domingo, 6 de novembro de 2016

Frente ampla de oposição: Quem, como, por quê?


"Uma Frente Ampla no Brasil de hoje não pode ser pensada apenas ou mesmo prioritariamente em termos de partidos. Deve ser capaz de agregar uma multiplicidade de organizações e movimentos populares", diz o cientista político Luis Felipe Miguel, da Universidade de Brasília.

"O protagonismo concedido aos movimentos decorre da constatação de que não é possível pensar que essa Frente terá como principal objetivo disputar eleições – um instrumento cuja efetividade foi conspurcada pelo golpe e que, mesmo antes, sempre representou um terreno de luta particularmente adverso".

Desocupa o Ministério, Ministro!

Chega de trapalhadas!

"Está na hora de Temer entregar um de seus anéis para não entregar os dedos. Está na hora de jogar carga inútil fora para evitar que o barco afunde. Esse ministro da Deseducação que Temer nomeou só trouxe confusão, discórdia e incompetência. E nada indica que daqui para a frente será diferente. A sua ausência vai preencher uma lacuna", diz o colunista Alex Solnik, que defende a demissão de Mendonça Filho.

"Todas as suas medidas foram tomadas de cima para baixo e não contribuíram em nada com a elevação do nível de ensino brasileiro. Implantaram a guerra na educação", afirma; "A desocupação nacional poderia começar com a desocupação do Ministério da Educação".

O que eles disseram sobre a invasão da Escola Nacional Florestan Fernandes, do MST

Resumindo: Vivemos a afirmação de um Estado de exceção

Cardozo sobre agressão ao MST: “perderam o pudor”

José Eduardo Cardoso, ex-ministro da Justiça
"Não precisam nem mais das aparências jurídicas para tentar legitimar ações violentas. Com suas ações, parecem dizer: Direitos, ora ... Que direitos? Vivemos a afirmação de um Estado de exceção, a cada dia que passa. A invasão da escola nacional Florestan Fernandes é a prova disso", afirma o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo, sobre a invasão violenta da polícia na escola do MST em São Paulo na última sexta-feira; segundo ele, parece que "perderam o pudor" depois da destituição de Dilma Rousseff da presidência.

Florestan Fernandes Júnior diz que invasão em escola do MST lembra ditadura

Florestan Fernandes
Jornalista, filho do sociólogo que leva o nome da escola ligada ao MST, invadida na última sexta-feira de forma violenta pela polícia civil de São Paulo, diz que ação é "inadmissível" e que foi ordenada por um "Estado policial que retoma os tristes tempos da ditadura militar".




MST: Lindbergh denuncia “criminalização dos movimentos sociais”

Senador Lindeberg Farias
Senador Lindbergh Farias (PT-RJ), que participou do ato em solidariedade à Escola Nacional Florestan Fernandes, do MST, neste sábado 5, afirma que "o que está acontecendo é um forte movimento de criminalização dos movimentos sociais"; ele ressalta que "não foi só um golpe contra a presidenta Dilma, mas um golpe continuado".


Dilma: não vamos calar diante da banalização da violência do Estado

Dilma Rousseff
"A invasão da Escola Nacional Florestan Fernandes, ligada ao MST, é um precedente grave. Não há porque admitir ações policiais repressivas que resultem em tiros e ameaças letais, ainda mais em uma escola", diz a presidente afastada Dilma Rousseff; "É lamentável que a semana termine com novos assaltos aos direitos civis e a tentativa de criminalizar os movimentos sociais. O atropelo às regras do Estado de Direito, com a adoção de claras medidas de exceção, deve ser combatido. É uma ameaça à democracia que envergonha o país aos olhos do mundo".

Policiais viram milícias violentas e baderneiras contra a educação e a reforma agrária

Dom Orlandi
Dom Orlandi, em seu texto diz que " É chegada a hora de pessoas que ostentam fardas que são do Estado brasileiro começarem a desconfiar que os bandidos, baderneiros e criminosos se movem em lugares contrários aos indicados por seus comandos e até governantes de tendência antidemocrática."

Qualquer semelhança não é coincidência

Leo de Brito
Leo de Brito, fala que: "O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) foi, nesta sexta-feira, novamente vítima da criminalização por parte do aparato repressor do estado paranaense do juiz Sérgio Moro e de seus asseclas.

MEC envia ofício para fichar professores e estudantes de escolas ocupadas


O Ministério da Educação, comandado por Mendonça Filho, enviou um ofício para fichar professores e estudantes de universidades e Institutos Federais que estejam ocupados.

No documento, o MEC pede "o encaminhamento de um quadro resumo indicando a situação atual em que se encontra sua instituição, explicitando, quando pertinente, a data de início da paralisação das atividades".

Florestan Fernandes Júnior diz que invasão em escola do MST lembra ditadura

Jornalista, filho do sociólogo que leva o nome da escola ligada ao MST, invadida na última sexta-feira de forma violenta pela polícia civil de São Paulo, diz que ação é "inadmissível" e que foi ordenada por um "Estado policial que retoma os tristes tempos da ditadura militar".

Casos de foro privilegiado se arrastam por até 18 anos no Supremo


Provando assim que políticos com mandatos se constituem uma classe privilegiada

Folha, 06/11/2016
Renato Costa/FramePhoto/Folhapress
Ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) se reúnem para decidir se instauram uma nova ação penal contra o presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha
O plenário do Supremo Tribunal Federal, que julga os casos de foro privilegiado
O presidente da República era Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e a TV Globo transmitia a novela "Torre de Babel" quando, em agosto de 1998, a Polícia Federal abriu inquérito em Porto Velho para apurar uma série de "saques indevidos de FGTS pelo Estado de Rondônia".


Quem assinava os contratos sob suspeita com a Caixa era o então governador do Estado, Valdir Raupp, hoje senador pelo PMDB.

Em 1º de setembro de 2000, o oficial de Justiça informou em ofício que "o acusado Valdir Raupp reside em Brasília". Desde então, o Judiciário não consegue dar uma palavra final sobre o caso, até para um eventual benefício do parlamentar, já que por três vezes o Ministério Público pediu o arquivamento, mas o Supremo Tribunal Federal (STF) ainda não decidiu e Raupp segue como réu.

Ele enfrenta outras duas ações penais de um total de 84 contra 53 deputados e senadores hoje em andamento no Supremo, corte onde os integrantes do Congresso têm foro privilegiado.

Levantamento da Folha com informações fornecidas pelo STF a pedido do jornal revela que esses 84 casos que se tornaram ações penais estão, em média, há sete anos e oito meses sem um desfecho.

Desses, 22 (26%) estão em andamento há mais de dez anos. Outros 37 (44%) superam seis anos. Quatro, entre eles três de Raupp, ultrapassam 15 anos sem decisão final.

Para estabelecer o tempo de duração dos casos dos réus no Supremo, a reportagem também considerou a data do início das investigações sobre o político, inclusive antes de chegar à corte.

Quando um político investigado obtém cadeira no Congresso ou se torna ministro, um inquérito que começou em primeira instância precisa ser remetido a Brasília por força do foro privilegiado, o que pode atrasar ainda mais o andamento.

Na Lava Jato, 22 casos já receberam sentença do juiz Sergio Moro com tempo médio de um ano e seis meses.

A conta tem como ponto de partida a deflagração da operação, em março de 2014. Assim, os que estão sob condução de Moro foram cerca de cinco vezes mais rápidos que os de foro privilegiado no STF –mas, nas instâncias inferiores, o réu ainda pode recorrer após a sentença.

PRESCRIÇÕES
A longa tramitação abre risco de prescrição das penas. A Procuradoria-Geral da República então pede a extinção da ação porque o parlamentar não poderia ser mais condenado em razão do tempo da pena prevista em eventual condenação.

Com a prescrição, vão para o lixo anos de recursos públicos gastos para a apuração de supostos crimes.

O deputado federal Josué Bengtson (PTB-PA), por exemplo, foi denunciado em junho de 2007 por supostas corrupção e associação criminosa em inquérito derivado da Operação Sanguessuga.

Segundo a Procuradoria, Bengtson recebeu de uma quadrilha de empresários R$ 55 mil em sua conta e outros R$ 39 mil na de uma igreja em que atuava como pastor. Em troca, fez 14 emendas ao Orçamento da União para compra das ambulâncias.

Quando ficou sem mandato, foi investigado e denunciado em 2007 na primeira instância. Porém virou deputado em 2010 e seu caso foi para o STF. Até que a ação desse entrada na corte, em 2012, cinco anos haviam se passado.

Nos últimos quatro anos, o Supremo também não conseguiu julgar a denúncia. Em setembro, os ministros da corte reconheceram a prescrição e determinaram a extinção.

A vitória de Bengtson poderá ser comemorada por outros colegas: Nilton Capixaba (PTB-RO), Benjamin Maranhão (SD-PB) e Paulo Feijó (PR-RJ), investigados na Sanguessuga. Seus casos estão prontos para julgamento, porém prestes a prescrever.

A pedido da Folha, o STF enviou lista de outros 13 processos que recentemente receberam sentença, mas que ainda estão tecnicamente em andamento. Entre eles, está o do mensalão, em fase de cumprimento de pena.

O tempo médio que os 13 levaram, considerando o início da investigação em outras instâncias, foi de oito anos e dez meses.

OUTRO LADO
O STF (Supremo Tribunal Federal) trabalha com critérios diferentes dos utilizados pela Folha para chegar ao tempo médio de tramitação de casos no tribunal e diz que uma ação penal leva, em média, dois anos e quatro meses para ser concluída na corte.

O tribunal considerou como data do início da contagem o registro da abertura da ação, sem levar em conta toda a fase de inquérito no próprio tribunal, que em muitos casos se estende por anos e das outras investigações na primeira instância. Essas fases anteriores à ação penal também contam para prescrição das eventuais penas.

Segundo os dados divulgados à Folha, o STF analisou a tramitação de 180 ações penais de 2007 a outubro de 2016. Um grupo de 25 levou mais de cinco anos de tramitação. A mais longa demorou 3.297 dias, ou nove anos.

Em nota à reportagem, a Procuradoria-Geral da República defendeu a rediscussão do foro privilegiado e considera até mesmo sua extinção.

O advogado de defesa do senador Valdir Raupp (PMDB-RO), José de Almeida Júnior, ressaltou que, em um dos processos contra o senador, existe desde 2005 parecer da PGR pela absolvição de seu cliente.

Sobre as outras duas ações, ele afirma que uma já está prescrita e que, na outra, há no processo evidências que mostram a regularidade das ações do senador.

"O STF é muito sobrecarregado de trabalho. São só 11 ministros. Nesse caso a demora está contra nós. Com o pedido de absolvição [em uma das ações] o senador podia estar sem o nome dele nesta tela há uns dez anos. A ação certamente será julgada improcedente", afirma o advogado.

Procurado na sexta (4) pela reportagem, o deputado Josué Bengtson não foi localizado para comentar o processo no STF que foi extinto por prescrição.

Em depoimento prestado à Justiça Federal, ele afirmou que era "falsa a acusação" feita pelo Ministério Público e que "nunca se associou a ninguém com fins de prejudicar o Erário". Disse que "nunca recebeu qualquer tipo de comissão ou qualquer outra contraprestação pelas ambulâncias".
Editoria de Arte/Folhapress

sábado, 5 de novembro de 2016

Reforma política vai a votação em 1º turno na quarta

Proposta extingue coligação em eleição proporcional, cria cláusula de barreira para os partidos e prevê perda de mandato a quem se desligar da legenda pela qual foi eleito 

O Plenário começa nesta semana a votação da reforma política, que está reunida em duas propostas de emenda à Constituição. 

O texto põe fim às coligações em eleição para vereador e deputado e determina que os partidos deverão obter um percentual mínimo de votos para ter acesso ao Fundo Partidário e a tempo de rádio e TV. 

Outra mudança, inserida pelos senadores em um substitutivo, proíbe a reeleição para presidente da República, governador e prefeito. A votação em segundo turno está prevista para o dia 23.

Dilma: Não vamos calar diante da banalização da violência do Estado


"A invasão da Escola Nacional Florestan Fernandes, ligada ao MST, é um precedente grave. Não há porque admitir ações policiais repressivas que resultem em tiros e ameaças letais, ainda mais em uma escola", diz a presidente afastada Dilma Rousseff.

"É lamentável que a semana termine com novos assaltos aos direitos civis e a tentativa de criminalizar os movimentos sociais. O atropelo às regras do Estado de Direito, com a adoção de claras medidas de exceção, deve ser combatido. É uma ameaça à democracia que envergonha o país aos olhos do mundo".

Lula denuncia PPP entre Globo e autoridades


Ex-presidente Lula divulga uma série de casos que comprovaria uma "parceria público-privada" entre autoridades públicas e veículos de comunicação do grupo Globo, da família Marinho.

Nessa tabelinha mídia-Judiciário, denúncias são lançadas nos veículos de comunicação, que geram novos inquéritos, produzindo vazamentos para a própria Globo.

"É este é o ambiente de massacre midiático, guerra jurídica e pressa desmedida para obter uma condenação de Lula em segunda instância antes das eleições de 2018. Uma parceria público-privada contra a democracia e o Estado de Direito", diz o texto.

Solidariedade ao MST e "Fora Temer" chegam ao papa Francisco



Cerca de 150 representantes de movimentos e organizações sociais de todo o mundo se reúnem esta semana na Cidade do Vaticano para o III Encontro Mundial dos Movimentos Populares em diálogo com o Papa Francisco.

Entre os presentes, João Pedro Stédile, líder do MST, que ontem foi alvo de uma ação ilegal e truculenta, com a invasão da Escola Nacional Florestan Fernandes.

Segundo Beatriz Cerqueira, da CUT, foi aprovada ontem uma moção de apoio e solidariedade ao MST e de denúncia da ruptura democrática e criminalização das lutas sociais no Brasil; "o documento será entregue ao Papa hoje", segundo informa o cientista político Robson Sávio Reis Souza, professor da PUC-MG.