"Três semanas depois de ter sido reconduzido ao cargo de procurador-geral da República, Rodrigo Janot foi colocado diante de uma ótima oportunidade para mostrar a que veio depois que o delegado Josélio de Souza, da PF, decidiu pedir que Lula seja ouvido sobre denúncias de corrupção na Petrobras", afirma Paulo Moreira Leite, em novo artigo.
Trata-se, segundo o jornalista, de "mais um pedido para gerar manchetes que pretendem alimentar o ambiente de criminalização do PT, sempre útil para dar credibilidade aos pedidos de impeachment".
Para PML, o pedido do delegado Josélio de Sousa "só não é inteiramente inútil porque, ao admitir que não há 'elementos concretos', questiona oficialmente a manchete 'Eles sabiam', usada pela VEJA para tentar, na última hora, reverter a eleição de 2014".
A Secretaria-Geral da Presidência da República pediu, neste sábado, à Polícia Federal para investigar a empresa que prestaria serviços de buffet no evento Dialoga Brasil, em Teresina, durante visita da presidente Dilma Rousseff.
Uma funcionária do buffet La Trufel, contratado pela Presidência da República, postou uma ameaça no Facebook: “hoje, a nossa presidente Dilma está em Teresina, e vou ter o 'prazer' de fazer o evento para ela e toda equipe. Queria saber dos meus colegas se alguém tem algum pedido especial, afinal é uma oportunidade única”.
A publicação foi respondida por internautas com mensagens de ódio, inclusive com sugestões de envenenamento. A Advocacia-Geral da União vai avaliar as medidas cabíveis para eventual responsabilização penal e civil dos envolvidos.
Se opor politicamente é uma coisa, desrespeitar é outra.
Além das pressões do mercado financeiro por mais cortes, após o rebaixamento da nota do Brasil, os movimentos sociais reforçam reivindicações e pedem "mudanças na política econômica" da presidente Dilma Rousseff.
"Reconhecemos a existência de uma crise econômica mundial, mas não admitimos que as trabalhadoras e os trabalhadores paguem essa conta. Somos contra o ajuste fiscal e consideramos que o governo Dilma está implementando medidas de ajuste neoliberal, que ferem direitos dos trabalhadores e cortam investimentos sociais", diz trecho de resolução política divulgada pela direção nacional do MST, coordenado por João Pedro Stédile.
A organização diz que se junta à Frente Brasil Popular, lançada recentemente em Belo Horizonte, "e a todas as iniciativas de lutas da classe trabalhadora brasileira, em defesa de seus direitos e das causas nacionais".
Mais um complicador na crise política: a delação premiada que vem sendo negociada por Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras, menciona o vice-presidente da República, Michel Temer.
Cerveró alega ter sido achacado por 50 deputados do PMDB, que cobraram pagamentos de US$ 700 mil mensais para mantê-lo no cargo. Depois disso, com a ajuda do pecuarista José Carlos Bumlai, Cerveró foi a Temer para se manter na Petrobras. O vice-presidente confirmou o encontro, mas disse nada ter feito para preservar Cerveró.
Em sua delação, o ex-diretor também afirma que um contrato da Odebrecht em Pasadena teria rendido uma doação de US$ 4 milhões à campanha do ex-presidente Lula.
que continua sem comandar a PF, vinculada ao seu Ministério
O PT se irritou ainda mais com o ministro da Justiça, a quem a Polícia Federal é subordinada, depois que um delegado da corporação pediu ao STF, mesmo sem ter provas, para ouvir o ex-presidente Lula e apurar se ele foi beneficiado no esquema de corrupção da Petrobras, investigado pela Operação Lava Jato.
Dirigentes petistas avaliam o relatório como "arbitrário", uma vez que não menciona suspeitas específicas. José Eduardo Cardozo é criticado pelo partido, pela falta de "gestão" sobre a PF desde o primeiro governo da presidente Dilma Rousseff.
A pressão se intensificou este ano com as operações Lava Jato e Acrônimo, contra o governador Fernando Pimentel, consideradas abusivas.
O delegado da PF "está procurando chifre na cabeça de cavalo"!
"Se colocados num espremedor de fatos o despacho do delegado federal Josélio Sousa e a matéria do repórter Filipe Coutinho, da revista Época, não se obterá uma xícara de xarope da verdade", escreve Tereza Cruvinel, em artigo sobre o pedido ao STF para que a PF possa ouvir Lula.
Segundo ela, as palavras do delegado, no despacho, "não produzem uma gota de indícios que amparem a afirmação de que existem 'suspeitas'" contra o ex-presidente. "No direito, suspeita é uma figura jurídica concreta, para além da mera desconfiança ou presunção", lembra a jornalista.
"O que busca então o delegado? Apenas empurrar Lula para dentro da Lava Jato, e já preparando o caminho para a aplicação da teoria do domínio do fato", constata.
Marcelo Freixo, do PSOL/Rio de Janeiro e Edmilson Rodrigues, PSOL/Belém
Ela retira o PSOL dos debates eleitorais de TV na tentativa de eliminação da divergência política. Com isso, candidatos com chances concretas de vitória como Marcelo Freixo e Edmilson Rodrigues não participarão dos debates de TV nas eleições para as prefeituras do Rio de Janeiro e de Belém. Com essa lei a democracia perde um lado.
A população que não se vê representada pela política pediu uma reforma política e o congresso fez justamente o contrário: está tornando constitucional o mesmo financiamento empresarial de campanha que hoje escandaliza o país com a corrupção inerente a esse sistema e agora elimina do debate quem tem críticas substantivas ao atual modo de se fazer política.
Agora a lei vai para a sanção ou veto da presidenta Dilma Rousseff. Espero sinceramente que quem já lutou contra uma ditadura sangrenta, não se curve ao autoritarismo de um congresso privatizado.
A retirada do grau de investimento dos papéis da dívida brasileira pela agência Standard and Poor´s, uma entre as três grandes agências que calculam riscos de investimentos, vem sendo acolhida, pela grande mídia oposicionista, como uma espécie de apocalipse econômico. Uma demonstração da suposta incompetência da gestão econômica dos governos do PT.
*Marcelo Zero
Ora, em primeiro lugar, é preciso destacar que o grau de investimento foi obtido, em abril de 2008, graças à gestão econômica competente dos governos do PT. Durante os anos em que governaram os que hoje nos acusam de má gestão, o Brasil nem sequer chegou perto desse grau concedido pelas agências. Ao contrário, no final do período neoliberal o risco país estava em estratosféricos 2.500 pontos e nossos papéis tinham classificação B+, quatro degraus abaixo do grau de investimento. Na época, nossos títulos eram pouco mais que lixo. E não o eram por causa do “efeito PT”, como dizem os críticos, pois, durante toda a gestão tucana, os títulos da nossa dívida jamais estiveram próximos do grau de investimento obtido nos governos do PT.
Em segundo, é necessário considerar que a agência referida muitas vezes não fez julgamentos isentos e precisos. Na realidade, a agência em questão têm um histórico de erros grosseiros. Em fevereiro deste ano, a Standard and Poor´s foi obrigada, pela justiça dos EUA, a pagar multa e indenizações no valor de US$ 1,5 bilhão ao Departamento de Justiça norte-americano e a 19 estados daquele país, por sua ação desastrada no movimento especulativo que deflagrou a atual grande crise mundial.
Com efeito, pouco antes do estouro da bolha especulativa, a Standard and Poor´s, ignorando as evidências, classificava papéis do mercado subprime, inclusive os do Lehmann Brothers, como de baixo risco.
No julgamento, a agência foi forçada a admitir que as suas “análises” desses títulos foram afetadas por suas “preocupações comerciais”. O Attorney GeneralEric Holder foi, entretanto, mais direto. Afirmou: “embora essa estratégia da S&P tenha evitado desapontar seus clientes, ela causou graves danos à economia, contribuindo para a deflagração da pior crise financeira desde a Grande Depressão”.
Portanto, é indispensável tomar com muito cuidado quaisquer decisões de agências que estão comprovadamente comprometidas com os interesses especulativos de grandes investidores internacionais.
Em terceiro, não se pode dissociar, como faz maliciosamente a mídia oposicionista, as dificuldades econômicas atuais do Brasil dessa grande crise mundial, para a qual a S&P contribuiu de forma decisiva. A crise atual, muito mais longa, profunda e extensa que as crises periféricas enfrentadas pelos atuais críticos, se agravou com o fim do ciclo das commodities e, agora, se abate pesadamente sobre os países emergentes.
Na época em que mandavam os críticos de hoje, as crises tinham denominação geográfica: crise da Rússia, do México, da Argentina, da Ásia, etc. Hoje, trata-se, de fato, de uma grande crise mundial, que afeta, em maior ou menor grau, todos os países. Até mesmo o gigante chinês, moderna locomotiva econômica internacional, vem sendo afetado pela crise.
*Sociólogo, especialista em relações internacionais e assessor da Liderança do PT no Senado
Em Teresina, durante lançamento do evento Dialoga Brasil, presidente criticou os que "querem sempre um desastre" e pediu repúdio aos que defendem o "quanto pior, melhor".
"Nós vivemos hoje um momento que muita gente considera que quanto pior, melhor. Quanto pior, melhor para uma minoria. Quanto pior, pior para o conjunto da população brasileira. Nós devemos repudiar esses que querem sempre o desastre, sempre a catástrofe", afirmou Dilma Rousseff.
A presidente reconheceu que o Brasil "passa por dificuldades", mas defendeu a democracia e disse que somos "um país que respeita as diferenças".
Questionado por jornalistas sobre o pedido feito ao Supremo Tribunal Federal pelo delegado Josélio Azevedo de Sousa, da Polícia Federal, para ouvi-lo no âmbito da Lava Jato, mesmo sem ter provas, o ex-presidente afirmou, de Buenos Aires: "eu não sei como comunicaram a você e não me comunicaram. É uma pena".
A assessoria de imprensa do Instituto Lula informou que o ex-presidente não teve acesso ao documento, que foi divulgado nesta sexta-feira pela imprensa, e lembrou que o pedido é "de um delegado da PF", e não da corporação. O STF confirmou o pedido para ouvir Lula e disse que ele foi encaminhado ao ministro Teori Zavascki, a quem caberá decidir sobre os próximos passos.