domingo, 20 de dezembro de 2015

Deputado diz que relógio do ministro está atrasado

"Se o STF não parar Cunha, quem vai parar?", questiona o deputado Chico Alencar (Psol-RJ), em entrevista à jornalista Tereza Cruvinel.

Ele também faz um alerta: "Cunha vai continuar usando o cargo e a Câmara em seu próprio interesse e benefício, vai continuar fazendo manobras e inclusive comandando votações com aquela maneira peculiar de legislar, em que “jabutis” com endereço específico são enfiados nas MPs e projetos de lei".

No entanto, ele afirma que o impeachment não passará, em razão do seu próprio artificialismo.

Sem impeachment, oposição agora quer a solução TSE

Os partidos de oposição, liderados pelo PSDB, do senador Aécio Neves, vão mudar o foco de sua tentativa de golpe contra o mandato da presidente Dilma Rousseff.

Com a possibilidade do impeachment cada vez mais distante, os oposicionistas vão centrar fogo no julgamento do Tribunal Superior Eleitoral.

Eles tentarão fortalecer o pedido de cassação do mandato da chapa Dilma/Temer casada com a convocação imediata de nova eleição para presidente. Para tanto, contam as delações premiadas da Lava Jato. A oposição também já descarta Temer

Foi o próprio Temer quem vazou sua carta para Moreno

O jornalista Janio de Freitas afirma que o vice-presidente Michel Temer mentiu ao negar que tenha partido dele a divulgação da carta que encaminhou à presidente Dilma Rousseff no início deste mês.

Para chegar a tal conclusão, ele observa que a nota de resposta de Temer sobre as críticas feitas pelo senador Renan Calheiros foi publicada primeiro pelo mesmo jornalista que divulgou a carta: Jorge Bastos Moreno, de O Globo. O que confirmaria que a mesma fonte, no caso o vice-presidente, vazou as duas informações para o mesmo repórter

O desenvolvimento para todos, de Nelson Barbosa

No dia 15 de setembro de 2014, no 10º Fórum de Economia da Escola de Economia da Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo, Nelson Barbosa apresentou o trabalho “Principais Desafios Macroeconômicos de 2015-2018.
Trata-se de uma proposta de governo, pensada de forma muito mais abrangente e contemporânea que a tal Ponte para o Futuro de Michel Temer. Na época causou bom impacto no meio acadêmico e julgava-se que seria o fio condutor da política econômica do segundo governo Dilma Rousseff. Poderá se tornar agora. O trabalho é composto de duas partes.

Na primeira, Nelson desmonta alguns mitos, como o sistema de metas inflacionárias e a ideia de que ajuste fiscal depende apenas de cortes. Traz uma visão muito mais complexa e sistêmica, mais amarrada aos níveis atuais de desenvolvimento político e social brasileiros.

Metas inflacionárias e câmbio

1. Metas inflacionáriasControlar a inflação sem depender da apreciação recorrente do real. Diz ele que uma taxa de câmbio estável e competitiva é crucial para a a diversificação produtiva da economia e elevação sustentável dos salários. 

No trabalho ele faz uma avaliação do sistema de metas inflacionárias, com as seguintes conclusões:
· O Banco Central cumpriu a meta em 11 dos últimos 15 anos.
· Em 8 dos 11 anos nos quais a meta foi cumprida, houve redução da taxa real de câmbio.
· Nos 3 anos em que a meta foi cumprida sem redução da taxa de câmbio real – 1999, 2012 e 2013 – o BC contou com a ajuda de fatores não usuais de política macroeconômica.

2. Câmbio flutuanteNão deve existir regra formal para operações cambiais em unm sistema de câmbio flutuante. Na situação atual (2014) está claro que o BC gastou munição exagerada, e muito antes do necessário, para controlar o câmbio. O melhor seria deixar o câmbio se ajustar às novas condições da economia.

3. Desafio fiscal e políticoDefende a necessidade de recuperar a capacidade de geração de resultados primários recorrentes, “no valor necessário para a manutenção da estabilidade fiscal e compatível com o atendimento das demandas da sociedade sobre o Estado”. Trata-se de incluir um viés fundamental em qualquer sociedade democrática moderna: as demandas sociais.

4. Resultado primário e papel do EstadoO resultado primário deve ser suficiente para manter a dívida líquida estável em relação ao PIB/ Mas pode ser obtido com diferentes valores de carga tributária. O tamanho da carga tributária depende das demandas da sociedade sobre o Estado e da eficiência do Estado em atender a tais demandas.

Logo, o desafio fiscal não se resume a simplesmente aumentar o resultado primário.

Os 12 trabalhos fiscais - Em seguida, Nelson relaciona 12 desafios dentro de uma visão moderna da questão fiscal:

1. Diminuir a perda fiscal com preços regulados, especialmente energia e combustível.

2. Continuar a reduzir a folha de pagamento da União em % do PIB.

3. Estabilizar as transferências de renda também em % do PIB.

4. Continuar a aumentar o gasto público real per capita com educação e saúde.

5. Reduzir gasto com custeio não prioritário em % do PIB, com melhora de gestão mais TIC.

6. Aumentar investimento público em transporte urbano e inclusão digital.

7. Reduzir o custo fiscal dos emprestimos da União a bancos públicos.

8. Encaminhar solução para as dívidas dos Estados e Municípios sem comprometer o equilíbrio fiscal.

9. Realizar reforma do PIS-COFINS sem perda de receita.

10. Completar a reforma do ICM sem redução do resultado primário.

11. Aperfeiçoar e criar uma saída suave do Supersimples.

12. Aumentar ainda mais a transparência do gasto tributário federal.

Investimentos privados e gastos públicosA solução do impasse atual, diz Nelson, é permitir o ajuste de preços relativos – inclusive a taxa de câmbio e a TIR (Taxa Interna de Retorno) das concessões – para estimular o investimento e aumentar a produtividade. E direcionar o espaço fiscal prioritariamente para a continuação da inclusão social, via transferência de renda e serviços públicos universais, o modelo de desenvolvimento para todos.

Na época, já tinha chamado a atenção do mundo acadêmico pela visão estruturada de um projeto de estabilidade com desenvolvimento.

sábado, 19 de dezembro de 2015

Rapidinhas

Contagem regressiva O relógio joga contra o novo ministro da Fazenda. Com a espada da deposição assombrando a presidente da República, Nelson Barbosa tem três meses para apresentar uma solução que reanime a economia sem estourar a política fiscal de viés restritivo. O governo já atua em medidas para tirar o PIB do coma antes da decisão do Congresso sobre o afastamento de Dilma Rousseff. “Não trocaremos o ajuste pelo impeachment”, diz Jaques Wagner (Casa Civil).

O tempo voa Dilma resolveu agir rápido na troca de turno da equipe econômica porque, nos últimos dias, passou a ser fortemente pressionada a colocar Henrique Meirelles na Fazenda.

Papai sabe tudo Nelson Barbosa deve dominar os debates do grupo que define a política de gastos do governo. Além do ministro da Fazenda, fazem parte da chamada Junta Orçamentária Jaques Wagner (Casa Civil) e Valdir Simão (Planejamento). Nenhum dos dois é economista.

Escudeiro Em uma recente reunião com executivos de bancos, Levy soltou o seguinte comentário, referindo-se a Dilma: “Ninguém está defendendo ela”.

Tesourinha Pesou na decisão de conduzir Valdir Simão para o Ministério do Planejamento um estudo feito por ele, meses atrás, sobre corte de gastos. O material preparado propunha redução de despesas com aluguéis e imóveis.

Eu? Simão tomou um susto quando recebeu, na própria sexta-feira, a informação de que seria convidado para assumir a nova pasta.

Muy amigo Apesar de ter sido secretário-executivo da Casa Civil nos tempos de Aloizio Mercadante, Simão e o atual ministro da Educação não se bicam muito.

Tô na moda Sondado pela cúpula do PMDB para o Planejamento, o senador Romero Jucá (RR) reagiu à oferta da seguinte maneira: “Estão me aplaudindo nas ruas justamente pelas críticas ao governo”, disse, segundo relatos.

Primeiro-ministro O senador José Serra (PSDB-SP) conversou com Aécio Neves, presidente da sigla, e propôs colocar na pauta de apoio a um eventual governo Michel Temer a mudança do regime presidencialista para o parlamentarista.

Chama os jedi 1 Após a confirmação da indicação de Nelson Barbosa, corria a piada no mercado financeiro de que Dilma entrou no clima de Guerra nas Estrelas.

Chama os jedi 2 Depois de “Uma Nova Esperança” vem agora o “Império Contra-Ataca” —uma referência aos dois primeiros filmes da saga.

Esquerda, volver O dólar, como esperado, disparou. A avaliação inicial de investidores é que a escolha de Barbosa significa uma guinada à esquerda do governo.

Canelada De Lucio Vieira Lima (PMDB-BA), sobre a mudança e a declaração de Jaques Wagner, de que “quem banca a política econômica é Dilma”: “Não adianta trocar ministro. Até o governo já confessa que, das pedaladas à inflação, a culpa é dela.”

Vitória de Pirro Mesmo com a anulação da comissão do impeachment pelo Supremo —e a necessidade da indicação de novos nomes para o grupo— o retorno de Leonardo Picciani à liderança do PMDB pode não ter valido de nada.

Próximo round Isso porque a definição ficará para 2016, o que dá tempo para que os favoráveis à deposição de Dilma elejam um aliado na disputa pelo posto de líder da bancada prevista para fevereiro.

Vem comigo Daí os acenos do governista Picciani em direção à ala pró-impeachment, com a promessa de repartir as vagas a que o partido tem direito no colegiado inclusive com a oposição.

A solidez das instituições e o início do 2º mandato


"Após resistir às chantagens e ao banditismo, finalmente terá início o segundo mandato de Dilma Rousseff", dizem, em artigo, Gisele Cittadino, doutora em Ciência Política, e o jurista Moreira.

Os dois exaltam também o papel do ministro Luis Roberto Barroso, ao liderar a derrubada do voto do ministro Luiz Fachin sobre o rito do impeachment.

"Ao posicionar o STF como garantidor da ordem democrática e do Estado de Direito, Luis Roberto Barroso agiu como responsabilidade histórica e se transformou em liderança na Suprema Corte brasileira".

Manobra da oposição é cachorrada regimental


Vice-líder do governo na Câmara Federal, Silvio Costa (PTdoB-PE), bateu duro contra a oposição por tentar mudar o Regimento Interno da Câmara na tentativa de reverter a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que invalidou a eleição da comissão do impeachment e levou o golpe contra a presidente Dilma Rousseff de volta a estaca zero.

"É uma verdadeira cachorrada regimental", disparou. Segundo ele, a oposição, juntamente com o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), acabou por se tornar uma espécie de "analfabeto regimental". 

"A decisão de suspender o rito de impeachment foi baseada na Constituição, foi a instância máxima da Justiça que disse que aquela manobra era inconstitucional. Eles sabem que valem as regras do dia do pedido de impeachment e não esta tentativa de burlar o STF", disparou.

Constatação

Supremo autoriza quebra de sigilo fiscal e bancário de Renan

Pedro Ladeira - 15.dez.2015/Folhapress 
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), durante sessão legislativa

O STF (Supremo Tribunal Federal) autorizou, no último dia 9, a quebra do sigilo bancário e fiscal do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB). A informação foi noticiada pela revista "Época" e confirmada pela Folha.

A medida foi autorizada pelo ministro Teori Zavascki, relator dos casos relacionados à Operação Lava Jato que tramitam na corte, e abrange o período de 2010 a 2014, segundo a "Época".

O pedido partiu do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Ainda de acordo com a publicação, o despacho do ministro que autorizou a quebra de sigilo cita propina em um contrato da Transpetro, subsidiária da Petrobras, no valor de R$ 240 milhões.

O suborno teria sido pago por meio de doações à direção do PMDB de Alagoas, que é controlado por Renan, feitas por empresas que venceram em 2010 uma licitação da estatal para construção de 20 comboios de barcaças.

Segundo a "Época", as integrantes do consórcio Rio Maguari –Estaleiro Rio Maguari, SS Administração e Estre Petróleo– fizeram dois repasses de R$ 200 mil enquanto a licitação ainda estava em aberto.

A Transpetro era então presidida por Sérgio Machado, aliado de Renan que deixou o comando da estatal no início deste ano e um dos alvos de busca da Lava Jato na última terça (15).

Seis inquéritos da Operação Lava Jato tramitam atualmente no Supremo para apurar suspeitas de envolvimento de Renan com irregularidades.

O advogado do senador, Eugênio Pacelli de Oliveira, disse estar "estupefato e indignado" com a notícia da quebra de sigilo, pois Renan teria "desde o primeiro momento das investigações disponibilizado todo o acesso" aos seus dados bancários, por meio de uma petição protocolada no STF em março.

Fonte: Folha. 19/12/2015

Sórdido o que a PF do zé faz com o Lula

Não acusam Lula de nada! É só para ameaça-lo



Sórdido o que deixa, consente, admite que a PF faca com o Lula.

Sobre o interrogatório em si, o Fernando Brito descreve melhor do que ninguém, ao tratar daPF do japonês: não há acusação contra Lula.

É só para desmoralizar um Presidente da República e preparar o terreno para o Moro prendê-lo - algemado para o jn.

Lembra a SS, a Lubianka...

O saudoso Coronel Ustra...

Esse é a PF do carcomido Ministro (sic) da Justiça.

Mas tem outra sordidez.

Tratava-se de um depoimento sigiloso, de um Presidente da República numa "investigação" de uma instituição pública.

E o jn recebe o vazamento como a matéria de principal destaque de sua edição vespertina.

Um escárnio.


O ze transformou a PF num centro de sedição.

E num covil !

Paulo Henrique Amorim, em Conversa Afiada, 19/12/2015