quinta-feira, 19 de outubro de 2017

STJ concede habeas corpus e Nuzman será solto

© Foto: Mauro Pimentel/AFP Carlos Nuzman.

A 6.ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) mandou soltar o ex-presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Carlos Arthur Nuzman. O executivo foi preso na segunda fase da Operação Unfair Play – desdobramento da Lava Jato que investiga a compra de votos para a escolha do Rio como sede olímpica.

Os ministros do STJ decidiram que Nuzman não pode sair do País, não pode ter acesso à sede do COB e nem do Comitê Rio 2016, não pode entrar em contato com os demais corréus, fica afastado de suas atividades e deve comparecer à Justiça sempre que intimado.

A relatora do caso é a ministra Maria Thereza de Assis Moura.

Segundo a força-tarefa da Lava Jato, o grupo do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) comprou o voto do ex-presidente da Federação Internacional de Atletismo Lamine Diack por US$ 2 milhões, por meio de seu filho Papa Diack. O pagamento teria sido feito por meio da empresa Matlock Capital Group, do empresário Arthur Soares, o ‘Rei Arthur’.

Nesta quarta-feira, 18, Nuzman foi denunciado pelo Ministério Público Federal por corrupção e organização criminosa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. São acusados ainda o ex-diretor de operações e marketing do COB Leonardo Gryner; o ex-governador Sérgio Cabral, o empresário Arthur Soares e os senegaleses Papa Massata Diack e Lamine Diack por corrupção. Gryner também foi denunciado por organização criminosa.

De acordo com a denúncia, Cabral, Nuzman e Leonardo Gryner solicitaram diretamente a Arthur Soares e aceitaram promessa de vantagem indevida a outras pessoas, os senegaleses Papa Diack e Lamine Diack, consistente no pagamento de US$ 2 milhões para garantir votos para o Rio de Janeiro na eleição da cidade-sede dos Jogos Olímpicos de 2016, o que configura corrupção passiva.

A denúncia equipara Nuzman e Gryner a funcionários públicos, uma vez que tanto o COB quanto o Comitê Organizador dos Jogos receberam e eram gestores de verbas públicas e exerciam, por delegação, uma atividade típica de Estado: o desporto. Além disso, a Lei Pelé (Lei nº 9.615/98), determina que compete ao COB representar o país em eventos olímpicos, pan-americanos e outros de igual natureza.

“A despeito de tratar-se de uma ‘pessoa jurídica de direito privado’, o Comitê Olímpico Brasileiro, por meio de seus dirigentes, representa a República Federativa do Brasil em eventos esportivos internacionais, recebe verba pública (que representa a maior parte de seu orçamento) e, ainda, exerce uma atividade típica da Administração Pública Federal ao fomentar e organizar as atividades desportivas olímpicas no Brasil”, explicam na denúncia os procuradores da República integrantes da Força Tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro. “Onde existe verba pública, existe dever de probidade e existe a responsabilidade daqueles que a gerem, podendo, portanto, ser responsabilizados quando atuarem em contrariedade ao que determina a lei”, completam.

Nuzman e Gryner também teriam infringido dever funcional ao conceder desconto, mesmo diante de descumprimento de contrato, por parte do hotel LSH Barra Empreendimentos Imobiliários SA (LSH Barra Hotel). O ex-presidente do COB ainda é acusado de dissimular a propriedade e a origem de 16 quilos de ouro, no valor de R$ 1.495.437,63, mantidos em cofre na Suíça.

Secretária de Temer diz que mudança no combate ao trabalho escravo é 'retrocesso inaceitável'

Flavia Piovesan cobra revogação da nova portaria do governo Temer

Folha/MARIANA SCHREIBER DA BBC BRASIL17/10/2017 18h25

A Secretária Nacional de Cidadania, Flávia Piovesan, disse à BBC Brasil que as mudanças que acabam de ser adotadas pelo governo de Michel Temer no combate ao trabalho escravo são um "retrocesso inaceitável".

Ela, que é também presidente da Comissão Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo (Conatrae), afirmou que o órgão não foi consultado sobre a alteração –e que está "perplexa". "Digo que é inaceitável e que temos que lutar pela revogação dessa portaria em caráter de urgência, porque realmente os danos são acentuados, as violações de direitos são gravíssimas", criticou.

Piovesan ressaltou, ainda, que a portaria é ilegal, pois contraria a Constituição e o Código Penal Brasileiro. Ela afirmou corroborar a orientação do secretário de Inspeção do Trabalho do ministério, João Paulo Ferreira Machado, para que os auditores não sigam as novas regras.

Em choque com o que prevê o Código Penal, a portaria publicada nesta segunda-feira pelo Ministério do Trabalho restringe a definição de escravidão, o que na prática dificulta a libertação de trabalhadores explorados.

Enquanto a legislação penal prevê que qualquer uma dessas quatro situações configuram situação análoga à escravidão –trabalho forçado, servidão por dívida, condições degradantes ou jornada exaustiva–, a portaria exige a presença das duas primeiras para que os auditores possam enquadrar as empresas como exploradores de trabalho escravo.

A portaria estabelece também que as fiscalizações do Ministério do Trabalho agora terão que ser obrigatoriamente acompanhadas pela polícia. Além disso, determina que uma empresa só poderá entrar para a lista suja do trabalho escravo por determinação do ministro do Trabalho, atualmente Ronaldo Nogueira, tirando essa decisão das mãos dos técnicos da pasta.

As mudanças são uma solicitação antiga da bancada ruralista –e ocorrem na semana em que a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara analisa a segunda denúncia contra o presidente Michel Temer no âmbito da operação Lava Jato.

Em nota, o Ministério do Trabalho afirmou que a portaria "aprimora e dá segurança jurídica à atuação do Estado Brasileiro" no combate ao trabalho escravo. "A partir de agora, uma investigação criminal será aberta de forma simultânea à emissão do auto de infração; a Polícia Federal estará inserida nas ações; e as multas terão aumentos que, em alguns casos, chegarão a 500%", disse ainda o posicionamento.

Parte do governo Temer desde o impeachment de Dilma Rousseff, Piovesan sairá em duas semanas para assumir uma vaga na Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).

"A única coisa que posso dizer, nesse ritual de saída de governo, é que eu fiz o meu melhor. Realmente, eu não contive energia. Da minha parte, me posicionei com integridade", disse.

BBC Brasil - Qual sua avaliação sobre as recentes mudanças do governo no combate ao trabalho escravo?

Flávia Piovesan - Fiquei perplexa e surpresa com a publicação da portaria. Na condição de secretária nacional da Cidadania e sobretudo na condição de presidente da Conatrae (Comissão Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo), queria expressar minha profunda preocupação com essa portaria porque ela simboliza retrocessos inaceitáveis na luta pela prevenção, erradicação e fiscalização do trabalho escravo. Lamentavelmente, fomos todos aqui da Conatrae e da secretaria surpreendidos.

Sobre a minha avaliação, em primeiro lugar, a portaria viola frontalmente a Constituição, viola a legislação nacional, o artigo 149 do Código Penal, e os tratados de direitos humanos ratificados pelo Brasil, sobretudo os tratados da OIT (Organização Internacional do Trabalho).

Pela legislação penal brasileira, o trabalho escravo avilta a dignidade humana. E aí que é importante ter inclusive alusão à jornada exaustiva e condições degradantes. São componentes que a nossa legislação prevê, e a portaria vai na contramão e reduz drasticamente o alcance conceitual de trabalho escravo. Ou seja, o trabalho forçado só vai ser caracterizado se houver cerceamento da liberdade.

Não bastando isso, uma segunda preocupação é esvaziar a autonomia dos auditores fiscais, que têm agora que atuar acompanhado da polícia.

A portaria inviabiliza o combate ao trabalho escravo?

Inviabiliza. E até nesse ponto queria aplaudir e dizer que corroboro a manifestação do secretário de Inspeção do Trabalho do ministério (João Paulo Ferreira Machado), que tal como nós expressou a sua perplexidade. Ele pleiteia a revogação e, ao final, orienta os auditores o manter as práticas, afastando a incidência da portaria.

Queria também lembrar que o Brasil foi condenado (pela Corte Interamericana de Direitos Humanos) no caso da fazenda Brasil Verde. Foi o primeiro caso em que houve condenação por afronta ao direito de não ser submetido à escravidão. E, na decisão, a corte expressa a proibição absoluta e universal da escravidão.

Se há direitos humanos relativos, há dois que não são: o direito a não ser submetido à escravidão e à tortura. Nada pode flexibilizar. É absoluto, é irrevogável.

E outro problema é que a nova portaria também coloca em risco a lista suja do trabalho escravo que é um instituto aplaudido reiteradamente pela comunidade internacional na sua efetividade no combate ao trabalho escravo contemporâneo, porque (a portaria) determina que o nome do empregador só vai para o cadastro dos empregadores do trabalho escravo se tiver determinação expressa do ministro do Trabalho. O que é extremamente grave, inaceitável.

Ou seja, por esses argumentos todos, que rogo, faço apelo para a revogação dessa portaria, por todos esses impactos danosos, lesivos ao direito à não submissão ao trabalho escravo, que é um direito absoluto, universal.

Essa portaria denota uma tolerância do atual governo com a escravidão?

Eu teria cautela porque já tive um debate de duas horas com o ministro do Trabalho, justamente porque eu defendi a publicação da lista suja, que no final foi judicializada. Então, o que eu digo é que é inaceitável e que nós temos que lutar pela revogação dessa portaria em caráter de urgência, porque realmente os danos são acentuados, as violações de direitos são gravíssimas.

Seguramente o Ministério Público do Trabalho vai entrar na Justiça. Mas seria bem melhor que houvesse essa revogação.

A que a senhora atribuiria a publicação dessa portaria? Por que o governo está publicando essa portaria?

É claro que numa democracia a gente respeita o outro, e é fundamental isso, mas a nossa secretaria sempre tensionou com a posição sobretudo adotada pelo Ministério do Trabalho. As nossas divergências são expressas. E alcançaram um grau elevado na (interrupção da) publicação da lista suja. Nós tivemos uma audiência de duas horas com o ministro. Então, não saberia dizer.

Acho que sempre há também um lobby forte daqueles que não querem ser responsabilizados pela escravidão contemporânea, mas isso é incompatível com o Estado Democrático de Direito. Nós não podemos acolher esse retrocesso.

Mas por que o governo cede a esses lobbies? É porque ele está alinhado com essas bancadas no Congresso? Ou por que o presidente enfrenta uma denúncia por formação de quadrilha?

A minha sugestão será solicitar uma audiência com o Ministério do Trabalho com uma força tarefa integrada pela OIT, pelo Ministério Público do Trabalho. Veja que há dissidência dentro da casa. Como eu mencionei, o secretário de inspeção do trabalho elaborou essa manifestação, a qual eu corroboro.

Antes de responder essa pergunta, eu teria que ouvi-lo (o ministro do Trabalho). Fico devendo essa.

A senhora mencionou que não foi ouvida, assim como órgãos do governo que estão diretamente ligados a essa questão. De certa forma, não fica a impressão de que esses órgãos do governo estão fazendo papel figurativo?

Eu acho que não. Tenho muito respeito pelo Conatrae e acho que tem exercido papel fundamental.

Nós buscamos, do outro lado, intensificar e articular políticas de combate ao trabalho escravo. Com a ministra Cármen Lúcia (presidente do STF), no Conselho Nacional de Justiça, em dezembro passado, nós lançamos um pacto federativo de prevenção e erradicação do trabalho escravo. Foi assinado por mais de 21 gestores (estaduais) que estão criando, em cada Estado, sua própria Conatrae.

Então, nosso compromisso é absoluto e vamos lutar até o fim. Essa luta começou ontem, quer dizer já houve vários embates, mas creio que ontem abriu-se um novo capítulo.

Como avalia o trabalho do André Rosno, que acaba de ser afastado do cargo de coordenador nacional de fiscalização do trabalho?

Eu presto meu testemunho público: é um profissional extremamente qualificado, com compromisso firme com a erradicação do trabalho escravo. Quando soube, liguei imediatamente para ele e abri as portas dessa secretaria para ele inclusive.

O presidente acaba de sancionar lei que transfere da Justiça comum para a militar o julgamento de homicídios cometidos por militares durante operações especiais de segurança pública em território nacional, medida à qual a senhora também se opunha. A senhora, quando aceitou fazer parte do governo, disse que tinha o objetivo de evitar retrocessos. Está conseguindo?

Como eu digo, o Estado dos direitos humanos é feito por luzes e sombras. Não é uma luta linear, é complexa, difícil, e (está sendo feita) numa das conjunturas mais desafiadoras, que é essa (atual). A única coisa que posso dizer, nesse ritual de saída de governo, é que eu fiz o meu melhor. Realmente, eu não contive energia. Da minha parte, me posicionei com integridade.

Fiz o meu melhor, quase um ato de civismo. Como você sabe, eu não tenho vínculo com qualquer partido político que não com a causa de direitos humanos, e entendo que direitos humanos é uma política de Estado. É por isso que estou aqui até hoje. Sem direitos humanos, não há democracia nem Estado de Direito, e a gente tem que lutar para evitar recuos e retrocessos.

Eu estou na luta. Acho que nosso movimento ganhou algumas batalhas importantes, perdemos outras, mas os resultados são sempre provisórios. Sou uma pessoa esperançosa. Quem está nessa luta tem sobretudo esperança.

Qual sua avaliação sobre o grau de retrocessos desse governo: nenhum, pouco ou muito?

Acho difícil usar (essas classificações) porque a conjuntura é muito complexa, temos o Congresso com a composição mais conservadora que já houve, e como acadêmica sou muito cuidadosa também com tipologias.

Mas o que deixo é meu testemunho de que tentei lutar até o final: forças não me faltaram e desafios não faltaram também até o final.

A senhora falou que ganhou algumas lutas. Quais?

Acho que nós avançamos em alguns tópicos. Lançamos um pacto federativo de prevenção e combate à tortura, os Estados estão sendo fomentados a criar mecanismos e comitês de combate à tortura.

Estamos finalizando o pacto federativo de combate à violência LGBTfóbica. Lançamos o pacto universitário pela promoção de direitos humanos e hoje têm mais de 300 universidades. A Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) lançou um edital de pesquisa de R$ 1 milhão para fomentar pesquisa nessa área.

Fizemos campanhas pela diversidade sexual. Estamos lançando agora uma publicação importante sobre trabalho escravo, falando do impacto dessa sentença (da Corte Interamericana de Direitos Humanos) que condenou o Brasil, pois eu sempre vejo condenações internacionais como um convite construtivo para que o Brasil aprenda e possa avançar.

Então, da nossa parte, do nosso modo, tentamos, num período tão complexo, dar uma contribuição.

Pensando bem


Cartinha de Aécio 'tocou' plenário do Senado A cartinha de Aécio Neves (PSDB-MG) "tocou" o plenário do Senado que, esta noite, por 44 votos a 26, salvou o tucano da degola. Líder do golpe que derrubou Dilma Rousseff, o tucano Aécio Neves foi flagrado em áudios pedindo propina para a JBS. Um primo dele chegou a ser preso por carregar uma mala de dinheiro para o senador.

É o golpe, estúpido!...É ingenuidade imaginar que o recuo do STF no caso Aécio signifique algo mais do que o óbvio: o Judiciário novamente agiu com a lógica do golpe em curso no país! E continuará fazendo isso o quanto for necessário.

Doria quer mandar os pobres para a lua Segundo Dória, o mesmo composto alimentar possui vários sabores e é consumido por Astronautas em viagens espaciais. Estaria ele planejando enviar os pobres para lua? Para o espaço ele já os mandou há muito tempo.

Carta aberta à ministra Cármen Lúcia sobre a anulação do impeachment Daqui do mundo da maioria, do mundo do trabalho e da produção, presidenta Cármen, temos a clara percepção de que a senhora e seu STF abandonaram o povo brasileiro e a justiça com verdade.

Todo cidadão decente deve exigir anulação do impeachment É exigível que cada cidadão consciente, honesto e democrático apoie a luta da ex-presidente Dilma para recuperar seu mandato. E mesmo se o STF não cumprir sua obrigação, nós cumpriremos a nossa.

Adeus, querido Diferentemente de quem ele acusou para gerar instabilidade no país, há provas robustas do envolvimento do tucano no recebimento de propinas da JBS.

Filhos de senador são condenados por desmatar área equivalente a 490 Maracanãs O pai dos requeridos também já foi denunciado por desmatamento ilegal de 163 hectares, mas no Supremo Tribunal Federal, a ministra Cármen Lúcia determinou o arquivamento do inquérito por prescrição.

O caldo da violência continua engrossando E enquanto o tráfico de drogas e de armas não for combatido nas suas origens, que não é a favela, a violência nunca acabará e continuará se abatendo, como sempre o foi, contra o morador inocente ou o simples usuário de droga.

A fantástica imunidade branca de Aécio Neves Ao longo da última década, foi uma infinidade de processos arquivados ou prescritos do tucano, que continua a exercer um dos maiores cargos da República e disputou de forma muito competitiva o maior cargo do país em 2014.

Viva a Venezuela livre Presto mais uma vez minha solidariedade ao corajoso povo venezuelano e ao Chavismo. No Brasil devemos aprender com as eleições de lá: quando o povo realmente quer conquistar sua liberdade e seus direitos ninguém consegue impedir que isso finalmente aconteça.

Justiça às avessas Que país é este em que mulheres defendem quem faz apologia do estupro e condenam quem ergue a voz em prol da dignidade das vítimas?

O debate em torno do 'Estado de Exceção' no Brasil Os senhores parlamentares não se dão conta do fosso cada vez maior que se levanta contra a sociedade e a instituição política, responsável pela produção legislativa brasileira. Num espetáculo de corporativismo explícito, os nobres parlamentares vão cavando a sua própria sepultura, enquanto mandatários da soberania popular.

Progredir – de novo só o nome é claro que não bastaria a esse governo ser desonesto e copiar o projeto de Lula sem o devido crédito. Seria de se esperar, como tem sido de costume, que o atual governante ainda piorasse o programa. Assim como fez com as alterações no Fies (Fundo de Financiamento Estudantil), o principal objetivo das mudanças é transferir dinheiro público para gerar lucro para os bancos.

O incrível país que não acredita que sofreu um golpe Após um ano, com provas cada vez mais robustas de que Temer foi o desvio aberto por corruptos ao caminho da impunidade, ainda é mais quem nega o espúrio acordo nacional com o STF, com tudo, que motivou a ruptura democrática.

O esbulho é com a água Povo brasileiro, em pouco tempo você terá sede, morrerá pela falta d’água, abundante em nosso Brasil. Saia do conforto desta ignorância. Vá a luta, por você, seus filhos, seus netos. Ninguém virá defendê-lo, se você mesmo não for capaz.

Leda Paulani: Como consultores e a mídia distorcem informações para criar clima de recuperação econômica

Viomundo, 18 de outubro de 2017 às 20h00

A imprensa e a ‘badalada’ recuperação da economia


Como (e por que) a imprensa, ignorando números e indicadores, passou do terrorismo midiático sobre a economia durante o governo Dilma Rousseff para um inabalável otimismo após a sua destituição? Qual a real situação da economia no Brasil pós-golpe?
Leda Paulani (professora da USP e ex-secretária Municipal de Planejamento da cidade de São Paulo) e Márcio Pochmann (professor da Unicamp, ex-presidente do Ipea e presidente da Fundação Perseu Abramo) debateram o tema no Barão de Itararé, em São Paulo.

Segundo Paulani, dois semestres seguidos de crescimento, ainda que minúsculo, foram o suficiente para que o ministro da Fazenda Henrique Meirelles declarasse que “o país está superando a recessão”. As manchetes da mídia corporativa bateram bumbo na mesma direção.

A professora lembra que, diante da maior recessão da História do Brasil, qualquer índice positivo agora é sobre uma base bastante deprimida.

Ela opina que o crescimento de 1% no primeiro trimestre deveu-se acima de tudo a uma safra extraordinária. No segundo trimestre, o crescimento de 0,2% deveu-se, segundo Paulani, especialmente ao uso dos saques do FGTS, que geraram maior consumo das famílias e também foram direcionados ao pagamento de dívidas junto ao sistema financeiro.

A professora afirma que a mídia não enfatiza outros dados muito mais preocupantes sobre a economia: a queda da taxa de investimento, do crescimento da indústria e dos gastos do governo, que permitem fazer projeções de médio prazo.

Leda Paulani estranha que os especialistas ouvidos pela mídia falem em crescimento de 1% do PIB em 2017.

Para que isso aconteça, a economia teria de crescer 2% no terceiro trimestre e outros 2,5% no último trimestre. “Onde eles são formados? Ou foram cooptados?”, pergunta.

Paulani diz que faz parte do modelo neoliberal “assombrar a sociedade”, com o objetivo de pregar reformas que beneficiam setores específicos da sociedade.

É o caso, agora, da reforma da Previdência, que pelo discurso dos jornais ou acontece, “ou o Brasil quebra”.

O professor Márcio Pochmann destacou a falta de pluralidade na mídia, que replica apenas as opiniões de economistas e consultores ortodoxos.

Num olhar de longo prazo, sentencia: “O Brasil vive uma fase em que seu capitalismo não tem força dinâmica de expansão”.

Retomada (sic) da Economia é voo de galinha!

Brito: é o “governo” da persiana

Conversa Afiada, 18/10/2017

De Fernando Brito, no Tijolaço:

“O Brasil cresceu e vem crescendo”, escreveu Michel Temer em sua carta apelando aos parlamentares para que o poupem da denúncia da Procuradoria Geral da República.

Isso foi na segunda-feira.

Na terça, ontem, o IBGE divulgou os indicadores do setor de serviços (quase 70% do PIB) durante agosto: recuou 1,0% frente a julho, após queda de 0,8% em julho e alta de 1,3% em junho, na série com ajuste sazonal.

Hoje, o Banco Central publicou o seu índice de atividade econômica, o IBC-Br, que veio em queda expressiva de o,38%, também dessazonalizado (isto é, compensando as variações normais características de cada mês).

Embora os comentaristas da grande imprensa pequem cada número timidamente positivo – até porque as bases de comparação a que se referem são desastrosas – o fato é que não existe nenhum processo consistente de recuperação da economia, que está sendo sustentada, basicamente, na ideia de que está se dando por conta da inflação baixa.

E esta, por sua vez, está ancorada em dois setores, ambos com grau imenso de risco de volatilidade: alimentos e câmbio.

O Governo Temer tem apenas duas diretrizes econômicas: cortar e vender.

Nos cortes, esbarra na resistência natural da política em aprovar retirada de direitos e na impossibilidade de retirar mais ainda de uma máquina onde falta tudo, exceto o privilégio de suas castas intocáveis. Ou, ainda mais preciso com o já velho termo do ex-Ministro Antonio Magri: imexíveis.

Nas vendas de patrimônio, reside sua esperança de alavancar investimentos, o que não só é ilusório num país que tem taxas de retorno financeiro tão altas como o nosso, como impossível com a descapitalização do BNDES, forçado a entregar os saldos que tinha em títulos do Tesouro e, portanto, tendo de ser mais avaro do que nunca na aprovação de projetos e desembolsos, além do que estes terão taxas muito mais altas com o fim da TJLP, a Taxa de Juros de Longo Prazo.

Em suma: o resumo da ópera do governo Temer, em matéria econômica é o de fazer caixa, reduzindo o déficit público.

E nisso, é só olhar o aprofundamento dos déficits e os malabarismos que se tem de fazer para alcançá-los, mesmo sendo rombos imensos, para ter ideia de sua “eficiência”.

Ex-governadora Ana Júlia Carepa sai do PT e vai para o PCdoB

DOL, 10/10/2017
Fontes próximas de Ana Júlia asseguram que ela alega estar sem espaço no Partido dos Trabalhadores (Foto: Reprodução/Facebook)

A ex-governadora do Pará, Ana Júlia Carepa, vai sair do Partido dos Trabalhadores (PT) e irá se filiar nos próximos dias ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB). A mudança de legenda será confirmada até o final desta semana.

O presidente estadual do PCdoB, Jorge Panzera, diz que sigla e a ex-governadora estão em conversa há algum tempo.

"Ela é uma liderança política muito respeitada pelo PCdoB e sabemos que ela pode contribuir muito para o estado do Pará. A chegada de Ana Júlia nos interessa", disse Panzera.

Fontes próximas da ex-goveradora, asseguram que o principal motivo para a troca de partido é a falta de espaço de Ana Júlia no PT. Nas eleições de 2014 ela concorreu ao cargo de deputada federal, mas não foi eleita.

Mesmo que ocorra a transferência de partido, Jorge Panzera adianta que nada vai mudar a relação entre PT e PCdoB.

"A relação de aliança entre PT e PC do B prossegue. Sempre formos parceiros", informou.

Uma recepção com a presença do governador Flávio Dino, do PCdoB do Maranhão, para assinar a filiação de Ana Júlia deve ocorrer no próximos dias.

O DOL tenta contato com a ex-governadora, mas ainda não obteve resposta. Neste momento, Ana Júlia se encontra com o deputado estadual Carlos Bordalo, líder do Partido dos Trabalhadores na Asembleia Legislativa

CANDIDATURA 2018

Mesmo que a troca de legenda seja confirmada, o cargo que Ana Júlia Carepa deve disputar na eleição do ano que vem não está definido. Para Panzera, a carreira política de Carepa será considerada.

"A Ana Júlia foi deputada federal, senadora e governadora. Ela tem tamanho, tem liderança e possibilidade para disputar qualquer um desses três cargos", finalizou.

CARREIRA POLÍTICA

Ana Júlia Carepa é funcionária pública concursada do Banco do Brasil e já exerceu os cargos políticos de vereadora e vice-prefeita de Belém. deputada federal, senadora e governadora do Pará, sendo este seu último cargo eletivo.

Passaralho na Globo faz mais de 20 vítimas

A Globo está à venda!

Conversa Afiada, 18/10/2017


Mais de 20 profissionais foram dispensados de três veículos de comunicação mantidos pelo Grupo Globo. Conforme apurado pela reportagem do Portal Comunique-se, as demissões atingem as redações da TV Globo, do SporTV e do site GloboEsporte.com. Na lista, constam nomes de repórteres, apresentadores, produtores e colaboradores de outros departamentos.

Em quantidade, o SporTV é a marca mais afetada. Ao menos 15 funcionários deixam de atuar no “canal campeão”. Funcionária que está na emissora esportiva desde 2004, a apresentadora Vanessa Riche é uma das baixas. Comentarista reconhecido por ser um pesquisador do “futebol caipira”, Luiz Ademar é outro jornalista de saída da emissora, assim como a ex-nadadora Mariana Brochado.

As demissões relacionadas à cobertura esportiva não ficam apenas na emissora especializada. Ex-apresentadora do ‘Esporte Espetacular’ e atual repórter do segmento no Rio de Janeiro, Luciana Ávila encerra o período profissional de 19 anos com o Grupo Globo. Natural de Viçosa (AL), ela passou pela equipe da GloboNews (1998) antes de ser direcionada para o canal da televisão aberta.

Os cortes também atingem um jornalista-executivo que, em duas passagens, soma relação de 30 anos com o Grupo Globo. César Seabra começou na companhia como freelancer do jornal carioca O Globo em 1985 – e permaneceu por lá até 1997, assumindo cargos de repórter, colunista e editor-adjunto. Integrante da turma que lançou o diário esportivo Lance, chegou à TV Globo em 1999 para dirigir a editoria ‘Rio’.

Em 2004, César Seabra assumiu responsabilidade internacional: ser chefe do escritório da GloboNews em Nova York. Deixou os Estados Unidos e a atividade de chefia na GloboNews para voltar ao Brasil – e à editoria de esportes – em 2011. Baseado na TV Globo, assumiu a diretoria de esportes da emissora e, em 2016, passou a assinar como diretor regional de esportes em São Paulo, com a missão de liderar “o projeto piloto de integração entre Globo, Sportv e GE.COM”, destaca o site Memória Globo.

Detalhe é que a integração das áreas de esportes de TV Globo, SporTV e GloboEsporte.Com está diretamente relacionada com as demissões e, consequentemente, o enxugamento do quadro de jornalistas dentro do Grupo Globo. Em nota enviada ao Portal Comunique-se – e a outros veículos -, a equipe de comunicação da empresa afirma que “desde outubro de 2016, quando a área de esportes passou a atuar em um novo modelo organizacional, trabalhamos intensamente para implementar uma estrutura funcional ainda mais dinâmica”.

Questionado sobre a demissão de mais de 20 pessoas, o Grupo Globo fala, por meio de sua assessoria de imprensa, em “ajustes” para criar uma “visão sinérgica”. “O projeto como um todo não nasceu com o objetivo de cortar pessoas e sim de rever a forma de atuação das diferentes áreas que atendem ao Esporte, criando uma visão sinérgica. Os ajustes foram feitos em função de um desenho integrado ideal”, garante a empresa.

(...)

Aécio se diz vítima de "armação"

Já ligou para o Flexa?

Conversa Afiada, 19/10/2017


Do G1:

No primeiro dia após retomar o mandato parlamentar, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou nesta quarta-feira (18) em plenário que é vítima de uma "ardilosa armação", acrescentando que provará a inocência dele. 

(...) "Fui alvo dos mais vis ataques nos últimos dias, mas não retorno a esta Casa com rancor e com ódio. Vim acompanhado da serenidade dos homens de bem e daqueles que conhecem a sua própria história. E a minha história é digna", declarou. (...)

Em tempo: no dia 26 de setembro, Aécio foi afastado do mandato no Senado e proibido de sair de casa à noite, por determinação do Supremo Tribunal Federal. A ordem teve como base o inquérito da Procuradoria Geral da República em que o tucano foi denunciado por corrupção passiva e obstrução de Justiça, a partir das delações premiadas da empresa J&F.

Na terça-feira, 17/X, o plenário do Senado derrubou o afastamento, por 44 votos a 26.

Em tempo2: será que o Mineirinho já ligou para agradecer ao senador Flexa Ribeiro o voto favorável?

Bernardo Mello Franco: é um teatro!

Parlamentares já se cansaram de encenar sempre a mesma peça

Conversa Afiada, 19/10/2017

Sobre a votação na CCJ que, por 39 a 26, propõs a rejeição da denúncia contra Michel Temer, o Conversa Afiada reproduz trechos do artigo de Bernardo Mello Franco, na Fel-lha de hoje, 19/X (que Bernardo não se perca com a vizinhança...):

(...) Ao subir ao palco, os deputados já sabiam que as cortinas se fechariam com a vitória do Planalto. Mesmo assim, a peça se arrastou por quase nove horas. Ninguém queria perder a chance de brilhar ao vivo na TV. (...)

Os deputados que votariam pela rejeição da denúncia tentavam escapar do papel de vilão. Até Bonifácio de Andrada, autor do parecer a favor do presidente, buscou encenar alguma independência. "Eu sou relator. Não sou líder do governo, não", disse.

Com dez mandatos nas costas, o tucano nunca cairia na própria conversa. Ele foi escolhido para selar uma troca. Temer ajudava Aécio, que ajudava Temer... qualquer semelhança com o poema "Quadrilha", de Carlos Drummond de Andrade, não haveria de ser coincidência.

"É uma permuta", resumiu o petista Paulo Teixeira. Ele ironizou a defesa do governo contra a acusação de obstrução de Justiça. Segundo o Planalto, Temer só queria que Joesley Batista continuasse "de bem" com o presidiário Eduardo Cunha.

"Haveria uma amizade com prestações mensais?", debochou Teixeira. Na famosa gravação do Jaburu, o presidente diz a frase "tem que manter isso" e o dono da JBS responde com a expressão "todo mês".

Apesar dos excessos no microfone, os deputados pouparam o público das costumeiras cenas de empurra-empurra. Eles também parecem cansados de encenar sempre a mesma peça. O teatro ruim deve terminar na próxima quarta, com o sepultamento da denúncia no plenário.

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

FHC, que apoiou o golpe, diz ser inaceitável volta da escravidão na era Temer


"Considero um retrocesso inaceitável a portaria do Ministério do Trabalho que limita a caracterização do trabalho escravo à existência de cárcere privado". 

"Com isso, se desfiguram os avanços democráticos que haviam sido conseguidos desde 1995, quando uma comissão do próprio Ministério, ouvindo as vozes e ações da sociedade, se pôs a fiscalizar ativamente as situações de superexploração da força de trabalho equivalentes à escravidão", afirmou o ex-presidente em sua página no Facebook.

"Espero que o Presidente da República reveja esta decisão desastrada", completou.

Em um gesto de fisiologismo que ultrapassa os limites dos direitos humanos, Temer decidiu liberar o trabalho escravo nas fazendas para comprar votos da bancada ruralista e se salvar das acusações da PGR na Câmara.