quarta-feira, 23 de julho de 2014

CBF anuncia comissão técnica da seleção brasileira com Taffarel e Mauro Silva

Também foram anunciados Andrey Lopes, o Cebola, como auxiliar-técnico e o preparador físico Fábio Mahseredjian

Dunga e Gilmar Rinaldi anunciaram a nova comissão técnica da seleção

A nova comissão técnica da seleção brasileira terá dois ex-jogadores que foram tetracampeões mundiais em 1994: Taffarel será o preparador de goleiros e Mauro Silva trabalhará como auxiliar-técnico pontual nos primeiros amistosos. O anúncio dos 13 nomes foi feito nesta quarta-feira pelo técnico Dunga e pelo coordenador-geral Gilmar Rinaldi, que também formaram o grupo campeão do mundo há 20 anos.

Taffarel no treino Seleção Brasileira na Copa do Mundo 2010

Também foram anunciados Andrey Lopes, o Cebola, como auxiliar-técnico e o preparador físico Fábio Mahseredjian, que vai substituir Paulo Paixão. O médico Rodrigo Lasmar, do Atlético-MG, vai continuar na seleção.

Taffarel estava trabalhando como preparador de goleiro no Galatasaray, da Turquia, e agora volta ao Brasil. Mauro SIlva vai participar da comissão nos primeiros amistosos, nos dis 5 e 9 de setembro, contra Colômbia e Equador respectivamente, ambos nos Estados Unidos. A ideia da CBF é convidar outros ex-atletas para fazerem esta função em outros jogos.

"O Mauro Silva foi convidado para ser um auxiliar-técnico pontual. Chamamos alguns ex-jogadores para que possam fazer parte. Para esses jogos nos Estados Unidos, será o Mauro. Vamos repetir isso e fazer essa integração com esses campeões do mundo", explicou Gilmar Rinaldi.

Dunga escolheu para ser seu auxiliar Andrey Lopes, como antecipou o ESPN.com.br na última segunda-feira. Os dois já estiverem juntos quando o treinador comandou o Internacional, em 2013. Em sua primeira passagem pela seleção, Dunga teve Jorginho como seu assistente.

"Trouxemos alguns campeões do mundo para a seleção ter um DNA de campeão, para transportar essa experiência e qualidade", afirmou Dunga, que fez o anúnico no site da CBF.

Fonte: Msn, 23/07/14

terça-feira, 22 de julho de 2014

Onça mata e devora homem

Jacareacanga - Noticia-se nesta cidade, desde a tarde de ontem (21) que uma enorme onça próximo a comunidade de Barra de São Manoel, teria morto e devorado um homem, comunitário daquele aglomerado humano. A Barra de São Manoel localiza-se na junção de três estados (AM, MT, E PA.) tem sua densidade populacional formada por forte mestiçagem de índios das etnias Munduruku e Apiaká e nordestinos que marcam presença naquele local desde os tempos do esforço de guerra na coleta de látex.

Não é inédito na região de Jacareacanga, principalmente nas Terras Indigenas, devido a grande superfície e a baixa densidade populacional, a presença e ataques de onças, em animais domesticos nos aldeamentos. Também são registrados ataques a bovinos e ovinos em fazendas contíguas à sede do município, ocasionando prejuízos aos criadores.

Nicolau Karo Munduruku, um octagenario indígena da Aldeia Sai Cinza, retornando de tratamento médico da cidade de Belem, após vários meses de tratamento, retornou à sua aldeia saudoso de suas investidas para caça na floresta circunvizinha a sua aldeia, e revigorado e com farta saúde, embrenhou-se no mato, e subitamente uma onça faminta atacou e matou seu preferido cachorro de caça; ato seguido o velho indígena acompanhado de um genro saiu à caça do selvagem e feroz animal, que tocaiado sendo perseguido, atacou os dois arrancando dois dedos do genro de Nicolau Karo.

Persistente o velho indígena depois de socorrer seu parente com parte da mão dilacerada, retornou à caça da onça e para assombro do aldeamento, dois dias depois de ser constatado que Nicolau Karo não retornara, alguns indígenas foram fazer buscas e encontraram o ancião morto e devorado pela caça que virou caçador.

-Estamos entrando em agosto, diz uma liderança indígena - é o tempo das onças estarem na vadiagem, a onça nesse período é muito perigosa.

Fonte: Blog do Válter Tertulino, 22/07/14

Os fortes andam comigo!

Fim do político profissional

Luiz Flávio Gomes* 

Os gregos, na antiguidade, chamavam de idiotés quem não participava da política, ou seja, quem egoistamente ficava isolado em sua casa, obcecado em suas mesquinharias, sem oferecer nenhuma contribuição para a comunidade, para apolis(cidade) (veja Savater, Política para meu filho). Desse idiotés no sentido grego deriva nosso idiota atual, que você sabe bem de quem se trata. Somos contra o político que faz da política seu único meio de vida, abandonando sua profissão. Ao mesmo tempo, temos que ser contra, sobretudo quando se trata de um jovem, quem não se interessa absolutamente nada pela política, nem sequer par criticá-la (que é a tarefa mais fácil de se realizar).

Lançamos uma campanha denominada fim do político profissional (vejawww.fimdopoliticoprofissional.com.br ). Por político profissional entendemos o que abandona sua profissão para ocupar cargos eletivos eternamente, como no caso de José Sarney. Lutamos, dentre outras, por três coisas: 1ª) nenhum político pode deixar de exercer a sua profissão particular, compatibilizando-a com suas obrigações públicas; 2ª) nenhum político pode ser reeleito para o mesmo cargo executivo (salvo depois de uma longa quarentena) e 3ª) nenhum político pode exercer mais que dois mandatos consecutivos nos cargos legislativos (só podendo voltar depois de uma longa quarentena). José Sarney não teria exercido (nefastamente, diga-se de passagem) mais de 60 anos de vida pública se essa regra já estivesse valendo.

Mas por que acabar com o político profissional? Porque essa é uma das maiores fontes da endêmica corrupção no nosso país, sobretudo entre o político e o mundo empresarial e financeiro (os três formam uma troyka maligna quando atuam pensando exclusivamente nos seus interesses, em detrimento do povo). Para se entender quais são esses “interesses” basta parafrasear um influente (e desqualificado) político norte-americano (citado por Cristóbal Montes, 2014: 130), que dizia: “O que os homens de negócios [especuladores] não compreendem é que eu opero com os votos exatamente o que eles fazem com as especulações e os lucros ilícitos”.

O Brasil não necessita apenas dos movimentos horizontais (povo nas ruas exigindo ética na política, melhores serviços públicos etc.), sim, sobretudo, dos verticais, para extirpar da nossa cultura seus aspectos nefastos, incluindo seus fundamentos personalistas (herança ibérica) e aristocráticos (que conduzem a privilégios e mordomias, violando-se flagrantemente a igualdade entre todos). Nunca o Brasil será um país confiável se os velhos costumes, as crenças arcaicas e as ideologias desgastadas não forem dissolvidos, de uma vez por todas (a começar pelo voto). Nunca atualizaremos o país, de acordo com o mundo globalizado e técnico que vivemos, se a velha ordem colonial e patriarcal, dos senhores de engenho escravagistas, dos políticos corruptos clientelistas, não for revogada terminantemente (veja S. B. De Holanda 1995: 180).

Um político ficha-suja não deveria jamais poder concorrer a novas eleições (por um longuíssimo período). Faz muito mal para o Brasil a existência do político profissional (o que faz da política um meio de vida, reelegendo-se eternamente). O aprimoramento das nossas instituições passa pela proibição das seguidas reeleições. O velho sistema político está morto (e deslegitimado). Ocorre que o novo ainda não nasceu. É hora de lutar por profundas mudanças nos nossos costumes e tradições. Temos que promover uma lei de iniciativa popular para limitar a possibilidade de os políticos fazerem carreiras eternas na política.

Lutar pelo fim do político profissional (o que se perpetua nos cargos eletivos) significa lutar contra a corrupção, que tem nele uma das maiores fontes de irradiação. O político profissional (o que abandona sua profissão de origem para ocupar eternamente cargos eletivos, com todos os privilégios e mordomias) tem imperiosa necessidade de reeleição e essa necessidade de reeleição está para ele como a ganância desmedida está para o empresário e o banqueiro inescrupulosos e parasitários. Junta-se a fome com a vontade de comer. O político, no nosso sistema cultural, “naturalmente padece do vício de dar primazia às conveniências particulares em detrimento dos interesses de ordem coletiva. Isso já significa fazer predominar o emotivo sobre o racional. Por mais que se julgue achar o contrário, a verdadeira solidariedade só se pode sustentar realmente nos círculos restritos e a nossa predileção, confessada ou não, pelas pessoas e interesses concretos não encontra alimento muito substancial nos ideais teóricos ou mesmo nos interesses econômicos em que se há de apoiar um grande partido. Assim, a ausência de verdadeiros partidos não é entre nós, como há quem o suponha singelamente, a causa de nossa inadaptação a um regime legitimamente democrático, mas antes um sintoma dessa inadaptação” (Sérgio Buarque de Holanda 1995: 182-183).


Veja o vídeo aqui:

Luiz Flávio Gomes
Professor
Jurista e professor. Fundador da Rede de Ensino LFG. Diretor-presidente do Instituto Avante Brasil. Foi Promotor de Justiça (1980 a 1983), Juiz de Direito (1983 a 1998) e Advogado (1999 a 2001). [ assessoria de comunicação e imprensa +55 11 991697674 [agenda de palestras e entrevistas] ]

O itaitubense precisa criar o hábito de reclamar por seus direitos

Weliton Lima

Numa cidade onde o cidadão está acostumado a não ter os seus direitos respeitados, quem ousa quebrar essa passividade acaba sendo visto pela maioria da própria população como polêmico e contestador. Alguns líderes do extinto movimento S.O.S Tapajós até hoje carregam esse estigma, mas esse é um dos muitos desafios que o itaitubense terá pela frente, deixar de acreditar que tudo o que está posto aí é como deveria ser e que nada pode ser feito para mudar essa realidade.

Esse não querer se envolver em nada deixa o governo à vontade para não cumprir a sua obrigação de trabalhar para melhorar a vida dos seus munícipes. Isso ajuda a explicar o porquê de uma cidade com quase cem mil habitantes não ter nenhum órgão de defesa dos direitos dos seus cidadãos. O PROCON, por exemplo, até agora não se instalou aqui em Itaituba, por pura falta empenho das nossas autoridades e sem essa proteção, no comercio, o cliente que pede um cupom fiscal, precisa ter paciência e esperar um bom tempo para ser atendido, numa clara manobra para desestimular esse hábito de alguns poucos consumidores. 

No setor de prestação de serviços a situação de vulnerabilidade da população é ainda maior, pois as prestadoras de serviços públicos cobram tarifas absurdas e entregam um serviço de péssima qualidade e não há a quem pedir socorro. Até o juizado especial, única instância acessível ao cidadão, por causa da falta constante de juízes, perdeu a agilidade que deveria ter para solucionar essas questões, e está abarrotado de processos.

É nesse cenário de omissão dos nossos governantes e de passividade quase absoluta da população que o município caminha para entrar num novo ciclo da sua historia; e como tantos outros ciclos que já passaram e nada deixaram de positivo para a cidade, é preocupante imaginar o que nos espera no futuro se a população itaitubense continuar deixando para terceiros o papel de protagonista da sua própria história.

Comentário veiculado no Programa "Focalizando" do SBT, de Itaituba, 17/07/14

Fonte: Blog do Jota Parente, 21/07/14

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Justiça Gratuita ou Assistência Jurídica Gratuita - Defensoria Pública

Publicado por Alessandra Prata Strazzi *

Você sabia que existe um órgão estatal que tem como dever dar assistência jurídica gratuita e integral ("justiça gratuita") às pessoas que não podem pagar pelos serviços de um advogado? Este órgão é a Defensoria Pública.

Justiça gratuita

A gratuidade de justiça abrange honorários advocatícios, periciais, e custas judiciais ou extra-judiciais.

A assistência jurídica integral e gratuita aos hipossuficientes é direito e garantia fundamental de cidadania, inserido na Constituição Federal, sendo dever da União, dos Estados e do Distrito Federal instalar a Defensoria Pública em todo o país.

A Defensoria Pública possui função muito nobre, sendo essencial à democratização da Justiça e à própria efetividade da Constituição.


Normalmente, a Defensoria Pública atende apenas pessoas com poucos recursos financeiros (por exemplo, no Estado de São Paulo, em geral, são atendidas pessoas que ganham até 3 salários mínimos por mês). Entretanto, na área criminal, qualquer pessoa poderá ter sua defesa patrocinada pela Defensoria Pública, e em caso de réus com posses, poderá o Juiz fixar honorários em favor do Centro de Estudos Jurídicos da Defensoria Pública.

O Brasil é o único que deu tratamento constitucional ao direito de acesso dos insuficientes de recursos à Justiça, e a Defensoria Pública, com sua missão constitucional de garantir os princípios constitucionais de acesso à justiça e igualdade entre as partes, e o direito à efetivação de direitos e liberdades fundamentais (o direito de ter direitos), desponta no cenário nacional e internacional como uma das mais relevantes Instituições públicas, essencialmente comprometida com a democracia, a igualdade e a construção de uma sociedade mais justa e solidária.

Esta é a página da Defensoria Pública do Estado de São Paulo: Defensoria Pública do Estado de São Paulo. A Wikipedia tem uma lista com links para as páginas das Defensorias Públicas de vários Estados:http://pt.wikipedia.org/wiki/Defensoria_P%C3%BAblica.

Dúvidas frequentes sobre a Defensoria Pública no site da Defensoria Pública do Estado de São Paulo: dúvidas frequentes
[Gostou do texto? Leia mais artigos como este no blog Adblogando!]

Fontes não mencionadas no texto:

Alessandra Prata Strazzi
advogada - www.alessandrastrazzi.adv.br
Advogada formada em Direito pela Unesp - Franca. Autora do blog Adblogando: www.alessandrastrazzi.adv.br

domingo, 20 de julho de 2014

Licença ambiental tem 30 mil normas

Segundo pesquisa da CNI, regras da União e dos Estados se sobrepõem e obrigam empresas a esperar 28 meses por documento.

Lu Aiko Otta / Brasília - O Estado de S.Paulo, 20/07/14

Apontadas como grande causa de demora dos investimentos de infraestrutura do País, as licenças ambientais são reguladas, direta ou indiretamente, por cerca de 30 mil diferentes instrumentos legais produzidos pelos governos federal e estaduais. Pior: as regras não "casam" umas com as outras e, às vezes, se sobrepõem, criando um emaranhado jurídico tão ou mais complexo do que o tributário. 

E, ao contrário do que parece, o licenciamento ambiental não é exigência apenas para grandes obras. Pequenos negócios, como postos de gasolina, também são obrigados a obter o documento. 

"Ninguém é contra a licença ambiental, e alguns empreendimentos de fato podem ser muito agressivos, por isso é preciso ter todo o cuidado", disse o gerente executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Shelley Carneiro. "Mas, do jeito como ela vem sendo feita, só gera uma burocracia imensa que não resulta em nada de bom para o meio ambiente."



21 queixas em comum foram identificadas pela pesquisa da CNI, que ouviu 16 federações em 27 estados     Fabio Motta/Estadão

Ele coordenou um levantamento nos 27 Estados e também com 16 associações de classe empresariais, que resultou num documento a ser entregue aos presidenciáveis. A pesquisa da CNI constatou que o tempo médio para obtenção de uma licença é de 28 meses, prazo considerado "incompatível com os custos de oportunidade da maioria dos investimentos." 

No total, o texto da CNI lista 21 pontos de queixa em comum a todas as unidades da federação, que precisariam ser modificados. Entre eles, estão as condicionantes ambientais, que são exigências feitas pelos diversos órgãos de governo para liberar a licença. 

As listas estão cada vez mais amplas. "Os políticos às vezes aproveitam para pedir coisas que não têm nada a ver com o projeto, como hospitais e rodoviárias", comentou. 

O Ibama admite que não há limites claramente definidos na legislação atual para a imposição das condicionantes em obras de grande envergadura, como usinas hidrelétricas na região da Amazônia, por exemplo. Mas, em alguns casos, o próprio empreendedor do setor privado assume compromissos de realizar obras que seriam responsabilidade do Estado, principalmente em áreas carentes de políticas públicas.

Custos. Essa falta de parâmetros, comentou Carneiro, dá margem a uma subjetividade muito grande. "Depende da interpretação do licenciador." Ele não soube dizer qual o peso das condicionantes num empreendimento. "É um mundo de dinheiro", assegurou. 

Não há dados consolidados, mas a sensação dos empreendedores é que a conta vem crescendo. Na usina Santo Antônio, no rio Madeira (RO), que entrou em operação em 2012, foram investidos R$ 20 bilhões, sendo R$ 2 bilhões no programa de sustentabilidade. Já em Belo Monte, em construção no rio Xingu (PA), as ações socioambientais somam R$ 3,7 bilhões, para um custo estimado de R$ 25,8 bilhões da obra.

A proposta da entidade industrial é que as condicionantes envolvam apenas ações relacionadas a impactos gerados pelos empreendimentos. E que o custo possa ser deduzido da taxa de compensação paga aos órgãos ambientais. 

Coordenação. No aspecto mais geral, o documento da CNI propõe, em primeiro lugar, uma melhor coordenação entre as esferas de governo na emissão de licenças. Nesse ponto, reconhece Carneiro, o governo federal conseguiu um avanço, que foi a aprovação de Lei Complementar 140. Ela procura dizer qual é a atribuição de cada um. 

A regulamentação dessa lei é um dos itens do programa de governo que Dilma apresentou para as eleições deste ano. Ela promete também seguir com a modernização do sistema de licenciamento. 

Outra proposta central é simplificar o sistema de licenciamento para as micro e pequenas empresas e também para os empreendimentos com baixo impacto sobre o meio ambiente. A entidade pede também a criação de um "balcão único".

Fonte: Estadão, 20/07/2014

Licença ambiental tem 30 mil normas

Brasília - Apontadas como grande causa de demora dos investimentos de infraestrutura do País, as licenças ambientais são reguladas, direta ou indiretamente, por cerca de 30 mil diferentes instrumentos legais produzidos pelos governos federal e estaduais. Pior: as regras não “casam” umas com as outras e, às vezes, se sobrepõem, criando um emaranhado jurídico tão ou mais complexo do que o tributário. E, ao contrário do que parece, o licenciamento ambiental não é exigência apenas para grandes obras. Pequenos negócios, como postos de gasolina, também são obrigados a obter o documento.

Ideias para melhorar sua cidade

MARCELO RUBENS PAIVA

Estadão, 18/07/14


Há 20 anos, um rio que cruza a cuidade de Manilha, Pasig River, estava morto. Uma marca japonesa de cosméticos patrocinou sua despoluição, usando placas flutuantes com plantas que limpam a água suja.


Hoje é um rio de água potável.


Novas ideias não faltam.

Como este outdoor peruano da Universidad de Ingeniería y Tecnología (UTEC) e a agência FCB Mayo, que tira a umidade do ar, em um dos lugares mais secos do mundo, e transforma em água potável.

Casa para quem casa

Casa para quem casa

Buscar a autonomia financeira antes de subir ao altar também é uma dica valiosa. Ter dinheiro suficiente para não depender mais da família evita discussões e os famosos "pitacos" que quem está bancando a coisa toda pode se sentir tentado a dar. "É como diz o ditado: 'quem dá dinheiro, dá palpite'", completa a psicóloga e terapeuta de casais Marisa de Abreu. Se você é jovem e casado, não se desespere: tenha em mente que a vida financeira tende a melhorar com o tempo.

Para a psicóloga Lorena Noronha, saber quando é a hora certa de se comprometer depende muito mais da maturidade do próprio relacionamento do que da idade do casal. "Casamento não é uma cerimônia ou um papel que se assina", compara. "É um status relacional, uma intimidade entre duas pessoas que sentem vontade de dividir a vida juntos." Se a falta de dinheiro no começo da vida conjugal é um problema, uma conta bancária mais gorda também pode ser fonte de atritos. Segundo Noronha, é comum casais jovens procurarem a terapia de casal justamente quando começam a ter mais independência financeira. "Um dos dois acaba querendo mais independência de modo geral, e, às vezes, essa liberdade não inclui o parceiro ou os filhos."

Com mais dinheiro no bolso, a vontade de ter roupas melhores, de sair para locais diferentes e/ou só com os amigos pode abalar o relacionamento. "Muitas vezes, o casamento ia muito bem, até um deles entrar na faculdade e querer ir a festas", exemplifica Lorena Noronha. Outro ponto em que os mais jovens costumam escorregar, segundo a psicóloga, é não saber lidar com o fato de que a maioria dos amigos ainda estão solteiros %u2014 logo, não têm a mesma rotina dos casados. Resultado: quem quer sair sozinho se sente preso, enquanto quem quer ficar em casa se sente deixado de lado. Os efeitos colaterais são estresse, ciúme, insegurança e sensação de prisão.

Para driblar as intempéries futuras, uma alternativa é cultivar a cumplicidade desde o primeiro momento de relacionamento. Pelo menos, é a estratégia usada pelo casal Kevin Franklin Carvalho, 21 anos, e Thatiane Cristina de Gusmão da Silva Carvalho, 25. Os dois se conheceram há cinco anos, em uma festa a fantasia. À época, os dois faziam parte de uma ONG evangélica, que organizou uma viagem de 10 dias a Itaperuna (RJ) para implantar uma filial. "Quando voltamos de viagem, vimos que estava acontecendo algo mais", resume a autônoma.

Uma amiga em comum deu um empurrãozinho e, um mês após essa viagem, os dois estavam namorando. O relacionamento seguiu a toda velocidade: dois anos e meio separaram o namoro do noivado, decidido em fevereiro de 2013. "Não queria dor de cabeça, queria me envolver logo com alguém sério", declara Thatiane. Os preparativos tiveram que acompanhar a velocidade do casal. O problema era o dinheiro: enquanto Kevin ainda era um estagiário com apenas três dígitos no contracheque, Thatiane não trabalhava. O patrocínio dos pais também estava vetado.

A alternativa foi empreender: surgia a Casando com Bombom, uma miniempresa especializada em chocolates personalizados. Todo o dinheiro arrecadado com a venda das guloseimas foi destinado ao casório. "Íamos entregar os chocolates na casa das pessoas, então, era comum dar meia-noite e ainda estarmos trabalhando", conta Kevin. Além de cortar drasticamente supérfluos, como idas ao cinema ou ao restaurante, o casal apoiou-se em um rígido controle de gastos: desde fevereiro de 2013, quando noivaram, 70% do já curto salário de Kevin ia para a "poupança-casamento".

O lema dos preparativos era: multiplicar dinheiro. Para isso, além da empresa de chocolates, os dois fizeram bazar e trocaram o chá de panela por chá dos noivos, em que o casal recebe dinheiro no lugar de presentes. "Todo mundo adorou, porque muita gente tem dificuldade em escolher coisas para casa", completa Thatiane. No fim de toda essa odisseia financeira, os dois conseguiram juntar R$ 20 mil e se casaram em abril deste ano. "Ganhamos muita coisa também, como o vestido de noiva e o terno", pondera Thatiane. Os utensílios domésticos também entraram na lista de presentes. "Nosso plano era se casar e não ter dívidas %u2014 e conseguimos isso", comemora.

Hoje, os recém-casados ainda estão se habituando a contas e tarefas domésticas. A empresa está parada, Kevin é bancário e Thatiane continua na ONG. "Muitos disseram que eu ia acabar com a minha vida ao me casar cedo, que eu tinha que aproveitar antes", diz Kevin. "Mas sempre pensei: o que posso aproveitar solteiro que não posso aproveitar casado? Tenho certeza de que ela é a pessoa certa, por que não casar?". Para ela, o que contou como momento decisivo, além do exemplo dos próprios pais, foi o preparo emocional. "Tudo foi muito bem esclarecido, nada ficou nas entrelinhas. Quando nos casamos, sabíamos o que iríamos enfrentar."

Fonte: Correio Braziliense, 18/07;14