quarta-feira, 5 de julho de 2017

Bolsonaro, pré-candidato a presidente, se cala diante da corrupção de Temer

Ele foi o mais beneficiado com os repasses de emendas parlamentares de Temer, com quase R$ 20 milhões. 

Enquanto pré-candidato a Presidência da República, seria absolutamente normal e politicamente correto que o deputado federal Jair Bolsonaro, que encanta boa parte dos eleitores brasileiros se posicionasse sobre a corrupção que está presente em todo País e prejudica tanto a sociedade.

Colunista da TV 247, o jornalista Leonardo Stoppa critica o silêncio do deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) diante da corrupção de Michel Temer´.

Coincidência ou não, Bolsonaro foi o político mais beneficiado com os repasses de emendas parlamentares de Temer – nada menos que R$ 18,4 milhões.

Relator é mais ligado a Maia do que a Temer


Embora seja do mesmo partido de Michel Temer, o deputado Sergio Sveiter (PMDB-RJ), relator da denúncia apresentada por Rodrigo Janot por corrupção passiva contra o ocupante da presidência da República, é muito mais ligado a Rodrigo Maia (DEM-RJ), que assumiria o comando do País se a peça vier a ser aceita pela Câmara.

Sveiter se elegeu pelo PSD e só migrou para o PMDB a convite do ex-prefeito Eduardo Paes, que iniciou sua carreira como secretário de Cesar Maia, pai de Rodrigo Maia.

Sveiter tem prometido independência e aliados de Temer reagiram mal a sua escolha para a relatoria na Comissão de Constituição e Justiça.

"Agora acabou", teria dito um aliado de Temer.

Sveiter também mantém boas relações com a Globo, que quer a queda de Temer e sua substituição por Maia.

Gleisi: Aécio provou do próprio veneno

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, usou a tribuna do Senado para expor a hipocrisia do senador Aécio Neves (PSDB).

Em discurso na casa, a senadora lembrou dos ataques raivosos do tucano ao PT e ao ex-presidente Lula.

"Vossa excelência está sendo vítima do ódio que plantou nesta tribuna, da intolerância que pregou", disse Gleisi.

"Olha como é a vida… Ai o senador Aécio sobe nesta tribuna indignado, porque não está sendo respeitado no seu direito de defesa. Indignado porque a sua presunção de inocência está sendo agredida. Mas, quando ele falava do PT, Aécio não falava do devido processo legal, ele não falava de presunção de inocência. E utilizava, sim, as falas da Polícia Federal e dos mesmos procuradores que hoje o incriminam, para agredir o Partido dos Trabalhadores", completou.

Merval: delação de Funaro pode derrubar toda a cúpula do PMDB


"A delação de Lúcio Funaro, doleiro do PMDB e operador de Eduardo Cunha, que levou Geddel Vieira Lima à cadeia, vai envolver toda a cúpula do PMDB, inclusive Michel Temer. Esse grupo do PMDB não escapa do tiroteio, e no final morrem todos — como no filme do Tarantino “Cães de aluguel”, no qual todos os pistoleiros atiram contra todos — porque vão entrar tanto na delação do Funaro quanto na do Eduardo Cunha", escreve o colunista Merval Pereira.

Retorno de Aécio ao Senado é marcado por constrangimento, diz Mello Franco


"Um clima de constrangimento marcou o retorno de Aécio Neves ao Senado. Depois de 46 dias afastado, o tucano voltou à tribuna para se defender. O discurso atraiu muitos jornalistas, mas não despertou o mesmo interesse nos senadores. Quando ele começou a falar, apenas dez colegas estavam no plenário", diz o colunista Bernardo Mello Franco.

terça-feira, 4 de julho de 2017

Líder sindical sai do PMDB

Esse Governo acabou!

Conversa Afiada, 04/07/2017

O presidente da central CSB e do Núcleo Sindical do PMDB, Antonio Neto, anunciou, em carta, sua desfiliação do partido, o mesmo de Michel Temer, depois de mais de 30 anos. O principal motivo são as reformas do governo. A CSB era uma das entidades sindicais favoráveis ao diálogo com o Executivo.

Em carta datada desta segunda-feira (3) e endereçada ao presidente interino da legenda, Romero Jucá, o sindicalista afirma que não há como permanecer em um partido que, "sob o comando de uma pequena cúpula, que afronta o programa partidário; ignora os anseios e a vontade do povo; promove a destruição da Constituição de 1988; enxovalha a democracia duramente conquistada; desrespeita e desmoraliza os Poderes da República; rasga os direitos trabalhistas e sociais; avilta os direitos previdenciários e enterra os sonhos da construção de uma Nação mais justa e igualitária".

(...) Segundo o presidente da CSB, não há mais governo. "O Poder Executivo e parte do Legislativo foram transformados num bunker para evitar a queda daqueles que se especializaram em agir em benefício próprio", afirma. (...)

Gilmar é relator dos processos contra Mineirinho

Tem alguém que ainda não sabe o que Gilmar dirá nesse inquérito como relator?

Conversa Afiada, 04/07/2017

Gilmar!


O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), vai ser o relator de mais um inquérito instaurado contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG) com base na delação da Odebrecht.

O novo inquérito que ficou com Gilmar diz respeito ao suposto pagamento de vantagens indevidas para a campanha eleitoral de Antônio Anastasia (PSDB-MG) ao governo de Minas Gerais em 2010. Delatores afirmaram que, a pedido de Aécio, pagaram R$ 5,4 milhões em “vantagens indevidas” para a campanha de Anastasia.

(...)

PT denuncia Temer à PGR por compra de votos


Os deputados federais Paulo Pimenta (RS), Wadih Damous (RJ) e Paulo Teixeira (SP) vão apresentar nesta quarta-feira 5 uma denúncia à Procuradoria-Geral da República contra Michel Temer, pelo fato de o peemedebista usar o cargo de presidente para compra de votos contra a denúncia em que é alvo na Câmara dos Deputados.

Os petistas apontam a Temer a prática dos crimes de corrupção ativa e passiva e organização criminosa, além de fatos que atentam contra a moralidade e a administração pública.

Para os parlamentares, a prática de Temer pode ser compreendida como uma "continuidade delitiva", uma vez que ele já foi denunciado por corrupção.

Eles pedem à PGR uma resposta urgente "sob pena de viciar o processo de análise da denúncia pela Câmara com eventual prática de compra de votos".

Para a Polícia Federal, Temer, Padilha e Moreira formam quadrilha


247 - A Polícia Federal pediu a inclusão de Michel Temer como investigado no inquérito que apura se políticos ligados ao PMDB da Câmara se uniram e estruturam um esquema de corrupção investigado pela Lava Jato.

A PF também pediu a inclusão dos ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco, dois dos principais assessores de Temer.

A Procuradoria Geral da República suspeita de que houve organização criminosa e comando político com objetivo de obter recursos de propina e caixa dois.

O pedido da PF foi enviado pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, à Procuradoria Geral da República, que deverá dar um parecer sobre o caso.

Para Temer, Geddel é desastre errado na hora errada


"Prisão de Geddel Vieira Lima mostra que Temer não tem forças para estabilizar a situação política por uma única semana", afirma Paulo Moreira Leite, articulista do 247.

"Se esperava colher benefícios com a soltura do assessor Rodrigo Loures, o homem da mala, qualquer vantagem foi anulada com a prisão de um ex-ministro e aliado inseparável desde o governo de Fernando Henrique, que faz revelações interessantes sobre os dois em seu diário. Para Temer, atingido no momento em que trava uma batalha de vida ou morte em defesa do próprio mandato, a prisão é um desastre errado, na hora errada", escreve PML.

O jornalista lembra que, na vida real, "a perspectiva de conservar o poder é até mais importante do que o exercício do poder, pois é assim que se garante gestos de fidelidade e demonstrações de lealdade".

Lindbergh: “Aécio Neves deve desculpas ao PT, ao Senado e ao País”

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Sem ter direito a apartes durante o discurso do senador Aécio Neves (PSDB-MG), por solicitação do tucano, que teve seu pedido atendido pelo presidente da Casa, Eunício Oliveira (PMDB-CE), o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) afirmou pelo Facebook que o parlamentar mineiro, que retomou seu mandato nesta terça-feira 4, devia desculpas ao PT, ao Senado e ao País, "pelos danos que causou, pelos discursos mentirosos que fazia, como paladino da ética, da defesa da moral, atacando o PT como uma organização criminosa".

Geddel é ‘serial criminal’ contra administração pública, diz MPF


O Ministério Público Federal define o ex-ministro Geddel Vieira Lima como um "serial criminal", ou seja, um criminoso em série, no âmbito da administração pública.

A expressão foi usada no pedido que fundamentou a prisão preventiva do peemedebista.

Toda a carreira política de Geddel foi baseada no cometimento de crimes no poder público, disse o MPF.

Temer libera R$ 4 bi em emendas. Bolsonaro e Aécio lideram repasses

Isso não significa compra de parlamentares?

Denunciado por corrupção e rejeitado por mais de 90% dos brasileiros, Michel Temer decidiu abrir os cofres federais e gastar R$ 4,2 bilhões em emendas, apenas no mês de junho, para agradar parlamentares e se manter no cargo, que conquistou por meio de um golpe.

Curiosamente, os políticos mais beneficiados com as liberações de recursos foram o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ).

Aécio, que tem um pedido de prisão não julgado pelo STF, trabalha para manter o PSDB na base de Temer.

O agrado a Bolsonaro se deve ao fato de o político exercer forte influência nas redes sociais – até agora, ele não deu um pio sobre os escândalos de Temer.

Marcelo Odebrecht diz que em Cuba a corrupção beira zero


Ex-presidente da Odebrecht afirmou em sua delação premiada que não houve nenhum pedido de vantagem por parte de autoridades cubanas na construção do Porto de Mariel.

Marcelo chega a dizer que a corrupção em Cuba "beira zero".

Mais explicações de Aécio para o quê?

Blog do Noblat, 18/05/2017

Senador Aécio Neves (PSDB-MG)
(Foto: Andressa Anholete / Getty Images)
A bancada do PSDB na Câmara dos Deputados espera que o senador Aécio Neves (MG), gravado pedindo R$ 2 milhões em dinheiro sujo para se defender das acusações de usar dinheiro sujo, lhe ofereça com urgência explicações cabais, convincentes e definitivas a respeito. Do contrário...

Do contrário o quê? Pedirá que ele renuncie à presidência nacional do partido? Ou quem sabe também ao mandato de senador?

Ontem mesmo, por meio de nota oficial, Aécio disse que tem a consciência tranquila e que suas relações com Joesley Batista, dono do Grupo JBS, jamais envolveram dinheiro público. Ora, ora...

Ninguém disse que há dinheiro público envolvido neste caso. Há dinheiro sujo, de caixa dois, cobrado por Aécio no auge da Lava Jato. No auge, não, porque não se sabe quando a Lava Jato atingirá seu auge.

Cada vez mais parecido com o PT, o PSDB poderia tentar se distinguir dele pelo menos por tomar providências rápidas quando algum dos seus líderes é atingido por uma pesada acusação.
Aécio se diz vítima, mas não explica mala de dinheiro entregue a seu primo
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"Não cometi crime algum. Não recebi recursos de origem ilícita. Tampouco atuei para obstruir a Justiça", discursou Aécio Neves (PSDB-MG) na tribuna do Senado nesta terça-feira 4, dia em que retornou à Casa após ter sido afastado por conta de acusações da delação da JBS.

"Fui, sim, vítima de uma armadilha, engendrada por um criminoso confesso de mais de 200 crimes. Procurei, sim, esse cidadão, cuja face delinquente o Brasil ainda não conhecia", disse, em referência ao empresário Joesley Batista, a quem pediu R$ 2 milhões, e sem citar nenhuma vez a mala de dinheiro entregue para seu primo, Frederico Pacheco, que chegou a ser preso.

Gilmar relatará novo inquérito sobre Aécio


Outros sete inquéritos sobre a delação da Odebrecht foram redistribuídos no Supremo Tribunal Federal.

O ministro Gilmar Mendes relatará o inquérito sobre o senador Aécio Neves (PSDB-MG), sobre fraudes na Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig).

Lula vai ao CNMP contra procurador da Lava Jato




Em nota, os advogados do ex-presidente Lula afirmam que "o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima tem reiteradamente postado em sua página do Facebook manifestações desrespeitosas e de nítido caráter político contra o ex-Presidente Luiz Inacio Lula da Silva" e que "tal comportamento viola as regras de conduta estabelecidas pelo Conselho Nacional do Ministério Público".

"Não é de hoje que Lima age assim, marcando suas preferências ideológicas a partir de ataques à honra e à imagem de Lula, chegando a questionar sua aptidão para exercício da presidência da República", afirma a defesa, que protocolou representação junto ao CNMP contra o procurador nesta terça-feira 4, a fim de que órgão "verifique eventual desvio funcional e violação às suas recomendações".

Marcelo Odebrecht detona Temer e diz que ele e Cunha são do mesmo grupo


Depois de ter cinco aliados presos, Eduardo Cunha, Henrique Alves, Rodrigo Rocha Loures, Tadeu Filipelli e Geddel Vieira Lima, Michel Temer recebeu mais um petardo nesta terça-feira.

Em depoimento à Justiça Federal, o empreiteiro Marcelo Odebrecht confirmou o que todos sempre souberam: que Temer e Cunha são parte de um mesmo grupo.

"Cláudio [Melo Filho] dizia pra mim que Michel Temer fazia parte desse grupo", disse Marcelo, respondendo à pergunta de procurador da República Anselmo Henrique Cordeiro Lopes sobre se o ex-executivo tinha conhecimento de quem integrava o grupo de Cunha e Eduardo Alves na Câmara.

Dirigentes de bancos inocentam Lula diante de Moro


Dirigentes do Merrill Lynch, Bradesco, Santander e Citibank disseram ao juiz Sergio Moro que, durante as auditorias que fizeram por conta do processo de capitalização da Petrobras, não detectaram qualquer irregularidade nos negócios da Petrobras.

"Mas Lula tinha que saber", pontua o jornalista.

Kátia sobre Temer: “não existe mais governo”


A senadora Kátia Abreu (PMDB) bateu duro no governo de Michel Temer, durante evento em que inaugurou a extensão de seu gabinete do Senado em Palmas. De acordo com a parlamentar, a crise atual, tanto política quanto ética, é a mais grave da história.

“Não existe mais governo. Não existe mais ação de governo”, atacou. Em seu discurso, Kátia também criticou a gestão do governador Marcelo Miranda (PMDB). A congressista comparou o Tocantins de hoje ao período em que ainda era parte da região norte de Goiás.

“O nosso querido Estado realmente está doente. Estamos abandonados como nos velhos tempos, em que éramos um nortão de Goiás”, disparou.

Temer tenta comprar apoio de Valdemar, condenado no Mensalão, para se manter no poder


247 – Michel Temer procurou nesta segunda-feira o ex-deputado federal Valdemar Costa Neto, que é condenado no mensalão, em busca de votos do PR para tentar se livrar da denúncia por corrupção que será votada contra ele.

A informação foi publicada pela jornalista Andréia Sadi, da Globonews.

Costa Neto é o principal cacique do PR e tem total influência sobre a bancada na Câmara. Temer tem tido uma agenda intensa com deputados para discutir a denúncia, que deve ser votada até o dia 17 na Casa.

Nesta segunda, Temer convidou Valdemar para um encontro no Palácio do Planalto. A reunião não constou da agenda oficial, mas foi confirmada pela assessoria de Temer à GloboNews. Nesta terça, a agenda de Temer está focada no encontro com os parlamentares, a fim de ganhar seus votos.

Em entrevista nesta segunda, Michel Temer disse ter 'quase certeza absoluta' que vai conseguir os votos suficientes na Câmara para barrar a denúncia contra ele.

Fornazieri: Brasil não tem alma, não tem caráter, não tem dignidade e não tem um povo

Viomundo, 04 de julho de 2017 às 12h41

Um país que não tem dignidade não sente indignação

por Aldo Fornazieri* (sugerido no Facebook)

O presidente da República foi flagrado cometendo uma série de crimes e as provas foram transmitidas para todo o país.

Com exceção de um protesto aqui, outro ali, a vida seguiu em sua trágica normalidade.

Em muitos outros países o presidente teria que renunciar imediatamente e, quiçá, estaria preso.

Se resistisse, os palácios estariam cercados por milhares de pessoas e milhões se colocariam nas ruas até a saída de tal criminoso, pois as instituições políticas são sagradas, por expressarem a dignidade e a moralidade nacional.

Aqui não.

No Brasil tudo é possível.

Grupos criminosos podem usar as instituições do poder ao seu bel prazer.

Afinal de contas, no Brasil nunca tivemos república.

Até mesmo a oposição, que ontem foi apeada do governo, dá de ombros e muitos chegam a suspeitar que a denúncia contra Temer é um golpe dentro do golpe.

Que existem vários interesses em jogo na denúncia, qualquer pessoa razoavelmente informada sabe.

Mas daí adotar posturas passivas em face da existência de uma quadrilha no comando do país significa pouco se importar com os destinos do Brasil e de seu povo, priorizando mais o cálculo político de partidos e grupos particulares.

O Brasil tem uma unidade política e territorial, mas não tem alma, não tem caráter, não tem dignidade e não tem um povo.

Somos uma soma de partes desconexas.

A unidade política e territorial foi alcançada às custas da violência dos poderosos, dos colonizadores, dos bandeirantes, dos escravocratas do Império, dos coronéis da Primeira República, dos industriais que amalgamaram as paredes de suas empresas com o suor e o sangue dos trabalhadores, com a miséria e a degradação servil dos lavradores pobres.

Índios foram massacrados; escravos foram mortos e açoitados; a dissidência foi dizimada; as lutas sociais foram tratadas com baionetas, cassetetes e balas.

A nossa alma, a alma brasileira, foi ganhando duas texturas: submissão e indiferença.

Não temos valores, não temos vínculos societários, não temos costumes que amalgamam o nosso caráter e somos o povo, dentre todas as Américas, que tem o menor índice de confiabilidade interpessoal, como mostram várias pesquisas.

Na trágica normalidade da nossa história não nos revoltamos contra o nosso dominador colonial.

Ele nos concedeu a Independência como obra de sua graça.

Não fizemos uma guerra civil contra os escravocratas e não fizemos uma revolução republicana.

A dor e os cadáveres foram se amontoando ao longo dos tempos e o verde de nossas florestas foi se tingindo com sangue dos mais fracos, dos deserdados.

Hoje mesmo, não nos indignamos com as 60 mil mortes violentas anuais ou com as 50 mil vítimas fatais no trânsito e os mais de 200 mil feridos graves.

Não nos importamos com as mortes dos jovens pobres e negros das periferias e com a assustadora violência contra as mulheres.

Tudo é normal, tragicamente normal.

Quando nós, os debaixo, chegamos ao poder, sentamos à mesa dos nossos inimigos, brindamos, comemoramos e libamos com eles e, no nosso deslumbramento, acreditamos que estamos definitivamente aceitos na Casa Grande dos palácios.

Só nos damos conta do nosso vergonhoso engano no dia em que os nossos inimigos nos apunhalam pelas constas e nos jogam dos palácios.

Nunca fomos uma democracia racial e, no fundo, nunca fomos democracia nenhuma, pois sempre nos faltou o critério irredutível da igualdade e da sociedade justa para que pudéssemos ostentar o título de democracia.

Nos contentamos com os surtos de crescimento econômico e com as migalhas das parcas reduções das desigualdades e estufamos o peito para dizer que alcançamos a redenção ou que estamos no caminho dela.

No governo, entregamos bilhões de reais aos campões nacionais sem perceber que são velhacos, que embolsam o dinheiro e que são os primeiros a dar as costas ao Brasil e ao seu povo.

No Brasil, a mobilidade social é exígua, as estratificações sociais são abissais e não somos capazes de transformar essas diferenças em lutas radicais, em insurreições, em revoltas.

Preferimos sentar à mesa dos nossos inimigos e negociar com eles, de forma subalterna.

Aceitamos os pactos dos privilégios dos de cima e, em nome da tese imoral de que os fins justificam os meios, nos corrompemos como todos e aceitamos o assalto sistemático do capital aos recursos públicos, aos orçamentos, aos fundos públicos, aos recursos subsidiados e, ainda, aliviamos os ricos e penalizamos os pobres em termos tributários.

Quando percebemos os nossos enganos, nos indignamos mais com palavras jogadas ao vento do que com atitudes e lutas.

Boa parte das nossas lutas não passam de piqueniques cívicos nas avenidas das grandes cidades.

E, em nome de tudo isto, das auto-justificativas para os nossos enganos, sentimos um alívio na consciência, rejeitamos os sentimentos de culpa, mas não somos capazes de perceber que não temos alma, não temos caráter, não temos moral e não temos coragem.

Da mesma forma que aceitamos as chacinas, os massacres nos presídios, a violência policial nos morros e nas favelas, aceitamos passivamente a destruição da educação, da saúde, da ciência e da pesquisa. Aceitamos que o povo seja uma massa ignara e sem cultura, sem civilidade e sem civilização.

Continuamos sendo um povo abastardado, somos filhos de negras e índias engravidadas pela violência dos invasores, das elites, do capital, das classes políticas que fracassaram em conduzir este país a um patamar de dignidade para seu povo.

Aceitamos a destruição das nossas florestas e da nosso biodiversidade, o envenenamento das nossas águas e das nossas terras porque temos a mesma alma dominada pela cobiça de nos sentirmos bem quando estamos sentados à mesa dos senhores e porque queremos alcançar o fruto sem plantar a árvore.

Se algum lampejo de consciência, de alma ou de caráter nacional existe, isto é coisa restrita à vida intelectual, não do povo.

O povo não tem nenhuma referência significativa em nossa história, em algum herói brasileiro, em algum pai-fundador, em alguma proclamação de independência ou república, em algum texto constitucional em algum líder exemplar.

Somos governados pela submissão e pela indiferença.

Não somos capazes de olhar à nossa volta e de perceber as nossas tragédias.

Nos condoemos com as tragédias do além-mar, mas não com as nossas.

Não temos a dignidade dos sentimentos humanos da solidariedade, da piedade, da compaixão.

Não somos capazes de nos indignar e não seremos capazes de gerar revoltas, insurreições, mesmo que pacíficas.

Mesmo que pacíficas, mas com força suficiente para mudar os rumos do nosso país.

Se não nos indignarmos e não gerarmos atitudes fortes, não teremos uma comunidade de destino, não teremos uma alma com um povo, não geraremos um futuro digno e a história nos verá como gerações de incapazes, de indiferentes e de pessoas que não se preocuparam em imprimir um conteúdo significativo na sua passagem pela vida na Terra.
*Aldo Fornazieri é Professor da Escola de Sociologia e Política

Moro faz de Lula um Deus ou põe fogo no Brasil

Moro se vale de uma "teoria do criacionismo"

Conversa Afiada, 04/07/2017
Reprodução: Whatsapp


Diante do processo judicial aberto a partir do infame power point do procurador [e vendedor de palestras e sermões] Deltan Dallagnol, a defesa do Lula fez um exercício sui generis da labuta advocatícia: além de provar a inocência, provou também a ausência de culpa do ex-presidente.

Quase uma centena de testemunhas do processo desconheceu qualquer relação do Lula com o apartamento triplex. A única exceção ficou por conta do empreiteiro dono da OAS Léo Pinheiro, presidiário que, atendendo exigência da Operação, forjou acusações contra Lula – a jóia da coroa da força-tarefa da Lava Jato – na expectativa de trocar vilania por redução da longa pena de prisão que terá de cumprir pelos crimes de corrupção que cometeu.

A defesa do Lula fez as diligências que Deltan Dallagnoll e seus colegas, cegos e possuídos pela caçada obsessiva ao Lula, não se deram ao trabalho de fazer. Os advogados demonstraram não só que o ex-presidente nunca teve nenhum vínculo formal ou informal com o imóvel como, ainda, que a Caixa Econômica Federal é a verdadeira detentora de direitos sobre o apartamento em questão.

Este processo contra o Lula é uma fraude jurídica de péssima qualidade, que foi montado com o exclusivo objetivo de condená-lo, para implodir sua candidatura presidencial.

Se condenar Lula sem provas e sem fundamentos legais, apenas baseado nas ridículas alegações e na obsessão condenatória do “palestrante” Dallagnoll, Moro pagará um altíssimo preço.

Decorridos mais de três anos de perseguição implacável a Lula, a força-tarefa da Lava Jato não conseguiu encontrar absolutamente nenhuma prova para sua condenação, pelo simples motivo de que não existe prova; porque não existe ilegalidade na conduta do ex-presidente. 

Inicialmente, eles optaram pela tese do “domínio do fato”, a mesma teoria que Moro, na época em que atuou como juiz auxiliar da juíza do STF Rosa Weber no julgamento do chamado “mensalão”, fabricou para condenar sem provas o ex-ministro José Dirceu. O emprego inadequado desta teoria no caso foi vigorosamente combatido e invalidado pelo seu autor, o jurista alemão Claus Roxin.

Apelaram, então, para a exótica tese que o “palestrante” Dallagnol aprendeu nos EUA, a “teoria da abdução das provas”, ensinada pelo seu orientador em Harvard, Scott Brewer, que sublima as chamadas “provas indiciárias”, que tem muito de indícios e convicções, porém zero de provas.

Na falta de causa concreta para condenar Lula, só resta a Moro apelar à metafísica. Caso contrário, o plano original da Lava Jato será falho e todo o trabalho de destruição do país enquanto Nação e de entrega da soberania do Brasil terá sido em vão. 

Sérgio Moro é apenas um juiz que busca uma justificativa formal para condenar Lula. Na falta de qualquer base material ou jurídica concreta, Moro terá de apelar para a “teoria do criacionismo” para acusar Lula de ter sido o criador de um país moderno; de um país de igualdade, de democracia, de igualdade, de pluralidade, de oportunidades para todos, de direitos; um país, enfim, altivo, desenvolvido, avançado; mundialmente reconhecido e reverenciado. 

Moro está encalacrado: ou condena Lula, convertendo-o numa espécie de Deus criador do Brasil moderno, ou incendeia o país. 

Lula é o fator essencial de desestabilização dos planos da burguesia para a continuidade do golpe. Lula é o grande dilema que a classe dominante enfrenta. Ele compromete a continuidade do golpe no próximo período e as escolhas que a elite fará.

O arranjo da classe dominante por cima, para manter esta indecência desta cleptocracia – governo de ladrões, em grego – liderada por Temer e sua quadrilha, encontra em Lula uma série ameaça.

Não estava nos cálculos da classe dominante tamanha dificuldade para o aniquilamento do Lula na Lava Jato. O impasse enfrentado pelo juiz Sérgio Moro é o impasse que enfrenta o pacto golpista de dominação burguesa contra a maioria do povo brasileiro.

Para justificar reunião com Temer, Gilmar diz não ver problemas em Lula se encontrar com Moro

O ministro está confundindo alho com bugalho

Após a repercussão do encontro fora da agenda que manteve na semana passada com Michel Temer e os da Secretaria Geral da Presidência, Moreira Franco, e da Casa Civil, Eliseu Padilha, o ministro do STF Gilmar Mendes disse que a reunião foi "absolutamente normal" e tratou da reforma política.

Gilmar tentou minimizar o encontro afirmando que também "não veria nenhum problema de o juiz Sergio Moro receber o ex-presidente Lula ou [o ex-ministro] José Dirceu".

Pesquisa mostra massacre do pensamento único


"Derrotado pelo desemprego e pela recessão, governo Temer-Meirelles também está derrotado na luta de ideias", avalia Paulo Moreira Leite, articulista do 247.

Ele destaca resultados da pesquisa Datafolha, que projeta tendências para 2018, que mostra que a maioria dos brasileiros não quer Estado Mínimo e defende mais Estado para fazer a economia crescer.

A maioria dos entrevistados despreza a meritocracia e acredita que as pessoas são pobres porque tiveram menos oportunidades na vida e acham que o governo tem o dever de auxiliar empresas nacionais sob risco de falência.

"Embora Lula não seja mencionado uma única vez, nem nas perguntas, nem nas respostas, ele é o sujeito oculto da pesquisa, que confirmam, assim, seu papel-chave no futuro do país", afirma PML.

DCM: Globo deve R$ 761 milhões em ICMS ao Rio

Uma reportagem do jornalista Joaquim de Carvalho, publicada no DCM, aponta que a Globo, que acaba de inaugurar os novos estúdios do Jornal Nacional, tem uma dívida gigantesca em ICMS

Por Joaquim de Carvalho, no DCM

Na semana em que a Rede Globo inaugurou o novo estúdio do Jornal Nacional, um servidor estadual do Rio de Janeiro tirou foto da tela do computador com o registro da Secretaria da Fazenda que mostra a empresa como uma das maiores devedoras de ICMS do Estado.

“A Globo deve mais de 750 milhões de reais de ICMS ao Estado do Rio de Janeiro e fica fazendo prédio bacana para o Jornal Nacional. Se pagasse a dívida, resolveria o problema dos salários dos servidores do Estado, que ainda estão em atraso”, informou ao DCM, com a condição de que seu nome não fosse revelado.

Segundo os registros da Secretaria, a dívida da Globo é de quase 340 milhões de UFIRs, a unidade de referência dos tributos do Estado. Como cada UFIR vale R$ 3,19, o total do débito em reais é de 761 milhões.

Motivo da prisão de Geddel deixa Temer ainda mais complicado


A prisão de Geddel Vieira Lima, acusado de obstrução judicial, fortalece a segunda denúncia que será apresentada pelo procurador-geral Rodrigo Janot contra Michel Temer – desta vez, também por obstrução judicial.

Na Operação Cui Bono, Geddel foi acusado de tentar impedir que Lúcio Funaro e Eduardo Cunha delatassem os esquemas do PMDB na Caixa Econômica Federal, o que reforça tudo que foi dito pelo empresário Joesley Batista.

O dono da JBS dizia estar comprando o silêncio da dupla e foi orientado por Michel Temer a lidar com Rodrigo Rocha Loures depois de se encontrar com Temer no Palácio do Jaburu.

Joesley dizia que que, após a demissão de Geddel, havia ficado sem interlocutor com o PMDB – e por isso recebeu a indicação para falar com o homem da mala.

Tiririca é acusado de assédio sexual e destruição de prova

O deputado federal Tiririca (PR-SP) é acusado de assédio sexual por uma ex-empregada doméstica.

A denúncia consta em um processo trabalhista e foi reafirmada por ela à Polícia Civil do DF depois que a esposa de Tiririca registrou uma ocorrência de extorsão contra a mulher.

Por se tratar de fato envolvendo parlamentar, com prerrogativa de foro, o caso foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF).

De acordo com Maria Lúcia Gonçalves Freitas de Lima, Tiririca — nome artístico de Francisco Everardo Oliveira Silva — teria praticado o assédio em pelo menos duas ocasiões, em São Paulo e em Fortaleza, no ano passado.

Planalto teme cerco a Padilha e Moreira Franco após prisão de Geddel


A prisão do ex-ministro Geddel Vieira Lima —um dos aliados mais próximos de Michel Temer e seu amigo pessoal há mais de 30 anos, acendeu o sinal de alerta no Planalto— que agora se preocupa com com possíveis investidas do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, sobre os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral).

Os investigados na Operação Lava Jato, eles são os auxiliares mais próximos de Temer e fazem parte da "tropa de choque" que articula para manter o peemedebista no cargo; na avaliação do Planalto, a PGR pode tentar acelerar as investigações contra a dupla.

Logo depois de tomar conhecimento da prisão de Geddel, auxiliares de Temer não conseguiam disfarçar o desânimo com mais uma notícia negativa para o governo.

Por que o ministro Fachin revogou a prisão de Rocha Loures?

Há poucos dias, o ministro Fachin, revogou a prisão de Roca Loures, o homem da mala de Temer, como ficou conhecido. 

Todos que assistiram as matérias jornalísticas a respeito, salvo melhor juízo, entendem que Rocha Loures agiu ao arrepio da lei, o que é pior, a mando de Michel Temer. Portanto, ninguém esperava que Fachin, revogasse essa prisão, até porque o delinquente dava mostras de que estava pronto para delatar, o que facilitaria, sobremaneira o entendimento das noticias acerca da delação da JBS que mais do que nunca maculam a República. 

Outro dado importante é que  se imagina a sentença de um juiz pela análise de suas sentenças anteriores e Fachin não era do tipo que usava um critério para cada caso. Podia se caracterizar o ministro como garantista com veleidades sociais. Depois se tornou um vingador impiedoso.

Para compreender melhor veja as decisões do ministro Fachin nos casos a seguir:

No dia 26 de abril de 2017, investiu contra a libertação de presos da Lava Jato.

Mostrou-se indignado com a libertação de João Cláudio Genu, ex-tesoureiro do PP, e com a pena alternativa de prisão domiciliar para José Carlos Bumlai, ambos condenados por Sérgio Moro. Os jornalistas perguntaram se as decisões facilitariam outras medidas semelhantes. E Fachin respondeu: “Saí daqui ontem com vontade de reler o Ibsen, ‘Um Inimigo do Povo’ e a história do doutor Stockmann".

No dia 2 de maio de 2017 foi derrotado na votação que decidiu pela libertação de José Dirceu. Sua justificativa: “Eventual excesso na duração de prisões cautelares não deve ser analisado diante de prazos estanques, não se trata de uma questão aritmética. É indispensável que tal circunstância seja aferida de modo particularizado, à luz das peculiaridades de cada caso (...) Estamos aqui nesse caso a tratar em acusação, digo e repito, a tratar da criminalidade do colarinho branco”. Anote suas palavras.

No dia 4 de maio negou habeas corpus para Antônio Pallocci. Fez mais: para impedir que a 2aturma revogasse sua decisão, decidiu levar a questão para plenário.

No dia 3 de junho de 2017, autorizou a prisão preventiva do ex-deputado Rodrigo Rocha Loures. Considerou que Loures, em liberdade, representaria risco às investigações: “o teor dos indícios colhidos demonstra efetivas providências voltadas ao embaraço das investigações, de modo que não é difícil deduzir que a liberdade do representado põe em risco, igualmente, a apuração completa dos fatos”. “Não é difícil deduzir” significa que os fatos não deixam margem a dúvidas.

No dia 10 de junho de 2017, Fachin prosseguiu em sua sanha penalista, negando habeas corpus ao procurador da República Ângelo Goulart Vilella, acusado de levar propina da JBS, e preso há 45 dias sem sequer ter sido interrogado. “Tratando-se de decisão de natureza cautelar, eventual modificação do panorama fático-processual que autorize a sua revisão deve ser objeto de deliberação pela autoridade judiciária competente que, no caso em análise, não é mais o Supremo Tribunal Federal, mas o Tribunal Regional Federal da 3ª Região”.

Ai aparece uma pedra no caminho do nosso templário.

No dia 10 de junho de 2017 a revista Veja informou que a ABIN (Agência Brasileira de Inteligência) teria sido acionada por Michel Temer para investigar a vida de Fachin.

Aí se entra o caso Loures.

O que é solicitado pela defesa?

Segundo consta da própria decisão de Fachin, os advogados de Loures solicitaram uma das três alternativas: prisão domiciliar, remoção para o 19º Batalhão Militar ou retorno ao presídio da Papuda.

Mas Fachin, o impiedoso, de uma hora para outra, torna-se muito generoso e ao invés de atender um dos três pedidos dos advogados de Loures, regova-lhe a prisão. Os advogados de Loures tinham requerido transferência para outros presídios ou prisão domiciliar. Fachin oferece mais do que isso, uma liberdade condicionada.

Creio que até os advogados de Rocha Loures, ficaram surpresos.

O caso Rocha Loures existem tem todos os elementos de convencimento de um ato de corrupção.

O fato é que Fachin voltou atrás radicalmente sem uma explicação plausível. Não havendo, há três hipóteses:

1. Cedeu às ameaças do grupo de Temer.

2. Foi seduzido por alguma conversa com o velho Rocha Loures, grande ex-presidente da FIEP (Federação das Indústrias do Estado do Paraná), conterrâneo de Fachin.

3. Produziu um documento fake pelo fato de Loures ter concordado com a delação.

A princípio não há hipótese benigna para o ato de Fachin.

Afinal, o que aconteceu para Fachin mudar de idéia?

Delator da Carne Fraca dirá que esquema beneficiou todos os deputados federais do PMDB-PR


A partir da esq., Osmar Serraglio, Sérgio Souza, Hermes Parcianello e João Arruda, que formam a bancada de deputados federais do PMDB do Paraná

Em busca de um acordo de delação premiada, o ex-superintendente do Ministério da Agricultura no Paraná Daniel Gonçalves Filho disse à PGR (Procuradoria-Geral da República) que o esquema de corrupção investigado pela Operação Carne Fracaabasteceu campanhas eleitorais dos deputados federais Osmar Serraglio, Hermes Parcianello, João Arruda e Sergio Souza, todos do PMDB. Eles negam ter cometido alguma irregularidade.

Entenda o caso

Os quatro assinam um documento, datado de abril de 2015, em que pedem à então ministra da Agricultura, Kátia Abreu (PMDB-TO), que nomeie Gonçalves Filho para a superintendência.

O pedido foi atendido, e o homem que é apontado pelo juiz federal Marcos Josegrei da Silva, responsável pelos processos da Carne Fraca, como "líder e principal articulador do bando criminoso", voltou em junho daquele ano ao cargo que já ocupara entre 2007 e 2014.

Serraglio, Parcianello, Arruda e Souza compõem toda a bancada do PMDB paranaense na Câmara. Rodrigo da Rocha Loures, suplente de deputado que herdou um assento quando Serraglio foi ministro da Justiça e hoje cumpre restrições judiciais por conta da delação de executivos da JBS, não é citado na proposta de delação de Gonçalves Filho.

Desencadeada em março, a Operação Carne Fraca foi apresentada pela PF (Polícia Federal) como a maior investigação de sua história. Trata-se de uma investigação de corrupção de fiscais agropecuários que atuam em frigoríficos, atingindo inclusive empresas de grande porte como JBS e BRF. 

Na decisão judicial que autorizou a operação, o juiz Marcos Josegrei da Silva cita transcrição de conversa telefônica em que Osmar Serraglio, ex-ministro da Justiça de Temer, chama Gonçalves Filho de "grande chefe" . Para o magistrado --que, na decisão, registrou não haver à época indícios de crime pelo político--, o ex-superintendente, agora candidato a delator, é o "líder e principal articulador do bando criminoso" investigado pela Carne Fraca.

Daniel Gonçalves Filho negocia acordo de delação premiada com a PGR

Preso na carceragem da PF em Curitiba desde o início da Carne Fraca, em meados de março, Gonçalves Filho recebe visitas mensais de um procurador enviado de Brasília por Rodrigo Janot para tratar da proposta de colaboração com a Justiça. Isso ocorre porque há políticos com foro privilegiado entre os alvos da delação. 

O UOL apurou que Gonçalves Filho entregou à PGR documentos que embasam as acusações que faz contra os quatro deputados federais. Um ex-deputado, Moacir Micheletto (PMDB-PR), morto num acidente de carro em 2012, também é mencionado na colaboração --e pelo mesmo motivo. A proposta de delação de Gonçalves Filho está avançada. O acordo com a PGR deve ser assinado nos próximos dias. Em seguida, será encaminhado ao STF (Supremo Tribunal Federal).

Lá, o relator da Carne Fraca na corte, o ministro Dias Toffoli, será o responsável por homologá-la. A defesa do ex-superintendente é comandada pelo advogado Adriano Bretas, que também é responsável pela delação do ex-ministro Antonio Palocci.

segunda-feira, 3 de julho de 2017

Santander ganha perdão de 338 milhões de reais e o Itaú, de 25 bilhões, junto a Receita

O que motivou o perdão dessas dívidas?

Por Esmael Morais - O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais deu ganho de causa para o Banco Santander, no último dia 20 de junho, no valor de R$ 338 milhões, acerca de cobranças de Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido).

O Santander alegou que as broncas foram “herdadas” pela instituição financeira após a aquisição do ABN AMRO. Tratava-se da amortização de ágio.

Nunca é demais recordar que a mesma mãe, isto é, o Carf, somente numa canetada, livrou o Itaú de pagar R$ 25 bilhões. A dívida perdoada em abril deste ano também era a respeito de Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) na fusão com o Unibanco.

Num país sério, ‘no mínimo’, os conselheiros do Carf teriam sido sumariamente destituídos. Mas não vem ao caso em tempos de Michel Temer e de golpe de Estado.

Se por um lado o Carf comporta-se como uma mãe para os banqueiros, por outro, enjeita os trabalhadores retirando-lhes direitos e a dignidade por meio da reforma trabalhista.

Com informações do site Jota