domingo, 14 de fevereiro de 2016

Dorothy Stang morreu em vão?

Quem matou Dorothy Stang, em 12 de fevereiro de 2005, continua matando. A repercussão desse assassinato deu a impressão que a violência de crimes praticados por motivos idênticos, se não fosse eliminada, pelo menos diminuiria. Os fatos posteriores vêm provando o contrário. Condenado pelo assassinato da missionária está solto
Reginaldo Pereira Galvão (esq), conhecido como “Taradão”, foi condenado pelo assassinato de Dorothy Stang a 30 anos de prisão, mas continua solto após apresentar recurso e aguarda o resultado (Pragmatismo Político)

Jacques Távora Alfonsin*

Camponesas e camponeses de Anapu, no sul do Pará, se reuniram neste 12 de fevereiro para lembrar a morte da freira Dorothy Stang, uma fiel e dedicada companheira delas/es, religiosa conhecida por sua coragem e disposição, assassinada em razão de sua luta em favor do povo pobre daquela região, da reforma agrária, e contra o desmatamento crescente que lá se verificava, promovido por latifundiários interessados, como em outros lugares do país, na expansão do plantio de soja, na conquista de espaço para o gado, em mineração e em vender madeira.

A repercussão nacional e internacional desse assassinato deu a impressão, como já ocorrera com o massacre de Eldorado do Carajás, sintomaticamente acontecido no mesmo Estado do Pará, que a violência de crimes praticados por motivos idênticos ao que matou Dorothy, se não fosse eliminada, pelo menos diminuiria.

Os fatos posteriores vêm provando o contrário, chamando a atenção até de órgãos da imprensa estrangeira como é o caso do Financial Times. Na sua edição de 10 de dezembro passado, abriu matéria sob a seguinte manchete: “Terras sem lei ameaçam compromisso climático brasileiro.”

É que estava em andamento naquela semana a COP 21, em Paris, encontro no qual o Brasil se comprometeu, segundo a mesma notícia, a acabar com o desmatamento ilegal, aqui, até 2030… O jornal manifestava pouco acreditar nisso (mesmo um prazo dessa extensão não ser nada pequeno, levando-se em conta a gravidade do problema) diante de mais um assassinato ocorrido então na mesma Anapu. Winslei Gonçalves Barbosa, de 23 anos, fora emboscado e morto:

“Uma bala está alojada em seu capacete, que rolou para o lado. Mas a polícia ainda não chegou e muito menos começou a buscas pelos seus assassinos. É mais um sinal da ausência de lei e da violência que afligem grande parte da Amazonia brasileira – problemas que têm um peso direto nas discussões globais que estão perto de um desfecho em Paris nesta semana.”

Sobre o trabalho da Irmã Dorothy, a notícia refere: “Tomar partido dos sem-terras foi parte do trabalho de Stang, cuja memória é homenageada em Anapu por uma procissão anual comemorativa através da cidade empoeirada, junto com o Fusca branco dela, muito bem cuidado. Stang defendeu dois grandes “projetos de desenvolvimento sustentável” em terras governamentais que os pecuaristas ocuparam: Esperança, onde Gonçalves Barbosa foi assassinado, e Virola-Jatobá. A ideia de Stang era permitir que os sem-terras fossem assentados em troca da preservação de grande parte da floresta. Um grupo de fazendeiros comandado por Reginaldo Pereira Galvão, conhecido como “Taradão”, encomendou seu assassinato para barrar a execução dos projetos. Galvão foi condenado pelo crime a 30 anos de prisão, mas continua solto após apresentar recurso e aguarda o resultado.”

Uma crítica procedente de um jornal estrangeiro pode ser colocada sob reserva, mas se ela for comparada com dados da própria CPT, recolhidos pelo site Agência Brasil no início de janeiro passado, tem-se de reconhecer como bem fundadas as desconfianças ali manifestadas sobre o nosso Estado de Direito:

“O número de assassinatos decorrentes de conflitos no campo em 2015 foi o maior dos últimos 12 anos no Brasil, com 49 mortes registradas, a maior parte na Região Norte” “A CPT ressalva, no entanto, que os dados são ainda parciais e podem vir a aumentar à medida que sejam consolidadas as informaçães provenientes do trabalho in loco.” “O número de mortes decorrentes de conflitos no campo no ano passado foi o maior desde 2003, quando foram contabilizados 73 assassinatos.” ” O Norte do país é um barril de pólvora‘, disse o coordenador da CPT em Pernambuco, Plácido Júnior, responsável pela compilação dos dados nacionais: Além do avanço do agronegócio tradicional, acreditamos que o aumento das tensões no campo em 2015 tenha relação com maiores disputas por recursos como madeira e água, o prosseguimento de grandes emprendimentos de mineração e energia e a diminuição no número de assentamentos e demarcações.” “Dados da entidade mostram que de 1.115 casos de homicídio decorrentes de conflitos no campo registrados entre 1985 e 2014, 12 foram julgados.”

A convivência com uma realidade de tamanha injustiça não pode continuar anestesiando a nação como se toda ela só dissesse respeito às vítimas dos seus trágicos efeitos. O passado tem-nos mostrado quantas pessoas “de fora” vêm para cá, escandalizadas com isso e por motivos bem diferentes das grandes empresas transnacionais. Oferecem as suas próprias vidas em defesa da nossa terra e da nossa gente, como fez a Irmã Dorothy e muitas/os missionárias/os.

O Frei Henri Burin des Roziers, advogado da CPT em Xinguara, também no Pará, tem de andar acompanhado de seguranças, como outras pessoas do clero e fora dele, ameaçado de morte como está. Em uma entrevista concedida à uma revista, anos passados, quando essa segurança praticamente lhe foi imposta, tão grande era o temor de se repetir o acontecido com a Irmã Dorothy, ele disse tudo o que precisa ser dito, a respeito da segurança e da paz a que têm direito as/os camponesas/os brasileiras. Por rejeitar o privilégio a ele conferido, por ser quem é, preferiria viver sem escolta alguma, num Estado garante de segurança para todas/os, fruto de uma convivência fraterna sobre terra, na qual a reforma agrária tivesse alcançado reparti-la de forma justa, não usurpada por poucos, em favor da reprodução da pobreza e em prejuízo da maioria.

*Jacques Távora Alfonsin é procurador aposentado do estado do Rio Grande do Sul e membro da ONG Acesso, Cidadania e Direitos Humanos

O Congresso Nacional é contra maioria dos brasileiros?

70% dos integrantes do Congresso Nacional tiveram suas campanhas financiadas pelas 10 maiores empesas do Brasil.

Declaração de Guilherme, do MAB, no Curso Realidade Brasil, de Coronel Fabriciano, em 13/02/2016

Essa esquisita crise


André Falcão*

Desde quando a crise internacional por aqui desembarcou, e os grandes grupos midiáticos tupiniquins passaram a bombardear a cabeça do brasileiro, dia após dia, por semanas e meses a fio, venho, pasmo, a observá-la (a crise), aos fenômenos que lhe margeiam e aos coros dos descontentes, manipulados, porque incautos, ou de má-fé, mesmo, no seu contumaz exercício de desonestidade intelectual movido pela luta de classes em que está enfronhado, a par com fatos e números da economia que teimam em refutá-la.

Até por isto, já se tornou famosa e objeto de pilhéria e deboche a expressão “apesar da crise”, a iniciar o título de notícia positiva da economia veiculada pelos grandes grupos midiáticos, ou a findá-lo, quando não lhe é possível escamoteá-los, apesar da crise!

Claro que a crise alcançou o Brasil, e que ela é perversa e relevante. O problema é que o seu tamanho, aqui, é criminosamente amplificado pelos artifícios midiáticos, de modo que seus efeitos se dão tanto efetivamente, quanto apenas no plano psicológico.

A crise existe, é internacional, e o governo tem parcela de responsabilidade pelo seu incremento e equívocos no seu enfrentamento. Porém, pela manipulação e clima criado pela oposição incompetente e irresponsável, sob o comando da mídia de direita aparelhada para dar-lhe sustentação, ela não apenas se torna maior, mesmo, do que seria ou é, como dá a impressão (psicológica) de uma estatura ainda mais robusta.

É de se notar, inclusive, que boa parte do empresariado mais engabelado pela mídia e suas pretensões políticas, que inicialmente fez coro à crise, com o objetivo de enfraquecer, para golpear, um governo recente e legitimamente re-eleito, agora, ao sentir o gosto amargo da cria que alimentou, percebe que deu um tiro-no-pé, quando não no coração (de sua empresa).

Assim, enquanto presencio por todo o país aeroportos, hotéis e rodovias lotados de brasileiros, pasmo, pois, com a esquisita crise alardeada pela mídia criminosa, a Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (ALSHOP) divulga que as compras em suas lojas sofreram em 2015 (ano da crise) um incremento de 1,7% relativamente a 2014. E que houve uma queda de (apenas) 1% em relação ao Natal dos últimos 10 anos (apesar da crise).

O que a mídia, então, noticiou, enfaticamente? A queda de 1%. E como é de seu feitio, o fez sem esclarecer que ela refere-se ao período de 1 a 24 de dezembro, tampouco que há onze anos atrás (e há doze, treze, etc.), o incremento foi maior.

Assim é a chamada grande mídia.

*André Falcão é advogado e autor do Blog do André Falcão. Escreve semanalmente para Pragmatismo Político

Por que a Globo quer tanto que o Pré-Sal seja explorado por petroleiras internacionais?


Jornal O Globo, dos irmãos Marinho, publicou neste domingo seu mais contundente editorial em defesa da abertura da exploração do pré-sal a empresas internacionais, como Shell, BP, Chevron e Exxon, e também pregou o fim da política de conteúdo nacional.

"Sanear a Petrobras e desobrigá-la de estar à frente da exploração do pré-sal são movimentos evidentes para fazer a estatal sair da catalepsia empresarial. Outro passo é não forçá-la a arcar com o custo elevado de equipamentos protegidos por políticas de reserva de mercado, rota certeira para a ineficiência", diz o texto.

"O Congresso precisa agir", afirmam, ainda, os Marinho, que elogiam o projeto do senador José Serra (PSDB-SP); para setores da esquerda, objetivo econômico da Lava Jato é a abertura do pré-sal.

Por que a investigação de Furnas está parada há 4 anos?



Em 2012, a procuradora federal Andrea Bayão denunciou Dimas Toledo, indicado pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG) para uma diretoria em Furnas, como responsável por um esquema de desvio de recursos e pagamento de mensalões a parlamentares.

No entanto, uma decisão judicial transferiu o caso para a Justiça estadual do Rio de Janeiro e, desde então, nada foi feito. 

Em quatro anos, a Polícia Civil não conseguiu nem concluir um inquérito sobre o caso, que voltou às manchetes recentemente, depois que dois delatores da Lava Jato, Alberto Youssef e Fernando Moura, apontaram as conexões entre o senador Aécio e Dimas Toledo.


Em 2005, Roberto Jefferson, também denunciado por Andréa Bayão, já havia apontado o mensalão e a autenticidade da Lista de Furnas.

Argentina: Cristina antecipa seu retorno?



Rumores apontam que a ex-presidenta Cristina Fernández de Kirchner, que deixou o governo com cerca de 50 % de popularidade, se prepara para assumir o papel de líder da oposição contra "este regime instaurado por Mauricio Macri, cujos dois primeiros meses de governo estiveram marcados por demissões, repressão e censura. Cristina é uma grande dor de cabeça para a direita", diz Martín Sabbatella, um dos homens de confiança da ex-mandatária.

A possibilidade tem preocupado a direita e os grandes grupos de comunicação argentinos que não desejam ver novamente a esquerda no poder; segundo Sabbatella, tanto Cristina quanto o ex-presidente Lula são assediados pelo que ele chama de "Partido Judiciário".

Dimas Toledo o homem de confiança de Aécio Neves

o suposto operacionalizador do mensalão de Furnas

Por Joaquim de Carvalho, no DCM

No dia 3 de fevereiro, quando depôs em delação premiada ao juiz Sérgio Moro, o lobista Fernando Moura disse que o PT manteve Dimas Toledo na diretoria de Planejamento, Engenharia e Construção de Furnas em 2003 por indicação do então governador Aécio Neves, que, segundo ele, passou a receber um terço da propina paga à estatal.

Atual senador e presidente do PSDB, Aécio reagiu demonstrando indignação. “Estou sendo alvo de declarações criminosas feitas por réus confessos e que se limitam a lançar suspeições absurdas, sem qualquer tipo de sustentação que não a afirmação de que ‘ouviu dizer'”, afirmou Aécio, que prometeu interpelar o lobista na Justiça.

Hoje, Aécio nega a ligação com Dimas Toledo, mas nem sempre foi assim. Em junho de 2005, Roberto Jefferson, ao falar da origem dos recursos para o mensalão, contou que um dos fatos que geraram a crise do PTB com o PT foi a manutenção de Dimas Toledo na Diretoria de Planejamento, Engenharia e Construção de Furnas.

Na CPI dos Correios, respondendo a uma pergunta do deputado Onyx Lorenzoni, do PFL-RS (atual DEM), ele disse que tentou nomear um substituto para Dimas, mas não conseguiu. “Eu percebi que o próprio ministro José Dirceu não queria tirar. Toda hora, ele dizia: ‘Tem muita pressão. Tem pressão do Aécio’”, respondeu.

Aécio não divulgou nota ou deu entrevista para rebater o depoimento.

Renata Lo Prete, na época editora da coluna Painel da Folha de S. Paulo, hoje apresentadora da Globonews, era a jornalista para quem Roberto Jefferson mais dava entrevistas. Na entrevista em que detonou o mensalão, Jefferson disse:

“Furnas foi o próprio presidente Lula que ofereceu ao PTB. Na diretoria de Engenharia, a mais poderosa do setor elétrico do País, está o doutor Dimas Toledo. Há 12 anos. É muito ligado ao governador Aécio Neves.”

Mais uma vez, Aécio não rebateu.

Apesara da "crise" e de relativa diminuição da renda per capita, os indicadores sociais melhoraram

Salvo raras exceções, a economia do País caminha normalmente, a produção mantém estável e o mercado está bem, obrigado

247 - A renda per capita do brasileiro (avaliada pela paridade do poder de compra) caiu de US$ 16,2 mil para US$ 15,7 mil entre os anos de 2104 e 2105, segundo estimativa feita pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). Valor equivale a 90% da renda média dos 24 países emergentes pesquisados pela instituição e é apontado como o menor patamar desde 1980. Apesar disso, o FMI reconhece que outros indicadores de bem-estar, como redução da pobreza e acesso à saúde e educação melhoraram substancialmente.
Segundo o estudo, durante anos o Brasil registrou um poder de compra acima da média dos demais países emergentes, situação que começou a ser revertida em função do baixo crescimento da economia brasileira nos últimos anos.
Expectativa é que em 2020, renda per capita do Brasil seja de US$ 18 mil, pouco mais de 80% da média dos emergentes , que deverá ser de US$ US$ 21,6 mil, segundo as estimativas do FMI.
Mas, a Globo e similares, principalmente pelo hábito da mentira, estão vivenciando um processo de crise dupla, queda de audiência e por conseguinte de faturamento e de "crise de consciência" por plantar tantas mentiras contra o governo que apesar de todas as dificuldades, até hoje trabalha a inclusão social. 

Veríssimo ironiza PSDB por seu recente mea culpa

A crise econômica foi agravada pela crise política, criada pelo PSDB que não aceitou a quarta derrota seguida na disputa pelo Palácio do Planalto

247 – Em coluna publicada neste fim de semana, o escritor Luis Fernando Veríssimo ironizou o PSDB pelo recente mea culpa feito pelo novo líder Antonio Imbassahy (PSDB-BA).

"E agora temos uma confissão de remorso surpreendente, partindo do PSDB, que, imaginava-se, não precisava fazer penitência porque nunca pecara. O deputado baiano Antonio Imbassahy, novo líder do partido, reconheceu que o PSDB optou por sabotar o ajuste fiscal e cometeu o que chamou de 'outras extravagâncias' com a única intenção de atrapalhar o governo, mesmo prejudicando o país", disse ele.

"O Imbassahy não pede desculpa ao país, mas promete que a irresponsabilidade não se repetirá porque 'não cabe à oposição fazer coisas malucas'. Ou seja, quando perdeu a eleição, o PSDB ficou maluco, mas já passou. E o Imbassahy se arrependeu, gente. Há esperança."

sábado, 13 de fevereiro de 2016

Dilma e Lula: dois fogos, dois alvos, um objetivo


A presidente Dilma, finalmente, fez uma declaração em defesa do ex-presidente Lula, que por sua vez continua protelando o momento em que fará um pronunciamento contundente contra as acusações que alimentam a operação “Delenda Lula”. Crescem os apelos para que ele o faça, envergando a casaca de ex-presidente da República e não a camiseta de líder petista, em algum púlpito nacional e mesmo internacional. Isso foi muito discutido pelos integrantes do conselho consultivo do Instituto Lula na sexta-feira, quando defenderam uma ação mais política do instituto, em defesa do legado do ex-presidente e de sua honra. Lula, entretanto, posterga ou evita reações mais exaltadas, enquanto seus advogados pelejam nos inquéritos e ações que sempre o tiveram como alvo final. Talvez não vá prestar depoimento na próxima semana a um procurador que já declarou a intenção de denunciá-lo, deixando para falar em juízo. Estará mais uma vez certa sua forte intuição política ou ele corre o risco de perder o timing?

Já o impeachment da presidente Dilma perdeu força, vai se tornando cada vez mais um tigre de papel. Por isso o PSDB dobra as apostas na ação de impugnação de mandato eletivo, contra ela e Temer, que será decidida pelo TSE e terá como reforço a delação premiada do ex-presidente da Andrade Gutierrez, Otavio Azevedo, em que disse ter sido “achacado” pela campanha de Dilma. Mas isso este jogo é só da ala tucana liderada pelo senador Aécio Neves. Para as outras, o que importa agora é a destruição de Lula e sua remoção da disputa presidencial de 2018, quando Alckmin e José Serra também tentarão ser candidatos.

Para estes outros, Dilma já pode até terminar seu mandato, pilotando uma crise política que se prolongará no tempo e uma crise econômica de duração também incerta, por conta dos fatores internos e externos. Se os Estados Unidos entram em recessão, como se teme, o inferno por aqui irá mais longe. Para estes, mais importante que tirar Dilma do cargo, agora que ela não pode mais ser candidata, é deixa-la sangrar por mais três anos, é a garantia de que o PT não terá Lula como candidato. Como o partido não tem outro nome competitivo, estará aberto o caminho para a retomada da Presidência perdida para Lula em 2002.

Ainda que não tenha sido formalizado ou pronunciado, há um acordo tácito dentro do PSDB. Os aecistas seguirão batalhando pelo impeachment ou pela impugnação do mandato de Dilma pelo TSE, o que garantiria a posse de Aécio, com direito a disputar a reeleição em 2018, enquanto os outros tentam limpar o caminho eleitoral, cooperando com a operação “Delenda Lula”, que tem como vetores principais o Ministério Público, a Polícia Federal e boa parte da mídia.

Isso é o que Dilma parece estar compreendendo quando finalmente sai em defesa de Lula. Se ele e seu legado são “dissolvidos” na desmoralização, do mandato dela, ainda que concluído, também nada restará, senão a lembrança de que foi ela a primeira mulher a governar o Brasil.