quarta-feira, 12 de abril de 2017

Brasil, uma vergonha planetária


O governo de Michel Temer foi destaque nos principais veículos de comunicação internacionais após a divulgação da lista com 108 nomes que serão investigados no âmbito da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal pelo ministro Edson Fachin.

Todos os jornais lembraram que a lista traz nove ministros de Temer, além dos presidentes das duas casas Legislativas e outras dezenas de políticos.

Segundo o Clarín, da Argentina, o governo brasileiro "viu a aparente calma dos últimos dias interrompida".

Nos Estados Unidos, o The Washington Post lembra que a lista atinge um terço da equipe de Temer e seus principais aliados, enquanto o The New York Times publica que novas acusações de corrupção fazem balançar o governo brasileiro.

Houve ainda repercussão na mídia do Canadá e da França, entre outros países.

Pássaro de aço

Anezio Ribeiro

Estou viajando, no meio da tarde, num pássaro de aço...

Contemplo a terra, as cidades e tudo que é possivel...

Grandes pedaços de algodão estão dispersos no ar. Parecem não se mover, são muito brancos e com muitas formas...

Estradas cortam o espaço terrestre em todas as direções. São riscos no chão que parecem servir apenas para demarcar territórios...

Nunca pensei que tanto algodão enfeitassem os céus dando-lhe um ar angelical...

Vejo rios, florestas e plantações que se perdem na imensidão do espaço...

Estou viajando. Só agora me dou conta da importância do ato Criador, do sobrenatural, do divino, do Senhor do Universo e de quanto eu sou pequeno nesse contexto...

Meu Deus, pensaste tudo e fizeste tudo e nós, os homens, não valorizamos tanto quanto deveríamos.

Janot livra Temer de inquérito contra jurisprudência reconhecida por Teori


Valendo-se de um entendimento equivocado, o procurador-geral da República Rodrigo Janot livrou Michel Temer de ser investigado no Supremo Tribunal Federal. Embora existam elementos para a abertura de pelo menos dois inquéritos, Janot argumentou junto ao ministro Edson Fachin, relator da Lava, que Temer desfruta de “imunidade temporária”, pois o paragrafo 4º do artigo 86 Constituição anota que “o presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções.”

Não é bem assim. O veto constitucional à responsabilização por crimes alheios ao exercício do mandato não impede que o presidente seja investigado. Esse entendimdento foi reconhecido em despacho assinado no dia 15 de maio de 2015 pelo então ministro Teori Zavascki, morto em acidente aéreo. Antecessor de Fachin na relatoria da Lava Jato, Teori anotou:

“Não se nega que há entendimento desta Suprema Corte no sentido de que a cláusula de exclusão de responsabilidade prevista no parágrafo quarto do artigo 86 da Constituição (o presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções) não inviabiliza, se for o caso, a instauração de procedimento meramente investigatório, destinado a formar ou a preservar a base probatória para uma eventual e futura demanda contra o chefe do Poder Executivo.” (veja reprodução abaixo)
Cabeçalho de despacho de Teori Zavascki sobre recurso movido pelo PPS

Trecho do despacho de Teori em que ele reconhece que presidente da República pode ser investigado

Última folha do despacho de Teori Zavascki, com o aviso de assinatura digital

Teori respondia a uma ação movida pelo PPS contra decisão que isentara a então presidente Dilma Rousseff de investigação no escândalo da Petrobras. Mas no caso de Dilma, além de invocar o texto da Constituição, Janot alegara que, naquela ocasião, não havia indícios mínimos de crime que justificassem a abertura de inquérito. E o Supremo, concluiu Teori, não poderia agir sem ser acionado. “Cabe exclusivamente ao procurador-geral da República requerer abertura de inquérito, oferecer a inicial acusatória e propugnar medidas investigatórias”, justificara-se o ministro.

Em relação a Temer sucede coisa diferente. Ele foi mencionado em duas circunstâncias, ambas sujeitas a investigação. Numa o delator Márcio Faria, ex-executivo da Odebrecht, disse que Temer participou de uma reunião em seu escritório em São Paulo, em 15 de julho de 2010. No encontro, disse o delator, discutiu-se a troca dinheiro por favorecimento à empreiteira. Participaram também da conversa os ex-presidentes da Câmara Henrique Eduardo Alves e Eduardo Cunha. Ouvido depois que o tema ganhou o noticiário, Temer reconheceu que houve o encontro. Disse que o interlocutor manifestara o interesse em colaborar financeiramente com o PMDB. Alegou, entretanto, que o encontro foi rápido e “não se falou em doação nem em obras da Petrobras”.

Temer também foi mencionado em inquérito que envolve dois de seus ministros: Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência). Evocando afirmações da Procuradoria, Fachin anotou: “Há fortes elementos que indicam a prática de crimes graves, consistente na solicitação por Eliseu Padilha e Moreira Franco de recursos ilícitos em nome do PMDB e de Michel Temer, a pretexto de campanhas eleitorais.”

Se estivesse vivo, Teori Zavascki teria de se render às conclusões que tirou no despacho de maio de 2015, para determinar a abertura de inquéritos contra Temer. Nada impede que Fachin, seu sucessor na Lava Jato, tire a mesma conclusão. Basta que um partido político questione, como fez o PPS. Suprema ironia: há dois anos, a iniciativa do recurso foi do então deputado Raul Jungmann (PPS-PE), hoje ministro da Defesa de Temer.

Fonte: Blog do Josias de Souza, 12/04/2017

1/3 dos ministros do governo Temer serão investigados pelo Supremo

Temer escapou, porque uma lei proíbe que presidente, no exercício do mandato seja investigado

Eliseu Padilha, PMDB, Chefe da Casa Civil

Dos 28 ministros do governo Michel Temer, oito serão investigados no Supremo Tribunal Federal por ordem de Edson Fachin, afirma o jornal.


Aloysio Nunes, PSDB, Ministro das Relações Exteriores


Moreira Franco, PMDB, Ministro da Secretaria Geral da Presidência


Gilberto Kassab, PSD, Ministro da Ciência e Tecnologia


Bruno Araújo, PSDB, Ministro das Cidades

Rodrigo Janot, da Procuradoria Geral da República, pediu ao STF para investigar os ministros Eliseu Padilha (PMDB), da Casa Civil; Moreira Franco (PMDB), da Secretaria-Geral da Presidência; Gilberto Kassab (PSD), da Ciência e Tecnologia; Helder Barbalho (PMDB), da Integração Nacional; Aloysio Nunes (PSDB), das Relações Exteriores; Blairo Maggi (PP), da Agricultura; Bruno Araújo (PSDB), das Cidades e Marcos Pereira (PRB), da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.

De acordo com o "Estadão", Padilha e Kassab serão alvo de dois inquéritos abertos na Corte para apurar as denúncias dos delatores da Odebrecht.


Marcos Pereira, Indústria, Ministro da Comércio Exterior e Serviços

A reportagem ressalta que Michel Temer é citado nos pedidos de abertura de dois inquéritos, mas, em razão da "imunidade temporária" que ele possui como presidente da República, a PGR não o incluiu na "lista do Janot".


Hélder Barbalho, PMDB, Ministro da Integração Nacional


Blairo Maggi, PP, Ministro da Agricultura

No período em que estiver no comando do Palácio do Planalto, Temer não poderá ser investigado por crimes que não tenham relação com o exercício do mandato.

terça-feira, 11 de abril de 2017

Fachin abre investigação contra nove ministros, 29 senadores e 42 deputados


Ministro relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin determinou a abertura de inquérito contra nove ministros, atingindo em cheio o governo Michel Temer.

Em suas 83 decisões há ainda os nomes de 29 senadores e 42 deputados federais, incluindo os presidentes das duas casas, Eunício Oliveira (PMDB-CE) e Rodrigo Maia (DEM-RJ), três governadores, um ministro do TCU e 24 outros alvos, segundo lista com os 108 alvos divulgada no blog do jornalista Fausto Macedo.

Os senadores Aécio Neves (MG), presidente do PSDB, e Romero Jucá (RR), presidente do PMDB, são os políticos com o maior número de inquéritos a serem abertos: cinco cada.

Lula venceria Aécio também em Minas Gerais


No reduto eleitoral do senador tucano, o ex-presidente Lula, alvo de perseguição jurídica e midiática, venceria as eleições presidenciais de 2018, de acordo com levantamento do instituto Paraná Pesquisas;

O petista teria 23,2%, contra 18,45% de Aécio Neves (PSDB-MG), que acaba de aparecer na lista de investigados do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, liderando pedidos de investigação (cinco contra ele).

Lula lidera em todos os cenários estimulados pela pesquisa.

Aécio só sai vencedor quando disputa entre outros tucanos: João Doria, José Serra, Geraldo Alckmin e Beto Richa.

Alckmin, o Santo, usava o cunhado para receber propinas da Odebrecht


Dentro do processo de delação da empreiteira Odebrecht, homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), três executivos, Benedicto Júnior, Carlos Guedes e Arnaldo Cumplido, informaram que o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin recebeu R$ 10,3 milhões da empreiteira durante as campanhas de 2010 e 2014.

O responsável por receber o dinheiro sujo em nome do governador, segundo os delatores, era Adhemar César Ribeiro, cunhado de Alckmin.

Segundo delator, Aécio recebia mesada de até R$ 2 milhões


O empresário Marcelo Odebrecht e outro executivo da empreiteira relataram que o senador Aécio Neves, que também é presidente nacional do PSDB, recebeu “vantagens indevidas” em troca de apoio a interesses da empreiteira.

Segundo o colaborador Henrique Valladares, Aécio, identificado como “Mineirinho”, recebia mesadas que variavam de R$ 1 milhão de reais a R$ 2 milhões.

As revelações de Marcelo Odebrecht praticamente sepultam qualquer pretensão política de Aécio em 2018.

Um dos articuladores do golpe, Aécio hoje uma das maiores vítimas da Lava Jato, tendo seu nome ligado a repasses irregulares de valores milionários.

PMs acusados por Massacre do Carandiru serão julgados novamente


O Tribunal de Justiça de São Paulo manteve a anulação dos julgamentos dos 74 policiais militares acusados de participar do Massacre do Carandiru, em outubro de 1992.

A 4ª Câmara Criminal do tribunal analisava a possibilidade de absolver os réus, hipótese levantada pelo voto divergente do desembargador Ivan Sartori em setembro de 2016, quando o resultado do júri foi considerado nulo.

Com a anulação, os PMs acusados serão julgados novamente.

Delator revela ao TSE como Temer pediu dinheiro


O lobista da Odebrecht em Brasília, Claudio Melo Filho, contou ao ministro Herman Benjamin, do Tribunal Superior Eleitoral, como se deu o famoso jantar no Palácio do Jaburu, com a presença de Marcelo Odebrecht, Michel Temer e Eliseu Padilha, em que se acertou um pagamento de R$ 10 milhões, pelo caixa dois da empreiteira, ao PMDB.

Marcelo pretendia concentrar a doação à campanha do PMDB ao governo de São Paulo, mas foi impedido por Temer e Padilha.

“Ambos (Temer e Padilha) disseram: Marcelo, mas não dá para você contribuir com o PMDB e destinar só para uma pessoa”, afirmou o delator.

Parte do dinheiro acabou sendo entregue no escritório de José Yunes, melhor amigo de Temer, que disse ter sido "mula" de Padilha; Benjamin irá propor a cassação de Temer.