusa acaba de publicar o romance ‘Os Vivos e Os Outros’, com previsão de lançamento no Brasil em outubro. Na entrevista, ele também fala sobre o livro e sobre literatura.

Rússia vence a corrida contra o coronavírus e realizará a vacinação em massa de sua população já em outubro

"A vacina contra a infecção pelo coronavírus, desenvolvida pelo instituto Gamalei, completou suas pesquisas clínicas", disse o ministro da Saúde Mikhail Murashko

Brasil, 1/08/2020, 05:52 h Atualizado em 1/08/2020, 10:50
(Foto: REUTERS / Dado Ruvic)

Sputnik – O ministro da Saúde da Rússia declarou que os testes de vacina contra a pandemia foram completados, enquanto país deverá dar início à vacinação em massa já em outubro. Falando com a Sputnik, o ministro da Saúde russo Mikhail Murashko declarou: "A vacina contra a infecção pelo coronavírus, desenvolvida pelo instituto Gamalei, completou suas pesquisas clínicas."

Na etapa atual, estão sendo colhidos os documentos necessários para o registro oficial da vacina, que precederá seu uso.

Sobre o uso do medicamento, Murashko afirmou que "estamos nos preparando para que em outubro comece a vacinação em massa contra o coronavírus."

Além disso, médicos e professores deverão ser os primeiros a ser vacinados.

Contudo, ainda são esperadas pelo menos duas declarações oficiais sobre os testes clínicos de outras vacinas desenvolvidas na Rússia nos próximos 45 dias.

Ainda no último dia 29, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, havia dito que a situação do coronavírus na Rússia havia se estabilizado, contudo, em algumas regiões a situação ainda é complicada.

Mesmo assim, nos meses de junho e julho o número de infectados caiu pela metade, em comparação com os números recordes em maio, mas a situação ainda poderá se agravar.

De “Memórias do cárcere” ao réquiem da Lava-Jato

"Sem uma profunda reforma democrática nas vísceras dos aparatos de coerção, nos centros de vigilância e inteligência, a segurança será cada vez mais instrumento político para reforço das desigualdades e para repressão ao pluralismo democrático", escreve o advogado Marco Aurélio Carvalho

Brasil 247, 01/08/2020, 07:55 h Atualizado em 01/08/2020, 22:18
   Deltan Dallagnol, Polícia Federal e FBI (Foto: Agência Brasil | Reuters)

Em 1936, sem qualquer acusação formal, o escritor Graciliano Ramos foi retirado de sua residência e conduzido para um presídio em Maceió.

Sem provas e sem julgamento, permaneceu 11 meses no cárcere. Percorreu delegacias, foi embarcado em um navio-prisão e teve passagens pela Colônia Correcional, em Ilha Grande, e pela Casa de Detenção, no Rio de Janeiro. “Memórias do Cárcere”, um livro com mais de duzentos personagens, conta a saga do escritor em cadeias sórdidas e o convívio que ele teve com presos políticos e com presos comuns.

O arbítrio havia nascido muito antes. A serpente choca os seus ovos. O Decreto n° 22.332, de 10 de janeiro de 1933, criou uma repartição pública com o objetivo de “entrever e coibir comportamentos políticos divergentes”. De acordo com o Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil, da Fundação Getúlio Vargas, “constavam de suas atribuições examinar publicações nacionais e estrangeiras e manter dossiês de todas as organizações políticas e de indivíduos considerados suspeitos”.

Quase 90 anos depois, o jornalista Rubens Valente, em julho passado, descobriu uma unidade do Ministério da Justiça que realiza trabalho típico de órgãos de segurança e inteligência com foco em manifestantes antifascistas presentes nos protestos pelo País afora.

O trabalho ilegal e sem transparência do Ministério da Justiça resultou na produção de dossiês sobre um grupo de quase 600 pessoas, todas críticas ao governo atual. A lista de vigiados inclui servidores federais e estaduais de segurança e também professores universitários, inclusive o renomado professor Paulo Sérgio Pinheiro, titular aposentado da Universidade de São Paulo, ex-secretário nacional de direitos humanos e relator das Nações Unidas em matérias de direitos humanos. A este grupo, além do repúdio ao arbítrio, o consolo vem de uma frase de Graciliano Ramos no livro “Vidas Secas”: “tenham paciência, apanhar do governo não é desfeita”.

No rastro deste dossiê, poucos dias atrás, o Procurador-Geral da República, com informações bombásticas, fez o réquiem da lava-jato com um dado estarrecedor: a força-tarefa da Operação Lava Jato, em Curitiba, reuniu dados armazenados de 38 mil pessoas e mais de 50 mil documentos.

As falas da Procuradoria perturbaram o ambiente no Ministério Público. Cada qual tem uma justificativa. Uns acusam. Outros, agora na retaguarda, se defendem. O escritor encarcerado mais uma vez elucida o quiproquó. “É fácil se livrar das responsabilidades. Difícil é escapar das consequências por ter se livrado delas”, escreveu Graciliano Ramos no romance “Angústia”.

No Brasil de hoje, permeado pela sensação de normalidade institucional, mas repleto de posturas autocráticas tóxicas, identifica-se, por todo canto, aquilo que já foi chamado de “entulho autoritário” pela Ordem dos Advogados do Brasil, presidida brilhantemente por Raymundo Faoro nos anos da redemocratização. Alguns menos e outros mais visíveis, os restos da ditadura permanecem espalhados em nossa sociedade.

O arcabouço institucional do Estado que prendeu arbitrariamente Graciliano Ramos, com as devidas diferenças históricas, é semelhante ao mecanismo que faz dossiês contra antifascistas ou conduz operações anticorrupção, embaladas por motivos legítimos, mas na penumbra do direito, ocultando o protagonismo político e ferindo de morte a premissa ontológica da imparcialidade.

Entrelaçados, o combate à corrupção e a sistemática promoção da segurança (vigilância, inteligência e outros disfarces), acabam por desaguar nos vestígios e traços do autoritarismo secular que nos rodeiam.

O combate à corrupção sob a égide da “Lava-Jato”, hoje cada vez mais desvendada, tem sido um mecanismo político e partidário de conquista do poder – vale notar como o juiz Moro correu para abraçar e ser acolhido como estrela do novo governo logo no primeiro momento.

A propalada política de segurança – sem mencionar a ostentação do verde-oliva nas vitrines da Esplanada – nada mais é do que um biombo para manter o aparato policial – inclusive nos estados – mobilizado a partir de valores antidemocráticos e de ações depreciativas em relação às políticas raciais e de igualdade de gênero.

Sem uma profunda reforma democrática nas vísceras dos aparatos de coerção, nos centros de vigilância e inteligência, a segurança será cada vez mais instrumento político para reforço das desigualdades e para repressão ao pluralismo democrático.

A serpente choca os seus ovos. “Quebrem-se os ovos - enquanto ainda é tempo”, escreveu o cineasta Ruy Guerra em uma espécie de convocação para os que lutam pela democracia, pelo direito e por justiça.

Eis o grande desafio que motiva e mobiliza centenas de advogados e operadores do Direito no Grupo Prerrogativas.

Facebook bloqueia bolsonaristas no mundo todo acatando STF

Tecmundo, 08/2020 às 15:56
      Imagem: b9

O Facebook anunciou em nota oficial neste sábado (01) que vai cumprir a ordem de bloqueio de 16 contas de apoiadores e aliados do presidente Jair Bolsonaro exatamente como determinado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

A ordem de bloqueio das contas faz parte do “inquérito das fake news”, que tenta desmontar e punir os responsáveis por uma rede de produção de notícias falsas com ataques a autoridades, inclusive a ministros do próprio STF.

Alexandre de Moraes, responsável pela determinação, ampliou a multa originalmente aplicada ao Facebook por cumprir os bloqueios de maneira parcial. Depois de 8 dias ignorando o pedido da Corte, a empresa bloqueou o acesso às contas apenas por pessoas registradas no Brasil na rede social. Contudo, o conteúdo era facilmente acessado mudando configurações da própria plataforma de Mark Zuckerberg. Agora, o bloqueio das ditas contas é global.

Depois da ampliação da multa e da possibilidade de responsabilização criminal do responsável pelo Facebook no Brasil, a rede social resolveu cumprir a ordem, ainda que em protesto. Mesmo assim, a empresa terá que pagar R$ 1,92 milhão devido aos vários dias de descumprimento. O Twitter, que recebeu a mesma ordem de bloqueio, a cumpriu prontamente.

Em nota, o Facebook mostrou preocupação com a suposta quebra de jurisdição do STF. Confira na íntegra.

O Facebook havia cumprido com a ordem de bloquear as contas no Brasil ao restringir a visualização das Páginas e Perfis a partir de endereços IP no país. Isso significa que pessoas com endereço IP no Brasil não conseguiam ver os conteúdos mesmo que os alvos da ordem judicial tivessem alterado sua localização IP. A mais recente ordem judicial é extrema, representando riscos à liberdade de expressão fora da jurisdição brasileira e em conflito com leis e jurisdições ao redor do mundo. Devido à ameaça de responsabilização criminal de um funcionário do Facebook Brasil, não tivemos alternativa a não ser cumprir com a ordem de bloqueio global das contas enquanto recorremos ao STF — porta-voz do Facebook.

sexta-feira, 31 de julho de 2020

Mil padres lançam carta com críticas a Bolsonaro e seu "desdém pela vida"

"Profundamente indignados com ações do presidente"

Conversa Afiada, 31/07/2020
       (Marcos Corrêa/PR)

Mais de mil padres assinam uma carta divulgada nesta quinta-feira 30/VII em apoio à Carta do Povo de Deus, lançada com a assinatura de 152 bispos que criticam "a incapacidade e inabilidade do governo federal" em enfrentar a crise.

No texto, os padres afirmam “que os que nos governam têm o dever de agir em favor de toda a população, de maneira especial, os mais pobres” e se dizem “profundamente indignados com ações do presidente da República em desfavor e com desdém para com a vida”.

“Caminhamos na estrada de Jesus”

Carta de padres em apoio e adesão aos bispos signatários da Carta ao Povo de Deus 

“Enquanto os lucros de poucos crescem exponencialmente, os da maioria situam-se cada vez mais longe do bem-estar daquela minoria feliz. Tal desequilíbrio provém de ideologias que defendem a autonomia absoluta dos mercados e a especulação financeira. Às vezes, sentimos a tentação de ser cristãos, mantendo uma prudente distância das chagas do Senhor. Mas Jesus quer que toquemos a miséria humana, que toquemos a carne sofredora dos outros” (EG 56 e 270).

Nós, “Padres da Caminhada”, “Padres contra o Fascismo”, diáconos permanentes e tantos outros padres irmãos, empenhados em diversas partes do Brasil a serviço do Evangelho e do Reino de Deus, manifestamos nosso agradecimento e apoio aos bispos pela Carta ao Povo de Deus. Afirmamos que ela representa nossos pensamentos e sentimentos. Consideramos um documento profético de uma parcela significativa dos Bispos da Igreja Católica no Brasil, “em profunda comunhão com o Papa Francisco e seu magistério e em comunhão plena com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil”, oferecendo ao Povo de Deus luzes para o discernimento dos sinais nestes tempos tão difíceis da história do nosso País.

O documento é uma leitura lúcida e corajosa da realidade atual à luz da fé. É a confirmação da missão e do desafio permanente para a Igreja: tornar o Reino de Deus presente no mundo, anunciando esperança e denunciando tudo o que está destruindo a esperança de uma vida melhor para o povo. É como uma grande tempestade que se abate sobre o nosso País. Os bispos alertam para o perigo de que “a causa dessa tempestade é a combinação de uma crise de saúde sem precedentes, com um avassalador colapso da economia e com a tensão que se abate sobre os fundamentos da República”, principalmente impulsionado pelo Presidente.

Sentimo-nos também interpelados por essa realidade a darmos nossa palavra de presbíteros comprometidos no seguimento de Nosso Senhor Jesus Cristo. O Evangelho ilumina nossa caminhada e vamos aprofundando nosso compromisso na Igreja, sinal e instrumento do Reino, a serviço da vida e da esperança. Cada vez mais vemos a vida do povo sendo ameaçada e seus sofrimentos, principalmente dos pobres, vulneráveis e minorias. Tal realidade faz com que nossos corações ardam, nossos braços lutem e nossa voz grite pelas mudanças necessárias. Como recordam os Bispos, nós não somos motivados por “interesses político-partidários, econômicos, ideológicos ou de qualquer outra natureza. Nosso único interesse é o Reino de Deus”.

Os bispos muito bem expressaram em sua carta, recordando o Santo Padre, o Papa Francisco, que “a proposta do Evangelho não consiste só numa relação pessoal com Deus. A nossa reposta de amor não deveria ser entendida como uma mera soma de pequenos gestos pessoais a favor de alguns indivíduos necessitados […], uma série de ações destinadas apenas a tranquilizar a própria consciência. A proposta é o Reino de Deus […] (Lc 4,43 e Mt 6,33) (EG. 180)”.

Sabemos que os que nos governam têm o dever de agir em favor de toda a população, de maneira especial, os mais pobres. Não tem sido esse o projeto do atual Governo, que “não coloca no centro a pessoa humana e o bem de todos, mas a defesa intransigente dos interesses de uma “economia que mata” (Alegria do Evangelho, 53), centrada no mercado e no lucro a qualquer preço”. Por isso, também estamos profundamente indignados com ações do Presidente da República em desfavor e com desdém para com a vida de seres humanos e também com a da “nossa irmã, a Mãe Terra”, e tantas ações que vão contra a vida do povo e a soberania do Brasil.

É urgente a reconstrução das relações sociais, pois “este cenário de perigosos impasses, que colocam nosso País à prova, exige de suas instituições, líderes e organizações civis muito mais diálogo do que discursos ideológicos fechados. […] Essa realidade não comporta indiferença.”. A CNBB tem se pronunciado de forma contundente em momentos recentes; em posicionamento do dia 30 de abril, manifestou perplexidade e indignação com descaso no combate ao novo coronavírus e por eventos atentatórios à ordem constitucional. Em outro momento, os 67 bispos da Amazônia publicaram outro documento, expressando imensa preocupação e exigindo maior atenção e cuidado do poder público em relação à Amazônia e aos povos originários. Na carta aberta ao Congresso Nacional do dia 13 de julho de 2020 a CNBB denunciou os 16 vetos do Presidente da República ao Plano Emergencial para Enfrentamento à Covid-19 nos Territórios Indígenas, comunidades quilombolas e demais povos e comunidades tradicionais (PL nº PL 1142/2020, agora Lei nº 14.021) dizendo: “Esses vetos são eticamente injustificáveis e desumanos pois negam direitos e garantias fundamentais à vida dos povos tradicionais”. Outras Comissões da CNBB assumiram decididamente o lado dos povos tradicionais do Brasil “duplamente vulneráveis: ao contágio do coronavírus e à constante ameaça de expulsão de seus territórios”.

Nesse tempo de “tempestade perfeita”, a voz do Espírito ressoa em posicionamentos corajosos da Igreja, que renova a cada dia seu compromisso “na construção de uma sociedade estruturalmente justa, fraterna e solidária”, como indicam os bispos em sua carta.

Reafirmamos nosso compromisso na defesa e no cuidado com a vida. Ao convite dos bispos queremos dar nosso sim! “Somos convocados a apresentar propostas e pactos objetivos, com vistas à superação dos grandes desafios, em favor da vida, principalmente dos segmentos mais vulneráveis e excluídos, nesta sociedade estruturalmente desigual, injusta e violenta.” Queremos nos empenhar para cuidar deste País enfermo!

Nós nos solidarizamos com todas as famílias que perderam alguém por essa doença que ceifa vidas e aterroriza a todos. Próximos de atingir 100 mil mortos nesta pandemia, é inadmissível que não haja neste governo um Ministro da Saúde, que possa conduzir as políticas de combate ao novo coronavírus.

Conclamamos todos os cristãos e cristãs, as igrejas e comunidades, e todas as pessoas de boa vontade para que renovem, junto com os bispos, a opção pelo Evangelho e pela promoção da vida, espalhando as sementes do Reino de Deus.

Nós, “Padres da Caminhada”, “Padres contra o Fascismo”, diáconos permanentes e tantos outros padres irmãos, reafirmamos com alegria, ânimo e esperança a fidelidade à missão a nós confiada e apoiamos os bispos signatários da Carta ao Povo de Deus e em sintonia com a CNBB em sua missão de testemunhar e fortalecer a colegialidade.

Bomba no clã: Julian Lemos acusa Eduardo de desviar R$ 600 mil do PSL e comprar apartamento com auxílio-moradia

O deputado Eduardo Bolsonaro, filho número 3 do ex-capitão que ocupa o Planalto, é acusado de comprar apartamento com dinheiro da Câmara, de desviar quase R$ 2 milhões do PSL para sua ONG política e de praticar rachadinhas com a advogada Karina Kufa


Brasil 247, 31/07/2020, 20:58 h Atualizado em 31/07/2020, 23:07
   Eduardo Bolsonaro (Foto: Michel Jesus - Agência Câmara)

Reportagem da revista Istoé traz acusações graves contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro. A matéria diz que o 03 desviou dinheiro da Câmara e do PSL, além de praticar rachadinhas com Karina Kufa, advogada ligada ao clã

O relato da revista é chocante: “a troca de ataques começou com Eduardo humilhando Julian, que é uma espécie de tesoureiro do PSL e principal aliado do deputado Luciano Bivar, presidente nacional da legenda: ambos romperam com o presidente e seus familiares, o que levou-os a deixarem o partido e tentarem criar o Aliança pelo Brasil, que não saiu do papel. Dudu malvadeza, como é conhecido no PSL de oposição aos Bolsonaros, disse que Julian era “pau de arara, favelado e traíra”. 

A matéria prossegue: “tudo porque Julian é paraibano e a família presidencial não prezaria muito quem nasce nesse estado. Julian ficou ofendido. “Sabe qual problema de um ladrão arrogante? É achar que um nordestino como eu tem medo de algo ou de alguém. Pela minha honra eu não tenho limites. Ela é a única coisa que eu tenho. Em setembro eu avisei. Não mexe comigo”, foi como Julian reagiu aos ataques de Eduardo. Mas, logo na sequência, o parlamentar paraibano começou a metralhar o filho do presidente, numa profusão de mensagens no Twitter, de corar de vergonha o mais pacato cidadão. A maioria das mensagens traz acusações gravíssimas a Eduardo, a quem Julian chama de “demagogo, ladrão e hipócrita”. 

Segundo a revista, “o dirigente nacional do PSL não fica só em revides inconsequentes. O mais grave são as denúncias de que o filho do presidente usou recursos milionários do fundo partidário (dinheiro público) para financiar atividades particulares de uma entidade em defesa de interesses conservadores (CPAC) e também verbas do auxílio-moradia e auxílio-mudança da Câmara, recebidos irregularmente, para dar de entrada na compra de um apartamento.”

quarta-feira, 29 de julho de 2020

Ciro: "Bolsonaro comprou o Centrão e rasga dinheiro para ter apoio"

"Ele comete reiteradamente o crime de responsabilidade"

Conversa Afiada, 29/07/2020

O ex-ministro e ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) analisou, em entrevista à Rádio Banda B nesta quarta-feira 29/VII, a possibilidade de avançar o movimento pelo impeachment de Jair Bolsonaro.

“No caso brasileiro, a resposta jurídica do impeachment está madura porque o Bolsonaro comete reiteradamente o crime de responsabilidade, como já descrito com relação às instituições. O outro é a exposição da sociedade nacional ao genocídio, em função da atitude anticientífica como comanda a crise da saúde. No entanto, na visão política, o procedimento de impeachment não anda porque o Bolsonaro ainda tem um terço do apoio popular e, percebendo o crescimento da possibilidade de a democracia puni-lo por esses crimes, ele muda de conduta. Desde a prisão de Queiroz, que se aproxima muito pesadamente dele e da família dele. Bolsonaro cala a boca, sai do cercadinho, tenta fazer entendimento com a alta cúpula do Judiciário, mandou generais boçais calarem a boca (…), comprou o Centrão e está rasgando dinheiro para ter apoio”, disparou Ciro.

Ele ainda disse que o momento é incerto para decidir sobre sua candidatura à Presidência em 2022, mas adiantou que pretende ajudar o Brasil a seguir um caminho. “Eu cultivo a franqueza. Quem já foi candidato três vezes não pode andar mentindo para o povo dizendo que não quer ser. Como uma pessoa muito experiente, eu nem posso me apresentar como novo. Sou uma pessoa que acumulou experiência, tenho 40 anos de vida pública. Renunciei a pensões a que tinha como direito sendo prefeito, deputado, governador. Não fui morar em palácios porque considerava que era um privilégio que não me cabia, ia me descaracterizar como um homem que vem da escola pública em sua vida toda, educado ao lado do povo. Nunca perdi uma eleição na minha comunidade, onde as pessoas conhecem meus defeitos, nenhum deles pelo lado moral. Então, eu gostaria de ajudar o Brasil a achar um caminho”, disse ele.

Caetano resume Bolsonaro ao Guardian: "confuso e incompetente"

É um pesadelo!

Conversa Afiada, 29/07/2020
       (Mídia Ninja)

O cantor Caetano Veloso analisou o governo de Jair Bolsonaro em entrevista ao jornal britânico The Guardian nesta quarta-feira 29/VII. Ao afirmar que teme que o "grupo ultrarreacionário" do presidente não desista facilmente do poder, Caetano disse que os últimos meses no país têm sido "um pesadelo absoluto. É apenas loucura".

"Ter um governo militar é horrível e Bolsonaro é tão confuso, tão incompetente. O governo dele não fez nada", acrescentou.

Para Caetano, o Brasil tem muitas pessoas semelhantes ao presidente. "Você não pode dizer que Bolsonaro não é o Brasil. Ele é muito parecido com muitos brasileiros que eu conheço. Ele é muito parecido com o brasileiro médio - na verdade, a capacidade dele e de seu bando de permanecer no poder depende de enfatizar essa identificação com o brasileiro 'normal'", completou.

Sobre as ações de Bolsonaro no governo, Caetano não vê nada além de "insanidades".

"O que o executivo brasileiro fez no período desde que ele foi presidente? Nada... Não houve governo - apenas insanidades. O que vimos tem sido mais sobre destruição. Nossas florestas, nossas músicas, nossas peças e nossos filmes estão sendo ameaçados por esse governo - e estão em processo de destruição. Mas, como um dos membros do grupo que produz música popular, posso garantir que estamos aqui - o Brasil está aqui", declarou.

Justiça aceita denúncia e Serra e filha viram réus por lavagem de dinheiro

A Justiça aceitou a denúncia da força-tarefa da Lava Jato do Ministério Público Federal em São Paulo. Ele foi denunciado no dia 3 de julho, quando foi alvo da Operação Revoada, que fez busca e apreensão na residência do tucano

Brasil 247, 29/07/2020, 19:04 h Atualizado em 29/07/2020, 19:36
  José Serra (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)

O senador e ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) e sua filha, Verônica Serra, viraram réus na Justiça Federal sob acusação de lavagem de dinheiro transnacional, nesta quarta-feira, 29. 

A Justiça aceitou a denúncia da força-tarefa da Lava Jato do Ministério Público Federal em São Paulo. Ele foi denunciado no dia 3 de julho, quando foi alvo da Operação Revoada, que fez busca e apreensão em sua residência.

A operação apontou que José Serra (PSDB) recebeu da Odebrecht mais de R$ 23 milhões para liberar créditos frente à Dersa em 2009 e 2010. O tucano também recebeu R$ 4,5 milhões entre 2006 e 2007 para gastos de campanhas ao governo estadual.

De acordo com as investigações, o ex-chefe do Executivo paulista desviou dinheiro durante a construção do Rodoanel. Ele teria usado o cargo para receber da Odebrecht pagamentos indevidos em troca de benefícios relacionados às obras. 

O ex-governador usou uma offshore para esconder o dinheiro. Segundo as apurações, Verônica Serra, filha do ex-governador, constituiu empresas no exterior, ocultando nomes, para receber pagamentos destinados ao tucano pela construtora.

Flávio Dino defende Lula e critica Moro: “estava contaminado com visões partidárias”

"Nós não tivemos um processo de acordo com a lei. Ele não serve de elemento de análise. Um juiz totalmente contaminado com visões partidárias e ideológicas", afirmou o governador do Maranhão, Flávio Dino, ao criticar a sentença de Sérgio Moro contra Lula no processo do triplex em Guarujá (SP)

Brasil 247, 29/07/2020, 15:51 h Atualizado em 29/07/2020, 17:03
   Flávio Dino, Lula e Sérgio Moro (Foto: Brasil 247 | Abr)

Potencial candidato a presidente da República em 2022, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), criticou a condenação do ex-juiz Sérgio Moro contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no processo do triplex em Guarujá (SP). 

"Nós não tivemos um processo de acordo com a lei. Ele não serve de elemento de análise. Um juiz totalmente contaminado com visões partidárias e ideológicas. Imagina um árbitro de futebol que vai confraternizar com o time vencedor após a partida", disse o chefe do Executivo maranhense durante entrevista com o jornalista Marco Antonio Villa.

De acordo com o governador, ex-juiz federal, Moro "conduziu um processo de modo muito destoante das regras jurídicas" e "contaminou" outras instâncias. "O TRF-4, no qual eu conheço pessoalmente todos os personagens porque fui juiz federal, infelizmente também foi contaminado pelo chamado ‘direito excepcional’ do processo penal do espetáculo. O processo do triplex é altamente contaminado. Analisei ele página por página", continuou.

Moro condenou Lula sem provas no processo do triplex em Guarujá (SP). O ex-presidente foi acusado de ter recebido um apartamento como propina da OAS em contrapartida de contratos da empreiteira com a Petrobrás. Ele nunca dormiu nem tinha a chave do apartamento. 

Ao apresentar a denúncia em setembro de 2016, o procurador Henrique Pozzobon admitiu que não havia "provas cabais" de que Lula era o proprietário do imóvel. 

Uma reportagem do Intecept Brasil, publicada no ano passado, apontou que o procurador Deltan Dallagnol duvidava da existência de provas contra Lula. Outra publicação revelou que procuradores fizeram o possível para impedir entrevista do ex-presidente antes do segundo turno da eleição presidencial de 2018, quando o Supremo Tribunal Federal acatou o pedido de entrevista do jornal Folha de S.Paulo.

Flávio Dino ainda considerou os governos Lula e Dilma como um "ciclo de muitas vitórias". "Esse ciclo que nós conduzimos, nós participamos. O meu partido participou. Eu participei pessoalmente como deputado federal no primeiro governo Dilma. Foi um ciclo de muitas virtudes, muitas vitórias, muitos méritos. Conjugamos democracia política, crescimento econômico e distribuição de renda", disse.

"O ex-presidente Lula e a ex-presidenta Dilma fizeram muita coisa. Talvez tenha faltado mostrar tudo que foi feito e isso resultou nessa concepção errada de que esses governos tenham sido tolerantes com a corrupção e isso resultou no fortalecimento da extrema-direita", acrescentou. 

Eleições

Ao comentar sobre as eleições de 2022, o governador afirmou que vê um cenário "menos fragmentado que o das eleições municipais desse ano". "Não acho que teremos candidatura única, nem no campo da esquerda nem no campo da direita. Eu acho que na direita você tem o Bolsonaro – que só pensa em reeleição – e segmentos de ‘centro-direita’. Acho que teremos dissidência", disse.

"Do lado de cá acho que temos que agregar ao máximo, diminuir a conflituosidade e as arestas. Nossas arestas impediram união no segundo turno de 2018, facilitando a vitória de Bolsonaro. Espero que, caso não haja uma candidatura única, que a gente consiga um diálogo que permita uma união no segundo turno que permita que consigamos vencer as eleições", acrescentou.