quarta-feira, 9 de março de 2016

Assinatura falsa foi utilizada para encerrar o processo de cassação de Cunha

Pedro Ladeira/Folhapress 
Vinícius Gurgel (PR-AP) em reunião do Conselho de Ética sobre cassação de Cunha

A tentativa de enterrar o processo de cassação contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), envolveu a falsificação da assinatura de um deputado federal, atestam dois laudos grafotécnicos encomendados pela Folha.

Os peritos consultados asseguram que a assinatura do deputado Vinícius Gurgel (PR-AP), na carta em que ele renuncia à vaga de titular no Conselho de Ética, documento entregue ao órgão por aliados de Cunha, é uma falsificação "grosseira" e "primária".

Gurgel, que é aliado e voto declarado a favor de Cunha, estava fora de Brasília na noite do dia 1º de março e na madrugada do dia 2, quando o Conselho de Ética aprovou por margem apertadíssima –11 votos a 10– dar sequência ao processo de cassação contra o presidente da Câmara.

Em um cenário em que cada voto era considerado decisivo, Cunha e aliados queriam evitar que o suplente de Gurgel, um deputado do PT e contrário a Cunha, votasse.

Para isso, era preciso que Gurgel renunciasse à vaga no Conselho, o que abriria a possibilidade de o PR indicar outro deputado pró-Cunha.

De forma atípica, Cunha esticou naquele dia 1º uma esvaziada sessão do plenário da Câmara até após as 23h, com pouco mais de dez aliados presentes.

O objetivo era atrasar a votação no Conselho –que só poderia ocorrer após o plenário encerrar as atividades– até que a operação para a troca de Gurgel fosse concluída.

A carta de renúncia de Gurgel chegou ao Conselho às 22h40. Seis minutos depois, chegava a indicação, para a vaga, do líder da bancada, Maurício Quintella Lessa (AL), que votou a favor de Cunha.

A Folha encaminhou para a perícia cópia da carta de renúncia de Gurgel e três assinaturas do deputado reconhecidamente autênticas, dadas em outros documentos da Câmara dos Deputados.

O Instituto Del Picchia, de São Paulo, emitiu laudo afirmando que a assinatura da carta de renúncia apresenta características "peculiares às falsificações produzidas por processo de imitação lenta, quais seja, imitação servil ou decalque", com "inequívocos índices primários das falsificações gráficas".

O outro laudo, assinado por Orlando Garcia –perito oficial da CPI que investigou o esquema PC Farias, nos anos 90– e Maria Regina Hellmeister, afirma que os exames comparativos mostram variados antagonismos gráficos que levam à conclusão de que a assinatura é "produto de falsificação grosseira".

O presidente da Câmara é réu no Supremo Tribunal Federal e investigado em outros inquéritos sob a acusação de integrar o esquema do petrolão. Há no STF um pedido da Procuradoria-Geral da República para que o peemedebistaseja afastado do cargo sob o argumento, entre outros, de que age ilegalmente para barrar o seu processo na Câmara.

OUTRO LADO

O deputado federal Vinícius Gurgel (PR-AP), 37, afirma que embora estivesse fora de Brasília durante a votação deixou em seu gabinete diversas cartas de renúncia assinadas. Segundo ele, a falsificação apontada pelos peritos pode decorrer da tremedeira por tê-las assinado de ressaca. "Se eu assinei com pressa, se eu tava [de] porre, se eu tava de ressaca, se eu assinei com letra diferente, não vou ficar me batendo por isso", disse.

Ressaltando que manifestou por telefone ao PR sua intenção de renúncia e que a operação de sua troca não interferiu no resultado, ele não quis ver os laudos que sustentam ser falsa a assinatura.

"Podem ser 20, 40 [laudos]. Não tô, assim, justificando nem tirando a coisa. Eu bebo. Podia estar de ressaca. Quando a pessoa está de ressaca, não escreve do mesmo jeito, fica tremendo, acho que tinha bebido um dia antes, assinei com pressa no aeroporto, pode não ter sido igual, rabisquei lá", diz o deputado.

Mais adiante, ele é mais assertivo sobre o momento e a circunstância em que assinatura teria sido colocada no papel.

"A assinatura realmente era minha, acho que eu tinha bebido muito no dia anterior, estava de ressaca, assinei com pressa, e não posso fazer nada se eles acham que não é minha."

O deputado do Amapá diz que objetivo de deixar várias cartas de renúncia no seu gabinete era impedir que o suplente do PT assumisse e votasse contra Cunha.

"A minha convicção é de não cassar colegas, assim como o impeachment da Dilma. O povo não elegeu? Burro de quem elege. A hora que acabar o mandato dele, a Câmara, com o colegiado de 513 deputados, se achar que ele é um ladrão, um bandido, não tô dizendo que ele é, mas se acham que ele é alguma coisa, que votem em uma pessoa ilibada", afirma.

Maurício Quintella Lessa afirma que recebeu a carta da assessoria do deputado, negou interferência de Cunha, e disse que cabe a Gurgel responder por eventuais questionamentos ao documento.

terça-feira, 8 de março de 2016

Lula pede a Moro a relação de casos em que é citado


"Em nome do Princípio da Ampla Defesa", advogados do ex-presidente Lula protocolaram nesta terça-feira 8 na Justiça do Paraná o pedido de uma certidão com a relação de todos os processos que envolvam o nome de Lula ao juiz Sérgio Moro, da Lava Jato; defesa menciona "todos os processos, procedimentos ou incidentes vinculados ao presente feito ou não, em regime de sigilo ou não", que envolvam o nome do ex-presidente.

Na 24ª fase da investigação, deflagrada na última sexta-feira, a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão na casa e em empresas de Lula e de seus filhos e ainda de condução coercitiva contra o ex-presidente.

Também nesta terça, os advogados de Lula recorreram no STF contra a decisão da ministra Rosa Weber, que negou a suspensão das investigações da Lava Jato e do MP-SP até que seja definido qual órgão será responsável pelos casos.

Ministério Público arquiva caso Aécio sem ouvir testemunha chave


O Ministério Público pediu o arquivamento da investigação envolvendo o senador Aécio Neves (PSDB) na Lava Jato, sem ouvir a testemunha principal.

Os fatos: Carlos Alexandre de Souza Rocha, conhecido como "Ceará", transportador de dinheiro do doleiro Alberto Youssef, fez acordo de delação premiada com a PGR e, delatou Aécio Neves. Disse que, por volta de setembro ou outubro de 2013, Youssef o mandou entregar R$ 300 mil no escritório da empreiteira UTC no Rio de Janeiro para um diretor de nome Miranda. Este se mostrou tenso, ansioso, e disse que Aécio era "o mais chato para cobrar" e que estava em cima dele atrás desse dinheiro.

Porém, do pedido de arquivamento feito pelo MP consta que Miranda não foi ouvido.

A decisão do ministro do STF Teori Zavascki, acatando o pedido de arquivamento, descreve apenas duas outras oitivas tomadas nesta investigação: a do doleiro Alberto Youssef e a de Ricardo Pessoa, dono da empreiteira UTC. Não ouviram Miranda.

Confira reportagem de Helena Sthephanowitz, na Rede Brasil Atual.

Para Le Figaro : condução coercitiva de Lula foi 'ação violenta'


Em reportagem de uma página nesta terça-feira, 8, o jornal francês Le Figaro analisou a investida da Lava Jato contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva; jornal lembra que a denúncia de que Lula teria recebido R$ 30 milhões de empresas brasileiras por palestras não é uma prática nova. "Ela já era adotada por Fernando Henrique Cardoso e não despertou nenhuma inquietação antes".

Texto finaliza dizendo que, inocente ou culpado, Lula é "alvo da fúria de uma parte da elite que espera que a sua queda o desqualifique definitivamente para as eleições de 2018".

Desrespeito e humilhação na Lava Jato


Ao comentar a 24ª fase da Operação Lava Jato, contra o ex-presidente Lula, o colunista do 247 Paulo Moreira Leite avalia que "assistiu-se a um espetáculo absurdo, errado, mas não convém avaliar o que se passou como um 'erro' do juiz Sérgio Moro".

"Reescrevendo uma lição universal deixada por um dos grandes mestres da política, é mais razoável reconhecer que a demonstração de truculência foi uma prova de que não é possível fazer uma omelete sem quebrar os ovos", diz ele.

"No atual momento político brasileiro, a brutalidade das ações da Lava Jato é um movimento típico de quem se imagina capaz de aplicar um golpe decisivo, no rumo do homicídio institucional: convencer os adversários de que sua superioridade é tão grande, tão absoluta, que não vale a pena resistir. Agindo como um governo paralelo, seu argumento não é a razão, mas o medo", escreve o jornalista.

"Querem dar a Petrobras a alguma das 7 irmãs"


Senador Roberto Requião (PMDB-PR) criticou o projeto que retira a obrigatoriedade da Petrobras de participar de todos os consórcios na exploração do pré-sa.

Segundo ele, a proposta foi apresentada "aos brasileiros e aos tolos do Congresso como possibilidade de investimentos das Sete Irmãs que a Petrobras não poderia fazer", em referências às sete maiores companhias de petróleo no mundo. "Mentira absoluta", rebateu.

Em discurso durante ato contra a Globo e pela liberdade de expressão, Requião disse que é preciso se mobilizar para "resistir à direita orquestrada internacionalmente através dos meios de comunicação".

"A mídia é um instrumento de amortecimento da consciência nacional, um instrumento de precarização da utilidade, do Estado, do Congresso e das leis que protegem os trabalhadores".

Constatação

Furtado: Lula recebia propina de Furnas? Não. Esse é o Aécio também


Cineasta gaucho Jorge Furtado faz perguntas sobre onde anda a corrupção no Brasil e questiona operação da Lava Jato contra o ex-presidente Lula: ‘Lula é o cara chato que cobrava propina da UTC? Não. Esse era o Aécio. Lula comandava o estado que roubou 1 bilhão do metrô e da CPTM? Não. Esses são o Serra e o Alckmin. Lula ameaçou empresários, exigiu 5 milhões de dólares, só de um deles? Não. Esse também é o Cunha, o homem do impeachment da oposição. 

Isso é para quem acha que Moro e turma querem combater a corrupção’.

8 de março, dia Internacional da Mulher

Mulher, tem sempre um jeito especial de ser

Parabéns, mulheres!

Uma singela homenagem as mulheres

Sharapova anuncia que foi pega em exame antidoping e está suspensa

Maria Sharapova, tenista russa de 28 anos, anunciou nesta segunda-feira em uma entrevista coletiva em Los Angeles que foi pega em exame antidoping realizado durante o Aberto da Austrália e recebeu a notificação da Federação Internacional de Tênis (ITF, na sigla em inglês) há alguns dias.Por meio de comunicado oficial em seu site, a ITF anunciou uma suspensão preventiva que passará a valer a partir do dia 12 deste mês até que o julgamento seja realizado. 

A amostra de foi coletada em 26 de janeiro, no dia em que a russa foi eliminada pela americana Serena Williams nas quartas de final do Grand Slam australiano. Por causa de uma lesão no braço esquerdo, ela já havia anunciado que não participaria do WTA de Indian Wells, que tem início nesta quinta-feira. 

"Eu cometi um grande erro, eu decepcionei os meus fãs e o esporte que joguei desde os quatro anos de idade. Assumo total responsabilidade", afirmou em um breve pronunciamento antes de rápida entrevista coletiva. 

Substância não era proibida até este ano

O exame antidoping apontou a presença de Meldonium, uma substância que ajuda a melhorar o fluxo sanguíneo e está presente no medicamento Mildronat. 

"(O médico) me receitou esta substância pela primeira vez em 2006. Eu tinha uma série de problemas de saúde naquela época. Eu estava ficando doente com muita frequência. Eu tinha falta de magnésio. Meus exames mostraram que eu tinha sinais de diabete", contou Sharapova.

"Eu recebi uma carta da Wada no dia 22 de dezembro com as mudanças que seriam realizadas para este ano, onde os testes seriam e um link para as alterações e eu não olhei esta lista", prosseguiu.

Maria Sharapova na coletiva na qual anunciou que foi pega no antidoping durante o Aberto da Austrália Kevork Djansezian/Getty Images/AFP

Suspensa preventivamente a partir do dia 12 deste mês, Sharapova agora será julgada pela ITF para determinar o tempo total da punição, que poderá deixá-la fora dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em agosto.

Sharapova assumiu total responsabilidade e fez um pedido às autoridades.

"Eu não quero encerrar a carreira desta maneira. Eu espero que me deem uma chance para jogar tênis de novo", afirmou antes de tentar descontrair.

"Muitos de vocês acharam que eu iria anunciar a minha aposentadoria, mas não faria isso em um hotel no centro de Los Angeles com um carpete tão feio", disse.

Fonte: Bol, 08/03/2016

Vem aí, uma greve nacional da Educação



Constatação

Juízes condenam “show midiático” da Lava Jato


Em nota intitulada "Não se combate corrupção corrompendo a Constituição", a Associação Juízes para a Democracia (AJD) criticou nesta segunda-feira 7 o mandado de condução coercitiva cumprido contra o ex-presidente Lula e disse que "não se pode concordar com os shows midiáticos, promovidos em cumprimentos de ordens de prisão e de condução coercitiva" no âmbito da Operação Lava Jato.

"Vale, sempre, lembrar que ilegalidade não se combate com ilegalidade e, em consequência, a defesa do Estado Democrático de Direito não pode se dar às custas da negação dos direitos e garantias fundamentais", diz ainda o texto.

Marina Silva comete um equivoco de caso pensado, para aparecer

Ela quer tirar vantagem da crise que afeta o Brasil

Fernando Brito critica a declaração de Marina Silva de que ex-presidente Lula incita violência do PT: ‘Marina Silva, que pode ter todos os ódios por Dilma, por quem se julgou preterida quando Lula escolheu quem seria sua candidata á sucessão, jamais foi atacada por ele. No entanto, ataca quem tudo lhe deu, sob o argumento pífio de condenar a “violência do PT” (qual violência, Marina, o PT foi arrancar alguém de casa?). Logo ela que, nos tempos dos “empates”, no Acre, cercava os madeireiros para impedir o desmatamento’.

Se Marina está preocupada com o "confronto" porque instiga o golpe?

É um mistério religioso se Marina Silva deixará de ser, algum dia, a mistura de ressentimento, fanatismo e oportunismo em que se tornou.

Em evento da Rede, a ex-ministra de Lula culpou o PT por “fazer apologia do conflito, do confronto, para se defender de acusações”.

Se alguém se declara realmente preocupado com o confronto, por que prega a instabilidade? Se alguém está realmente preocupado, por que apela para a retórica canalha de expressões como “é preciso reunificar o Brasil” e “estamos num poço sem fundo”?

A busca do atalho sairá cara a Marina, como a seus amigos de ocasião. Serão julgados pela história — e bem antes do tribunal do Deus vingador em que ela diz acreditar.

Para Nassif, a Lava Jato deve agora mirar Cunha e inabilitar Lula


"Cunha está no seu limite, cercado por todos os lados, sem espaço para manobra no STF, acuado na Comissão de Ética da Câmara, sendo submetido a uma pressão sem paralelo, diuturna, na qual não pode cometer nenhum erro. O fato capaz de desmontá-lo emocionalmente provavelmente será a detenção ou convocação coercitiva de sua esposa, deixando-a a mercê dos trogloditas de Curitiba", diz Luis Nassif.

Segundo ele, paralelamente, ganhará nova intensidade a ofensiva sobre Lula: "Desde o início, o objetivo final da Lava Jato é condenar Lula ou, no mínimo, inabilitá-lo para eleições futuras".

Para PT, objetivo de Moro era buscar subtração de provas


Para aliados do ex-presidente Lula, o fato de a Lava Jato ter feito uma busca e apreensão no apartamento da ex-deputada Clara Ant, diretora do Instituto Lula, que não é investigada pela PF, é um forte indício que sustenta a tese de que real objetivo era procurar indícios de subtração de documentos ou ocultação de provas que pudessem justificar um pedido de prisão de Lula sob alegação de obstrução à Justiça.

Estão tentando construir a ideia de ocultação de provas e obstrução da Justiça. Além de ser desprezível, isso não se sustenta juridicamente”, disse o advogado Marco Aurélio Carvalho, coordenador do setorial jurídico do PT.

Temer não teria capital político para uma virada


Chefe global de análise de risco país da Eurasia Group, Christopher Garman afirma que, a partir de 2017, o quadro de crise fiscal e política tende a melhorar, mesmo se Dilma Rousseff seguir no cargo, e diz que Michel Temer não viraria o jogo rapidamente.

“Ter um vice-presidente que assume a Presidência num cenário em que lideranças de seu partido estão sob investigação dificulta a capacidade de construir uma coalizão no Congresso”.