domingo, 11 de outubro de 2015

Presidente do DEM, Agripino Maia pediu avião emprestado à OAS

Ele tem moral para exigir ética de alguém?

Pedro Ladeira/Folhapress
O presidente da empreiteira OAS, Leo Pinheiro, condenado a 16 anos de prisão sob acusação de envolvimento no esquema investigado na Lava Jato, aceitou emprestar um jato particular a pedido do presidente do DEM, senador José Agripino Maia (RN), uma das principais figuras da oposição.

O pedido foi feito em janeiro de 2014 por Agripino. Ele solicitou a aeronave não para para uso próprio, mas para seu suplente na época, João Faustino, que precisava ir de Natal para São Paulo.

Pinheiro aceitou o pedido e disponibilizou o avião, mas a viagem não aconteceu porque Faustino morreu pouco depois de leucemia.

A troca de mensagens com o pedido do senador foi encontrada em celular de Leo Pinheiro apreendido durante a Operação Lava Jato. Elas fazem parte do inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) que investiga Agripino Maia por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Apesar da viagem não ter se realizado, os investigadores avaliam que está explícita a relação de troca de favores e vantagem indevida entre o empreiteiro e o senador.

As mensagens analisadas pela Polícia Federal que fazem parte da investigação também trazem indícios, segundo os investigadores, de que o senador pode ter recebido propina por ter ajudado na liberação de recursos do BNDES para a construção do estádio Arena Dunas, em Natal, que foi feito pela OAS.

Segundo a Procuradoria, Agripino teria conseguido a liberação de dinheiro junto ao BNDES e, em contrapartida, a empreiteira doou R$ 500 mil ao diretório nacional do DEM nas eleições de 2014.

Como a Folha revelou, o Coaf, órgão vinculado ao Ministério da Fazenda, também identificou operações suspeitas de lavagem de dinheiro envolvendo o senador.

O Coaf detectou depósitos em dinheiro feitos a Agripino Maia de forma fragmentada e sem identificação dos depositantes. O montante total é de R$ 169,4 mil. Foram também feitos depósitos com identificação ao senador.

Entre eles está um de R$ 95 mil, em espécie, feito por um motorista do Senado. Outra servidora fez quatro depósitos fracionados de R$ 9.000, segundo as investigações.

OUTRO LADO

O senador Agripino Maia (DEM-RN) confirmou que pediu emprestado um jato particular ao então presidente da empreiteira OAS Leo Pinheiro para o uso de João Faustino, seu suplente em 2014.

"Faustino estava à beira da morte, foi acometido por uma leucemia muito rápido. Recebi um pedido de familiares dele que precisavam transportá-lo para um hospital em São Paulo", disse Agripino. Segundo ele, o suplente também era amigo de Pinheiro. "Fiz uma interferência para salvar uma vida", disse.

Agripino nega participação em qualquer irregularidade.

Fonte: Folha, 11/10/2015

Dentro da cabeça do Gilmar

A Política é o "nós" contra "eles"!
Parece à beira do lago em Brasília, mas fica em Miami, onde só 86 podem votar!

Saiu no New York Times:


Just 158 families, along with companies they own or control, contributed $176 million in the first phase of the campaign, a New York Times investigation found. Not since before Watergate have so few people and businesses provided so much early money in a campaign, most of it through channels legalized by the Supreme Court’s Citizens United decision five years ago.

Apenas 158 famílias e suas empresas contribuíram com US$ 176 milhões para a primeira fase da campanha presidencial. Desde o escândalo de Watergate (que derrubou o presidente Nixon, em 1974 – PHA), nunca tão poucas pessoas e empresas usaram tantos canais de contribuição legalizados cinco anos atrás, pela Suprema Corte americana.

Dessas 158 famílias, a maioria maciça apoia os Republicanos – os tucanos de lá – e a grana sai sobretudo de empresas de energia – petróleo – e finanças.

Duas dessas famílias moram no bairro mais caro do mundo, esse que parece uma das asas de Brasília, de potentados e lobistas.

Indian Creek Village, a private island near Miami that has a private security force and just 35 homes lining an 18-hole golf course.

A Indian Creek Village tem apenas 86 moradores, montou uma força policial própria para assegurar a paz de trinta e cinco casas que fazem fronteira com um campo de golfe de 18 buracos.

Esse bairro tem a maior renda per capita dos Estados Unidos!

Essa é a eleição americana, segundo o trabalho de reportagem do New York Times!

A eleição, segundo a Suprema Corte Americana, de maioria republicana!

Esse é o Brasil que o Gilmar quer!

Por que o Gilmar é assim?

Como funciona a cabeça do Gilmar?

“Nada mais desastroso que uma leitura moral ou jurídica da política”.

“A política possui noções diretivas próprias, nada de bem ou mal, justo ou injusto”.

“Só valem as noções de 'amigo” e de 'inimigo'. Nada mais.”

“A política é a luta ou a aliança entre corpos políticos que não pode ser avaliada pelo prisma exclusivo do Direito ou da Moral”.

“É 'nós' contra 'eles' ”.

“O soberano é aquele que decide sobre a 'situação excepcional'”.

“A 'situação excepcional' dota o soberano do 'dever de intervir' para realizar uma 'guerra humanitária' - e defender o 'nós' contra os 'outros'.”

(Essas citações – livres – foram extraídas de capítulo sobre o filosofo alemão Carl Schmitt, profundamente engajado na sedimentação ideológica do Nazismo alemão.

É do livro “Dans la tête de Vladimir Poutine”, “Dentro da cabeça de Putin”, Editora Solin/Actes Sud, de fevereiro de 2015, de Michel Eltchaninoff, professor de Filosofia).

Navalha

Como se sabe, o ministro Gilmar (sic) do Supremo (sic) não pratica o Direito. Ele faz Política. Ele parece permanentemente dotado do “dever de intervir”!

Ele é também um típico ministro da Suprema Corte americana. Presidente americano do Partido tucano-Republicano nomeia juiz republicano. O Fernando Henrique deixou sua mais daninha herança… no Supremo.

Os presidentes petistas é que caíram no conto do “republicanismo”…O que Gilmar, o político, quer é uma lei para que só os moradores do Indian Creek Village possam votar!

Depois vem o voto facultativo, o fim do horário eleitoral gratuito, o parlamentarismo e a censura judicial da imprensa suja! É 'nós' contra 'eles'!

Paulo Henrique Amorim

Fonte: Conversa Afiada, 11/10/2015

O plano EUA-PSDB contra a China!

O Príncipe quer que o Brasil renuncie ao pré-sal para ficar de quatro no Pacífico

Tropas americanas ocupam o Japão desde o fim da II Guerra, como se sabe. Com o Japão e outros países subsidiários -a Austrália e outros, anti-chineses, como o Vietnã - os Estados Unidos montaram, provisoriamente, uma Aliança do Pacífico, a TransPacific Partnership, a Aliança do Pacífico.

É para combater a hegemonia da China na Ásia – no resto do mundo, e até nas Galeries Lafayette, em Paris, como se verá adiante. É mais ou menos como tentar montar uma aliança na Europa – a “Aliança do Mar Baltico” – sem a Alemanha! Muito divertido!

Mais divertido ainda é ver os “pensadores” nativos, de extração tucana – a começar pelo Príncipe da Privataria e seus descendentes, como o banqueiro Edmar Bacha – a defender que o Brasil entre – de quatro – na Aliança do Pacífico. Mais ou menos assim segue a “ideologia” colonizada: o Brasil renuncia ao Atlântico, à Amazônia Azul, onde explora pilhas e pilhas de petróleo, e aos BRICs e entra no Pacífico. Só tem um jeito de o Brasil entrar no Pacifico, amigo navegante: é com a Ferrovia Bi-Oceânica, com dinheiro DA CHINA!

Quá, quá, quá!  (Como se sabe, um dos principais produtos de exportação da China é a construção de ferrovias. Como a Bi-Oceânica. E, breve, o Trem Bala que o Cerra boicotou.

No momento, a China celebra a construção de uma ferrovia de 800 km na Tailândia e uma 472 km no Kenya. E começou a construir uma rede – uma nova “Rota da Seda”-, que sai do Nordeste da China e chega a Rotterdam, na Holanda.)

Ainda falta a Aliança do Pacífico mostrar a sua cara e sua viabilidade política. Os dois candidatos do Partido Democrata à Presidência, Hillary Clinton e Bernie Sanders, são contra. O Trump, também.

A Economist, a revista da Fiat, para banqueiros e por banqueiros, tem lá suas dúvidasO jornal inglês The Guardian faz revelação gravíssima: a Aliança para o Pacífico é um atentado à liberdade de expressão

Ou, como diz o professor Belluzzo, na Carta Capital, “os Estados entregam o jogo”, a Aliança tucana significa “a grande empresa (americana – PHA) apropriar-se das funções legislativas e jurisdicionais do Estado”.  Ou seja, os fundos americanos de investimento e a Apple vão mandar no Brasil – com a mão de gato do Príncipe da Privataria e do PiG.

E eles acham que o Brasil vai ficar parado, a contemplar essa extravagância geográfica – renunciar ao pré-sal – e política, ou seja, entregar o Supremo, de uma vez, ao Dr Sergio Bermudes. Sim, porque o insigne Dr Bermudes poderia ser devidamente contratado pela rede de restaurantes Brasserie Flo, que tem a La Coupole como sua porta-estandarte, depois de controlar todas churrascarias da Zona Sul do Rio! Churrasco com choucrute alsaciano!

Tudo sob o controle da Aliança americana: Judiciário, Legislativo e Executivo, sem falar no PiG, já de agora súcubo. É o sonho de consumo do Fernando Henrique e seus Bachas! Ledo engano do Obama achar que o Japão – que não vive mais sem exportar para China – e a Austrália – idem – vão abortar o crescimento econômico da China.

O ansioso blogueiro esteve recentemente na loja principal das Galeries Lafayette. Começa que, para entrar na loja – em suas múltiplas entradas –, é um sufoco. As ruelas que cercam o Boulevard Haussmann ficam tomadas, sitiadas por uma interminável sucessão de ônibus de turismo, que violam as mais primarias regras de estacionamento, nas barbas da “polícia” parisiense. 

Pergunto ao taxista: mas vocês não reclamam? Reclamar com quem? Quem tem a coragem de dizer que os chineses não podem ficar aqui, em fila dupla?, ele responde. Os ônibus lançam, projetam sobre a loja centenas, milhares de consumidores - chineses. Muitos chegam com malas de viajar, dessas que as companhias aéreas exigem que sejam despachadas.

Lá dentro, depois de enfrentar filas – de chineses - para alcançar as escadas rolantes, na frente da loja Louis Vuitton, uma multidão compacta, disciplinada – de chinesas infatigáveis. Na porta da Chanel, Hermès (onde o Eduardo Cunha compra as gravatas amarelas), Dior, Gucci, Longchamp, Rolex, Kenzo, Stella McCartney, Missoni… filas, filas - de chinesas. 

O que elas compram? Nada revolucionário: elas querem etiqueta e o convencional-chic, explica a vendedora italiana – que estuda chines à noite... O ansioso blogueiro pôs em atividade o DataCaf. Numa loja de relógios, a vendedora – chinesa – informa que 80% de seus clientes são chineses!  Numa loja de sapatos masculinos – o vendedor franco-brasileiro, que estuda chinês à noite, informa que 80% dos clientes são chineses.

Numa loja Kenzo, são quatro vendedores. Um rapaz e três jovens. Todos chineses. Só uma das meninas nasceu na França, de pais chineses. Quantos clientes são chineses? 80% foi a resposta!

E na Zara, a rede mais popular? Igual! Maioria absoluta de chineses, disse a vendedora portuguesa. E eles pechincham, querem barganhar o preço? Nada!  Eles apontam!  Não olham o preço. E pagam!  E os americanos querem sufocar a China, na TPP!  Quá, quá quá!

O Obama e o Fernando Henrique precisam pegar um taxi na frente da Lafayette, no Boulevard Haussmann...  

Navalha

O ansioso blogueiro recomenda trechos do discurso recente da Presidenta Dilma sobre o papel estratégico do Brasil nos Brics e na América do Sul diante da Aliança do Pacífico.

Como se sabe, a Colômbia, o Chile e o México aderiram à Aliança. O México é um protetorado americano – menos na hora de botar os mexicanos para dentro da fronteira, quando são tratados como sub-gente. O Chile aderiu à Aliança do Pacífico desde os bons tempos do General Pinochet, o patrono do neolibelismo tucano. E a Colômbia é um território dividido entre as FARCs e as tropas da DEA, agencia americana contra as drogas. É um país dividido em três… A terceira parte é a do Governo.

Mas, a Presidenta Dilma, com propriedade, tratou das prioridades brasileiras e da forma de conviver com a tucana Aliança do Pacífico. Cada qual no seu quadrado!

À Dilma:

Discurso da Presidenta da República, Dilma Rousseff, na sessão de encerramento do Encontro Empresarial Brasil-Colômbia

Bogotá-Colômbia, 09 de outubro de 2015

(...)
Nós, obviamente, temos de dar valor às relações que estabelecemos com todo o mundo. O Brasil participa dos Brics - Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul - com eles, inclusive, construímos o Banco de Desenvolvimento dos Brics, o Acordo Contingente de Reservas. Participamos ainda de vários outros organismos. Mas olhamos para a nossa América do Sul e consideramos que é fundamental perceber que este mercado regional é um dos mercados mais efetivos do mundo. Por quê? Nós não temos conflitos religiosos, não temos guerras étnicas …
(...)
Quero dizer ainda que Mercosul e Aliança do Pacífico não só podem como devem convergir. A integração entre esses dois agrupamentos regionais só nos trará benefícios. Os modelos de inserção internacional de um país não podem se limitar ou não impedem a integração com países que optaram por esquemas diferentes. Nós temos a experiência de uma variada, um variado relacionamento com áreas regionais. Por exemplo, o Brasil tem um grande processo em andamento com os países Brics. Os países Brics estão na Asean, os países Brics estão em outras áreas como aquelas que abrangem, por exemplo, os países da área russa - o Afeganistão, o Tajiquistão e outros países. A África do Sul tem toda uma relação com o continente africano. Nada impede que nós tenhamos também as mesmas relações aqui na América Latina. Acho que a Aliança do Pacífico e o Mercosul devem convergir. Nós estamos fazendo um grande esforço no sentido de possibilitar que haja esse tipo de integração na nossa região. Vai potencializar as nossas economias.

Paulo Henrique Amorim, 11/10/2015

Para VEJA, a revista que não mente, Dilma só não cai se fizer acordo com Cunha

É mais um "blefe" da Revista

Na visão da revista, não é o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que, com suas milionárias contas secretas na Suíça, está à beira do precipício, mas sim a presidente Dilma Rousseff, acusada de cometer 'pedaladas fiscais'.

A publicação afirma, ainda, que, para se salvar, Dilma terá que fazer um acordo com Cunha. No entanto, até colunistas alinhados com o PSDB, como Eliane Cantanhêde, afirmam que, no quadro atual, um impeachment com Cunha à frente da Câmara se tornou inviável; "Que valor teria para a cidadania, para o mundo e para a história um impeachment comandado por Eduardo Cunha?", questiona Cantanhêde.

Ela diz ainda que o parlamentar se transformou em "bode na sala" para a oposição.

Um depois, Sampaio, do PSDB, admite: não houve fraude na eleição de 2014

Eles sabiam disso, mas queriam polemizar, não admitiam o resultado. Foi um discurso para não admitir a derrota
Praticamente um ano depois da representação que questionou a apuração das urnas eletrônicas, o PSDB concluiu sua auditoria sobre o tema; eis o resultado: não houve fraude nas urnas eletrônicas.

"O presidente do TSE, Dias Toffoli, agiu com correção durante todo o processo e o PSDB reconhece que só foi possível fazer o trabalho de auditoria pela contribuição do presidente daquela Corte", reconheceu o coordenador jurídico do PSDB, deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), que, desde a derrota do senador Aécio Neves (PSDB-MG), em 2014, vem tentando emplacar um 'terceiro turno' eleitoral.

Delfim Netto diz rechaçar 'golpezinho' e 'tapetão' contra Dilma

Folha, 10/10/2015 

O ex-ministro Delfim Netto disse ser contra aquilo a que chamou seguidas vezes de "golpezinho" ou "tapetão", referências à possibilidade de derrubada da presidente Dilma Rousseff.
Delfim Neto, economista e colunista da Folha
Delfim, que participou neste sábado (10) do painel "Conversa com a Fonte", durante o Festival Piauí Globonews de Jornalismo, criticou a ação da presidente na economia, sobretudo a partir de 2012 –quando, segundo ele, a petista alcançou seu ápice de aprovação e passou a acreditar que estava "tudo muito bom".

Foi aí, de acordo com o ex-ministro, que "ela começou com as novidades, começou a intervir" na economia. "Foi uma intervenção, foi assustando os empresários."

Delfim, porém, disse não ser possível agora "mudar tudo". Ele afirmou ser melhor "não ter tapetão", porque "o respeito à Constituição tem valor para o futuro muito maior do que qualquer golpezinho agora".

"É claro que houve pedaladas." Mas, para ele, "todos os governos cometeram barbaridades parecidas com essa" e Dilma "é absolutamente honesta". Ao final, o ex-ministro disse que o ex-presidente Lula "é completamente diferente disso que está aí, é um animal político".

Colunista da Folha, Delfim Netto foi entrevistado pelo repórter da revista "piauí" Rafael Cariello.

sábado, 10 de outubro de 2015

Derrota de Cunha é derrota de Moro, da Lava Jato e do PiG

Nem Moro e nem a PF têm ações contra Cunha

O Conversa Afiada reproduz artigo de Paulo Nogueira, extraído do DCM:

por Paulo Nogueira

O grande azar de Cunha foi ter ficado ao alcance de quem não está sob seu domínio nem de seus amigos e aliados: a Suíça. Foi o mesmo azar de Marin.

No Brasil, Cunha permaneceria impune como sempre aconteceu nestes anos todos de uma carreira obscura e cheia de acusações de delinquência. Nem Moro e nem a Polícia Federal têm alguma ação sobre tipos como Cunha.

Isso mostra a face real do combate à corrupção que se trava no Brasil da Lava Jato. Quem acredita nos propósitos redentores dessa cruzada demagógica acredita em tudo.

O alvo é um, e ele não inclui figuras como Cunha ou Marin. Isso significa que, passado o circo da Lava Jato, nada de efetivo terá mudado – a não ser que se alterem profundamente a estrutura de fiscalização a roubalheiras no Brasil de forma que fiquem desprotegidos os plutocratas e amigos seus como Cunha.

O episódio deixa também exposta a imprensa. O que ela fez para investigar Cunha nestes anos todos, e sobretudo nos últimos meses quando ele acumulou um poder extraordinário no Congresso graças a seu gangsterismo?  Nada. Nada. Mais uma vez: nada. Não por inépcia, ou não por inépcia apenas. Mas por má fé, por desonestidade.

Cunha era aliado, porque significava um ataque permanente ao governo Dilma. E aos aliados a imprensa não cobra nada. Veja como Aécio tem sido tratado. Como ele escapou de ser sequer citado como amigo de Perrela no caso (abafado por jornais e revistas) do helicóptero de meia tonelada de pasta de cocaína.

A derrota de Cunha frente às autoridades suíças é, também, a derrota de Moro, da Lava Jato e da imprensa, não necessariamente nesta ordem. Tanto estardalhaço nas prisões dos suspeitos de sempre, e tanta permissividade em relação a tipos como Eduardo Cunha.

É preciso destacar também o papel patético, nesta história criminosa, do PSDB. Já eram cabais as evidências contra Cunha e seus líderes, num universo paralelo, diziam que era preciso dar a ele o benefício da dúvida.

Este benefício jamais foi dado a ninguém fora do círculo de interesses do PSDB.

É uma demonstração incontestável de que a lengalenga anticorrupção do PSDB é a continuação da mesma estratégia golpistas que matou Getúlio e derrubou Jango. É a velha UDN de Lacerda ressuscitada nos tucanos.

Na condição de morto vivo, ou morto morto, Eduardo Cunha cala sobre o que deveria ser dito – a questão das contas – e tagarela sobre o que é ridículo dizer. Ele está se fazendo de vítima. Diz que está sendo perseguido pelo governo e pelo PT.

Não foi ele que roubou, não foi ele que barbarizou, não foi ele que criou contas secretas expostas pelas autoridades suíças: é o PT que está perseguindo. A isso se dá o nome de doença.

É preciso louvar, por último, o papel de Janot. Fosse nos tempos de FHC com seu engavetador geral, sabemos onde ia dar o dossiê dos suíços. Na gaveta.

Oposição demora mas, enfim, abandona Cunha


Em nota divulgada nesta sábado, os partidos que articulam o golpe paraguaio contra a presidente Dilma Rousseff, como o PSDB, de Aécio Neves, o DEM, de Agripino Maia (réu no STF), o Solidariedade, de Paulinho da Força (também réu no STF), e o PPS, de Roberto Freire, decidiram abandonar o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que é titular de contas secretas na Suíça, que receberam mais de R$ 23 milhões nos últimos anos.

"Sobre as denúncias contra o deputado Eduardo Cunha, noticiadas pela imprensa, os partidos de oposição defendem o seu afastamento do cargo de presidente, até mesmo para que ele possa exercer, de forma adequada, o seu direito constitucional à ampla defesa", diz a nota.

Ministro do Supremo, Marco Aurélio, condena golpe



“Estamos à beira de uma crise sem precedentes e o que se vê é o açodamento para isolar a chefe, como se, apeada, no dia seguinte já vivêssemos todos num país de sonhos”, disse o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, ao participar de um evento em Manaus.

PSDB, do senador Aécio Neves (PSDB-MG), tenta costurar um acordo com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para que ele, atolado em denúncias, acate um pedido de impeachment antes mesmo de um julgamento das contas pelo Congresso Nacional.

Aécio, que lidera a tentativa de golpe paraguaio, já declarou que se for aberto processo de impeachment, ele terá apoio do PSDB.

Para a senadora Fátima Bezerra: Aécio é 'coveiro da democracia'


"Um impeachment não pode ser um capricho de derrotados. Me admira um partido como o PSDB passar de protagonista da redemocratização a coveiro da democracia. O que a ânsia pelo poder não faz", diz a senadora Fátima Bezerra (PT-RN), que promete reação ao golpe paraguaio orquestrado pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG).

"Enganam-se os que pensam que nós vamos nos omitir a tentativas golpistas. A reação popular não será de conivência. A conquista da democracia nos foi muito cara para abdicarmos dela. Além do mais, voltar ao passado é um retrocesso que o Brasil não merece".