segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Lula é vítima de Lawfare? Mas o que é isso?

*Wagner Francesco

Os advogados do Lula deram (mais) um argumento para rebater as denúncias contra seu cliente: segundo eles, "Lula é vítima de ‘Lawfare’.

Mas o que é Lawfare? A grosso modo, é uma guerra travada por meio da manipulação das leis para atingir alguém que foi eleito como inimigo político. É o uso (muitas vezes) abusivo da lei como uma arma de guerra. É a estratégia de utilizar - ou abusar - do direito como um substituto de tradicionais métodos militares para obter sucesso em um conflito.

Ora, numa democracia é necessário que a lei seja obedecida; o Estado, dessa forma, se vale do uso da lei para atacar aqueles/aquilo que considera como inimigo. Desenhando: dar um ar de legalidade aos abusos. Sabe quando alguém diz que apesar do impeachment ter seguido os trâmites legais, ainda assim ele foi golpe? Tipo quando o diabo, para tentar Jesus, usou as palavras de Deus? Pois, quem defende isso defende que houve, no Brasil, uma Lawfare e que Dilma saiu derrotada...

Segundo os advogados do Lula, há a prática de Lawfare, pois, para deslegitimar o ex-presidente, há manipulação do sistema legal, abuso de direito, tentativa de influenciar a opinião pública, judicialização da política e promoção de desilusão popular. Isso porque uma"guerra legal" parte da ideia de que um grupo político vai tentar usar a lei para impedir ou punir a ação de outro grupo político - e esse argumento é usado pela defesa do Lula para passar a impressão de que a atuação do Ministério Público não é só jurídica, mas política também.

Resumo: os advogados do Lula argumentam que nas urnas ninguém o vence, então seus opositores se valem da Lawfare, que é uma guerra jurídica, para derrubá-lo politicamente.

Não caindo no mérito sobre se os advogados do Lula têm razão ou não, o fato é que o uso da lawfare é mais eficiente e menos cansativo que ganhar uma eleição. Nada melhor que derrubar um opositor usando uma via mais destrutiva: de forma legal - ainda que camuflada.

O que posso afirmar é que a Lawfare é inerentemente negativa. Não é uma coisa boa. É o oposto da busca pela justiça, pois, por meio de apresentação de processos judiciais frívolos e do mau uso de processos legais, intimida e frustra os adversários. E ganha uma Lawfare quem tem mais poder: político e econômico - e essa guerra nunca foi novidade num cenário internacional. 

*Teólogo e Acadêmico de Direito. Pesquiso nas áreas do Direito Penal e Processo Penal.

Gilmar Mendes: "Decisões de Moro não devem ser canonizadas"


Em mais um capítulo da disputa dos Poderes no Brasil, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) e presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) Gilmar Mendes criticou o uso político da Lava Jato e defendeu o projeto de lei contra abusos dos agentes públicos.

Para o magistrado, a Lava Jato é mesmo um marco na história, mas não justifica a "canonização" das decisões do juiz Sergio Moro, responsável pela operação em primeira instância.

Gilmar considera que a operação vem sendo usada "oportunisiticamente" para defender privilégios do Judiciário, do Ministério Público e de outras corporações.

As declarações foram feitas à jornalista Mônica Bergamo da Folha de S.Paulo.

Tucanos em pânico: Paulo Preto vai delatar



Arrecadador informal de campanhas do PSDB, o engenheiro Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, decidiu formalizar um acordo de delação premiada, segundo informa a jornalista Vera Magalhães.

Como funcionário da Dersa, ele atuou nas obras do Rodoanel nas gestões de Geraldo Alckmin e José Serra, candidatos presidenciais do PSDB em 2006 e 2010, e foi citado por empreiteiros como coletor de propinas.

Segundo Vera, a delação "apavora tucanos" e "o clima no PSDB paulista é de tensão total".

Constatação

Bancada do Pará deu 12 votos para aprovação da PEC que congela gastos federais

Publicado 11 de outubro de 2016 | Por Jeso Carneiro

A Câmara dos Deputados aprovou o texto base da proposta de emenda à Constituição que congela os gastos federais pelos próximos 20 anos, prioridade legislativa do governo Michel Temer para 2016.

A votação ocorreu ontem, 10.


O resultado — 366 votos a favor, 111 contra, com 2 abstenções — foi obtido com o empenho pessoal do presidente da República, o que incluiu um jantar para mais de 200 deputados na noite deste domingo (9).

A bancada do Pará contribuiu com 12 votos para essa vitória. No Leia Mais, abaixo, confira o voto de um dos 17 parlamentares paraenses da Casa.


VOTARAM SIM PARA A PROPOSTA

Hélio Leite (DEM)
Elcione Barbalho (PMDB)
Priante (PMDB)
Simone Morgado (PMDB)
Beto Salame (PP)
Júlia Marinho (PSC)
Éder Mauro (PSD)
Joaquim Passarinho (PSD)
Nílson Pinto (PSDB)
Josué Bengtson (PTB)
Chapadinha (PTN)
Wlad Costa (SD)

VOTARAM CONTRA A PR0POSTA

Arnaldo Jordy (PPS)
Lúcio Vale (PR)
Edmilson Rodrigues (PSOL)
Beto Faro (PT)
Zé Geraldo (PT)

62% dos juízes do Pará ganham acima do teto constitucional de R$ 33 mil

Publicado 23 de outubro de 2016 | Por Blog do Jeso

Três de cada quatro juízes brasileiros receberam remunerações acima do teto constitucional. É o que revela o jorna O Globo ao analisar as últimas folhas salariais dos 13.790 magistrados da Justiça comum brasileira, a maioria de agosto.

São 10.765 juízes, desembargadores e ministros do Superior Tribunal de Justiça que tiveram vencimentos maiores do que os R$ 33.763 pagos aos ministros do Supremo Tribunal Federal.

Pela Constituição, esse deveria ser o maior valor pago aos servidores, e lá está expresso que nesse limite estão incluídas “vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza”.

No Pará, mais 60% dos juízes ganham salário acima do teto.
Neste link, a íntegra da matéria.

domingo, 23 de outubro de 2016

Estádio do Corinthians foi presente para Lula

Piada de domingo 

"Lula é exagerado. Depois do fabuloso triplex do Guarujá, o homem 'ganhou' um estádio de futebol, o 'Itaquerão', de presente do generoso Emilio Odebrecht, que recebeu mais de R$ 1 bilhão pela a obra. 
 
Trata-se da piada do domingo, publicada pela Folha, que, infelizmente, não saiu na coluna do Sensacionalista", diz o jornalista Clayton Netz.
 
Ele lembra que o Itaquerão contou com incentivos de Geraldo Alckmin e Gilberto Kassab, deixando uma dívida de R$ 900 milhões para o Corinthians.
 
"Presente do generoso Emilio ao corintiano Lula? Só se for presente de grego", diz Clayton, pontuando que o caso só se compara, em matéria de absurdo, à falsa doação eleitoral de R$ 75 milhões feita por uma beneficiária do Bolsa-Família.

O plano Jucá fracassou. E agora, Temer?

 

A presidente Dilma Rousseff foi afastada porque não conseguiu oferecer proteção à classe política, diante da Lava Jato, e não pelo motivo alegado das pedaladas fiscais.
 
O que muitos caciques esperavam é que seu substituto, Michel Temer, fosse capaz de colocar em prática o plano do senador Romero Jucá (PMDB-RR) de "estancar essa sangria", num acordão que envolveria até o Supremo Tribunal Federal.
 
No entanto, o tiro saiu pela culatra, Eduardo Cunha foi preso e pode levar uma centena de deputados com ele. Além disso, os principais senadores do PMDB estão na linha de tiro e o próprio Senado foi alvo de uma inédita batida policial.
 
Incapaz, assim como Dilma, de oferecer proteção, é Temer quem agora passa a correr riscos.

Aragão: a Lava Jato faz mal à Democracia

Janot é parte do mal

Conversa Afiada, 23/10/2016
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Da revista Brasileiros:
“Os procuradores da Lava Jato estão descontrolados”
Convicto de que a força-tarefa extrapola todos os limites e atua em parceria com o juiz Sergio Moro, o que é inconstitucional, o subprocurador-geral da República Eugênio Aragão afirma que seus colegas de Curitiba criam um “quadro de absurdos” ao sacrificar a realidade

Subprocurador-geral da República, professor de Processo Penal da Universidade de Brasília e ex-ministro da Justiça do governo Dilma Rousseff, Eugênio Aragão defende que, diante de um fato complexo, é legítimo investigar a partir de um modelo teórico. Por princípio, esse modelo deve ser flexível, para ser alterado à medida que as provas se acumulam e as investigações avançam para um ou outro lado. Pela análise de Aragão, é justamente nesse ponto que começam os problemas da Operação Lava Jato: “Os integrantes da força-tarefa, até por uma questão de vaidade, insistem no modelo original. E ficam socando a prova obtida dentro das categorias que criaram”.

Em alguns casos, afirma, a acusação formulada pelos procuradores da República instalados em Curitiba parece mais “uma questão de fé do que prova”. Foi o que aconteceu quando os procuradores Deltan Dallagnol e Henrique Possobon apresentaram denúncia contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, criticada até pelos mais ferrenhos aliados da Lava Jato, mas aceita seis dias depois pelo juiz Sergio Moro: “Trata-se de um jogo combinado, inconstitucional. Lá em Curitiba, a Polícia Federal, os procuradores e o juiz atuam em conjunto”. Aragão comenta ainda que foi o próprio Dallagnol, coordenador da força-tarefa, que admitiu em entrevista o trabalho conjunto: “Os dois são amigos, dão aulas na mesma instituição de ensino, agem como se fossem um só”.

Avesso à ideia de assistir impassivelmente à atuação que considera nociva à democracia, Aragão escreveu uma carta aberta ao procurador-geral da República assim que ele, Rodrigo Janot, fez um discurso considerando “desonesto” qualquer tipo de crítica feita à Lava Jato. Na carta, Aragão lembra inclusive comentário feito por Janot em encontro entre os dois, no qual o procurador-geral disse que a Lava Jato era “muito maior” do que ambos. Naquele momento, Aragão tinha externado seu temor quanto ao impacto provocado pela Lava Jato na economia do País, também tema de sua entrevista à Brasileiros: “Eles se gabam de ter devolvido à Petrobras US$ 2 bilhões, mas não veem o estrago que causaram na economia, que é muito superior. Por baixo, US$ 100 bilhões, se a gente pensar nos empregos que foram perdidos e nas indústrias, com seus artigos tecnológicos desmantelados”.

Brasileiros – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se tornou réu após uma denúncia criticada até por seus mais ferrenhos adversários. O ex-ministro Guido Mantega foi preso num hospital. Como o senhor recebeu essas decisões?

Eugênio Aragão – É um jogo combinado, inconstitucional, entre o juiz Sergio Moro e os procuradores. Lá em Curitiba, a Polícia Federal, os procuradores e o juiz atuam em conjunto. No caso de Guido Mantega, o juiz admitiu, indiretamente, que não havia motivo para a prisão, ao mandar soltá-lo cinco horas depois. E prisão é um ato extremamente grave, que estigmatiza a pessoa. O Ministério Público só pode pedir a prisão a um juiz se houver indícios veementes da autoria de um crime e se a pessoa for de extrema periculosidade.

No episódio do ex-presidente, sobraram críticas à apresentação dos procuradores. Como a denúncia prosperou?
Trata-se de um grupo de pessoas que estão agindo sem nenhum controle e sem nenhuma accountability. Estão correndo soltas, completamente descontroladas. Quando as pessoas se colocam em cima de um pedestal, se achando os salvadores do mundo, não aceitam sugestões nem conselhos. No episódio de Lula, apresentaram um Power Point chulé, com uma série de ilações. A apresentação foi de tal generalidade que eles poderiam colocar qualquer um de nós lá dentro. Outro erro recorrente do Ministério Público é sacrificar a realidade para manter os seus castelos teóricos.

Como?
Quando tem um fato complexo, o Ministério Público trabalha com um modelo. É legítimo, desde que o modelo seja uma referência preliminar. À medida que a investigação avança, esse modelo tem de ter flexibilidade para ser alterado, conforme as novas constatações. Só que os integrantes da força-tarefa, até por uma questão de vaidade, insistem no modelo original. E ficam socando a prova obtida dentro das categorias que criaram. O que sai dali é um quadro de Salvador Dali. Um quadro de absurdos. Nada daquilo que foi apresentado em Curitiba é minimamente plausível. Parece muito mais uma questão de fé do que prova.

Qual a origem dessa postura?
A escola, essa ideia de se criar um modelo de atuação, começou com o mensalão. O problema é que o processo vai avançando e o modelo ficando superado. E o Ministério Público insiste em manter o castelo teórico. As teorias científicas têm de ter flexibilidade. Paul Feyerabend (filósofo austríaco) diz que os cientistas são todos desonestos porque são extremamente vaidosos. Quando acham um problema na teoria, eles botam a sujeira debaixo do tapete e fazem um puxadinho para que a teoria deles continue valendo. Então, as teorias não vão sendo automaticamente refeitas quando falseadas, mas submetidas a uma cosmética. E me parece que esses colegas estão agindo muito nessa linha feyerabendiana.

Dentro do Ministério Público, não existe uma forma de controlar situações desse tipo?
Para mim, essa coisa de força-tarefa é para FBI, para Miami Vice (série americana de tevê). Não tem tradição no Brasil. A primeira que houve foi durante a gestão do procurador da República Claudio Fonteles, para tratar do caso Banestado, que também, por sinal, tinha como juiz-coordenador o Sergio Moro.

E alguns dos procuradores da força-tarefa.
Também. Não foi uma boa experiência. Tanto não foi que quando Antonio Fernando de Souza (o sucessor de Fonteles) assumiu, a primeira coisa que fez foi acabar com a força-tarefa. O procurador-geral seguinte, Roberto Gurgel, também nunca aceitou força-tarefa. Por duas razões. A primeira é de política processual. Quem cria uma força-tarefa tem obrigação de apresentar um resultado estrambólico. Forças-tarefas não são criadas para arquivar processos. Há pressão para resultados, para uma condenação. Já existe um pré-julgamento.

E a segunda razão?
É o processo penal brasileiro, que tem características distintas de outros países. No processo penal brasileiro, o Ministério Público, a polícia e o Judiciário são atores extremamente empoderados. Muito mais do que em qualquer outro modelo no Direito Comparado. No Brasil você tem uma polícia que é tão forte que derruba ministro da Justiça. Vários ministros da Justiça tiveram que deixar o cargo porque brigaram com o diretor-geral da Polícia Federal.

Por exemplo?
Paulo Brossard. Quando Paulo Brossard começou a se desentender com Romeu Tuma (diretor da Polícia Federal entre 1985 e 1992), o que aconteceu? Sarney (o então presidente José Sarney) teve que colocá-lo no Supremo Tribunal Federal.

Foi preciso tirar do ministério?
Sim, porque não podia tirar o Romeu Tuma. Ou seja, o diretor-geral é mais forte do que o ministro de Estado. O Ministério Público, por sua vez, é um império. Ninguém toca nele. O Judiciário não fica atrás. Tem hoje um poder tão grande que manda até projeto de lei para o Congresso, para fixar seus vencimentos. Quando se tem três atores tão empoderados, é preciso um sistema de freios e contrapesos para controlá-los, o que eu chamo de filtros processuais. A polícia faz a investigação e qualquer tipo de reclamação de abusos da polícia é dirigido ao Ministério Público, que pode corrigi-los. Se o Ministério Público estiver fazendo algum tipo de abuso, o recurso é o juiz, que também corrige. E, se o juiz estiver fazendo alguma coisa errada, recorre-se à segunda instância. Então, existe um controle de cada um desses agentes, um pelo outro.

Isso na teoria.
Numa força-tarefa, onde existe uma verdadeira mescla, uma mancomunagem desses três atores e eles trabalhando de mãozinhas dadas, a quem é que o jurisdicionado vai recorrer?

A defesa fica inviabilizada?
Não só a defesa. Inviabiliza qualquer tipo de controle, qualquer tipo de prestação de contas ao público. Imagine, por exemplo, se alguém quiser reclamar contra a Lava Jato. Para quem vai reclamar? Até o Tribunal Regional da 4ª Região (a segunda instância) com muita dificuldade contraria os desígnios da Lava Jato.

O próprio ministro Teori Zavascki foi criticado pelo juiz Sergio Moro em artigo de jornal.
Eles perderam completamente a noção de limite. Não tem ninguém que controle isso.

Se perderam a noção, por que as instâncias superiores aceitam?
Isso é uma técnica, a articulação da jurisdição com a mídia. No momento em que o juiz Sergio Moro encontra apoio quase unânime da mídia, os outros juízes ficam com dificuldade de justificar publicamente algum tipo de censura. A maioria fica desconfortável, até porque no Judiciário existe uma cultura de um juiz não falar mal de outro.

Deixam de tomar uma atitude mesmo diante de medidas contrárias à lei?
A cultura do Judiciário é de autocomedimento, de autorrestrição. Quando um juiz vira o mascote da imprensa, gera uma perplexidade, uma insegurança por parte de muitos atores do Judiciário. E isso se reflete no processo de decisão, porque a pressão da opinião pública é enorme. Não é à toa que nos Estados Unidos qualquer prova que venha a público antes de ser submetida ao Grande Júri é nula. O Grande Júri não pode ser submetido à pressão da opinião pública. O juiz é humano como nós. Alguns são mais fortes, outros mais fracos.

Quem faz crítica corre o risco de ser confundido com quem não quer combater a corrupção?
Tem um pouco disso, mas as pessoas que pensam sabem que esse discurso hoje está desgastado. Quando a corrupção é sistêmica, não se combate apenas com Direito Penal. Não estou dizendo que o Direito Penal deva cruzar os braços e ver as pessoas surrupiarem os bens públicos. Não se trata disso, mas de dar mais ênfase a políticas estruturantes da administração. Para isso, é preciso entender um mínimo de economia da administração pública, o que o Ministério Público não entende. Quando é posto na frente de um problema, o Ministério Público quer um culpado, um bode expiatório. Não quer resolver o problema. E vem com um discurso moralista.

Como criar a impressão de que a corrupção no Brasil começou há poucos anos?
A corrupção sistêmica existe há séculos no Brasil. O problema é eles acharem que podem resolver essa corrupção sistêmica dando murro em cima da mesa. E na base de cassetete, colocando todo mundo dentro da cadeia. Não vai ter cadeia para tanto corrupto no Brasil. Eles vivem sob a ilusão de que o Direito Penal tem capacidade de resolver isso. O Direito Penal foi feito para a corrupção eventual. O sujeito, digamos, que tenta tirar proveito de um guarda de trânsito. Diante de todo um sistema de concorrência pública, de cartelização de empresas que funcionam na base de remunerações paralelas para atores políticos, é preciso rever não só a dinâmica política do País, para que os atores políticos não sejam mais clientela desse dinheiro desviado, como também criar defesas dentro da administração, para que ela não fique sujeita à extorsão por parte de agentes privados.

Mecanismos de transparência ajudariam?
É um aspecto. Um Estado como o nosso, em que os processos administrativos são extremamente atravancados, é natural que a peita (o suborno) funcione como uma forma de liberar o processo de decisão. Se eu quiser construir um frigorífico, construo em dois meses, mas para botar esse frigorífico para funcionar vou precisar de oito anos para conseguir as licenças. A administração cria dificuldades para vender facilidades.

Teria então que começar diminuindo a burocracia?
Digamos assim. Se um estrangeiro está querendo investir meio bilhão de dólares no Brasil, não vou tratá-lo como o Zé das Couves que está querendo abrir uma banquinha de legumes na esquina. Da mesma forma que os grandes bancos têm gerentes pessoais para os correntistas de contas mais graúdas, deveria ser criado um balcão especial para esse tipo de investidor. Ele não tem de correr atrás dos fiscais, das licenças, de entrar na cozinha do governo. Ele tem que ficar na sala de visitas. Um gerente geral de investimentos vai dizer o que ele precisa entregar em termos de papelada, o que deve pagar de taxas. E esse gerente-geral é quem deveria correr atrás dos órgãos da administração para eles tomarem a decisão o mais rápido possível sobre as licenças. Precisamos de boas práticas na administração para lidar com o setor privado.

E nesse momento, em que há uma série de episódios de corrupção comprovada na Petrobras, o que a Justiça deveria fazer com os corruptores?
Em primeiro lugar, para mim, essa prova tirada pela Lava Jato é altamente suspeita. Eu não sei se tem essa prova toda. Existem informações. Como o Ministério Público é escandaloso, mas não é nem um pouco transparente, não sabemos ao certo o que aconteceu, o que não aconteceu. O fato é que não podemos matar a iniciativa privada, por causa de más práticas na relação com o governo. A gente não mata barata botando fogo na casa.

A Lava Jato afeta a economia?
Não tenha dúvida. Eles se gabam de ter devolvido à Petrobras
US$ 2 bilhões, mas não veem o estrago que causaram na economia, que é muito superior. Por baixo, US$ 100 bilhões, se a gente pensar nos empregos que foram perdidos e nas indústrias, com seus artigos tecnológicos desmantelados. A indústria naval está indo para a estaca zero de novo. Já passamos por isso uma vez, na década de 1980, quando ela quebrou. Conseguimos reconstruir a indústria naval e estamos quebrando-a de novo.

E a indústria petroleira?
São ativos que vão demorar décadas para serem reconstituídos. Outro setor essencial, a indústria da construção civil, ficou fortissimamente abalado. Esses gigantes da construção civil são os responsáveis por construir a nossa infraestrutura. Não adianta pensar como economista liberal, no sentido de que haverá novas ofertas no dia em que esses gigantes quebrarem. Não é simples assim. Para entrar no Brasil e substituir uma Camargo Corrêa ou uma Norberto Odebrecht, as empresas estrangeiras vão querer saber qual é a segurança jurídica para fazer contrato com o governo. E quais são os custos logísticos, já que não têm canteiros de obras no Brasil. Até essas empresas estabelecerem a sua logística, os projetos vão custar mais caros. E tem algumas obras que essas empresas não sabem fazer, que só as nacionais sabem.

Como por exemplo?
Uma estrada na Amazônia, em terreno pantanoso, atravessando um rio atrás do outro. Quem tem tecnologia para isso são as nossas empresas. Se elas quebrarem, por um período de cinco a dez anos as obras de infraestrutura vão ficar comprometidas.Vamos perder o bonde da vez na economia global. Não podemos, por conta de uma luta moralista, afundar o País. O que vai sobrar? Empresas quebradas? Políticos de ocasião, os Berlusconis brasileiros?

Como punir, sem quebrar, uma empresa envolvida em corrupção?
Nós temos dois modelos possíveis. Converter as multas que forem aplicadas em um programa social, em projetos que o governo deveria fazer, mas tem poucos recursos, como na área educacional. Ao mesmo tempo, a empresa seria obrigada a mudar suas práticas, no sentido de criar um código de compliance e garantir que essas normas vigorem.

E a outra alternativa?
Se as multas forem de tal porte que prejudiquem a própria estrutura da companhia, a outra possibilidade seria negociar o valor, transferindo parte do controle da empresa para a União. A União poderia capitalizar a empresa e revender as ações capitalizadas no mercado, para ressarcir o prejuízo. A empresa muda de mão, mas sobrevive, até porque os administradores continuam os mesmos, para que seu know how permaneça.

E o administrador que foi responsável pelo ato de corrupção?
Esse deve ser punido, mas é uma questão pessoal. Deve-se distinguir o que acontece com a empresa e o que acontece com o indivíduo achado com a mão na cumbuca. Hoje no Brasil as empresas sofrem consequências horrorosas, como a proibição de contratar com a União. Impedidas de contratar com a Fazenda Pública, que constrói infraestrutura, elas vão para o buraco. É como jogar fora o neném junto com a água suja do banho.

E as medidas contra a corrupção que os procuradores da República mandaram para o Congresso?
São fruto de um populismo judicial-legislativo. Para começar, elas não têm nada de iniciativa popular. Foram gestadas no grupo da Lava Jato. Fizeram um pacotinho e venderam para a sociedade como se fosse a solução contra a corrupção. O Ministério Público já faz esse tipo de marketing há algum tempo.

Desde quando?
Desde 2013, quando a polícia apresentou na Câmara dos Deputados uma Proposta de Emenda Constitucional, a PEC 37, criando uma exclusividade para a polícia investigar em matéria criminal. O Ministério Público tomou aquilo como um risco a seu interesse corporativo. Naquela época, pululavam manifestações por todo território nacional. E o Ministério Público conseguiu inocular nessas manifestações o protesto contra a PEC 37, vendendo a ideia de que gente desonesta estava querendo impedi-lo de fazer a coisa certa. A maioria das pessoas nem sabia do que tratava a PEC 37, mas o que mais se viu nas manifestações foram cartazes dizendo “Abaixo a PEC 37”. Ou seja, o Ministério Público usou o movimento rueiro de 2013 para inocular uma agenda que era tipicamente corporativa.

Todo o Ministério Público?
É uma maioria do Ministério Público que pensa assim. Pensa que temos, realmente, que apoiar as Dez Medidas contra a Corrupção e considera o que está sendo feito em Curitiba como um modelo de ação. Poucos já viram que é um tiro no pé. Eu sou um deles, talvez o que mais fala, mas no País inteiro nós talvez tenhamos uns 200 que pensam desse jeito. Isso entre cerca de 20 mil agentes, se considerarmos o Ministério Público estadual, do trabalho, militar e o federal.

Qual é o papel do procurador-geral, Rodrigo Janot, nesse contexto?
Na posse da ministra Cármem Lúcia como presidente do Supremo, ele fez uma defesa agressiva da atuação da Lava Jato, dizendo ser desonesto qualquer tipo de crítica feita à operação. E ele prorrogou a Lava Jato por mais um ano, apesar de todas essas distorções. Ou seja, ele é parte desse problema. Não é a solução.

Por isso o senhor escreveu uma carta aberta para ele?
Eu tinha que fazer isso. Aprendi a fazer denúncia de modo absolutamente frio. Tem que dizer que no dia tal, fulano de tal, com a intenção tal, fez tal coisa e com isso prejudicou beltrano de tal. Não vou chamá-lo de meliante, de vagabundo. Uma denúncia não é um drama. Agora, uma denúncia de 147 páginas, como a que tinha sido feita contra o ex-presidente Lula, significa muita coisa mal explicada. Aliás, doutor Aristides Junqueira Alvarenga (procurador-geral da República entre 1989 e 1995) costumava dizer que denúncia com mais de 20 páginas era inepta. Ou seja, se há um fato claro para incriminar alguém, pode-se fazê-lo com poucas palavras.

Na carta aberta ao procurador-­geral, o senhor citou o livro das Ordenações Filipinas para criticar a exibição de investigados e réus como se fossem troféus. Qual é a dimensão desse retrocesso?
Do ponto de vista do Direito Penal pós-iluminismo, isso é um retrocesso até a práticas medievais, porque Foucault (o filósofo francês Michel Foucault), um estudioso da criminologia moderna, distingue o Direito Penal moderno do pré-iluminista. No pré-iluminismo, o alvo era o corpo do inculpado. O Estado se apoderava do corpo. Flagelava, esquartejava, matava o inculpado na fogueira. O Direito Penal moderno, em vez de se apoderar do corpo do inculpado, se apodera do tempo. Ele bota o sujeito na cadeia. Ele não gosta de exibir o indivíduo porque é ciente das suas limitações do Direito Penal. Os operadores do Direito sabem que podem ser responsabilizados por isso. Nos Estados Unidos, não se pode nem fotografar um julgamento. Tamanha é a timidez do processo penal que lá tem pintor para retratar o julgamento. No Brasil, estamos voltando à época em que o Estado se apoderava da pessoa e a exibia, usava como troféu.

A Lava Jato faz mal para a democracia?
A meu ver faz. Faz mal quando os poderes não se autocontêm, quando são exercidos sem limite. E muito mais ainda quando eles têm alvos que são não muito claramente explicados para a população, em termos de seletividade. São ruins também para a democracia quando operações desse tipo servem para emprestar musculação para demandas corporativas.

Pela postura crítica, o senhor não é hostilizado por seus pares?
Na cara não. Mas na rede corporativa, onde todos conversam dentro da instituição, sou persona non grata já há muito tempo. Não me preocupa, porque eu devo lealdade não a uma corporação e sim ao serviço público, ao Brasil e sobretudo ao contribuinte que me paga. Minha crítica não é a colegas. Os colegas, em sua grande maioria, são pessoas discretas, que fazem o seu trabalho. São profissionais de boa-fé. A Lava Jato, como forma de atuar, não é regra geral do Ministério Público.

Qual a preocupação?
Estou olhando reflexivamente, como jurisdicionado. E se fosse eu que estivesse exposto ao superpoder deles? A quem eu iria recorrer? Como cidadão e como professor de Processo Penal, que também sou, na Universidade de Brasília, tenho que estar preocupado com isso. Os brasileiros têm que estar preocupados com o estrago na economia. Como eleitor, tenho que estar preocupado com a influência desse processo sobre o sistema político. O Ministério Público tem como função muito nobre, que é o artigo 127 da Constituição, ser o defensor da democracia. E, agindo dessa forma, não me parece que está desempenhando o papel de defensor da democracia.

Eduardo Cunha cai nos braços do lenhador da Federal

Uol, 23/10/2016

A prisão do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha pela Polícia Federal na operação Lava Jato provoca tensões no PMDB, seu partido, no Congresso e no governo Michel Temer.


http://tvuol.uol.com.br/video/escuta-essa-eduardo-cunha-cai-nos-bracos-do-lenhador-da-federal-04028C983568CC816326

sábado, 22 de outubro de 2016

Coimbra, da Vox Populi: mesmo massacrado, Lula é favorito para 2018



Sociólogo e presidente do Vox Populi, Marcos Coimbra diz que o crescimento de Lula na última pesquisa do instituto, divulgada nessa terça-feira, 18, mostra a força e resistência do ex-presidente, mesmo com o intenso ataque da mídia e sob caçada judiciária.
 
"Esse desempenho mostra que há razão para os adversários de Lula temerem a presença dele nas eleições de 2018. Hoje, certamente, ele é favorito", atesta Coimbra.
 
O outro fator apontado por ele é a fragilidade dos adversários: "Aécio está mal. Alckmin cresceu, mas ainda não chegou num conhecimento nacional relevante. Marina Silva caiu muito entre as duas pesquisas".

“Precisamos trazer de volta a democracia no Brasil”, diz Sônia Braga



O depoimento de Sônia Braga, principal atriz do filme "Aquarius", do cineasta pernambucano Kléber Mendonça Filho, aconteceu no lançamento do filme em Washington.
 
O elenco do longa metragem já havia promovido uma manifestação durante o Festival de Cannes, na França, onde os atores exibiram cartazes no tapete vermelho condenando o golpe parlamentar em curso no Brasil.
 
Em agosto deste ano, o Ministério da Justiça determinou que o filme fosse classificado como impróprio para menores de 18 anos sob a alegação de que a película possui "situação sexual complexa. Após críticas, o governo recuou.

Rossetto rebate Gilmar Mendes: um escárnio



Ex-ministro do Trabalho e Previdência Social, Miguel Rossetto chamou o ministro Gilmar Mendes de “bufão reacionário” e rebateu as recentes declarações do magistrado, classificadas por ele como um "escárnio".
 
Em evento promovido por empresários, Mendes declarou que há no país uma “hiperproteção do trabalhador” e que o Tribunal Superior do Trabalho (TST) tem “má vontade” com as empresas.
 
“Num país com enorme desigualdade de renda e concentração de riqueza, onde milhões de trabalhadores ainda não dispõem de carteira assinada, onde ainda lutamos contra o trabalho escravo e convivemos com números inaceitáveis de mortes e acidentes relacionados ao trabalho, é um escárnio dizer que há hiperproteção do trabalhador", afirmou Rossetto.

Mural da Unasul ignora o governo Temer



"No mural dos chefes de estado na sede da União de Nações Sul-Americanas em Quito, a UNASUL, não colocaram o presidente Michel Temer. No lugar, colocaram a bandeira do Brasil por não reconhecerem um governo golpista!", diz o senador Lindbergh Farias, em seu Facebook.

Papa desiste de vir ao Brasil



O Papa Francisco não virá ao Brasil em 2017, no tricentenário da aparição da imagem de Aparecida.
 
Extraoficialmente, sabe-se que Francisco cancelou a visita por discordar do golpe ocorrido no País contra Dilma Rousseff, mas, de acordo com o doutor em Ciências Sociais e professor da PUC Minas, Robson Sávio Reis Souza, será noticiado que ele se dedicará a receber os bispos do mundo que vão a Roma na chamada visita "ad limina" no próximo ano.
 
O papa Francisco havia pedido, em uma oração a Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, que ela proteja "todo o Brasil e todo o povo brasileiro neste momento triste".

Um governo condenado a recessão, impopularidade e escândalos




"A monstruosidade da PEC do teto dos gastos públicos é considerada por Temer como sua obra-prima, pelo tamanho da destruição do Estado que ela visa. Só menos Estado, menos recursos para políticas sociais, menos patrimônio púbico, menos direitos dos trabalhadores, menos soberania externa", diz o colunista Emir Sader.
 
"Aplicando um duro ajuste fiscal sobre uma economia em recessão, o resultado só pode ser muito mais recessão, muito mais desemprego, muito maior corrosão do poder aquisitivo dos salários", complementa.
 
Segundo ele, "a prisão de Eduardo Cunha e suas consequências, só intensificam os elementos de desestabilização do governo".

Lula ao Moro: me respeite para que eu te respeite!

Quem precisa da imprensa não pode julgar!

Conversa Afiada, 22/10/2016

O Moro faria o que acha que o Lula fez! (Reprodução: Fórum)


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva publicou um vídeo na noite desta sexta-feira (21) em sua página do Facebook para mandar um recado para aqueles que o acusam de corrupção, em especial para a força-tarefa da Operação Lava Jato.

"Uma pessoa que faz a acusação que está sendo feita sobre mim, no fundo no fundo, ele está imaginando que se ele estivesse no meu lugar ele faria o que ele pensa que eu fiz", disse.

No momento mais incisivo do vídeo, Lula deixa a entender que seu recado é para o juiz Sérgio Moro.

“Não sejam refém da imprensa, não sejam refém da imprensa. Vocês têm estabilidade no emprego e não é para ser refém da imprensa porque é pouco inteligente alguém dizer que para condenar alguém eu preciso da imprensa. Eu quero saber se você investigou e se você tem prova. (…) Se você não fez isso eu peço que pare, pense e mude de comportamento”. O magistrado já disse várias vezes que para Operação Lava Jato dar certo é necessário o acompanhamento diário da imprensa.

Ao terminar o vídeo, Lula diz: “Me respeitem para que eu possa respeitar vocês”.

Advogado de Lula: que maracutaia foi essa?

Janot vai tem que escolher entre o MP de SP e o Moro

Fonte: Conversa Afiada, 22/10/2016


O Conversa Afiada reproduz sinuca de bico em que os advogados do Lula meteram o Janot - e o Moro!

Na condição de advogados do ex-Presidente Luiz Inacio Lula da Silva, protocolamos hoje (21/10) uma representação dirigida ao Procurador Geral da República para que faça a devida valoração e tome as medidas eventualmente cabíveis em relação à denúncia feita por membros do Ministério Público do Estado de São Paulo (MP/SP) de uma suposto “acordo” (sic) realizado entre o MM. Juiz Federal titular da 13ª. Vara Federal de Curitiba e a Juíza de Direito Titular da 4ª. Vara Criminal de São Paulo, de forma que pudesse “cada Juízo assumir uma parte da acusação” — ficando com o juiz de Curitiba a parte relativa a Lula e sua esposa, D. Marisa Letícia. 

Tanto o MP/SP como o Ministério Público Federal (MPF) formularam acusações contra Lula e D. Marisa envolvendo o apartamento 164-A, do Condomínio Solaris, no Guarujá (SP). As denúncias, todavia, são absolutamente contraditórias. Duas ações, duas versões. Uma, tentando vincular a propriedade do imóvel que jamais foi de Lula a supostos desvios na Bancoop; outra, a supostos desvios na Petrobras. Ambas sem nenhuma prova que possa atribuir ao ex-Presidente a prática de um crime. 

Ao final da representação, foi pedido ao Procurador Geral da República “examinar a valorar a espécie (sobretudo porque está lastreada em manifestação do MP/SP em processo judicial de natureza penal) e adotar, seja o caso de assim entender, as providências legais que julgar cabíveis para o restabelecimento da ordem jurídico-penal eventualmente violada (artigo 129, incisos I e II, da Constituição Federal)”. 

O documento está disponível em www.abemdaverdade.com.br

Cristiano Zanin Martins e Roberto Teixeira

Gasolina não ia salvar a Pátria?

Fonte: Conversa Afiada, 22/10/2016


Reprodução: O Globo

Lembra, amigo navegante, quando o Pedro Malan Parente reduziu o preço da gasolina em R$0,03 e o PiG avisou que a Pátria estava salva!

A inflação ia para o centro da meta da seleção da Alemanha, os juros iam cair a 0,01% por década!

E o Golpe seria consagrado nas ruas!

Temer é o Rei!

Quá, quá, quá!

Chama o Cerra, que também administra a taxa de juros e avisou que o preço da gasolina ia provocar uma reviravolta no Banco Central do Itaúúúú!

Quá, quá, quá!

E, obedientemente, o Banco Central do Itaúúúú reduziu os juros por causa do Cerra e da gasolina!

São uns impostores!

PHA

Procurador da Lava Jato vê dedo de Temer em ação contra abuso de autoridade


O procurador regional da República Carlos Fernando dos Santos Lima afirmou ter visto "influência" do governo Michel Temer (PMDB) na proposta em tramitação no Senado e avisa que deixará os processos do escândalo Petrobrás, se o projeto virar lei.

Para Carlos Fernando, “a aprovação da lei de abuso de autoridade pode significar o fim da Operação Lava Jato”.