segunda-feira, 13 de julho de 2020

Bolsonaro paga para general 'trabalhar para mim', diz secretário dos EUA

"Nosso novíssimo acréscimo ao nosso quartel general: general David, um dos mais afiados nas forças armadas brasileiras", afirmou o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Mark Esper. "Novamente, brasileiros pagando para ele vir aqui e trabalhar para mim [work for me] para fazer diferença em segurança"

Brasil 247, 13/07/2020, 09:40 h Atualizado em 13/07/2020, 12:38
Mark Esper, Donald Trump e Jair Bolsonaro (Foto: Reuters)

Em sua coluna publicada no jornal Folha de S.Paulo, Nelson de Sá destacou uma frase dita pelo secretário de Defesa dos Estados Unidos, Mark Esper, ao presidente Donald Trump durante reunião do Comando Sul das Forças Armadas dos EUA, agradecendo ao Brasil e a Bolsonaro por pagarem um general americano para integrar o "U.S. Southern Command".

Numa resposta a Trump, Esper afirmou: "E [agradecer] nosso presidente brasileiro, Bolsonaro, com nosso novíssimo acréscimo ao nosso quartel-general: general David, um dos mais afiados nas forças armadas brasileiras. Novamente, brasileiros pagando para ele vir aqui e trabalhar para mim [work for me] para fazer diferença em segurança", disse

Ele se referia ao general David Bellon, que acaba de se integrar ao comando. No Comando Sul das Forças Armadas dos EUA há um general brasileiro desde 2019, Alcides Valeriano de Faria Júnior, que recebe ordem diretamente do Exército daquele país. O fato é inédito na história brasileira. 

Trump tinha ido à sede do Comando Sul das forças americanas, num subúrbio de Miami, onde fez ameaças a países como China e Venezuela, e aproveitou saudações aos "parceiros" Colômbia e Brasil. 

INPE: governo Bolsonaro demite responsável por monitorar o desmatamento

A culpa é do mensageiro

Conversa Afiada, 13/07/2020

O governo de Jair Bolsonaro exonerou nesta segunda-feira 13/VII a coordenadora-geral de Observação da Terra do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Lubia Vinhas. A demissão, assinada pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, saiu no Diário Oficial da União.

A Observação da Terra é a área do INPE responsável pelo monitoramento da devastação da Amazônia, por meio do sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter).

Na semana passada, o instituto divulgou que junho teve o maior número de alertas de desmatamento para o mês em toda a série histórica, iniciada em 2015. No semestre, os alertas apontam devastação em 3.069,57 km² da Amazônia, aumento de 25% em comparação ao primeiro semestre de 2019. Só em junho, a área de alerta foi de 1.034,4 km².

Após a exoneração de Vinhas, o Greenpeace afirmou, em nota, que a demissão "não surpreende" em razão de decisões anteriores tomadas pela gestão Jair Bolsonaro, mas "dá novamente a entender que o governo é inimigo da verdade".

"Mas não será escondendo, passando uma maquiagem nos dados ou investindo em propaganda que o governo irá mudar a realidade. E isso acontece por uma razão bem simples: Bolsonaro não quer mudar os rumos da sua política, afinal, a destruição é o seu projeto do governo”, diz o comunicado da porta-voz de Políticas Públicas da organização, Luiza Lima.

Com informações do G1

domingo, 12 de julho de 2020

Novo partido de Bolsonaro só tem 3,2% das assinaturas necessárias

Aliança pelo Brasil conta com apoio de 44 eleitores que já morreram...

Conversa Afiada, 12/07/2020
Original: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Quem ainda se lembra da "Aliança pelo Brasil"?

O partido da família Bolsonaro, lançado no final de novembro de 2019, após a guerra civil dentro do PSL, prometia ser o grande instrumento dos conservadores brasileiros.

Não deu certo.

Em fevereiro deste ano, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) só havia validado 2,9 mil assinaturas das 492 mil necessárias para o registro do partido.

Em março, não mudou muita coisa: poucos mais de 8 mil assinaturas - 1,6% do total necessário.

Já à época, representantes da nova sigla afirmavam que, muito provavelmente, o partido não conseguiria o registro a tempo de participar das eleições municipais de 2020.

Nos meses seguintes, a situação continuou difícil: até o dia 9/VII, foram validadas apenas 15.721 assinaturas - ou seja, 3,2%.

Reportagem de Ranier Bragon, na Folha de São Paulo, aponta que o número de assinaturas rejeitadas pelo TSE é 61% superior ao de validadas: 25.384 nomes foram recusados pelo tribunal.

Os motivos são vários:

• 18.112 são eleitores já filiados a outros partidos
• 3.352 preencheram um estado diferente daquele no qual estão registrados na Justiça Eleitoral
• 1.284 são assinaturas duplicadas
• 150 eleitores não existem
• 44 são pessoas que já morreram...
• 2.442 nomes foram rejeitados por outros motivos

Outras 98.873 assinaturas ainda aguardam validação pelo TSE.

A Aliança, agora, tenta correr para participar das eleições de 2022. Mas nem esse plano tem garantia de dar certo. Tendo isso em mente, o ex-deputado federal Roberto Jefferson convidou Jair Bolsonaro para disputar a reeleição pelo PTB. Segundo o partido, Bolsonaro "declarou que vai analisar com carinho e seriedade o convite"...

Artigo do Globo foi escrito para a direita, não para petistas, diz Luis Felipe Miguel

"A Globo sente que não é mais - se é que um dia de fato foi - aquele poder supremo que faz e desfaz presidentes no Brasil. Já havia sido derrotada por Temer. E agora não consegue enquadrar Bolsonaro. Daí o aceno ao PT", analisa o professor de Ciência Política da UnB Luis Felipe Miguel

Brasil 247, 12/07/2020 
...Luis Felipe Miguel (Foto: Reprodução)

Por Luis Felipe Miguel, em seu Facebook - O infame artigo n'O Globo sobre "perdoar o PT" é um dos acontecimentos mais significativos da conjuntura política.

O sentido do golpe de 2016 foi silenciar de vez o campo popular na política brasileira, a fim de que o desmonte do Estado e dos direitos pudesse avançar com rapidez e sem contratempos.

Mesmo uma política de moderação extrema, ciosa dos estreitos limites da transformação social no Brasil, como a do lulismo, era considerada algo a ser extirpado.

Para alcançar esse objetivo, a Constituição foi rasgada várias vezes. Uma presidente legítima foi derrubada. Os abusos da Lava Jato foram aplaudidos. Lula foi condenado e preso em julgamentos farsescos e ao arrepio da lei. A violência política se agigantou. Os militares foram trazidos de novo para o proscênio da política nacional.

Quando chegaram as eleições de 2018, os mesmos que articularam o golpe preferiram apoiar um criminoso intelectualmente incapaz a abrir diálogo com um liberal cauteloso como Fernando Haddad.

Uma aposta de risco. Se entregou muito do que prometera, com as medidas antipovo e antinação de Guedes, Bolsonaro por outro lado mostrou-se danoso, seja por sua incompetência administrativa e intemperança verbal, seja por privilegiar os interesses paroquiais (ou devo dizer "miliciais"?) aos quais está associado.

Prisioneiro do discurso superficialmente anti-sistêmico que o projetou, de uma dinâmica de conflito e também de sua própria masculinidade frágil, que o faz ver qualquer compromisso como humilhação, em muitas áreas Bolsonaro mostrou-se disfuncional para grupos que o apoiavam.

A Globo é um deles. A rede exige ser chamada a participar da partilha do poder - e, portanto, zela pela manutenção de seus próprios recursos de pressão diante dos governantes. Já Bolsonaro se sente mais confortável com parceiros menos demandantes.

Estranhou-se com a Globo não apenas criticando sua programação, destratando seus jornalistas ou repetindo bravatas sobre não renovar a concessão. Ele diminuiu sua participação na verba publicitária do governo; agiu no sentido de beneficiar suas concorrentes, recriando sorteios na TV; atingiu uma fonte de receita importantíssima, no caso da transmissão dos jogos de futebol.

E a Globo sente que não é mais - se é que um dia de fato foi - aquele poder supremo que faz e desfaz presidentes no Brasil. Já havia sido derrotada por Temer. E agora não consegue enquadrar Bolsonaro.

Daí o aceno ao PT. O autor é um porta-voz autorizado do império dos Marinho; não é insensato ler o texto como sendo uma posição oficiosa da empresa.

Não vou me estender sobre os absurdos do artigo. Todas as arbitrariedades cometidas nos últimos anos (o golpe contra Dilma, o lawfare contra Lula) são apresentadas como justas punições aos "malfeitos" petistas. O perdão do PT é condicionado ao abandono, pelo partido, de bandeiras abominadas, como democratização da mídia e participação popular.

As respostas dos petistas ao artigo foram, como era de se esperar, de indignação. Mas tendo a crer que não foi para eles que o artigo foi escrito - foi para os outros setores da direita interessada em parar Bolsonaro.

Eles sabem - como Ascânio Seleme escreveu - que não é possível alcançar esse objetivo sem o apoio militante daqueles que estão à esquerda do centro.

Tentaram, em primeiro lugar, obter esse apoio sem abrir qualquer brecha para que o campo popular tivesse voz. Era a estratégia das "frentes amplas", em que cabia à esquerda nada mais do que abraçar FHC, Temer e Huck e assinar manifestos em defesa de valores inefáveis.

Seduziu muita gente, dentro do próprio PT e também do PSOL. Mas a oposição enérgica de Lula freou o entusiasmo. Essa oposição, aliada ao fato de que muitos à direita deixaram transparecer que seu objetivo na "frente ampla" era negociar em melhores condições uma acomodação com Bolsonaro, desinflou estas iniciativas, que no momento parecem ter caído numa desmoralização sem volta.

Por isso, O Globo propõe dar um passo à frente. Ele propõe que se aceite, hoje, aquilo com que Lula acenou tantas vezes depois do golpe, quando se lançou candidato, e que reiterou ao colocar Haddad como substituto: uma repactuação que readmita a centro-esquerda como participante do jogo político, pagando o preço da aceitação da maior parte dos retrocessos dos últimos anos.

Não acho que seja uma boa saída. Mas o fato é que o principal conglomerado da imprensa burguesa está propondo, para seu campo, essa alternativa que, até há pouco, era alvo de anátema. Essa é uma mudança importante na conjuntura.

Em rede social, Carlos Bolsonaro provoca STF

"Só vale para um lado e do jeito que é narrado pela mídia?", questionou o vereador Carlos Bolsonaro
Brasil 247, 12/07/2020
(Foto: ADRIANO MACHADO/Reuters)

O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) foi às redes sociais neste domingo (12) para pressionar uma investigação do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre as supostas ameaças de morte que o presidente Jair Bolsonaro estaria sofrendo.

“Alô STF, neste momento, mais uma vez, uma gigantesca quantidade de pessoas desejando a morte do chefe do Poder Executivo em sua timeline! Só vale para um lado e do jeito que é narrado pela mídia? Ministros, poderiam averiguar e se pronunciarem ou estaria eu sendo radical?”, questionou o vereador.

pela mídia? Ministros, poderiam averiguar e se pronunciarem ou estaria eu sendo radical?”, questionou o vereador.
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Major Olímpio diz que tentativa de Bolsonaro para se reaproximar do PSL lhe dá "vontade de vomitar"

Senador Major Olímpio também ameaça deixar o PSL caso haja uma reaproximação do partido com Jair Bolsonaro

Brasil 247, 12/07/2020
...(Foto: Pedro França/Agência Senado)

O senador Major Olimpio (SP) ameaçou deixar o PSL caso a legenda promova uma reaproximação com Jair Bolsonaro. "Se isto acontecer, sentirei muita saudade do partido. TCHAU QUERIDOS!", postou o parlamentar nas redes sociais. 

Fazendo referência a uma reportagem do jornal O Globo, que relata que Bolsonaro teria ligado para o presidente do partido, Fernando Bivar, visando se reaproximar da legenda para ampliar sua base no Congresso Nacional, o parlamentar disse ter “vontade de vomitar”.

Camilo Santana chega a 85% de aprovação do Ceará

É a maior aprovação de Governo, superior aos 80% alcançados pelo petista em outubro de 2018

Brasil 247, 12/07/2020
8Camilo Santana (Foto: Divulgação)

O governador do Ceará Camilo Santana, do PT, reeleito com a maior votação do país, 79,96% dos votos, bateu mais um recorde esta semana. Pesquisa de avaliação de Governo aponta que Camilo alcança 85% de aprovação dos cearenses, contra 11%, que desaprovam a gestão. É a maior aprovação de Governo, superior aos 80% alcançados pelo petista em outubro de 2018.

A pesquisa aponta ainda que na capital, Fortaleza, Camilo é aprovado por 79%, ante 16% que desaprovam, e em algumas regiões cearenses, a aprovação do governador supera os 90%.

A atuação de Camilo Santana durante a pandemia também é aprovada por esmagadora maioria dos cearenses: 81%, ante 13% de desaprovação.

Em sua segunda gestão, Camilo Santana enfrentou algumas crises, como a guerra contra as facções, ano passado, e o motim de PMs este ano, movimento que provocou explosão de violência no estado, mas que foi sufocado por Camilo, que não aceitou dar anistia aos policiais envolvidos.

A pandemia do coronavírus é a terceira grande crise enfrentada. O estado tem sido um dos primeiros em número de casos, mas vem conseguindo reduzir os indicadores nas últimas semanas, e já iniciou o processo de retomada econômica.

PF e MP encontram elos entre Capitão Adriano e acusado de matar Marielle

  Garage Store, concessionária localizada na Barra da Tijuca, no Rio Imagem: Reprodução

RESUMO DA NOTÍCIA

Relatório da PF e do MP-RJ aponta que chefe do Escritório do Crime fazia transações com concessionária de luxo no Rio 

Local foi alvo de pesquisas na internet feitas por Ronnie Lessa e era frequentado por homem de confiança dele 

Documento aponta também ligações entre homens subordinados a Lessa e Adriano 

Concessionária nega que tenha feito qualquer tipo de transação com milicianos 

Relatório conjunto da PF (Polícia Federal) e do MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) afirma que o falecido chefe do Escritório do Crime Adriano Magalhães da Nóbrega usava uma concessionária de luxo na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio, para vender e comprar carros. O local foi alvo de pesquisas na internet feitas por Ronnie Lessa, acusado de matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, e era frequentado por um homem de confiança dele, preso por desaparecer as armas do policial militar da reserva.

"O estabelecimento Garage Store é suspeito de transacionar com Adriano da Nóbrega, alvo da Operação Intocáveis, e foi pesquisado por Ronnie Lessa junto à ferramenta Google", lê-se no documento obtido com exclusividade pelo UOL (veja abaixo fac-símile de outro trecho).

A Garage Car Store vende carros de luxo, novos e usados, e com blindagem. Um dos donos da concessionária afirma que nunca fez qualquer tipo de transação comercial com Adriano ou Lessa e que ninguém ligado ao local foi chamado a prestar esclarecimentos às autoridades (leia mais abaixo). 

Ainda de acordo com o mesmo documento, homens ligados a Lessa e Adriano se conheciam e frequentavam as mesmas festas.

Conhecido como Capitão Adriano, o chefe da milícia que agia nas comunidades de Rio das Pedras e de Muzema, na zona oeste do Rio, foi morto em uma operação policial no interior da Bahia, em fevereiro deste ano.

Imagem:Arte/UOL.

Ronnie Lessa e Adriano Magalhães da Nóbrega se conheceram quando atuavam na Polícia Militar do Rio de Janeiro. Ambos passaram pelo Bope (Batalhão de Operações Especiais) e atuaram ilegalmente como seguranças para bicheiros cariocas.

Em agosto de 2018, Adriano prestou depoimentos à DH (Delegacia de Homicídios) da Capital a respeito das mortes de Marielle e Anderson. Ele disse não se recordar onde estava no momento do atentado. A respeito de Lessa, afirmou apenas "conhecê-lo da Polícia Militar", sem entrar em detalhes.

Ronnie Lessa foi preso em março de 2019, quando deixava o condomínio em que morava na Barra da Tijuca em um carro blindado. 

O relatório foi assinado por um investigador da PF e por um policial civil cedido ao Gaeco (Grupo Atuação Especial contra o Crime Organizado) do MP-RJ, e finalizado dias depois da prisão do PM da reserva.

Homem de Lessa frequentava local 

Homem de confiança de Lessa, o autointitulado empresário Márcio Mantovano, preso por participar da operação que jogou ao mar armas do PM da reserva, era frequentador da Garage Store, como mostram fotos publicadas em seu perfil no Instagram e que constam no documento da PF e do MP-RJ.

Montovano, preso por envolvimento
no caso Marielle Franco, do PSOL
Mantovano, conhecido como Márcio Gordo, produziu uma festa na casa de um lutador de MMA, na qual compareceu o miliciano Leonardo Augusto de Medeiros, o MAD, afirma-se no relatório. 

MAD foi preso no último dia 30 de junho, em uma operação que o apontou como o novo chefe do Escritório do Crime, após a morte de Capitão Adriano. Ele foi citado em uma gravação telefônica descoberta pela PF como um dos reais assassinos da vereadora do PSOL e de seu motorista.

O miliciano tentou invadir um apartamento de Lessa na zona norte do Rio, horas depois de o policial militar ser preso pela acusação de matar Marielle e Anderson. 

No dia seguinte, Márcio Gordo e outras pessoas ligadas a Lessa conseguiram retirar armas do PM reformado do local e jogaram em alto mar. A suspeita da Polícia Civil é que o armamento usado no atentado contra Marielle estava entre o material descartado. 

A PF e o MP-RJ apontam no relatório outro elo entre Márcio Gordo e homens ligados a Adriano. Ele é morador da Tijuquinha, comunidade da zona oeste do Rio dominada pela milícia do major da Polícia Militar Ronald Paulo Alves Pereira, braço direito do falecido chefe do Escritório do Crime.

Rede de relações 

A Polícia Civil do Rio descartou o envolvimento de MAD no atentado que vitimou Marielle e Anderson, pois ele teria participado de outro homicídio naquela mesma noite: Marcelo Diotti da Mata morreu com tiros de fuzil em um estacionamento na Barra da Tijuca. 

Marcelo Diotti da Mata era casado com a ex-mulher do ex-vereador Cristiano Girão. Girão perdeu o mandato e cumpriu pena por chefiar uma milícia na Gardênia Azul, na zona oeste do Rio. Ele foi um dos principais alvos da CPI das Milícias, presidida pelo então deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), que era assessorado por Marielle, à época. 

Em um relatório de inteligência, o MP-RJ aponta Ronnie Lessa como chefe da milícia que domina, atualmente, a Gardênia Azul. 

Toda essa intrincada rede de relações descrita acima ainda não foi esclarecida pelas autoridades.

Outro lado 

A defesa de Ronnie Lessa não comentou as informações do relatório.

Ronnie Lessa é acusado de matar Marielle Franco e
Anderson Gomes
Imagem: Marcelo Theobald/Agência O Globo
Por telefone, um homem identificado como Bruno e que respondeu pela Garage Store afirmou que a concessionária nunca fez qualquer negócio com Ronnie Lessa ou com Adriano Magalhães da Nóbrega. 

"Adriano, eu só conheço de informações do noticiário. Ronnie Lessa, eu nunca vi. Não sei se é preto, se é branco, se é roxo." 

Bruno confirmou que Márcio Mantovano frequentava o estabelecimento, mas afirmou que ele nunca comprou um carro na concessionária. "Ele não teria cacife pra isso." 

Questionado se ele e outros proprietários foram chamados a prestar esclarecimentos à Polícia Civil ou ao MP-RJ, Bruno negou. 

O UOL fez questionamentos à Polícia Civil, que respondeu que "o caso permanece sob sigilo". Já o MP-RJ ainda não respondeu à reportagem até o presente momento.

Novo ministro da Educação afirma que universidades ensinam "sexo sem limites"...

Ele acredita na "guerra cultural", como Abraham Weintraub?


Conversa Afiada, 12/07/2020
   Reprodução

A nomeação do professor e pastor presbiteriano Milton Ribeiro para assumir o ministério da Educação é considerada uma vitória da bancada evangélica e da ala conservadora do congresso.

Apesar de ser ex-vice-reitor da Universidade Mackenzie, de São Paulo, Ribeiro também é um nome querido pelo chamado "setor ideológico" do governo Bolsonaro - o grupo mais reacionário, por vezes alinhado ao guru Olavo de Carvalho, engajado em uma dita "guerra cultural" contra os avanços da sociedade.

Neste sábado 11/VII perfis nas redes sociais desenterraram um vídeo gravado durante um culto em 2018, no qual o ministro afirma que "as universidades" (sem especificar quais) ensinam "práticas totalmente sem limites do sexo".

Neste vídeo, conheça um lado do novo gestor da educação brasileira: Novo ministro da Educação diz que universidades ensinan sexo 

Por essa, vê-se que Milton Ribeiro não é tão diferente do ex-ministro Abraham Weintraub, que afirmava que as universidades públicas escondiam latifúndios de maconha e laboratórios de metanfetamina em meio às salas de aula.

Em outro vídeo, de abril de 2016, com o título "A Vara da Disciplina", ele defende o uso da dor para disciplinar crianças.

"A correção é necessária para a cura", diz o pastor. E continua: "deve haver rigor, severidade. E vou dar um passo a mais, talvez algumas mães até fiquem com raiva de mim: deve sentir dor". Confira no vídeo Novo ministro da Educação já defendeu punição física para crianças

Em tempo: Milton Ribeiro deletou ambos os vídeos de seu canal...

Rede Globo deve pedir perdão ao povo brasileiro

"É impossível avaliar o atual cenário político sem apontar as responsabilidades da Rede Globo com este quadro trágico. Globo, Lava Jato e o governo Bolsonaro integram um mesmo e único processo de esmagamento do projeto democrático dos governos petistas", diz o colunista Milton Alves

Brasil 247, 12/07/2020

 Lula, William Bonner e Renata Vasconcellos (Foto: Brasil247 | Reprodução)

O artigo “É hora de perdoar o PT” do articulista Ascânio Seleme no jornal O Globo, neste sábado (11), apresenta argumentos em defesa da necessidade de um “pedido de perdão” ao Partido dos Trabalhadores. Segundo Seleme, o PT já foi punido com o impeachment da presidente Dilma Rousseff, em 2016, e castigado com a prisão de Lula e de outros destacados líderes da legenda.

O jornalista reconhece a força e relevância do partido quando diz: “Esse agrupamento político, talvez o mais forte e sustentável da história partidária brasileira, tem que ser readmitido no debate nacional. Passou da hora de os petistas serem reintegrados. Ninguém tem dúvida de que os malfeitos cometidos já foram amplamente punidos. O partido teve um ex-presidente e seu maior líder preso e uma presidente impedida de continuar governando”.

Porém o articulista continua sustentando a narrativa da participação do PT no esquema que ele chama de “roubalheiras”, com “desvios de dinheiro público nas gestões de Lula e Dilma”. Ascânio ainda desenvolve um argumento de cínica benevolência quando afirma que o petismo não é o malufismo. Quanta consideração do Sr. Ascânio ao PT!

Ascânio mais adiante também afirma “que o ódio dirigido ao PT não faz mais sentido e precisa ser reconsiderado se o país quiser mesmo seguir o seu destino de nação soberana, democrática e tolerante”.

O que articulista não diz que foi exatamente a Rede Globo a patrocinadora e condutora de uma violenta campanha de ódio contra um partido e uma governante eleita de forma legítima, após a derrota do então candidato preferido da família Marinho nas eleições presidenciais de 2014. A Rede Globo atuou como uma coluna avançada na ofensiva golpista contra presidenta Dilma, estimulando os movimentos de rua e o golpe parlamentar – com um impeachment sem crime de responsabilidade.

A campanha da Globo pela destruição do PT foi mais além após a queda da presidenta Dilma. O alvo do grupo de comunicação da família Marinho passou a ser o ex-presidente Lula, que foi vítima de uma orquestrada e sem precedente ação de lawfare, o que culminou com a sua prisão em 2018 pela fraudulenta e criminosa operação Lava Jato.

Com Lula preso, o PT criminalizado pelo ex-juiz Sérgio Moro, os petistas demonizados, a Globo facilitou o caminho para a vitória de Jair Bolsonaro, inaugurando um período político de retrocesso democrático, de desmonte do estado nacional e de desastre econômico e sanitário no país.

É impossível avaliar o atual cenário político sem apontar as responsabilidades da Rede Globo com este quadro trágico em que o Brasil mergulhou. Globo, Lava Jato e o governo Bolsonaro integram um mesmo e único processo de contenção e esmagamento do projeto democrático e de inclusão social representado pelos governos petistas. Foi contra isso que o andar de cima se levantou com todo apoio da Rede Globo.

A Globo deve mais um pedido de perdão ao povo brasileiro. Será que vai demorar quarenta anos para reconhecer o novo erro? Tempo que levou para fazer a autocrítica pelo apoio dado ao golpe militar de 1964…

Milton Alves é jornalista e sociólogo, ativista político e social. Autor do livro ‘A Política Além da Notícia e a Guerra Declarada Contra Lula e o PT’ (Kotter Editorial).