quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Santana autoriza quebra de sigilo de conta na Suíça

Quem dentre os poderosos econômicos deste País não tem conta na Suiça e quantos estão presos?

Publicitário João Santana assinou autorização para que os investigadores da Operação Lava Jato obtenham informações sobre uma conta mantida pela offshore Shellbill no banco Heritage, na Suíça.

Segundo a Polícia Federal, nesta conta foram depositados US$ 7,5 milhões por offshores cujo controle é atribuído à Odebrecht e pelo lobista Zwi Skornicki.

Em depoimentos prestados à PF, João Santana e a esposa e sócia, Mônica Moura, afirmam que as transferências se referem a pagamentos por campanhas eleitorais no exterior.

A defesa deles nega que os pagamentos tenham ligação com a campanha da reeleição da presidente Dilma Rousseff, em 2014.

Cid ataca Lula e diz que Dilma fechou roubalheira

Atacar o Lula nesse momento é igualar-se aos abutres golpistas

Braço direito do irmão Ciro Gomes, que disputará a eleição presidencial de 2018 pelo PDT, o ex-governador cearense Cid Gomes dispara contra o ex-presidente Lula, mas isenta a presidente Dilma Rousseff dos escândalos na Petrobras.

Segundo ele, Lula teria sido "conivente" com os desvios, enquanto Dilma "fechou as portas" da corrupção.

Ciro, que apareceu com 6% das intenções de voto da pesquisa CNT/MDA, pretende se qualificar como o candidato das forças de esquerda em 2018, mas não pode ignorar que seu irmão fala por ele e que atacar Lula nesse momento em que o grande líder e seu partido sofrem um massacre midiático, é nivelar aos abutres golpistas e de interesses inconfessáveis. 

Advogados vão à OAB contra violação de prerrogativas

É preciso fazer alguma coisa, pois a Constituição está sendo rasgada e jogada na lata do lixo

Um grupo de cerca de 25 advogados esteve nesta quinta-feira 25 com o presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Claudio Lamachia, a fim de pedir para que a instituição fique atenta à constante violação de prerrogativas profissionais.

Recentemente, uma carta aberta divulgada por criminalistas repudiava "o regime de supressão episódica de direitos e garantias verificado na operação Lava Jato".

Estiveram no encontro, entre outros advogados, os deputados Wadih Damous (PT-RJ) e Paulo Teixeira (PT-SP).

Fundador do PSDB diz que perseguição a Lula é 'inaceitável'


O economista e cientista político Bresser Pereira, fundador do PSDB e ex-ministro dos governos de José Sarney e Fernando Henrique Cardoso, afirma que o que está sendo feito em relação ao ex-presidente Lula, "através da Lava Jato e da mídia", é "inaceitável".

"Se quer transformar Lula num corrupto, quando na verdade ele é um grande líder ao qual o Brasil deve muito", ressaltou.

Senadora Gleisi diz que Dilma não traiu o eleitor no caso do Pré-Sal

Em meio a uma saraiva de críticas de parlamentares governistas contra a aprovação do projeto do senador José Serra (PSDB), que abre o pré-sal para empresas estrangeiras, e o governo Dilma, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) sai em defesa da presidente.

"Não temos de criticar Dilma, apontar o dedo, chamá-la de traidora. Não, não é. É presidenta num contexto político duro, de disputa intensa, frágil politicamente, que governa com uma composição de forças políticas que tem grandes contradições entre si", afirma.

Nas redes sociais, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) disse que Dilma traiu os senadores petistas com "a mudança de orientação do governo".

Para Gleisi, porém, "se posicionar contra o governo é tudo o que a direita quer".

A senadora também lembra que "essa luta não está perdida, ainda tem a votação na Câmara e temos condições de nos organizarmos e nos mobilizarmos".

Aprovação da partilha do Pré-Sal acentuam a distância entre o PT e Dilma


Enquanto lideranças petistas se dizem traídas pela posição do governo federal na votação do pré-sal, a presidente Dilma Rousseff se irrita com o PT, pela falta de apoio ao ajuste fiscal, e decide não ir à festa de 36 anos do partido.

"Não fazemos questão da presença dela", disse Washington Quaquá, presidente da sigla no Rio de Janeiro.

Em comunicado, o presidente nacional da legenda, Rui Falcão, chamou de "retrocesso" as mudanças no pré-sal e ressaltou que os deputados continuarão lutando contra a proposta aprovada nesta quarta após um acordo entre o governo e o Congresso.

Haverá um rompimento entre a presidente da República e seu partido? É o questionamento que acontece neste momento.

Agora é moda, Moro pode mandar prender quem ele quiser

João Santana certamente ouviu rumores de que estaria sendo investigado e indagou a "Justiça" se isso estava acontecendo, o juiz respondeu em tom de ironia que se ele tivesse alguma informação poderia se antecipar e prestar depoimento. Santana respondeu que estaria a disposição quando fosse necessário.

A Polícia Federal e os procuradores da Operação Lava Jato suspeitam que os US$ 3 milhões pagos pela Odebrecht a João Santana possam ter relação com as campanhas petistas e com os desvios da Petrobras. Por isso João foi preso. Mas e se essa suspeita não se confirmar? Supondo que o crime não seja configurado, provado quem vai indenizar O João, o Estado ou o Moro?

Preso porquê? Porque ele é suspeito de ter cometido um crime. Não sabem qual o crime, não tipificaram seu crime, mas quando Moro suspeita, o crime já aconteceu! Por isso, o suspeito tem que ser preso! Não precisa de prova material do crime! 

Não existe nenhum brasileiro preso por manter contas no exterior. Os recursos que eles receberam eram lícitos por trabalhos que eles prestaram em campanhas políticas. E Santana diz que foram pagamentos oriundos de três dos seis países estrangeiros que ele trabalhou.

Você acha correto ser preso só porque alguém suspeita que você cometeu um crime?

Moro colocou na cabeça que Lula cometeu crimes e por isso, fica fustigando o Lula! Moro só não colocou o Lula na cadeia porque o Lula não sou eu e não é você. Se o Lula estivesse no nosso nível estaria mofando na cadeia há muito tempo.

Muito recentemente a Corte Suprema do País decidiu que a prisão só pode ocorrer após sentença que o recorrido perdeu em segunda instância. E aqui, a de se frisar que essa decisão do STF está sendo contestada pela OAB que defende o direito de sentenciado continuar em liberdade e recorra a Corte Máxima. Mas, como o Moro pode mandar prender alguém sem que o acusado sequer tenha o direito de defesa?

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Acredite: CNMP confirmou que Lula é perseguido

Essa gente tem que ser responsabilizada pela destruição do nosso País

"Numa decisão espantosa pela clareza, na mesma tarde em que reconhece o direito de todo cidadão a ser investigado por um 'procurador natural', o Conselho Nacional do Ministério Público define que essa regra só vale para casos novos - medida que prejudica os direitos de Lula, autor da ação julgada, alvo de uma investigação de Cassio Conserino, procurador que até anunciou pela Veja a intenção de denunciar o ex-presidente pelo triplex do Guarujá", comenta o jornalista Paulo Moreira Leite.

Em resumo, "a decisão do Conselho confirmou a condição de Lula como perseguido político. Negou-lhe aquilo que reconhece ser um direito de todos. Não vale para Lula, sabemos agora".

'Conta não foi declarada, mas dinheiro é lícito'


O advogado Fábio Tofic, que faz a defesa de João Santana e Mônica Moura, afirmou que a cliente conseguiu demonstrar cada movimentação da conta no exterior no depoimento prestado à Polícia Federal nesta quarta (24).

"Eles receberam recursos lícitos pelo trabalho honesto que fizeram ao longo de anos. Não são lavadores de dinheiro, não são corruptos, nunca tiveram contrato com o poder público. Os recursos são lícitos, não envolvem campanha brasileira", disse.

Segundo ele, "está claro que ela e João Santana estão presos por um crime de manutenção de conta não declarada no exterior".

O depoimento de João Santana foi remarcado para as 9h30 desta quinta (25).

Acarajé leva governo a comprar briga com Moro


Depois de pouco mais de dois anos de Operação Lava Jato, o governo federal chegou à conclusão de que o objetivo do juiz Sergio Moro, que conduz a força-tarefa curitibana, é contribuir para a derrubada da presidente Dilma Rousseff e impedir a eventual volta do ex-presidente Lula ao poder.

A gota d'água foi a etapa batizada como Acarajé, que levou à prisão o marqueteiro João Santana; nesta quarta-feira, o ministro Ricardo Berzoini afirmou que a Lava Jato "está comandada por uma visão midiática e uma tentativa de criar um clima de constrangimento no país".

A partir de agora, Moro não será mais tratado como um juiz isento pelo governo federal, mas como o braço jurídico de uma oposição, liderada pelo senador Aécio Neves, disposta a encontrar atalhos para o poder.

Senado abre Pré-Sal, mas Petrobras tem preferência


Com o apoio do governo, o Senado aprovou substitutivo do projeto de lei que abre mão de manter a Petrobras como operadora única do pré-sal.

Para aprovar o projeto que retira a obrigatoriedade da estatal de participar de todos os consórcios com 30%, o Planalto acordou com o senador Romero Jucá (PMDB-RR) um texto que agrade a todos.

A lei estabelece que a Petrobras deverá se manifestar sobre sua preferência como operadora dos campos que serão licitados e essa manifestação será avaliada pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).

A palavra final do CNPE é sempre da Presidência da República.

Com a votação nominal, o resultado final da aprovação do substitutivo do senador Romero Jucá ao PLS 131/2015, do senador José Serra (PSDB), foi de 40 votos sim, 26 não e uma abstenção.

João Santana é um preso político


"Deixa ver se eu entendi: a Polícia Federal e o juiz Sergio Moro afirmaram, textualmente, que a prisão de João Santana não tem nada a ver com as campanhas do PT e mesmo assim a imprensa e a oposição fazem ilações de que vai sobrar para a presidente Dilma?", questiona Alex Solnik, colunista do 247.

"Por que então prenderam João Santana? Para que voltem a bater panelas, como voltaram? Para reacender a brasa adormecida do impeachment, como reacendeu? As três perguntas têm a mesma resposta: sim", afirma o jornalista.

"Quer dizer, então, que é uma prisão com fins políticos. Prisão política. E quando o caldeirão de cultura do golpe estiver fervilhando ele será solto", acrescenta.

O que deu errado no crime perfeito da dupla FHC e Globo

FHC e a Globo cometeram um crime quase perfeito.

Tiraram Mírian Dutra de cena numa operação ganha-ganha. FHC ganhou a presidência. A Globo ganhou o controle sobre um presidente que reinou oito anos.

Roberto Marinho celebra um feito do companheiro FHC
Alguém pode imaginar o que significa esse controle? Num país cujas verbas publicitárias federais são brutalmente altas, é a garantia de dinheiro fácil e farto para uma emissora.

E o acesso ao dinheiro do BNDES? Um presidente nas mãos da Globo abriria os cofres do BNDES. Mírian tocou nisso em sua entrevista ao DCM. É repulsiva a foto na qual FHC e Roberto Marinho estão abraçados na inauguração de uma supergráfica do Globo financiada pelo BNDES, no final dos anos 90.

A descarada confraternização mostrava que as duas partes estavam certas de que o crime era perfeito.

E foi – até aparecer uma coisa chamada internet.

A internet rompeu o monopólio da mídia nas informações que chegam aos brasileiros.

Não fosse isso, Mírian não teria como publicar sua história. Bater na Folha? Esqueça. Na Veja? Conte outra piada. No Estadão? Hahaha.

Mas a barreira do silêncio não vigora na internet. E uma modesta revista digital, a Brazil com Z, se incumbiu de dar voz a Mírian.

Era tão forte o que ela tinha a dizer que a mídia foi obrigada a correr atrás – com vergonhoso atraso.

O pretexto usado por mais de vinte anos para não tocar no assunto era o triunfo da hipocrisia: era uma “questão privada”.

Ora, era privada apenas porque ninguém investigou o assunto.

Quem acredita que um pacto entre um presidente e a Globo é questão privada acredita em tudo, para usar a celebrada frase de Wellington.

A Globo protegeria FHC por simpatia e amizade?

Ora, ora, ora.

A Globo vendeu caro seu apoio aos militares em plena ditadura. Num livro com os documentos de Geisel, Roberto Marinho surge a certa altura cobrando novas concessões da ditadura com o argumento de que era seu “melhor amigo” na imprensa.

No livro o que se vê é um Roberto Marinho paranoico, para o qual uma empresa que não cresce logo declina.

Se com os generais foi assim, como terá sido com um presidente fraco?

FHC viveu o bastante – 83 anos agora – para ver a lama enfim emergir e lhe roubar a possibilidade de continuar a posar como um moralista perante brasileiros ingênuos e desinformados.

Quanto à Globo, o caso mostra quanto é ruim para uma empresa ser mimada com privilégios e vantagens infames.

A Globo jamais teve que ser competente. Caiu tudo para ela no colo.

Fosse competente, continuaria a pagar o mensalão de Mírian Dutra até o final de sua vida.

É monstruoso o preço da economia de custo que algum burocrata da Globo vislumbrou com a supressão do salário de Mírian.

A Globo é uma história de muita esperteza e pouca inteligência.

Mas, como diz o provérbio, a esperteza quando é demais come o dono.

Neste caso, comeu não só a Globo como FHC.

Fonte: DCM, 21/02/2016

E só buscar os anais da História pra saber disso

Lição do dia
















Pergunta que não quer calar

Se todos são iguais perante a lei, por que os petistas são tratados de modo diferente pela "Justiça"?

A ditadura do Poder Judiciário

O “erro” de datas ligando a Odebrecht ao Instituto Lula obedece a um padrão da Lava Jato: a mentira e o espetáculo midiático



A Polícia Federal está produzindo, na Lava Jato, um arsenal de ilações e acusações que, com freqüência cada vez maior, atropelam os fatos. Um relatório da nova fase, cujo ápice foi a prisão do marqueteiro João Santana e da mulher, diz que Lula deve ser investigado por causa do “possível envolvimento em práticas criminosas”.

Quais práticas? A Odebrecht teria financiado a “construção e o planejamento” da sede do Instituto Lula no bairro do Ipiranga, em São Paulo. Foi recolhida uma planilha de uma mulher que mantinha “vínculo empregatício” com a empreiteira, denominada ”Posição Programa Especial Italiano”.

Ali está a anotação “Prédio (IL)” e um número (12.422.000). No relatório policial, lê-se que “pode ser uma alusão ao Instituto Lula”. Mais: no celular de Marcelo Odebrecht havia uma menção a “prédio novo” em 22 de outubro de 2010.

O delegado Filipe Hille Pace aponta no documento que “é importante que seja mencionado que a investigação policial não se presta a buscar a condenação e a prisão de ‘A’ ou ‘B’. O ponto inicial do trabalho investigativo é o de buscar a reprodução dos fatos.”

Na verdade, o objetivo é outro e, se os fatos não estiverem de acordo, que sejam distorcidos. Em 2010, o Instituto Lula não existia. Foi fundado em 2011 no lugar onde ficava um certo Instituto Cidadania. O sobrado é de 1991.

A equipe de vazamentos da Lava Jato sabe que contar com a mídia amiga é fundamental. Não é preciso muito esforço para provocar o efeito desejado. Basta juntar as palavras Odebrecht e Lula para fazer as manchetes. Inclua uma cifra, ou algo que pareça uma cifra, e uma vontade irrefreável de aparecer, e o serviço está pronto.

Não foi a primeira vez e não será a última em que coisas simples como datas não batem. Você precisa ser muito inocente para acreditar que é um erro casual. A ideia é fazer caber na narrativa que Moro está criando, com a ajuda dos suspeitos de sempre.

Há poucos meses, o pedido do Ministério Público Federal na operação que resultou na prisão do pecuarista José Carlos Bumlai declarava, textualmente, o seguinte:

“Em 3/02/2005, pouco tempo depois de BUMLAI auxiliar na obtenção de empréstimo em favor do Partido dos Trabalhadores, quando ainda estava inativa, a SÃO FERNANDO AÇUCAR E ALCOOL LTDA (CNPJ Nº 05.894.060/0001-19) recebeu R$ 64.664.000,00 de crédito do BNDES . A empresa voltaria a obter créditos do BNDES em 12/12/2008, quando recebeu investimentos de aproximadamente R$ 388.079.767.”

Trocando em miúdos, fala-se de um empréstimo em 2005, pouco tempo depois de Bumlai dar dinheiro ao PT.

Acontece que os 64 milhões são de 2009. Por que o “deslize” de situar o caso em 2005? Para fazer caber na história de que Lula estava por trás das maracutaias no auge do mensalão.

“Os personagens são basicamente os mesmos do mensalão, José Dirceu e Pedro Correa. E agora temos essa tipologia de concessão de empréstimos que jamais são quitados”, disse o procurador Diogo Castor de Mattos na tradicional coletiva.

Os dados estavam disponíveis no site do BNDES, neste link. Por que ninguém checou?

Porque não se trata de checar nada, mas de juntar peças de um quebra cabeça que, frequentemente, não se encaixam. O importante é que se forme, no final das contas, o monstro de duas cabeças chamado Lula e Dilma.

Fonte: DCM, 23/02/2016

Como é o sítio de Alckmin, para onde ele e família vão em aeronaves do governo?

O escândalo da merenda em SP vai sumir sem ninguém bater panela por isso

merenda

Aproximadamente uma hora e meia antes do programa do PT ir ao ar na noite de ontem, havia terminado mais uma reunião na Assembléia Legislativa de São Paulo (ALESP) em que estudantes, professores e pais de alunos estavam presentes na expectativa de que seja aberta uma CPI para apurar o esquema de propinas na distribuição de merendas escolares que envolve o alto escalão do governo Geraldo Alckmin.

Quando Lula surgiu na tela da TV durante o programa do partido, deu-se o costumeiro panelaço nos bairros chiques de diversas cidades. Por que não se ouve batucada igual pela rapinagem na merenda escolar?

São algumas as razões. A primeira delas é que ninguém dos bairros chiques está nem aí para a educação pública, saúde, transporte, enfim nada que seja público. Depois, essa mesma audiência qualificada não terá tomado conhecimento da reunião na ALESP através da mídia tradicional. Nem antes nem depois. Curioso é que para colocar tensão quando lhe é interessante, a mesma mídia praticamente convoca manifestantes.

Por último, essas grandes emissoras apostam que trata-se de uma bobagem, uma perda de tempo pois a reivindicação é nati-morta. Afinal, qual a probabilidade de sucesso de instalação de uma CPI quando a presidente da mesa é uma deputada do partido envolvido no escândalo?

A deputada Analice Fernandes (PSDB) presidiu nesta terça-feira a sessão permeada pela esperança dos populares presentes nas galerias de que fosse aceito um pedido de abertura de CPI baseada nas denúncias feitas na operação Alba Branca que tem o presidente da ALESP, Fernando Capez (PSDB) como um dos suspeitos.

Foi um show de horrores. De início foi concedida a palavra ao Coronel Telhada (PSDB) que de imediatamente despejou gasolina na fogueira. Provocou os movimentos sociais ao dizer que ele não estava ali a troco de pão e mortadela. Mandou que ‘calassem a boca’, ameaçou fazer-se valer da força policial para esvaziar as galerias. Tudo muito bem arquitetado para inflamar a povo. Conseguiu.

Em suma, no primeiro orador do dia já foi feito um pedido de suspensão da sessão pela presidente tucana Analice Fernandes.

Telhada deu seu show e depois desapareceu. Quem tomou seu papel nessa palhaçada foi o deputado Campos Machado (PTB) que a todo momento repetia a mesma estratégia. Interrompia os deputados que estavam se manifestando a favor da instalação da CPI, pedia a palavra, fazia provocações. Assim, do nada, sem mais nem menos, pegava o microfone já exaltado: “Assim, não dá. Com essa baderna não é possível”. E tome vaia. Obvio, uma grande parte ali era de adolescentes. Treze, catorze, quinze anos. Caiam na provocação e a presidente da mesa, cúmplice no jogo de cena, ordenava a suspensão.

Com seu jeitão de jurado do programa Silvio Santos, Machado deve ter se achado muito inteligente, um gênio estrategista que derrota adolescentes. Repetiu este circo cinco vezes. “Presidente, sou interrompido a toda hora. Veja, eu preciso concatenar as ideias e não consigo.”

E assim foi, de suspensão em suspensão, interrupções patéticas com a finalidade exclusiva de tumultuar a sessão até que os trabalhos fossem encerrados em virtude do horário. Segundo o deputado João Paulo Rillo (PT), “Há três semanas estamos assim. Quando chega na ‘ordem do dia’, levanta-se (encerra) a sessão para evitar o debate sobre este assunto”.

Até então, apenas 23 deputados assinaram favoráveis à abertura da comissão de inquérito parlamentar. São necessárias pelo menos 32 assinaturas mas a pauta estava esvaziada pela ausência de governistas e base aliada. Além de Telhada e Campos Machado, apenas mais três ou quatro estavam no plenário.

Com os trabalhos encerrados e mais uma vez o assunto merenda escolar engavetado, o que restou evidente foi, além da forma jocosa como a base aliada de Alckmin tratou professores e estudantes, que a ALESP não está habituada com a participação popular. A ‘casa do povo’ tentou impedir que estudantes entrassem no plenário, tentou impedir que se manifestassem, confiscou apitos e escalou um contigente ostensivo de policiais militares.

Como bem definiu o deputado Carlos Giannazi (PSOL) a ALESP tornou-se uma extensão, um puxadinho do Palácio do Governo. Portanto, grandes TVs e jornais silenciarão a respeito do assunto e as panelas, para este tema, permanecerão no armário embaixo da pia.

O que está em pauta é a educação, pilar de uma sociedade, mas uma classe política que age como se estivesse num espetáculo de telecatch tal o seu grau de falsidade, e uma camada da sociedade alienada e co-responsável pela bandalheira deseja manter as coisas como elas sempre estiveram.

Fonte: DCM, 24/02/2016