quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

Eleitores pobres e das periferias abandonam Bolsonaro e voltam ao PT

Pesquisa Ipec apontou que 22% dos eleitores mais pobres ou residentes nas periferias que votaram em Jair Bolsonaro em 2018 devem migrar para Lula em 2022

Brasil 247, 22/12/2021, 05:55 h Atualizado em 22/12/2021, 08:15
(Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247 | REUTERS/Ueslei Marcelino)

Um cruzamento de dados da pesquisa Ipec divulgada na semana passada aponta que os eleitores mais pobres, com renda familiar mensal de até um salário mínimo, e os que moram nas periferias de grandes centros urbanos tendem a migrar o voto de Jair Bolsonaro (PL) para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no pleito presidencial de 2022. Segundo o Ipec, 55% dos eleitores dizem que não irão repetir o voto em Jair Bolsonaro, inclusive votando em branco ou nulo. Outros 45% dizem que devem repetir o voto no atual ocupante do Palácio do Planalto. Entre os eleitores de Bolsonaro, 22% dizem que votariam em Lula, caso a eleição fosse realizada hoje.

De acordo com o jornal O Globo, o levantamento destaca que “o percentual que migra para Lula sobe para 32% entre os mais pobres, considerando os eleitores que já declaram agora intenção de votar em algum candidato, em branco ou nulo”. Entre os eleitores das periferias, 37% dos que votaram em Bolsonaro em 2018 apontam que deverão votar em Lula em 2022.

“Em 2018, o PT perdeu votação expressiva nas periferias de grandes cidades, em um contexto de problemas econômicos do governo Dilma, casos de corrupção e alta do antipetismo. Depois de três anos de governo Bolsonaro, parece haver uma avaliação de que a situação atual é pior, especialmente em termos de renda e desemprego”, observou o cientista político Oswaldo Amaral, diretor do Centro de Estudos de Opinião Pública (Cesop), da Unicamp.

Chefe de gabinete de Bolsonaro compra terreno de R$ 2 milhões no Lago Sul

Célio Faria Júnior disse que, com os trabalhos feitos no governo Bolsonaro, suas responsabilidades aumentaram, assim como seus ganhos

Brasil 247, 22/12/2021, 09:40 h Atualizado em 22/12/2021, 10:14
Jair Bolsonaro e Célio Faria Júnior (Foto: Reprodução)

Impressiona o aumento patrimonial de Célio Faria Júnior, chefe do gabinete pessoal de Jair Bolsonaro. Junto com sua mulher, a economista Vanessa Lima, eles obtiveram três postos como conselheiros em empresas públicas, o que permite receber valores acima do teto do funcionalismo, fixado em R$ 39 mil mensais. Hoje, a renda mensal dos dois chega a R$ 76 mil.

Até o início do governo, o casal recebia R$ 40 mil mensais. Em março deste ano, o casal adquiriu um terreno no Lago Sul em Brasília no valor de R$ 2,15 milhões.

Faria Júnior disse ao UOL que, com os trabalhos feitos no governo Bolsonaro, suas responsabilidades aumentaram, assim como seus ganhos. "Depois que eu entrei no governo, eu assumi um cargo mais alto, um cargo de natureza especial", disse.

"Sou chefe de gabinete e recebi um [cargo num] conselho de uma empresa que paga um salário um pouco melhor, com mais responsabilidades", disse.

IstoÉ escolhe Alexandre de Moraes como brasileiro do ano e revolta bolsonaristas

Segundo a ISTOÉ, Moraes “se destacou este ano por sua incansável defesa da democracia” pois levou adiante ofensiva contra bolsonaristas

Brasil 247, 22/12/2021, 14:54 h Atualizado em 22/12/2021, 16:16
(Foto: Reprodução)

A revista ISTOÉ elegeu o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), como Brasileiro do Ano de 2021. “Destemido, corajoso e resoluto, ele é um dos principais ministros do Supremo Tribunal Federal na luta pelo Estado de Direito”, argumenta a revista. O prêmio foi escolhido pelos editores do órgão de imprensa.

Segundo a ISTOÉ, Moraes “se destacou este ano por sua incansável defesa da democracia” pois levou adiante ofensiva contra os setores da extrema direita bolsonarista considerados antidemocráticos. “Houve condutas atentatórias, mas as instituições souberam evitar a ação dos radicais”, afirmou à revista.

A nomeação revoltou os bolsonaristas, que levaram o nome do ministro do STF e da revista aos assuntos mais comentados do Twitter.

Receita Federal tem debandada em 9 Estados após corte no Orçamento. Centenas de profissionais entregam cargos

De acordo com o Sindifisco, trata-se de um movimento nacional que atinge 90% dos 100 chefes de unidades da Receita Federal

Brasil 247, 22/12/2021, 16:16 h Atualizado em 22/12/2021, 20:25
        (Foto: Reprodução)

Quarenta e seis auditores e analistas da Receita Federal entregaram seus cargos nesta quarta-feira, 22. Eles atuam em cargos de delegados e chefes do órgão tributário no estado de São Paulo. Também onze auditores do Rio de Janeiro e do Espírito Santo entregaram os cargos e, no Acre, outros dez outros 10 servidores fizeram o mesmo, informa o G1.

A estimativa, segundo o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco), é a de que mais de 300 servidores de todo o país já entregaram seus cargos. De acordo com a entidade, trata-se de um movimento nacional. O presidente do Sindifisco, Kleber Cabral, disse nesta quarta-feira, 22, em entrevista ao Uol, que 90% dos 100 chefes de unidades da Receita do país entregaram seus cargos e que há risco de greve do órgão.
O motivo

Os servidores protestam contra o corte orçamentário para os sistemas do órgão e contra a falta de regulamentação de uma lei vigente que prevê bônus por produtividade para a categoria.

Em carta, delegados dizem que a Receita teve seu orçamento reduzido em 51,4% e denunciam que os cortes afetam principalmente a administração das unidades e a gestão de soluções informatizadas. Há risco de não haver recurso para pagamento de contas de água e energia elétrica, denunciam.

O corte no orçamento do órgão para 2022, informam os servidores, é equivalente ao valor (R$ 1,7 bilhão) que foi destinado ao pagamento do aumento salarial dos integrantes da Polícia Federal (PF), da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e do Departamento Penitenciário Nacional (Depen). A aprovação do reajuste para os policiais é uma derrota para o ministro da Economia de Bolsonaro, Paulo Guedes, e abriu crise entre setores do funcionalismo da Receita Federal.

"Observa-se que o valor corte orçamentário proposto é proporcional ao valor destinado para a reestruturação da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, do Departamento Penitenciário Nacional e do Ministério da Justiça. Com isto temos que os valores que serão cortados da Receita Federal do Brasil serão utilizados para satisfazer os reajustes acordados com as carreiras retro citadas, numa demonstração de absoluto desrespeito à administração tributária", diz a carta.

Os servidores também denunciam que o governo descumpriu um acordo de pagamento de um bônus de eficiência, no valor de R$ 450 milhões, após a reestruturação da carreira.

De acordo com o G1, “entre os que deixaram os cargos em São Paulo estão chefes de alfândega, que atuam na liberação de mercadorias no Porto de Santos e nos aeroportos. No Acre, estão incluídos no grupo os chefes das unidades da delegacia de Rio Branco, inspetorias de Epitaciolândia, Assis Brasil e Cruzeiro do Sul”.

Somaram-se aos protestos, servidores do Banco Central, que manifestaram sua insatisfação por terem sido “deixados de lado nas negociações com vistas a um reajuste remuneratório no próximo ano” em carta enviada ao presidente da instituição, Roberto Campos Neto.

“Causou-nos profunda estranheza e indignação as tratativas para reajustes salariais para determinadas categorias do serviço público, alijando outras, gerando evidente assimetria de tratamento, e deixando de fora os servidores desta Casa”, cita o texto. Eles também destacam que é "importante trazer ao conhecimento da Diretoria que os servidores em geral manifestam clara e fortemente que seria um golpe muito duro, uma grande decepção, serem deixados de fora desse movimento de recomposição salarial”.
Orçamento

O Orçamento de 2022 desidratou os gastos sociais. O gasto do governo Jair Bolsonaro com transferência de renda será menor em 2022 em relação a 2021, mesmo com o Auxílio Brasil. São R$ 7 bilhões a menos e 22 milhões de famílias que ficarão sem o benefício.

O patamar de investimentos em obras será o menor da história em 2022: R$ 44 bilhões para infraestrutura, escolas, postos de saúde, defesa e em todas as áreas que dependem de recursos da União.

Serão R$ 504 milhões destinados à Defesa Civil, o menor patamar dos últimos anos. A área é responsável pela preparação do país para enfrentar eventos climáticos extremos, como enchentes.

O Orçamento garante aumento salarial apenas para os policiais. Partidos terão o maior volume de recursos para financiar campanhas da história: R$ 4,9 bilhões. Além disso, em 2022, serão mais R$ 16,5 bilhões repassados por meio das emendas de relator.

Petroleiros entram em estado de greve nacional em protesto contra a privatização da Petrobrás

Deliberação foi aprovada por ampla maioria da categoria, nas assembleias que foram realizadas em todo Brasil pelos Sindipetros filiados à FUP

Brasil 247, 22/12/2021, 17:54 h Atualizado em 22/12/2021, 18:15
                  (Foto: FUP)

FUP – A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e seus sindicatos filiados vão encerrar o ano de 2021 em estado de greve nacional, num protesto contra as ameaças que o Governo Federal vem fazendo sobre um possível plano de privatização da Petrobrás. A deliberação foi aprovada pela ampla maioria da categoria petroleira, nas assembleias realizadas até essa quarta-feira (22), em todo o Brasil.

“Isso significa que, caso o presidente Jair Bolsonaro tenha a audácia de apresentar no Congresso Nacional o projeto de lei que prevê a venda da estatal, a realização de uma das mais fortes greves da história do setor já está sinalizada pelo setor”, garante o coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, que prevê um movimento bem parecido com as duas maiores greves dos trabalhadores, em 1995 e 2020.

Bacelar garante que a FUP e seus sindicatos jamais vão aceitar calados o projeto de privatização. “A Petrobrás está sendo esquartejada e, enquanto isso, o povo ainda paga preços exorbitantes pelos combustíveis”, afirma Bacelar.

O dirigente lembra que, no último dia 30, a Petrobrás concluiu a venda da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), na Bahia, para o fundo Mubadala, por US$ 1,65 bilhão, “valor cerca de 50% inferior em comparação com os cálculos estimados pelo estudo do pelo Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep)”. Também em 2021 foram assinados os contratos para venda da Refinaria Isaac Sabbá (REMAN), no Amazonas, e da Unidade de Industrialização do Xisto (SIX), no Paraná. “Vamos responder à altura e faremos de tudo para proteger os ativos que ainda pertencem à estatal”, comenta o coordenador da FUP.

De acordo com levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), de março de 2015 até novembro de 2021, a Petrobrás se desfez de 78 ativos, sendo 70 no Brasil e oito no exterior. Desse montante, 76% foram vendidos durante o governo do presidente Jair Bolsonaro, com o total de R$ 152 bilhões. Alguns desses ativos tiveram o processo de venda iniciado no governo anterior (Michel Temer). “Ainda assim, essas vendas refletem a disposição do atual governo de destruir a Petrobrás, patrimônio dos brasileiros, a preço de banana”, lamenta Bacelar. Nos governos dos ex-presidentes Michel Temer e Dilma Rousseff, foram comprados da estatal, respectivamente, 15 ativos, por R$ 100 bilhões, e quatro, por R$ 9 bilhões.
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domingo, 26 de setembro de 2021

‘Bolsonaro efetivamente tentou um golpe no 7 de setembro e vai tentar de novo em 2022’, diz Fernando Horta

“Jair Bolsonaro não vai parar. Ele tentou no 7 de setembro e agora ele tem mais um 7 de setembro para tentar”, afirmou o historiador à TV 247

Brasil 24&, 26/09/2021, 10:25 h Atualizado em 26/09/2021, 10:46
Jair Bolsonaro e Fernando Horta (Foto: Isac Nóbrega/PR | Reprodução)

O historiador Fernando Horta, em entrevista à TV 247, afirmou que Jair Bolsonaro tentou efetivamente dar um golpe de Estado no Brasil na véspera do feriado de 7 de setembro.

“No 6 de setembro Jair Bolsonaro tentou dar um golpe. Nós estivemos na berlinda para que o sistema brasileiro, as instituições brasileiras fossem efetivamente destruídas. Eu fico muito preocupado com jornalistas, analistas que não enxergam isso porque isso é a verdade batendo na cara das pessoas”, afirmou.

Segundo Horta, Bolsonaro não vê como retroceder em sua ascensão ditatorial. "Jair Bolsonaro tenta a todo momento romper com as poucas amarras que as instituições conseguiram lhe colocar. Na medida em que ele domina o procurador-geral da República [Augusto Aras], na medida em que ele tem na manga, por conta de algum acordo, o presidente da Câmara [dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), institucionalmente ele imaginou que estava seguro: ‘não tenho como voltar, não tem como me tirar daqui. Então o único caminho é avançar’. E ele fica o tempo todo tentando, tentando assumir poderes ditatoriais cada vez maiores”.

Ele ainda afirmou que é uma ilusão acreditar que o chefe do governo federal pode ser contido. Para Horta, ele fará uma nova tentativa de golpe em 2022. “Bolsonaro não vai parar. Ele tentou no 7 de setembro e agora ele tem mais um 7 de setembro para tentar. E o próximo 7 de setembro vai ser no meio do processo eleitoral, vai estar pegando fogo, os ânimos vão estar muito acirrados. Estamos brincando com fogo, as instituições brasileiras estão brincando com fogo”.

Bolsonaro já perdeu a eleição", diz Marcos Coimbra, presidente do Vox Populi

Segundo o sociólogo e presidente de empresa especializada em pesquisas de opinião, é "zero" a chance de Bolsonaro vencer o próximo pleito presidencial, e é isso que faz os bolsonaristas tentarem tumultuar o ambiente democrático

Brasil 247, 26/09/2021, 10:40 h Atualizado em 26/09/2021, 11:09
Marcos Coimbra e Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução | Reuters)

O sociólogo e presidente do Instituto Vox Populi, empresa especializada em pesquisas de opinião, Marcos Coimbra, disse à TV 247 que é "zero" a chance de Jair Bolsonaro vencer a eleição presidencial em 2022.

Para ele, "por tudo que a gente conhece de eleição, de comportamento político-eleitoral do povo brasileiro e de pesquisas feitas no mundo inteiro, o senhor Jair Bolsonaro vai perder a eleição do ano que vem".

Coimbra ainda brincou ao dizer que as chances de Jair Bolsonaro ter sucesso na próxima eleição são as mesmas de seres extraterrestres chegarem à Terra com "a chave da 'vida eterna'". "Existe alguma chance? Sei lá. Desce um ET, entrega para ele a chave da 'vida eterna', da solução dos problemas do mundo, da saúde plena para todo mundo. A chance disso acontecer é zero".

O fato de Bolsonaro já ter selado seu destino com o fracasso, segundo o especialista, é que faz com que os bolsonaristas mais radicais queiram tumultuar o ambiente democrático. "Bolsonaro já perdeu a eleição, e é isso que está fazendo com que uma turma que não aceita a democracia, não aceita que o povo prefira outro tipo de político, com outro tipo de proposta, com outro tipo de política econômica, de saúde, ambiental, educacional... Essas pessoas não aceitam que o povo se pronuncie. Bolsonaro perdeu a eleição".

Bolsonaro perdeu 35% dos que votaram nele em 2018 e 23% já declaram voto em Lula

Percentual de arrependidos é crescente e revela que muitos dos que foram manipulados nas eleições de 2018 regressaram a Lula

Brasil 247, 26/09/2021, 05:05 h Atualizado em 26/09/2021, 05:05
Família Bolsonaro e Lula (Foto: Reprodução/Instagram | Reprodução/Facebook)

O detalhamento da pesquisa Datafolha revela um número crescente de arrependidos entre os eleitores que votaram em Jair Bolsonaro em 2018. "Em geral, se comparado com a média da população, o eleitor de Bolsonaro tem melhor avaliação do governo e responsabiliza menos o presidente por mazelas como desemprego, inflação e crise de energia. Mas uma parte se descolou do bolsonarismo e não repetiria seu voto, chegando a avaliar o governo como péssimo, a defender impeachment e a declarar escolha por Lula", aponta reportagem da Folha deste domingo.

"O Datafolha mostra que 24% dos que elegeram Bolsonaro querem que o Congresso analise seu impeachment. Outros 73% não querem isso. Na população, a proporção é de 56% favoráveis e 41% contrários. As três questões mostram que cerca de um quarto do eleitorado de Bolsonaro agora está em terreno de oposição a ele. É próximo do montante de eleitores do presidente que declara voto em Lula, num segundo turno contra Bolsonaro — 23%. A maioria repete o voto (65%), e 12% declararam voto em nenhum, nulo ou branco", prossegue a reportagem. Ou seja: ele perdeu 35% do eleitorado.

No primeiro turno, no principal cenário avaliado pelo Datafolha, a população declara voto em Lula (44%); Bolsonaro (26%); Ciro Gomes (PDT, 9%), João Doria (PSDB, 4%), Luiz Henrique Mandetta (DEM, 3%) e branco, nulo ou nenhum (11%).

Há “prova abundante” para o impeachment de Jair Bolsonaro, diz juíza que atuou no Tribunal Internacional

Bolsonaro deve sofrer impeachment por crimes de responsabilidade e contra a humanidade, opina a juíza Sylvia Steiner, que já atuou no Tribunal Internacional de Haia, que é um dos destinos do relatório final da CPI da Covid

Brasil 247, 26/09/2021, 06:24 h Atualizado em 26/09/2021, 07:07
(Foto: Divulgação/Vem Pra Rua Brasil)

O relatório final da CPI da Covid deverá ser encaminhado ao Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, na Holanda.

Única juíza brasileira que já atuou na corte (2003-2016), Sylvia Steiner acredita que há “prova abundante” para uma condenação internacional de Jair Bolsonaro e para abertura de impeachment.

Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, a juíza diz que os crimes de Jair Bolsonaro na gestão da pandemia são graves. Para ela, as provas de que o ocupante do Palácio do Planalto cometeu crime de responsabilidade são "robustas". Ela se refere ao "crime de causar epidemia, em que há provas, inclusivec ientíficas pela comparação com outros países de que se tivessem sido tomadas as medidas adequadas no momento certo nós não estaríamos chegando neste número espantoso de 600 mil mortes"

A juíza Sylvia Steiner enfatiza que houve também "desrespeito às medidas sanitárias" e isto está muito bem demonstrado. "A prova é abundante, até porque as pessoas do governo nunca tiveram muito cuidado em não se expor".

A documentação da CPI da Covid, de 10 mil páginas, recebida por juristas, demonstra que houve realmente “um projeto, uma política propositada de gerar aquilo que vulgarmente se chama de imunidade de rebanho". De acordo com a juíza, "sendo uma política, é um elemento de contexto de crime contra a humanidade".

"A grande diferença é que, depois dessa análise, percebe-se que não era simplesmente ignorância, incompetência e falta de conhecimento. Foi a implementação de uma política de que uma suposta infecção da população geraria um resultado positivo. Isso é uma política, um ataque. Não se usa uma população como cobaia de um teste; isso, em tese, é um crime contra a humanidade".

Sylvia Steiner também se mostra convencida de que Jair Bolsonaro cometeu crime de responsabilidade, pela violação de garantias individuais. Quanto ao processamento do relatório da CPI da Covid, ela acredita que "vai ser encaminhado para o Ministério Público e à Presidência da Câmara". E manifesta concordância com a opinião do professor Miguel Reale Jr. de que é necessário modificar urgentemente a legislação que deixa a decisão de tramitar ou não o processo de impeachment exclusivamente na mão do presidente da Câmara. Essa opinião foi defendida também pelo relator da CPI, senador Renan Calheiros.

Governo Bolsonaro deixa 2,3 milhões fora do Bolsa Família; 844 mil no Nordeste

"Não se trata de um número: são milhões de pessoas passando fome", diz Wellington Dias, governador do Piauí e presidente do Consórcio Nordeste.

Brasil 247, 26/09/2021, 14:29 h Atualizado em 26/09/2021, 14:41
(Foto: REUTERS/Adriano Machado)

Revista Fórum - Em meio a promessas de elevar para R$ 300 o valor do seu “Auxílio Brasil”, Jair Bolsonaro (Sem partido) ignora o pedido de 2,3 milhões que estão no Cadastro Único (CadÚnico) do governo federal pedindo para entrar no Bolsa Família.

Segundo reportagem na coluna Painel, na Folha de S.Paulo deste domingo (27), 844.372 dos pedidos para ingressar no benefício são do Nordeste, 834.564 do Sudeste, 247.885 do Norte, 205.941 do Sul e 138.503 do Centro-Oeste.

“Veja que só no Nordeste são 844.372 famílias, não se trata de um número: são milhões de pessoas passando fome. Estamos falando de 2.271.265 famílias no Brasil nesta situação de encaminhar o pedido, o direito e não serem atendidas. É o país sonegando o pão de cada dia para mães e suas famílias”, disse Wellington Dias (PT), governador do Piauía e presidente do Consórcio Nordeste.