quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Aécio agora quer golpe sem direito de defesa a Dilma

Será que no lugar dela ele ficaria calado?

247 – O PSDB quer impedir a presidente Dilma Rousseff de defender-se das acusações que fundamentam o pedido de seu impeachment durante suas atividades como presidente. O presidente do partido, senador Aécio Neves (MG), informou no Senado que nesta sexta-feira 11 a legenda vai entrar com ação na Procuradoria Geral da República neste sentido.

"O PSDB amanhã entra com ação na PGR para impedir que a presidente continue a utilizar estrutura do governo para defender-se das acusações que a ela são feitas em relação ao impeachment. O PT sempre teve enorme dificuldade de diferenciar aquilo que é publico daquilo que é privado, aquilo que é publico daquilo que é partidário", disse o tucano.

"É uma ação na qual solicitamos à Procuradoria Geral que se manifeste sobre a legalidade da utilização de espaços públicos, de eventos públicos, porque isso está vindo em um crescente e sequer iniciamos ainda a discussão do processo de impeachment no Congresso Nacional. Queremos deixar claro que, a nosso ver, essa defesa não pode ser feita instrumentalizando, mais uma vez, o Estado, utilizando a estrutura do Estado, os eventos públicos do Palácio do Planalto. Deve ser feita, obviamente, por ela, do ponto de vista pessoal e também pelo seu partido", acrescentou.

Dilma vem falando contra o impeachment nos eventos de que participa, como fez nesta quarta ao entregar unidades do Minha Casa, Minha Vida em Roraima. Outro fato criticado por Aécio nessa semana foi a transmissão pela NBR, a TV do governo federal, da reunião entre Dilma e 30 juristas que se posicionaram contra o impeachment no Palácio do Planalto.

Às 19 horas, o PSDB reúne toda sua tropa sob o comando do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em Brasilia. Estarão presentes os membros da Executiva, os governadores e os líderes na Câmara e no Senado para discutir o andamento do impeachment. Mais cedo, Aécio e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), se reuniram para debater o mesmo tema.

Aécio minimizou as manobras do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), contra o andamento do processo de sua cassação no Conselho de Ética da Casa, alegando que agora ele deixou de ter "protagonismo central" no andamento do impeachment.

O senador tucano também disse desconhecer oficialmente o fato de o vice-presidente, Michel Temer, com quem conversou ontem no jantar na casa do senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), ter assinado três decretos orçamentários sem número, que integram a mesma série dos assinados por Dilma, pelos quais está sendo acusada de crime de responsabilidade.

Movimentos sociais se unem contra golpe na democracia

Em outras palavras, ocupar a Presidência da República sem ter votos, nem pensar!

Centrais sindicais e diversos movimentos sociais se uniram para convocar a população a protestar contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff no próximo dia 16 em São Paulo.

"É a maior unidade da esquerda brasileira desde o impeachment de Fernando Collor", destacou o presidente da CUT, Vagner Freitas, em coletiva de imprensa nesta quinta-feira 10.

Segundo ele, o afastamento da presidente nesse momento significa a retirada de direitos dos trabalhadores.

O ato também será contra o ajuste fiscal e em defesa do fora Cunha: "Entendemos que ser contra o impeachment não significa necessariamente defender as políticas adotadas pelo governo", diz trecho da convocatória.

Frente contra o golpe não deve ser em defesa de Dilma

Defender a legalidade democrática e combater a atual política econômica. Essa é a ênfase do movimento

Se a esquerda quiser um movimento amplo, massivo e unitário, a lógica da campanha contra o impeachment não pode ser a defesa do governo Dilma Rousseff, mas da legalidade democrática.

Neste barco tem que caber o oficialismo, mas também quem acha a atual gestão indefensável e pressiona por mudanças.

Não é um movimento "Dilma fica", palavra de ordem estreita para a gravidade do momento, mas contra o golpe.

As forças progressistas serão vitoriosas se for recriado o clima do segundo turno de 2014. Para tanto, é preciso haver espaço para os que apoiaram a presidente naquele momento, mas se sentiram traídos pela política econômica e a composição do governo no segundo mandato.

A revalidação da aliança popular e democrática exige generosidade, tolerância, combatividade e muito espírito autocrítico.

Para impedir o golpe e reconstruir condições políticas para a disputa contra o conservadorismo, o petismo e o governo precisam estar abertos a mudanças profundas de sua orientação, especialmente da política econômica.

A batalha em curso precisa servir para reaglutinar a base social dividida e frustrada por conta dos rumos pós-eleitorais.

Não ao golpe, fora Cunha, muda Dilma: talvez seja esse tripé que melhor expresse o sentimento de quem faz a diferença na hora do bom combate.


Para controlar o PMDB, Temer rejeita a adesão de deputados

Tudo isso para não permitir que a maioria seja favorável a Dilma. O que a fome de poder não faz!

247 - A Executiva Nacional do PMDB vai impugnar a filiação de deputados federais que entrem no partido nos próximos dias apenas para restituir Leonardo Picciani à liderança da bancada do partido na Câmara. O ato atende a uma ordem do vice-presidente Michel Temer.

A decisão, tomada nesta quinta-feira (10), é uma maneira de blindar o novo líder Leonardo Quintão e, consequentemente, a maioria pró-impeachment dentro da legenda.

O PMDB do Rio tenta filiar dois deputados do PR — Dr. João e Altineu Côrtes — ao PMDB, além de refiliar Carlos Henrique Gaguim, que deixou o partido há menos de um mês e foi para o PMB.

O objetivo é fazer com que Picciani tenha mais do que 35 deputados em seu apoio.

Fonte: Brasil 247, 10/12/2015

TCU abre investigação sobre usinas contratadas por Delcídio na Petrobras

E o governo do PSDB também passa a ser investigado

Pedro Ladeira/Folhapress 
O senador Delcídio do Amaral, preso na Operação Lava Jato, ex-diretor da Petrobras sob FHC

O Tribunal de Contas da União, por despacho do ministro Benjamin Zymler, decidiu abrir investigação sobre as usinas térmicas compradas pelo senador Delcídio do Amaral (PT-MS) quando ele era diretor da Petrobras, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) —à época, Delcídio era filiado ao PSDB.

Na quinta-feira (10), a Folha revelou que as quatro termelétricas contratadas pelo senador geraram um prejuízo à estatal maior do que a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.

Juntas, as térmicas Macaé Merchant (atual Mário Lago), TermoRio, Eletrobolt (atual Barbosa Lima Sobrinho) e TermoCeará custaram à Petrobras R$ 5 bilhões, enquanto que Pasadena lesou a companhia em R$ 3 bilhões (em valores atuais).

Zymler —que foi relator do acórdão do TCU que aceitou as contas apresentadas por Delcídio e Ernesto Cerveró, seu subordinado à época das contratações, e os isentou das responsabilidades sobre os prejuízos— determina à área técnica do tribunal que investigue os contratos de compra das turbinas utilizadas nas termelétricas.

A francesa Alstom, citada na delação premiada de Cerveró como pagadora de US$ 10 milhões em propina ao senador, foi uma das fornecedoras contratadas.

Fonte, Folha, 10/12/2015

O Papel da Mídia-Zika no Golpe contra Dilma


Impeachment sem comprovação de prática de crime é golpe.

Em qualquer regime presidencialista, aqui ou na Cochinchina, essa é a regra. Ao contrário do que acontece em regimes parlamentaristas, nos quais o poder do primeiro-ministro deriva do Legislativo, crises econômicas e baixa popularidade não podem justificar a cassação do mandato popular de presidentes.

Por isso, há uma campanha sôfrega para achar alguma coisa, qualquer coisa, que sirva como desculpa envergonhada para o golpe despudorado.

Como os personagens da peça de Pirandello que procuram desesperadamente por um autor que lhes dê sentido, o golpe imoral procura avidamente escusa que lhe confira aparência de algo crível e legítimo. Algo assim como um escroque travestido de presidente da Câmara dos Deputados.

Sintomaticamente, há anos que os golpistas tentam achar qualquer coisa que desabone pessoalmente a presidenta da República, sem nenhum sucesso. Sequer um cuspe no chão ou uma multa de trânsito. Todo o mundo sabe que contra a presidenta não há nada, mesmo após anos de ávidas investigações conduzidas, muitas vezes, por procuradores, juízes e delegados com clara índole partidarizada. Se tivesse alguma coisa, já teriam achado há muito tempo.

Dilma não tem conta no exterior, não tem dinheiro sonegado, não tem patrimônio suspeito, não desviou nada, como muitos dos golpistas. Restam, então, os truques, as pedaladas jurídicas para tentar justificar o injustificável.

É caso do pedido de impeachment acolhido pelo impoluto Eduardo Cunha.

A tentativa de justificativa são as tais pedaladas fiscais, neologismo com timbre suspeito criado para designar práticas contábeis que existem há muito tempo e que sempre foram consideradas normais pelo TCU. Normais até que Nardes, arenista convicto e acusado de desvios na Operação Zelotes, subitamente decidiu que, no caso do governo Dilma, a normalidade se transformara em crime praticamente hediondo.

A alegação central da acusação tange à abertura de créditos suplementares ao orçamento por meio de decretos. Mais exatamente 6 decretos promulgados neste ano (2015).

Antes de tudo, trata-se de prática antiga, normal, legal, largamente presente nas administrações de Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso, etc. As LOAs (leis do orçamento) autorizam o Poder Executivo a promulgar esse tipo de decreto.

Os golpistas alegam, contudo, que os créditos suplementares só podem ser feitos, sem autorização do Congresso, se as alterações promovidas na programação orçamentária forem compatíveis com a obtenção da meta de resultado primário estabelecida para o atual exercício, conforme determina o artigo 4º da LOA de 2015.

Acontece que a meta do superávit muitas vezes tem de ser revista. Num mundo ideal, a receita prevista no orçamento, uma mera previsão econômica, sempre se concretizaria. Obviamente, isso nem sempre acontece, espacialmente num quadro de recessão. Foi o que aconteceu neste ano. Mesmo com os drásticos cortes do orçamento determinados pela presidenta, a receita caiu num ritmo maior que o da redução dos gastos, o que implodiu toda a programação orçamentária e a meta inicial do resultado primário.

Sem os créditos suplementares, o governo teria ficado totalmente paralisado, impedido de pagar Bolsa-família, médicos, professores, etc. Teria sido um caos completo.

Os golpistas, porém, alegam que o governo teria de ter esperado a aprovação da nova meta do resultado primário pelo Congresso, realizada agora, para depois emitir os créditos suplementares. O governo sustenta, com razão, que isso é impossível, pois pela própria dinâmica orçamentária, só ao final do ano é que vai se saber a verdadeira dimensão do resultado primário e se os créditos suplementares foram “compatíveis com a obtenção da meta de resultado primário estabelecida para o exercício de 2015”.

Tudo isso é bastante confuso e muito técnico, não é? Pois é. E esse é o ponto.

Se perguntarem aos que defendem o impeachment de Dilma quais as razões técnicas e jurídicas que dariam sustentação a esse pedido, garanto que 99,9% não saberiam responder de forma articulada. Suspeito até que, entre os deputados que julgarão o pedido, a maioria também não saiba responder. Provavelmente regurgitariam algum clichê que leram ou ouviram na grande mídia.

É uma situação diametralmente oposta à de Collor. Collor foi acusado de um crime claro e facilmente compreensível por todos: desviar dinheiro público para enriquecimento pessoal. Quem foi às ruas naquela época sabia muito bem qual era o crime que o presidente cometera e sabia muito bem que ele justificava o impedimento. Sabia muito bem onde estava a verdade.

Hoje, não se sabe. E não se sabe por uma razão muito simples: não há crime. Não há nada que lembre remotamente algo que possa ser efetivamente caracterizado como crime grave de responsabilidade, como prevê a nossa Constituição.

O que há é essa cortina de fumaça de pedaladas técnicas, jurídicas e hermenêuticas que visam justificar a pedalada constitucional do golpe. Não há verdade tangível nesse impeachment.

Assim, os motivos reais para o golpe passam muito longe da difícil compreensão das minúcias técnicas envolvidas nessa discussão. O que impulsa o golpe é o fígado doído dos ressentidos e dos derrotados em 2014; não o cérebro equilibrado de bons juízes. Tudo não passa de teatro burdo.

Mas como essa encenação pode se sustentar?

Aí é que entra o papel da nossa mídia partidarizada, nosso autodefinido grande partido de oposição.

Para a legião de microcéfalos políticos gerados por essa mídia-zika, o golpe prescinde, na realidade, de justificativa. O golpe precisa somente de pretextos, por mais frágeis e confusos que sejam. O golpe prescinde da verdade.

A condenação prévia já foi dada por anos de distorções, meias verdades e mentiras constantemente esgrimidas contra os governos do PT. Só faltava a crise econômica para o clima propício à mentira e ao engodo se consolidar.

Assim, pode-se criar um neologismo maroto, pedalada fiscal, que cheira a “gastança” e “corrupção” e, pronto, temos um pretexto para o golpe. Lança-se uma cortina de fumaça de suspeitas vagas e infundadas e o ódio e o ressentimento dos derrotados de 2014 se encarrega do resto. Auxiliados, é óbvio, pela demonização incansável e sistemática de Dilma, Lula, PT e esquerda de um modo geral.

São essas pedaladas midiáticas que transformam pedaladas jurídicas em pretextos adequados para a pedalada política do golpe. São essas pedaladas midiáticas que transformam cortinas de fumaça, distorções e mentiras em verdades inquestionáveis.

Se tivéssemos uma mídia responsável e democrática, comprometida com a verdade e com a informação ampla e fidedigna, a oposição golpista já teria sido denunciada como a grande responsável pela paralisação do Brasil e como clara ameaça à democracia e ao Estado Democrático de Direito. Se tivéssemos mídia minimamente civilizada, Cunha não teria sido transformado em herói da nação, como foi. Se tivéssemos uma mídia séria, o pedido de impeachment aceito por Cunha já teria sido denunciado pelo o que verdadeiramente ele é: golpe.

Não temos. Temos, em nossa mídia, um autodefinido partido de oposição que aposta raivosamente, há muito tempo, na desestabilização dos governos democraticamente eleitos. Que aposta no golpe. Que historicamente sempre apostou em golpes. Que protege os interesses de seus patrões, em detrimento dos interesses da população. Que não informa. Que distorce. Que mente. Que faz manobras vis com a informação, como Cunha faz com o regimento da Câmara.

O impeachment de Cunha e da mídia-zika é, sobretudo, um golpe contra a verdade. 

Fonte: Brasil 247, 10/12/2015



PSDB tem o discurso da conveniência

Em 2013, o líder tucano dizia que voto secreto era 'excrescência inaceitável'

Deputado Carlos Sampaio (SP), líder do PSDB na Câmara, subiu à tribuna da Câmara em 2013 para classificar como "excrescência inadmissível e inaceitável" a prática do voto secreto nas sessões da Casa.

"Como nossos eleitores vão saber qual é a sua posição de fatos importantes para a nação?", questionou à época; nesta semana, Sampaio foi um dos articuladores da chapa alternativa para a comissão do impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, eleita em voto secreto.

Patrimônio de Quintão cresceu 56 vezes em 12 anos


"Em 2002, o economista Leonardo Quintão possuía R$ 315 mil em bens. Era eleito deputado estadual em Minas. Em 2006, R$ 983 mil. Em 2010, reeleito deputado federal, o valor tinha saltado para R$ 2,64 milhões. Em 2014, novo incremento: o novo líder do PMDB declarou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) possuir R$ 17,9 milhões – entre os quais R$ 2,6 milhões (o total de 2010) em espécie", revela o colunista Alceu Castilho.

Seus principais doadores foram mineradoras, como a Vale, responsáveis pelo maior desastre ambiental da história do País; coincidência ou não, Quintão foi relator do novo Código de Mineração.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Começa a aparecer a verdade sobre a corrupção na Petrobras

FHC diz que corrupção em seu governo foi só pontual, mas há fortes indícios em outra direção

247 - O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) usou sua conta no Facebook nesta quarta-feira, 9, para responder à afirmação do ex-diretor Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, de que o senador Delcídio Amaral (PT-MS), que na época estava no PSDB, recebeu propina de US$ 10 milhões da Alstom quando era diretor da petroleira entre 1999 e 2001, durante o governo do tucano.

Para FHC, se houve corrupção, foi um caso isolado. "Se houve algo, durante o meu governo, foi conduta imprópria do Delcidio, não corrupção organizada, como agora. Dele nada se sabia, tanto que em 2001 foi aceito pelo PT, e se elegeu Senador, depois foi candidato a Governador do Mato Grosso do Sul. Derrotado pelo PSDB, virou líder da Dilma, sem que suspeitas fossem levantadas. Espero que as investigações se aprofundem e que se comprovado o fato, todos sejam punidos", afirmou o ex-presidente.

Apesar da defesa de FHC, os indícios de corrupção na estatal não parecem ter sido isolados com Delcídio, nem se estruturado nas gestões do PT. Em depoimento de delação premiada, o ex-gerente Pedro Barusco já havia dito que começou a receber propina em contratos da Petrobras antes de Delcídio, em 1997 ou 1998. Segundo ele, o primeiro caso de propina veio da empresa holandesa SBM, quando ele ocupava o cargo de gerente de Tecnologia de Instalações (relembre).

Também em 1997, Fernando Henrique editou a Lei 9.478/97, conhecida como "Lei do Petróleo", que abriu o mercado brasileiro a firmas internacionais e, em compensação, permitiu que a Petrobras adotasse regras mais flexíveis para contratar bens e serviços. A partir daquele ano, a empresa foi dispensa da Lei de Licitações, a duríssima 8.666, e ganhou poderes para contratar de forma simplificada – em muitos casos, até por meio de carta-convite

Fonte: Brasil 247, 09/12/2015

Rito do impeachment será dado pelo Supremo segundo Fachin

Portanto, Cunha não poderá manobrar a vontade

Ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, disse que vai propor ao plenário da Corte na próxima quarta-feira 16 o rito que deverá ser seguido pelo Congresso para dar continuidade ao procedimento de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

O ministro suspendeu ontem a votação que elegeu os integrantes da comissão que discutirá o pedido de impeachment, a pedido do PCdoB, após manobras determinadas pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

"O Supremo é, antes de tudo, o guardião das regras do jogo", disse Fachin, acrescentando que seu voto permitirá que o processo possa continuar sem questionamentos sobre sua legalidade.

Marcos Rogério, do PDT, é novo relator do caso Cunha


O presidente do Conselho de Ética, José Carlos Araújo (PSD-BA) decidiu, nesta quarta (9), indicar o deputado federal Marcos Rogério (PDT-RO) como novo relator do processo por quebra de decoro parlamentar contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Ele votou para adiar a votação do parecer de Fausto Pinato (PRB-SP); "Eu não tenho lado nessa história, não tenho posição de pré-julgamento. Não parto de uma premissa de que quem vai para o Conselho tem que ser condenado ou absolvido", disse Rogério, que já adiantou que seu voto é para que a investigação contra Cunha seja aberta.

Dino dá aula a Alckmin e explica por que o impeachment atual é golpe

Alckmin confunde o impeachment que está na Constituição com o impeachment que ele e sua turma querem fazer contra a presidente Dilma

O governador do Maranhão Flávio Dino (PCdoB) rebateu o posicionamento do governador Geraldo Alckmin (PSDB/SP), que disse o impeachment não é golpe: "Está previsto na Constituição", disse o tucano.

"O impeachment está previsto na Constituição, mas aplicá-lo sem seguir os preceitos constitucionais é, sim, um golpe. O processo de impeachment não é um processo puramente político, é um processo jurídico. Trata-se de uma punição a um crime cometido pessoalmente e intencionalmente pelo presidente da República", disse Dino.

Ele pontuou que as denúncias apresentadas contra Dilma não atendem nenhuma dessas exigências constitucionais.

Lula denuncia em evento internacional a possibilidade de golpe contra Dilma


Em Berlim, onde participou da Conferência Internacional do Congresso do Partido Social-Democrata Alemã (SPD), nesta quarta-feira 9, o ex-presidente afirmou em seu discurso que a oposição no Brasil "não desceu do palanque" desde as eleições de 2014 e que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, "num gesto de vingança" contra o PT aceitou na semana passada um dos pedidos de impeachment apresentados contra a presidente Dilma Rousseff.

Lula chamou a votação de ontem, secreta e com chapa alternativa para a formação da comissão de impeachment, de "afronta jamais vista no País"; "O que está em jogo não é o julgamento da presidenta Dilma, é o estado democrático de direito. Na verdade é uma tentativa de golpe explícito contra o Brasil e contra a presidenta Dilma Rousseff", disse.

Um terço da comissão do impeachment responde a acusações criminais no Supremo Tribunal Federal

Levantamento do Congresso em Foco revela que ao menos 20 dos titulares e suplentes já confirmados no colegiado são alvo de inquérito ou ação penal no Supremo. Saiba quem são eles

Gustavo Lima/Ag. Câmara
Réu por corrupção, Paulo Pereira da Silva responde a outros três inquéritos no Supremo. Um dos titulares eleitos da comissão do impeachment
Pelo menos um terço dos integrantes já definidos da comissão especial que vai analisar o processo de impeachment é alvo de acusações criminais no Supremo Tribunal Federal (STF). Dos 61 deputados escolhidos em votação tensa no plenário da Câmara, nessa terça-feira (8), ao menos 20 respondem a inquéritos (investigações preliminares) ou ações penais (processos que podem resultar em condenação) no Supremo. Os dados são de levantamento exclusivo do Congresso em Foco (veja a lista abaixo).
Crimes de responsabilidade – como os atribuídos à presidente Dilma, no pedido de impeachment a ser analisado –, corrupção, lavagem de dinheiro, crimes eleitorais e contra a Lei de Licitações são algumas das suspeitas que se repetem contra esses parlamentares. Entre os investigados, 14 serão titulares e seis ocuparão a suplência da comissão. A relação é encabeçada pelo PSDB, com seis nomes, seguido pelo PP, com quatro. Na sequência, aparecem o PMDB, o PSD e o SD, com dois cada. PSC, PTB, PPS e PSB têm um nome cada.
Entre os indicados, há três deputados do PP investigados na Operação Lava Jato. Jerônimo Goergen (RS) e Luiz Carlos Heinze (RS), que serão titulares, e Roberto Balestra (GO), que atuará como suplente, são suspeitos de ter recebido dinheiro desviado da Petrobras. Todos eles negam envolvimento com o petrolão.
Alguns dos investigados já são réus. É o caso, por exemplo, do deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), que responde a ação penal por corrupção no Supremo. Presidente licenciado da Força Sindical e criador do Solidariedade, um dos principais partidos de oposição a Dilma, Paulinho é acusado de desviar recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O deputado ainda é investigado em outros três inquéritos por peculato e corrupção passiva.
A chapa, formada basicamente por parlamentares pró-impeachment, foi eleita pela maioria do plenário, derrotando as indicações apoiadas pelo governo. O colegido será formado por 65 titulares e 65 suplentes. O restante de seus integrantes seria definido nesta quarta, mas o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu, em caráter liminar, o andamento de qualquer procedimento relacionado ao impeachment até que a corte se posicione sobre o assunto, de maneira definitiva, no próximo dia 16. Fachin atendeu a pedido do PCdoB, que questionou o processo que levou à eleição da chapa oposicionista. O ministro, no entanto, não anulou o resultado da votação.
Veja abaixo a relação dos integrantes da comissão do impeachment que respondem a inquérito ou ação penal no STF, as suspeitas que recaem sobre eles e os seus esclarecimentos:
PPS – Titular:
Alex Manente (PPS-SP)

PSC
 – Titular:
Pastor Marco Feliciano (PSC-SP)
PTB – Titular:
Benito Gama (PTB-BA)
PSB – Titular:
Danilo Forte (PSB-CE)
Fonte: Congresso em foco, 09/12/2015

Possível constatação

Quem critica o governo petista nem imagina o que vem depois se esse governo cair. 

Cunha manobra e destitui relator de sua cassação no Conselho de Ética

É essa gente que quer a qualquer custo comandar o País

Renato Costa - 8.dez.2015/Folhapress
O Conselho de Ética da Câmara, que analisa o processo de cassação contra Eduardo Cunha (PMDB-RJ)

Em mais uma manobra para atrasar o processo de cassação de seu mandato no Conselho de Ética, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), conseguiu nesta quarta-feira (9) destituir o relator do processo no conselho, deputado Fausto Pinato (PRB-SP), protelando mais uma vez a tramitação.

Cunha usou o vice-presidente da Câmara, deputado Waldir Maranhão (PP-MA), para obter uma decisão da mesa diretora que destituiu Pinato da relatoria. Tanto Cunha como Waldir Maranhão são investigados na Operação Lava Jato.

O fundamento jurídico é que Pinato fez parte do mesmo bloco partidário de Cunha, por isso estaria impedido de analisar o processo contra o presidente da Câmara.

Isso adiou mais uma vez a votação da abertura do processo contra Cunha, que estava prevista para esta quarta-feira (9).

Esse argumento havia sido rejeitado pelo presidente do Conselho de Ética, José Carlos Araújo (PSD-BA), por isso os aliados de Cunha recorreram à mesa diretora. O autor do pedido foi o deputado Manoel Júnior (PMDB-PB).

Araújo nomeou em seguida o deputado Zé Geraldo (PT-PA) para ser o relator e o petista afirmou que subscrevia o relatório de Pinato, pelo prosseguimento do processo.

"Como democrata que sou, respeito a decisão da mesa da Câmara dos Deputados, comandada pelo presidente da Câmara Eduardo Cunha, mas não concordo com a mesa", afirmou Pinato.

Parlamentares anunciaram que recorrerão ao plenário da Casa para tentar derrubar a decisão da Mesa Diretora.

SEM AVISO

Integrantes da Mesa, porém, deixaram a sala de reunião com Cunha se queixando por não terem sido avisados sobre a decisão de destituir Fausto Pinato.

No momento em que a destituição de Pinato foi anunciada, os integrantes da Mesa Diretora estavam reunidos no gabinete de Cunha. "Isso não foi falado lá em nenhum momento. Nos ficamos sabendo pela internet", disse a deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP).

O mesmo foi alegado pelo deputado Beto Mansur (PRB-SP). Os parlamentares disseram que o despacho de Maranhão sobre Pinato não poderia ser retratado como uma decisão da Mesa.

Cunha ainda não falou sobre o caso. Aliados do peemedebista, no entanto, dizem que a decisão de Maranhão foi articulada com ele.

DERROTA

A decisão foi informada ao Conselho de Ética pouco tempo depois da primeira derrota de Cunha nessa instância: por 11 votos a 10, os integrantes rejeitaram adiar por cinco dias o processo contra o presidente da Câmara.

O conselho se debruça há mais de um mês sobre o pedido de abertura de processo de cassação contra Cunha, mas tem sido impedido de realizar a votação por meio de medidas protelatórias patrocinadas pelo presidente da Casa.

A representação contra Cunha, protocolada pelo PSOL e pela Rede, acusa-o de ter mentido aos seus pares ao declarar, na CPI da Petrobras, que não teria contas no exterior. O Ministério Público da Suíça enviou ao Brasil a descoberta de quatro contas no exterior do deputado e familiares.

A defesa de Cunha, porém, argumenta que três dessas contas se constituíam em trustes, espécie de investimento no qual ele entrega os recursos a um banco para que administre e diz que ele não tinha mais responsabilidade sobre esse dinheiro. A outra conta pertence nominalmente à sua mulher, Cláudia Cruz.

O caso é alvo de inquérito da Procuradoria Geral da República, mas ainda não virou denúncia à Justiça.

Fonte: Folha, 09/12/2015

Kennedy: “Cerveró põe governo FHC na Lava Jato”


Apesar de o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco já ter dito que havia corrupção na estatal antes da chegada do PT ao poder, Nestor Cerveró faz agora "uma primeira ligação concreta da Lava Jato com o governo FHC", afirma o jornalista Kennedy Alencar, sobre a revelação do ex-diretor da empresa de que o senador Delcídio Amaral (PT-MS) recebeu propina de US$ 10 milhões da Alstom quando era diretor da petroleira durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Rapidinhas

Ele, ela Se, na Câmara, o apoio do PMDB ao Planalto parece ainda menor, no Senado, a cúpula do partido decidiu fechar com Dilma Rousseff. Em reunião reservada na noite de segunda-feira com a presença de caciques como Renan Calheiros e José Sarney, ficou acertado que o grupo ajudaria o governo a manter o Congresso trabalhando nas férias. Após o encontro, a presidente da República foi avisada de que a carta do vice Michel Temer seria tratada publicamente como vendeta pessoal.

Uni-duni-tê Duas das opções para manter o Legislativo aberto em janeiro foram consideradas viáveis na reunião do PMDB: aplicar a lei 1.079, que prevê a convocação do Congresso por um terço da Câmara ou do Senado para continuar discutindo o impeachment, ou, simplesmente, não votar a LDO.

Matemática Os 199 votos favoráveis à presidente da República mostram que é estreita a margem do governo para evitar a deposição quando de trata de votação secreta. Portanto, até para conhecimento dos eleitores, é bom que o voto seja aberto.

No escuro O Planalto foi traído por pelo menos 30 deputados. Antes da votação contabilizava que 230 votos era o número máximo que conseguiria atingir -e o mínimo para ter mais segurança na condução do processo.

Lá e cá Até deputados do PMDB inscritos na chapa governista festejaram a vitória dos rivais. Vitor Valim (PMDB-CE) gravou vídeo celebrando, com a comemoração dos parlamentares de oposição ao fundo.

Nua e crua De um deputado, segundos após a vitória da oposição: "Isso é acerto de conta. Cada voto aqui, para reverter, vai ser um pedaço do Brasil que Dilma Rousseff terá de entregar."

Persistência No Jaburu, a tropa de Temer dizia que a derrota da petista lembra a eleição de Cunha para a Câmara: como em fevereiro, o governo não aceitou negociar a composição da comissão. Perdeu nas duas.

Castelo de areia Diante do placar, aliados de Dilma criticaram a articulação política do Planalto. "Espero que sirva ao menos para estimular a criação de um comando de crise amplo no Planalto. O PT sozinho não dá", diz Orlando Silva (PC do B-SP), vice-líder do governo.

Ao combate Em sua primeira declaração pública desde que Eduardo Cunha acatou o pedido de impeachment, o advogado Carlos Araújo, ex-marido da presidente, diz: "Dilma cresce no confronto. Não vão encontrar fraqueza nunca ali".

Golpe "Repete-se 1954, repete-se 1964, mas desta vez eles não levarão. Essa é a diferença", afirma Araújo.

Interna corporis Para a defesa de Eduardo Cunha, a decisão do STF de indeferir o afastamento de Fausto Pinato (PRB-SP) da relatoria de seu processo no Conselho de Ética teve um ponto positivo: definiu que a Mesa Diretora da Casa, aliada a Cunha, é que deve arbitrar o caso.

Na manga Aliados de Cunha têm pronto recurso pelo impedimento de José Carlos Araújo (PSD-BA), presidente do conselho, caso caiba a ele desempatar a votação.

Juntos Diante do movimento de caciques peemedebistas para tirar Leonardo Picciani da liderança da bancada, Renan Calheiros falou com o deputado. Condenou a ação para apeá-lo do cargo.

Mancha Na avaliação de dirigentes do PMDB, a carta de Temer respinga nas eleições de 2016 e "desfaz qualquer possibilidade de aliança com o PT". Dizem que, em São Paulo, Gabriel Chalita fica "mais desconfortável", por ser aliado de Haddad.

Artistas e escritores assinam manifesto contra o impeachment

Folha, 08/12/2015

Um grupo de artistas e escritores assinou carta contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff, divulgada nesta terça-feira (8) na página do escritor Fernando Morais em uma rede social.

Até a publicação deste texto, eram 84 os signatários do documento. Entre eles, o cantor Chico Buarque, as atrizes Camila Pitanga, Dira Paes e Letícia Sabatella e o colunista da Folha e escritor Antonio Prata.

"A democracia representativa não admite retrocessos. A institucionalidade e a observância do preceito de que o Presidente da República somente poderá ser destituído do seu cargo mediante o cometimento de crime de responsabilidade é condição para a manutenção desse processo", diz o texto.

"Consideramos inadmissível que o país perca as conquistas resultantes da luta de muitos que aí estão, ou já se foram."

De acordo com Morais, o texto foi redigido pelo cineasta Luiz Carlos Barreto. Ainda segundo o escritor, a coleta de assinaturas começou na segunda (7).

"É um texto claro com relação ao impeachment, mas sem ser partidário, para que pudesse angariar o maior número de apoios", disse.

Artistas se unem em defesa da democracia


Carta contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff, divulgada na página do escritor Fernando Morais em uma rede social, conta com mais de 84 signatários, entre eles, o cantor Chico Buarque e os atores Camila Pitanga, Betty Faria, Letícia Sabatella e Paulo Betti: "A democracia representativa não admite retrocessos. A institucionalidade e a observância do preceito de que a Presidente da República somente poderá ser destituída do seu cargo mediante o cometimento de crime de responsabilidade é condição para a manutenção desse processo", diz o texto.

Supremo freia a pedalada de Cunha

E vai analisar o mérito dia 16 de dezembro

"Ao suspender liminarmente ontem a instalação da comissão especial do impeachment eleita por voto secreto o ministro Luiz Edson Fachin sinalizou que o STF não permitirá pedaladas constitucionais para viabilizar o afastamento da presidente Dilma Rousseff em processo que caracterize golpe parlamentar", afirma a colunista do 247 Tereza Cruvinel.

Segundo ela, com a freada de Fachin, o jogo de Eduardo Cunha parou: "E o governo terminou com uma importante vitória uma noite qualificada como de primeira grande derrota na batalha do impeachment".

Movimentos populares contestam agenda de Temer

E chamam o programa do PMDB de "Ponte para o abismo social"

Texto assinado pela Agência Povo ironiza o nome do programa do PMDB – Ponte para o Futuro –, chamando-o de "ponte para o abismo social", e destaca que, "por trás da tentativa de impeachment, a pregação de Temer e seus apoiadores" são o "fim dos investimentos constitucionais em Saúde e Educação; dos dissídios coletivos; maior tempo de trabalho; fim da indexação do Salário Mínimo; e privatização geral, inclusive do pré-sal"; documento do partido é uma "cilada", aponta o artigo.