quarta-feira, 8 de junho de 2016

Glenn Greenwald: “Tudo ficou mais claro: é golpe”


Em entrevista à Carta Capital, o jornalista Glenn Greenwald, do site The Intercept, disse que não há dúvidas sobre os motivos do impeachment: "Qualquer que seja a definição de 'golpe', ela se enquadra no que foi feito no Brasil com relação à presidenta Dilma Rousseff. Houve envolvimento de políticos, da Justiça, da mídia e dos militares", afirmou.

Greenwald não poupou críticas à atuação do ministro Gilmar Mendes, do STF: "É impensável ver um juiz encontrando-se com políticos, almoçando com políticos".

Requião anuncia 30 votos contra o impeachment e a volta de Dilma


Senador Roberto Requião (PMDB-PR) reuniu-se ontem à noite num jantar com 30 senadores contrários ao impeachment de Dilma Rousseff e revelou que o grupo convergiu para a realização de novas eleições diretas ainda este ano.

“Num jantar com 30 senadores esta noite, estupefatos com últimos acontecimentos, convergimos para eleições diretas muito logo. Povo decide!”, postou ele no Twitter.

Para enterrar de vez o afastamento da presidente eleita serão necessários 27 votos; na votação pela admissibilidade do impeachment, em 12 de maio, foram 22 senadores contrários e 55 favoráveis.

Pesquisa quentinha: Lula na frente com 22%, seguido por Marina com 20%


Pesquisa do Instituto MDA de intenção de votos para as eleições de 2018, divulgada nesta quarta-feira 8 pela CNT, mostra o ex-presidente Lula em primeiro lugar, com 22% das intenções de voto, em cenários com ou sem o senador Aécio Neves (PSDB).

Em uma das hipóteses, Lula está à frente de Marina Silva, que registra 16,6%, e de Geraldo Alckmin, que tem 9%.

No cenário com Aécio, o petista continua na frente com o mesmo percentual, enquanto o tucano registra 16%, praticamente empatado com Marina (15%).

Lula também é o primeiro citado na intenção de voto espontânea (quando os candidatos não são citados).

Pesquisa revela: Temer tem baixa aprovação e 50% querem eleições gerais


Avaliação positiva do governo interino é de 11,3% e a avaliação negativa é de 28%, revela pesquisa do Instituto MDA divulgada nesta quarta-feira 8 pela CNT (Confederação Nacional do Transporte).

A aprovação do desempenho pessoal do presidente atinge 33,8% contra 40,4% de desaprovação.

O levantamento ainda faz uma comparação entre os governos de Michel Temer e o de Dilma Rousseff: 54,8% disseram que o governo Temer está igual ao de Dilma e que não se percebe nenhuma mudança no país.

Para 20,1%, está melhor e para 14,9%, está pior.

Para 50,3%, a eleição para presidente marcada para 2018 deveria ser antecipada para este ano.

Jornal francês "Le Monde" diz que diante do caos político do Brasil, Dilma pode voltar


Em reportagem intitulada "A implosão do sistema brasileiro", o jornal francês Le Monde, um dos mais influentes da Europa, diz que "a terra treme no Brasil" e aponta que a falta de credibilidade do presidente interino Michel Temer e a crise política pela qual o país atravessa poderão fazer com que a presidente afastada Dilma Rousseff, que vinha sendo considerada "politicamente morta", retome o seu mandato.

Para a correspondente Claire Gatinois, o governo interino "ainda enfrenta uma sociedade revoltada. A governabilidade continua frágil. E, sobretudo, a falta de credibilidade continua a envolver uma elite política implicada na operação Lava Jato".

A jornalista observa que a população acabou descobrindo que a corrupção não afeta somente o PT e que "todo o sistema político está gangrenado".

terça-feira, 7 de junho de 2016

Não basta prender e cassar Cunha: é imperioso devolver a Dilma o que lhe foi tirado por uma conspiração de ladrões

Fonte: DCN, 07 Jun 2016

Almas gêmeas

Não basta prender e cassar Cunha: é imperioso devolver a Dilma o que lhe foi tirado por uma conspiração de ladrões liderada pelo rei do cangaço da política nacional.

Isso não deve sair das vistas dos brasileiros neste momento em que fica ainda mais aguda a crise política e moral nacional.

O impeachment é Cunha. É tão viciado, tão canalha, tão desonesto, tão mentiroso quanto Cunha.

Suprimir Cunha, mas manter sua obra magna no campo do gangsterismo, o impeachment, é uma insanidade. É fazer uma obra vital apenas pela metade. É promover somente 50% de justiça num caso que clama 100% ou mais.

Cunha é o símbolo supremo de um sistema político putrefato. Foi eleito pelo dinheiro da plutocracia e fez do Congresso um meio de se tornar abjetamente rico.

Importante lembrar: não fossem as autoridades suíças, que deram de bandeja às brasileiras as provas de contas milionárias de Cunha no exterior, ele seguiria impune. A plutocracia protege os seus: Cunha durante trinta anos foi blindado pela mídia.

E Cunha não é só Cunha. Como foi dito numa das conversas gravadas por Machado, “Temer é Cunha”. São almas gêmeas. Várias coisas os unem. Por exemplo, a Libra, empresa de logística que opera no porto de Santos.

A Libra colocou 591 mil reais na conta da senhora Cunha. Foi doadora expressiva de Temer. E aliados de Temer concederam uma mamata inédita para a Libra: renovaram sua concessão no porto de Santos mesmo com as dívidas da empresa com a União.

Cunha é o impeachment e é Temer.

Tudo isso posto, repito: será um serviço incompleto, miseravelmente incompleto, cassar e prender Cunha sem reparar o mal maior que ele produziu: o afastamento de Dilma e a incineração de 54 millhões de votos.

Temer e Cunha sabem onde estava Tia Eron e quanto custou o sumiço

Fonte: DCM, 07 Jun 2016

O novo capítulo da tragicomédia do golpe é a ausência de uma deputada do baixo clero no processo do Conselho de Ética da Câmara que julga a cassação de Eduardo Cunha.

A baiana Tia Eron, do PRB, famosa pelo discurso a favor do impeachment (“Eu sou a voz da mulher negra e da mulher nordestina, eu sou a voz do presidente nacional Marcos Pereira” etc), simplesmente sumiu.

Depois de mais de quatro horas, faltando apenas oito líderes partidários, a votação foi adiada para o dia seguinte.

Eronildes Vasconcelos Carvalho tem o voto decisivo sobre o processo. Se ela optar pela decência, o placar aponta 10 a 10, com o voto de minerva do presidente do conselho, deputado José Carlos Araújo, que já sinalizou que quer ver Cunha pelas costas.

Mas, se há algo com que Tia Eron e seus amigos da tropa de choque de Cunha não se importam é com a decência.

Sua voz, como ela mesma admitiu, é a do presidente do partido, atual ministro do Desenvolvimento e bispo licenciado da Universal.

E com quem estava ele na noite de segunda? Com Michel Temer, num encontro marcado às pressas.

Alessandro Molon chamou atenção para a “coincidência”. “Fiquei muito preocupado com essa notícia da reunião do presidente interino Michel Temer com o presidente do PRB. Pode não ser nada, mas é muito ruim para um governo que abriga tantos aliados do deputado Eduardo Cunha uma reunião dessas”, disse.

O forfait de Tia Eron virou, inevitavelmente, piada. Parlamentares levantaram a suspeita de que ela havia sido abduzida.

Mas só a consciência e a vergonha foram raptadas. Quem votaria em seu lugar é Carlos Marun (PMDB-MS), pró-Eduardo Cunha. Marun já estava de prontidão.

De acordo com o Estadão, Tia Eron acompanhava a sessão pela TV de uma sala do PRB na Casa. Estava sozinha e comia frutas. Queria “evitar o assédio”, segundo interlocutores.

Depois do anúncio do adiamento da sessão, deu as caras para alegar que estava estudando o relatório. “Saiu hoje, você não viu? Você não acha justo?”, perguntou a repórteres.

Temer e Cunha dependem desse tipo de chantagista. O preço dela sobe de um dia para o outro. Quem paga, seja qual for o resultado, é você.

‘Governo provisório quer culpar os mais pobres pela pobreza’, diz Dilma


"Remuneramos municípios por inclusão em políticas públicas. Eles (governo interino) querem fazer o oposto: remunerar para excluir", disse nesta quinta-feira 7 a presidente Dilma Rousseff a internautas no Facebook, ao lado da ex-ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome Tereza Campello.

"O que se anuncia do desmonte dos programas sociais é gravíssimo", alertou a presidente, acrescentando que "seguimos vigilantes e mobilizadas e certas de que a sociedade não permitirá retrocessos".

Parente e Maria Silvia, nomes importantes do governo Temer, são réus em ação que cobra prejuízo de R$ 5 bi a Petrobras

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Recém-nomeados novos presidentes da Petrobras e do BNDES compõem o complicado time do alto escalão do governo interino com "esqueletos" no armário de escândalos do passado.

O novo presidente da Petrobras, Pedro Parente, é réu em ação popular civil desde 2001, em plena era FHC, junto com vários outros diretores e conselheiros da Petrobras, entre eles a nova presidente do BNDES, Maria Silvia Bastos Marques.

A ação foi movida por petroleiros contra um mau negócio feito pela Petrobras, quando a empresa trocou ativos desvalorizados da multinacional Repsol-YPF na Argentina por ativos brasileiros valorizados.

Dilma diz que "Palácio da Alvorada virou Prisão Dourada"


Presidente Dilma Rousseff afirmou nesta terça-feira 7 que "tenta-se transformar o Palácio da Alvorada numa prisão dourada", com "barreiras que não sabemos quando são abertas ou fechadas", e criticou a limitação de seu direito de ir e vir, por decisão do governo interino de Michel Temer, que negou ida da presidente a Campinas (SP).

Dilma se encontrou com historiadores no Palácio da Alvorada, residência oficial da presidência. Segundo ela: "Esse processo não para agora, não para em 2018 porque se trata do processo de construção da nossa democracia", afirmou.

Para ela, houve pontos "positivos" dentro dessa "conjuntura de negatividades" do processo de impeachment. "As pessoas estão participando, as mulheres, os jovens, e acho que há um despertar para a questão do que está em risco".