É bem difundido no imaginário brasileiro que a corrupção no governo é o grande responsável pela ineficiência dos serviços públicos. É bem verdade que além dos recursos desviados, o que sobra é mal utilizado (tema que pretendo tratar mais a frente, a responsabilidade da boa gestão pública). Entretanto, devemos sair do senso comum e questionar para onde está indo todo o montante resgatado pelo governo. Vale lembrar que (de forma desigual) o povo brasileiro paga alta carga tributária, uma das maiores do planeta, ocupando a 12° posição. O grande questionamento que nos resta aqui não é o volume da carga tributária (36,02% do PIB em 2012, segundo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário – IBPT), afinal, países mais desenvolvidos e com melhores serviços possuem cargas mais altas que as nossas: Dinamarca (48,2%), Suécia (46,4%), Itália (43,5%) e Bélgica (43,2%). Precisamos pensar para onde está indo este dinheiro.
Poucas vezes vi na mídia sendo tratado o assunto com a devida atenção. Em pleno período eleitoral, 3 candidatos a presidência da república tocaram no assunto e foram silenciados de maneira radical: Levy Fidelix, Luciana Genro e Eduardo Campos. Ninguém deu atenção às suas advertências. Creditar a ineficiência dos serviços públicos, exclusivamente, ao governo federal, aos estados e municípios é incorrer em um discurso que somente favorece a quem realmente está ganhando com isso.
Acredito que precisamos revisar o sistema de dívida criado para favorecer alguns grupos, investidores e bancos nacionais e estrangeiros. Ciro Gomes em muitos momentos falou abertamente em debates sobre o problema, mas nunca propôs uma solução efetiva. Já Rafael Corrêa, no Equador, colocou a auditoria da dívida como plataforma política e foi sua base de campanha, e FEZ!
É interessante notar que o “economiquês” usado para difundir ilusões econômicas garante a sobrevivência de grandes lucros a grupos que usurparam nossa constituição e contaminaram o poder público criando estratégias fundamentadas juridicamente para permanecer debruçando sobre o dinheiro público. É o modelo liberal contemporâneo: Estado mínimo, mas comprometido em transferir o dinheiro dos impostos para o setor privado.
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