sábado, 20 de janeiro de 2018

Dilma: eu já sabia que Aécio era playboy, mas não tão ladrão assim


Derrubada pelo golpe liderado pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG), em parceria com Eduardo Cunha, condenado a mais de 15 anos de prisão, a presidente deposta Dilma Rousseff afiou as garras contra o parlamentar mineiro, contra quem pode disputar uma vaga no Senado, em 2018.

“Minha filha, quem é que não sabia quem era Aécio, pô? Fui presidente da República, você acha que não tenho uma avaliação do Aécio? Não sabia que ele era tão ladrão, mas que ele era superficial, irresponsável, playboy, inconsequente, e que a mídia o protegia, eu sabia", afirma.

O responsável direto pela destruição da democracia brasileira, Aécio é investigado em mais de nove inquéritos, acusado de receber propinas de mais de R$ 50 milhões de várias empreiteiras. Blindado, ele virou o símbolo da impunidade no Brasil.

Tratamento medieval a Sergio Cabral enfraquece Lava Jato


"O tratamento medieval que a Polícia Federal dispensou ao ex-governador Sergio Cabral nesta sexta-feira (19), com algemas nos punhos e correntes nos pés, só fragiliza a Operação Lava Jato. Porque investigação de qualidade e polícia de primeira linha não desviam um milímetro da legalidade nem afrontam a dignidade do preso, prevista na legislação", avalia o jornalista Mario Cesar Carvalho.

sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

A Lava Jato não se contenta em punir, seu objetivo é ultrajar


"Quero me ater ao tratamento – discriminatório, abusivo e desnecessário – dado ao cidadão Sérgio Cabral ao chegar no IML do Paraná. Abatido, cambaleante, ele mal conseguia andar, algemado nas mãos e nos pés pelos policiais federais, certamente em cumprimento à determinação do juiz responsável pela decisão, Sergio Moro", escreve o jornalista Ricardo Bruno em artigo no 247.

"Há que se separar a punição prevista em lei da vingança pura e simples. O Estado pune estritamente dentro da lei. O aparelho estatal não pode se transformar num instrumento para vendetas tampouco para demonstrações públicas de afirmação de poder", argumenta Ricardo Bruno.

quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

Belluzzo desmonta o Lego do FHC!


O 1% exige a aceleração histérica das políticas que empobrecem o pobre!

Conversa Afiada, 18/01/2018

O Conversa Afiada reproduz da Carta Capital excelente artigo do professor Luiz Gonzaga Belluzzo sobre como o 1% se lambuza no "populismo":

Em entrevista recente ao Estadão, o ex-presidente Fernando Henrique valeu-se da expressão “populismo” para estigmatizar os eleitores dos adversários. 

Meu professor de Sociologia juntou-se à turma que manda e desmanda no mundo da globalização, sempre empenhada em desqualificar a moçada que sobrevive no prejuízo. Encarapitados nos píncaros reservados ao 1% da distribuição de renda e riqueza, os homens bons lançam mensagens de menosprezo aos que labutam no vale de lágrimas. 

Populismo é uma palavra sem conceito que exala preconceito. Ela pretende dizer que os “esclarecidos” decidem de maneira racional, não por interesse próprio. Dizem que os desvalidos e os mais pobres atacam os orçamentos na defesa de seus interesses. 

Já, os sábios do andar de cima e seus especialistas, esses não, eles encarnam a racionalidade, exercida do alto de seus escritórios almofadados. Sem essa e mais aquela, eliminam a contraposição de interesses e vão jogar Lego com as hipóteses ridículas sobre a economia e a sociedade, não é assim professor Fernando Henrique? 

O filósofo italiano Bifo Berardi não deixa barato: “A palavra populismo, muito usada nesses tempos, é uma fraude. Não explica coisa nehuma.“ 

Bifo vai mais fundo para diagnosticar os desencontros entre as visões dos iluminados e os desvios dos obscurantistas-populistas. 

“A soberania popular, enquanto faculdade de governar a vida social está irremediavelmente perdida porque, em uma era de aceleração da hipercomplexidade, a vontade popular é impotente diante dos automatismos técnicos e línguisticos que a sociedade não pode obstar.” 

Continuo dialogando com Berardi, sem aspas. 

Concordamos: na cena global, movem-se hoje dois atores: a abstração globalizante e os corpos aprisionados no espaço jurídico- político dos territórios nacionais. Incapaz de desfrutar da universalidade, a corporeidade da massa “populista” conflita com a abstração produzida pelo cérebro financeiro. A aceleração do tempo produz o amesquinhamento do espaço onde sobrevivem os mortais de carne e osso. 

A abstração dos mercados, no entanto, tem forças para adaptar seu código aos desatinos do corpo dos pobres mortais (ou dos mortais pobres?). Em suas metamorfoses camaleônicas, os mercados reagiram favoravelmente à vitória de Trump. Wall Street é perfeitamente compatível com o nazismo, como ensina a história. 

O modelo neoliberal continua a se impor mediante seus automatismos, a despeito da dissolução do consenso. As camadas dominantes e rentistas, depois de lançarem a economia mundial do colapso, exigem uma aceleração histérica das políticas perversas e portadoras de mais desigualdade.

As novas formas financeiras contribuíram para aumentar o poder das corporações internacionalizadas sobre grandes massas de trabalhadores, permitindo a “arbitragem” entre as regiões e nivelando por baixo a taxa de salários. 

As fusões e aquisições acompanharam o deslocamento das empresas que operam em múltiplos mercados. Esse movimento não só garantiu um maior controle dos mercados, mas também ampliou o fosso entre o desempenho dos sistemas empresariais “globalizados” e as economias territoriais submetidas à regras jurídico-politicas do Estados Nacionais. A abertura dos mercados e o acirramento da concorrência coexistem com a tendência ao monopólio e debilitam a força dos sindicatos e dos trabalhadores “autônomos”, fazendo periclitar a sobrevivência dos direitos sociais e econômicos, considerados um obstáculo à operação das leis de concorrência.

Nesse ambiente darwinista, são cada vez mais frequentes as arengas dos economistas, sacerdotes da religião dos mercados, contra as tentativas dos simples cidadãos e cidadãs de barrar a marcha do Moloch insaciável e ávido por expandir o seu poder. A gritaria dos sábios das finanças é desferida contra os "desvios" da política, contra os surtos de "populismo". 

Escabroso em sua simplicidade, tal arremedo de inteligência imagina que o debate econômico se desenvolve em um ambiente a-histórico, movendo-se eternamente entre a racionalidade dos economistas e o populismo das urnas. Essa gerinconça intelectual reproduz a obsessão dos conservadores de todos os tempos e lugares com o “vício” populista dos governos que arriscam políticas sociais.

Quando um sábio ou magano da finança e da economia saca do coldre a palavra populismo, meus ouvidos traduzem “é um assalto”. Levanto os braços imediatamente diante das ameaças do agente racional engomado.

quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Cerveró cita propina de US$ 100 milhões ao governo FHC em venda de empresa

De Brasília11/01/2016

Geraldo Bubniak/AGB/Estadão Conteúdo

O ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, um dos delatores da Operação Lava Jato, afirmou que a venda da empresa petrolífera Pérez Companc envolveu uma propina ao Governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2003) de US$ 100 milhões. As informações, que foram divulgadas pelo jornal Valor Econômico, constam de documento apreendido no gabinete do senador Delcídio Amaral (PT-MS), ex-líder do governo no Senado.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirma que declarações "vagas como essa, que se referem genericamente a um período no qual eu era presidente e a um ex-presidente da Petrobras já falecido (Francisco Gros), sem especificar pessoas envolvidas, servem apenas para confundir e não trazem elementos que permitam verificação".

O papel apreendido é parte do resumo das informações que Cerveró prestou à Procuradoria-Geral da República antes de fechar seu acordo de delação premiada. O documento foi apreendido no dia 25 de novembro, quando Delcídio foi preso sob acusação de tramar contra a Operação Lava Jato. O senador, que continua detido em Brasília, temia a delação de Cerveró.

Neste documento, o ex-diretor não explica para quem teria ido a suposta propina ou quem teria feito o pagamento. Cerveró citou o nome "Oscar Vicente", que seria ligado ao ex-presidente argentino Carlos Menem (1989-1999).

"A venda da Pérez Companc envolveu uma propina ao Governo FHC de US$ 100 milhões, conforme informações dos diretores da Pérez Companc e de Oscar Vicente, principal operador de Menem e, durante os primeiros anos de nossa gestão, permaneceu como diretor da Petrobrás na Argentina", relatou Cerveró.

Em outubro de 2002, a Petrobras comprou 58,62% das ações da Pérez Companc e 47,1% da Fundação Pérez Companc. Na época, a Pecom, como é conhecida, era a maior empresa petrolífera independente da América Latina. A Petrobras, então sob o comando do presidente Francisco Gros, pagou US$ 1,027 bilhão pela Pérez Companc.

No documento, o ex-diretor citou valores que teriam feito parte da negociação. "Cada diretor da Pérez Companc recebeu US$ 1 milhão como prêmio pela venda da empresa e Oscar Vicente, US$ 6 milhões. Nós juntamos a Pérez Companc com a Petrobras Argentina e criamos a PESA (Petrobras Energia S/A) na Argentina."

Cerveró já foi condenado na Lava Jato. Em uma das ações, o juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações da operação na primeira instância, impôs 12 anos e 3 meses de prisão para ex-diretor da Petrobras. Em sua primeira condenação, Cerveró foi condenado a 5 anos de prisão pelo crime de lavagem de dinheiro na compra de um apartamento de luxo em Ipanema, no Rio.
Defesa

"Não tenho a menor ideia da matéria. Na época o presidente da Petrobras era Francisco Gros, pessoa de reputação ilibada e sem qualquer ligação político- partidária. Afirmações vagas como essa, que se referem genericamente a um período no qual eu era presidente e a um ex-presidente da Petrobras já falecido, sem especificar pessoas envolvidas, servem apenas para confundir e não trazem elementos que permitam verificação", afirmou Fernando Henrique Cardoso.

Dilma prega “tolerância” e “paz” para enfrentar crise


Presidente afirma que em momento de crise política e econômica, como o atual, "é necessário que a gente repita a importância da tolerância" no País.

"A pacificação da sociedade é muito importante. Não haver violência sob a forma que ela eventualmente possa assumir, mas ter um quadro de paz é fundamental, principalmente para os governos, que precisam de paz para que possamos ter condições de enfrentar a crise e retomar o crescimento", afirmou em discurso durante cerimônia no Palácio do Planalto que regulamentou lei que prevê cirurgias reparadoras a mulheres vítimas de violência pelo SUS

TRF-4 vai fingir que ainda tem provas para condenar Lula?


"A partir do documento de penhora da juíza Luciana de Oliveira ficou mais difícil para o TRF-4 ignorar a ausência de qualquer prova para condenar Lula pelo triplex", escreve Paulo Moreira Leite, articulista do 247. "Está na cara que a sentença de 9 anos e meio de prisão está longe de representar uma conclusão 'acima de qualquer dúvida razoável', como manda a tradição jurídica do país". 

Reconstruindo a denúncia sobre o triplex, PML lembra que "é fácil apontar tropeços típicos de uma apuração na qual o viés político sempre ficou acima dos fatos. A novidade é que, com a descoberta da penhora, não há mais caminho jurídico nem lógico para sustentar a sentença de Moro".

Tribunal divulga documento que prova inocência de Lula


Acaba de ser publicado o documento que prova, de forma cabal, a inocência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva; trata-se do termo de penhora do famoso "triplex do Guarujá"; com data de 5 de dezembro de 2017.

De acordo com a decisão da juíza Luciana Oliveira, o imóvel, que nunca foi de Lula e pertencia à OAS, passa a ser agora da empresa Macife, credora da empreiteira que faliu em razão da Lava Jato.

Em Curitiba, o juiz Sergio Moro condenou Lula, o maior líder político da história do Brasil, a nove anos e meio de prisão alegando que ele foi beneficiado por reformas em um imóvel que não lhe pertence.

Agora, três desembargadores gaúchos – João Pedro Gebran, Victor Laus e Leandro Paulsen – estão sendo pressionados pela Globo a confirmar a sentença, mesmo diante de um documento que prova a inocência de Lula. Resta saber o que eles farão?

Tá na cara: Derziê, o homem de Temer, substituiu Geddel no esquema da Caixa


"O governo Temer é um campo minado. Onde cavar, sai água podre. Roberto Derziê Santana, um dos quatro vice-presidentes da CEF que relutou em afastar e só o fez temporariamente, em claro movimento de autoproteção, é homem de sua proximidade e confiança", escreve Tereza Cruvinel.

"A nova investigação em curso na CEF sugere que Derziê passou a fazer o papel antes desempenhado por Geddel Vieira Lima, que informava Eduardo Cunha dos pleitos de empresários que seriam achacados e lhes pagariam propinas", ressalta a jornalista.

domingo, 14 de janeiro de 2018

Ação da PF que motivou suicídio de Reitor não cega a lugar nenhum


Deflagrada há quatro meses, a Operação Ouvidos Moucos, da Polícia Federal, não chegou a lugar algum e os policiais pediram mais 90 dias para concluir o inquérito.

O caso se tornou notório porque motivou o suicídio do reitor Luiz Cancellier, preso injustamente e afastado da Universidade Federal de Santa Catarina, sem que tenha cometido qualquer irregularidade.

Mártir dos tempos atuais, marcados pelo arbítrio e pelo fim de garantias constitucionais, Cancellier poderá dar nome à lei contra abusos de autoridade.