quarta-feira, 5 de maio de 2010

O potencial turístico de Itaituba e região

VISTA AÉREA PARCIAL DO PARQUE NACIONAL DA AMAZÔNIA
MAPA DO PARQUE NACIONAL DA AMAZÔNIA
IGREJA MATRIZ DE SANT'ANA QUE OCASIONA AS FESTIVIDADES DE SANT'ANA


VISTA PARCIAL DO PARQUE NACIONAL DA AMAZÔNIA
NINHADA DE OVOS, COMO PARTE DO PROCESSO REPRODUTIVO DAS AVES

BELA ESPÉCIE DE PÁSSARO ORNAMENTAL DO PARQUE


UMA DAS MAIORES ÁREAS DE PRESERVAÇÃO DO MUNDO: O PARNA
 
O município de Itaituba, na região centro-Oeste do estado do Pará, é uma das mais privilegiadas do Brasil no que diz respeito ao potencial turístico. Temos o Parque Nacional da Amazônia-cortado pelo belíssimo rio Tapajós-, com uma enorme biodiversidade, está situado a 50 km de Itaituba, no sentido Jacareacanga e abrange uma área de 945.851,00 hectares. Muitos animais e plantas que só podem ser encontrados aqui. Beleza, exuberância, riqueza, valor medicinal, são palavras que definem a biodiversidade existente no referido Parque. A Associação dos Amigos do Parque Nacional da Amazônia - AMIPARNA, tem o cuidado de acompanhar tudo que esteja relacionado ao Parque, orienta e organiza grupos de pessoas e turistas interessados em percorrer as trilhas ali trabalhadas.

Ao longo do rio Tapajós, temos também muitas praias paradisíacas, peixes ornamentais e espécies de pescados em escala comercial. Tambaqui, tucunaré e jaraqui, são exemplos de peixes comercializados em larga escala. Para enfatizar a importância turística e econômica do peixe tapajoara podemos citar o Festival de Barreiras, motivado pelas espécies piau e aracu e o Festival do Tambaqui, de São Luiz do Tapajós. Também como exemplos de eventos turísticos que geram emprego e renda são realizados anualmente o Ita-Verão, na praia do Paraná-mirim, o Festival da Praia do Amor, na cidade de Itaituba e o Festival da Galinha Caipira, na Vila Rayol. Também, num futuro breve poderemos está realizando festivais gastronômicos nos quais serão explorados o delicioso sabor do açaí, do cupuaçú, da castanha-do-pará e de nossos peixes, entizando a agregação de valor. Nesses festivais é possível ainda valorizar a produção artesanal e a cultura local e regional.

ROTEIRO TURÍSTICO DO TAPAJÓS
O roteiro turístico do Tapajós, além de contemplar o Parque Nacional da Amazônia, abrange também a praia do Paraná-mirim, brevemente nossa futura Alter-do-Chão do ponto de vista econômico, as cachoeiras e o campo dos Perdidos, em São Luiz do Tapajós, a Orla e o Terminal Hidroviário da cidade de Itaituba, a Cachoeira do Vilemar, a Caverna Paraíso, as belezas do recanto de Cauaçu-ê-pá, bem como as construções antigas de Henry Ford, antes do meado do século XX, na Vila de Fordlândia e o Tabuleiro Monte Cristo, na localidade de Barreiras, local de desova de tartarugas e tracajás.


PARANÁ-MIRIM E SUA BELÍSSIMA PRAIA
Saindo de Itaituba em direção a Rurópolis, a altura do Km 6, entrando numa estradinha à direita, depois de percorrer pouco mais de 8 km, chegamos a localidade do Paraná-mirim, que entre outras coisas, na época do verão, tem uma praia de encher os olhos. Essa localidade, quando infraestruturada, será um espaço bastante procurado principalmente nos finais de semana, para um "relax". 

Na praia, com muito sol, gente bonita e bebida gelada, o tempo parece passar mais depressa. Um evento denominado Ita-Verão, que ocorre anualmente, nos finais das três primeiras semanas de agosto atrai multidão. Ali, além de muitas barracas onde se vende de tudo, acontece também shows com artistas locais e regionais.


CACHOEIRA DO VILEMAR
Retomamos a estrada em direção a rodovia Transamazônica, Km 53, onde nos deparamos com uma beleza estonteante, a Cachoeira do Vilemar, local para muitos clics na sua máquina fotográfica. O espaço é uma opção imperdível.


CAVERNA PARAÍSO
De novo na rodovia Transamazônica, agora o nosso destino é a Caverna Paraíso. A altura do Km 74, entramos na Estrada Trans/Fordlândia, percorremos cerca de 14 km e entramos em outra estrada, a da vicinal dos Paranaenses e, depois de alguns minutos, chegamos a residência do Sr. Nelson Ribeiro, que juntamente com sua esposa, Sra. Solange e filhos nos recebem de forma muito gentil. 

Logo em seguida, vamos até a caverna, com 2,5 quilômetros mapeados por pesquisadores da UFMG, com galerias que dão acesso a cinco salões belíssimos. As visitas ao local, mesmo que timidamente, já vem acontecendo a algum tempo e chamando a atenção, principalmente por se tratar de um espaço limpo em relação aos demais do gênero e pelas características das espécies identificadas.


VILA DE CAUAÇU-Ê-PÁ
Após um almoço suculento, retomamos a vicinal e daí a estrada Trans/Fordlândia, no sentido Fordlândia, com destino a Vila de Cauaçu-ê-pá. Percorremos uns 31 kms e entramos numa estradinha a esquerda, percorremos 4 kms e chegamos finalmente a vila de Cauaçu-ê-pá, um lugar onde o encanto da natureza definitivamente fez moradia. Ali, além da pesca, dos passeios de lanchas é possível também tomar um belo banho e saborear comidas típicas regionais, evidentemente como parte de um pacote previamente adquirido.


FORDLÂNDIA: VILA AMERICANA E OUTROS APELOS TURÍSTICOS
Vamos conhecer Fordlândia. Para isso, retomamos a estradinha e depois a Estrada de Transfordlândia. Viajamos mais 5 km e encontramos a pacata Vila de Fordlândia, que se caracteriza pela hospitalidade e simplicidade de seus habitantes, pela área significativa de andirobeiras, planta de propriedades medicinais muito usada na Amazônia. 

Também, em Fordlândia as construções antigas do tempo de Henry Ford, que fez investimentos vultosos para produzir borracha em quantidade. Na época, foi executado todo um ambicioso projeto infraestrutural com casas residenciais, hospital, oficina, escola, igreja, para atender as necessidades do investimento.


BARREIRAS: TABULEIRO MONTE CRISTO E FESTIVAL DO PIAU E DO ARACU

No mesmo roteiro, vamos a Vila de Barreiras, onde além do já tradicional Festival do Piau e do Aracu, no final de junho, encontramos também o Tabuleiro Monte Cristo, onde acontece a desova das tartarugas e tracajás, no período de outubro a novembro. Espaço com fiscalização intensa do IBAMA, devido a ação predatória de pescadores que caçam essas espécies. Praias lindas maravilham quem gosta da natureza exuberante do Tapajós.


SÍTIO PESQUEIRO
A implantação de um sítio pesqueiro, desses que nós visualizamos aos domingos nos canais de televisão, onde o turista fisga o peixe, faz fotografias e o devolve ao rio, traz um faturamento significativo para o Município e Itaituba tem condições de materializar essa alternativa. 

Muitos lugares faturam alto quando investem nesse setor. Os gringos, principalmente, são fascinados pela pesca esportiva e quando se trata de um local da Amazônia eles não pensam duas vezes.


O TURISMO COMO FONTE GERADORA DE EMPREGO E RENDA
Antes de pensar em ganhar dinheiro com o turismo é necessário primeiro investir em infraestrutura. Não se trata de espaços com requinte de Primeiro Mundo mas, com características regionais. O Governo Federal, através do Ministério do Turismo, tem muito dinheiro para investir mas não abre mão da contrapartida dos municípios. 

É necessário que se tenha uma secretaria voltada para essa alternativa econômica; que se elabore, com os setores relacionados, propostas de ação para a área, afinadas com o meio ambiente e a cultura; que se providencie a confecção do Roteiro Turístico, do Guia Turístico do(s) município(s) envolvido(s); que se cadastre, em tempo hábil, os eventos turísticos, de todas as modalidades, 5 da zona rural e 10 da zona urbana, junto a PARATUR; que se estabeleça uma relação de proximidade e produção, com a Instância de Governança e, principalmente, se privilegie o serviço técnico para contextualizar o turismo. 

Feito isso, é apresentar projetos da área, no SICONV, plano de trabalho - quando for o caso - e apostar nas realizações que através de hotéis, restaurantes, lanchas, táxis, agências de turismo vão criar cerca de 3.500 novos empregos no Município.


AS DIFICULDADES
Fui Secretário de Turismo de Itaituba de julho a dezembro de 2008 e sonhei com possibilidade de viabilizar o turismo, prncipalmente o ecoturismo, uma de suas modalidades, na expectativa de gerar emprego e renda para os comunitários das localidades roteirizadas. Participei da IV Feira Internacional de Turismo da Amazônia, realizada no Hangar, em Belém, no inicio de dezembro de 2008 e fiz contatos importantes com autoridades do turismo estadual e nacional. 

Tive a oportunidade de levantar o potencial turistico, de apresentar algumas propostas de recursos para a infraestrutura turística de Itaituba, de realizar um estudo preliminar sobre a geração de emprego e renda ocasionada pelo turismo - cerca de 2 mil empregos diretos e mil e quinhentos indiretos. Lamentavelmente, os prefeitos da região, não tem idéia ou não querem trabalhar algo rentável, seguro e dentro da esfera da chamada sustentabilidade econômica. 
Entre janeiro e outubro de 2009 fui Secretário de Planejamento de Itaituba e tive o cuidado de apresentar e cadastrar no SICONV, algumas propostas relacionadas a infraestrutura turística de Itaituba, das quais destaco: Construção do Terminal de Embarque e Desembarque de Cargas e Passageiros de Barreiras, no valor de R$ 1 milhão e 200 mil reais e do Terminal de Paraná-mirim, no valor de R$ 700 mil reais; de recuperação e asfaltamento da estrada que dá acesso ao Paraná-mirim, no valor de 4 milhões e 700 mil reais; da implantação de micro-sistemas de abastecimento de água, num valor de aproximadamente 3 milhões de reais para atender S. Luiz, Paraná-mirim, Miritituba, Campo Verde, Moraes Almeida e Barreiras.

Um comentário:

Unknown disse...

Adorei a reportagem, principalmente quando fala da vila de Cauaçu-ê-pá, pois ali nasci de dela me orgulho. Meu avô ajudou a plantar as seringueiras da Cia. Ford, e meu pai retirou látex delas por muito tempo. Apesar de tanto tempo longe, ainda sinto muita saudade do meu lugar, que por vezes me vejo correndo naqueles campos limpos que se perdiam perdiam da minha vista de menino. Hoje sou biólogo e formando em Direito, moro em Boa Vista/RR, mas os maiores valores eu trouxe de lá. parabéns pela reportagem.