domingo, 6 de março de 2016

O erro da Operação Lava Jato - ou Operação Caça Lula - e o ajuste do roteiro golpista


O roteiro estava traçado, segundo aponta a colunista Tereza Cruvinel: a suposta delação de Delcídio Amaral, a coação imposta ao ex-presidente Lula e milhões nas ruas pedindo impeachment.

O plano, no entanto, deu errado depois da "reação altaneira" de Lula e da onda de solidariedade que se formou em torno do ex-presidente.

"A 'solução final' viria a curtíssimo prazo. Seria uma solução paraguaia via Congresso. Mas deu-se a reação popular, que está em curso, e o roteiro teve que ser ajustado. Novamente a oposição terá que, tal como os militares de 1964, de criar cenas e simulacros de legalidade para o que tem outro nome", diz ela.

FHC muda discurso e sugere diálogo com PT


Diante do risco de implosão da democracia brasileira, graças à tentativa de golpe fomentada pelo PSDB e por grupos de comunicação, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso sai da posição de regente irresponsável do caos e assume uma nova postura.

Em novo artigo, ele sugere diálogo e reconhece que "é preciso abrir o jogo: não se trata só de Dilma ou do PT, mas da exaustão do atual arranjo político brasileiro".

Na coluna deste domingo, FHC não usa as palavras renúncia ou impeachment, nem criminaliza o ex-presidente Lula: "É hora, portanto, de líderes, de pessoas desassombradas, dizerem a verdade: não sairemos da encalacrada sem um esforço coletivo e uma mudança nas regras do jogo".

FHC, que apostou no caos, agora acena a bandeira branca.

Nassif joga a pá de cal no Aecím

Será que o Janot vai ser De Grandis, de novo?

O Conversa Afiada reproduz artigo de Luis Nassif, extraído do Jornal GGN:

A carreira política de Aécio Neves - ou ao menos suas pretensões de voltar a se candidatar à presidência da República - terminará nos próximos dias.

Sua declaração recente, apresentando o governador de São Paulo Geraldo Alckmin como o próximo candidato do PSDB, foi mais que um gesto de elegância: respondeu a uma avaliação realista do que o espera pela frente.

Não se sabe bem o que virá da Lava Jato.

Autoridade com acesso integral ao inquérito informa o seguinte:

Não há como conter vazamentos, que partem dos advogados, delegados e procuradores e do próprio juiz, que está dando publicidade a todos os depoimentos. Especificamente no caso da capa da Veja, o vazamento foi do advogado do doleiro Alberto Yousseff.

Até agora, os vazamentos foram seletivos, aliás "completamente seletivos", diz ele. Quando o inquérito total vier à tona, haverá "bombas de hidrogênio", supõe que envolvendo próceres da oposição. Não avançou sobre quem estaria envolvido, portanto não se sabe se a bomba atingirá Aécio ou não.

Mesmo que não atinja, o fantasma que persegue Aécio atende pelo nome de "ação penal 209.51.01.813801-0".

Em 8 de fevereiro de 2007 foi deflagrada a Operação Norbert, visando apurar denúncias de lavagem de dinheiro na praça do Rio de Janeiro. Conduzida por três jovens brilhantes procuradores - Marcelo Miller, Fabio Magrinelli e José Schetino - foi realizada uma operação de busca e apreensão nos escritórios de um casal de doleiros do Rio de Janeiro.

No meio da operação, os procuradores se depararam com duas bombas.

A primeira, envolvia o corregedor do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Carpena do Amorim.

Carpena foi peça central no assassinato de reputação da juíza Márcia Cunha, trabalhando em parceria com a Folha de S. Paulo no período em que o jornal se aliou a Daniel Dantas. Coube a Carpena endossar um dossiê falso preparado por um lobista ligado a Dantas, penalizando uma juíza séria. 

Ao puxar o fio da meada de uma holding, os procuradores toparam com Carpena. O caso foi desmembrado do inquérito dos doleiros, tocado pelo Ministério Público Federal do Rio de Janeiro e resultou na condenação do ex-juiz a três anos e meio de prisão.

O segundo fio foi puxado quando os procuradores encontraram na mesa dos doleiros uma procuração em alemão aguardando a assinatura de Inês Maria, uma das sócias da holding Fundação Bogart & Taylor - que abriu uma offshore no Ducado de Lichtenstein.

Os procuradores avançaram as investigações e constataram que a holding estava em nome de parentes de Aécio Neves: a mãe Inês Maria, a irmã Andréa, a esposa e a filha.

Como o caso envolvia um senador da República, os três procuradores desmembraram do inquérito principal e encaminharam o caso ao então Procurador Geral da República Roberto Gurgel. Foi no mesmo período em que Gurgel engavetou uma representação contra o então senador Demóstenes Torres.

O caso parou na gaveta de Gurgel.

No próximo mês deverá ser apreciado pelo atual PGR Rodrigo Janot. Há uma tendência para que seja arquivado. Alega-se que Aécio não seria titular da conta - que está em nome de familiares - mas apenas beneficiário. Certamente não se levantará a versão jabuticaba da "teoria do domínio do fato", desenvolvida pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

Arquivado ou não, certamente será a pá de cal nas pretensões políticas de Aécio.

Fonte: Conversa Afiada, 06/03/2016

Jornal Nacional, da Globo, frauda nota do Instituto Lula


Leia a nota na íntegra, que foi censurada na edição de ontem do Jornal Nacional; "Isso não é, nunca foi e nunca será jornalismo. É o exercício cotidiano da censura, da manipulação e da fraude, numa concessionária de serviço público que constrange e envergonha os verdadeiros profissionais da imprensa", diz o Instituto Lula

247 – O Instituto Lula divulgou nota, neste domingo, em que questiona o fato de o Jornal Nacional ter censurado informações enviadas ontem sobre a operação da Lava Jato contra o ex-presidente. Confira, abaixo, a nota na íntegra:

Rede Globo frauda nota do Instituto Lula outra vez
06/03/2016 08:21 

Leia aqui a íntegra da nota enviada pelo Instituto Lula ao Jornal Nacional para ser lida na edição de sábado (5/03). Em negrito, os trechos censurados pela Globo.

“1)O ex-presidente Lula sempre esteve à disposição das autoridades para esclarecer a verdade e repudia qualquer insinuação diferente disso. O Instituto Lula e a LILS forneceram voluntariamente todos os dados solicitados pelo Ministério Público Federal e pela Receita Federal, que recebeu todas as informações em janeiro. A firme reação da sociedade aos abusos cometidos ontem pela Operação Lava Jato deve servir de alerta aos investigadores para que não persistam em atuar fora da lei.

2) A Operação LavaJato prestará um serviço ao estado de direito se apurar e punir o vazamento do sigilo bancário e fiscal do ex-presidente Lula e dos Instituto Lula para a revista Veja e para as Organizações Globo.

3) O Instituto Lula e a empresa LILS Palestras não têm apenas receitas, também têm despesas, como qualquer instituição. A insistência dos procuradores da Lava Jato em divulgar apenas parte da contabilidade, misturando entidades e recursos distintas, com clara intenção difamatória, é uma vergonha para a instituição do Ministério Público.”

Não é a primeira vez que o telejornal da Família Marinho censura, distorce e frauda as manifestações do Instituto Lula apresentadas, cinicamente, como “outro lado” de seu noticiário faccioso em relação ao ex-presidente Lula.

Na edição deste sábado, a Globo dedicou 4 minutos e 15 segundos a um vídeo que misturava fofocas de policiais anônimos com acusações sem fundamento do Ministério Público Federal (Força Tarefa) ao ex-presidente.

Estas acusações, levianas e irresponsáveis, foram lidas pela repórter, sobre uma reprodução cinematográfica do texto.

Em mais uma exibição de sua falsa imparcialidade, seguiu-se um vídeo de menos de 30 segundos com cenas do ex-presidente Lula, durante os quais se informou laconicamente que o ex-presidente “negou todas as acusações”.

Mas negou como? Com que argumentos, se eles foram omitidos na reportagem? Que espécie de “outro lado” é esse, onde o Ministério Público fala o que quer, pela voz da repórter, pela reprodução de seus documentos, pelas cenas exibidas ao longo de 4 minutos e 30 segundos de acordo com o enredo da acusação, e Lula simplesmente “nega”?

Além disso, se o Jornal Nacional dá tanta importância ao vazamento de informações na Operação Lava Jato, por que não mencionou em sua reportagem principal, de 5 minutos e meio, o tweet do editor ególatra da revista Época, que antecipou a 24a. fase na madrugada de sexta-feira? 

Mais do que manipulador, o jornalismo da Globo é desonesto. Ao solicitar manifestação da assessoria do Instituto Lula, a produção do Jornal Nacional escondeu o inteiro teor da reportagem, prática antijornalistica que também se tornou habitual. É o que se pode comprovar no email enviado pela produção à assessoria do Instituto Lula:


--------- Mensagem encaminhada ----------

De: 

Data: 5 de março de 2016 19:10

Assunto: NOTA PARA O JORNAL NACIONAL DE HOJE


Boa noite

O Jornal Nacional está fazendo uma reportagem que vai tratar sobre a busca e apreensão no Instituto Lula.

Segundo apuração da nossa reportagem em Curitiba, a Polícia Federal abriu um inquérito para apurar se houve vazamento de informações sobre a operação. O que o Instituto tem a dizer? 

A reportagem vai abordar ainda os valores recebidos pela (LILS) empresa de palestras do Ex- Presidente Lula e pelo Instituto. São quase 30 milhões de reais, de seis empreiteiras entre 2011 e 2014. O que tem a dizer ?

A mensagem foi encaminhada às 19h10, faltando 1 hora e 20 minutos para o Jornal Nacional ir ao ar, a resposta precisaria ser dada até as 20h. Isso mostra que não houve a menor intenção de apurar seriamente os fatos, checar informações duvidosas, dar a Lula a mesma oportunidade de responder que a Lava Jato teve para acusar.

Isso não é, nunca foi e nunca será jornalismo. É o exercício cotidiano da censura, da manipulação e da fraude, numa concessionária de serviço público que constrange e envergonha os verdadeiros profissionais da imprensa.

Constatação

Globo apela e agora pede socorro aos militares


Assustada com a onda de solidariedade ao ex-presidente Lula, que inflamou sua base de apoio junto aos movimentos sociais, a Globo, que ajudou a implantar uma ditadura militar no Brasil em 1964, agora usa dois de seus colunistas, Merval Pereira e Ricardo Noblat, para espalhar que os militares estão prontos para colocar ordem na casa.

"Militares colocaram tropas à disposição para garantir a ordem pública", disse Merval, que classificou os cidadãos que defendem a democracia como "milícias petistas".

"Os generais estão temerosos com a conjugação das crises política e econômica e com o que possa derivar disso. Cobram insistentemente aos seus interlocutores do meio civil para que encontrem uma saída", avisa Noblat. A Globo tentará repetir 1964?

Como incitadora do golpe, a Globo recebe a ira do povo


Centenas de pessoas se aglomeram diante da sede da Globo, no Rio de Janeiro, neste domingo; manifestantes expressam sua revolta contra a campanha de ódio movida pela emissora dos Marinho contra o ex-presidente Lula, reconhecido pela população como o melhor presidente da história.

Num dos cartazes, manifestante pede para ser levada para o triplex em Paraty, utilizado pela família Marinho, mas registrado em nome de uma empresa offshore no Panamá.

A Globo tenta impor seu golpe branco, mas não contava com a reação popular. Colunistas do jornal O Globo já pedem ajuda dos militares para conter a desordem que ela própria criou.

Pimentel amplia frente de governadores contra possível golpe


O governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT) disse que viu com "extrema preocupação" o desenrolar da última etapa da operação "Lava Jato", que levou o ex-presidente Lula para depor coercitivamente.

Ele se declarou "indignado"; "Os mandados de condução coercitiva e de busca e apreensão concedidos contra o ex-presidente Lula, seus familiares e os funcionários do Instituto Lula, constituem claramente uma violência aos direitos individuais garantidos pela Constituição Brasileira a todo e qualquer cidadão. Lula jamais se negou a prestar esclarecimento sobre o que quer que seja demandado pela justiça brasileira", disse.

A posição anti-golpe de Pimentel faz coro a de outros governadores como Rui Costa (BA), Wellington Dias (PI), Flávio Dino (MA), Jackson Barreto (SE), Camilo Santana (CE) e Ricardo Coutinho (PB).

Ativistas ocupam triplex dos Marinho em Paraty


"Hoje a festa é sua, hoje a festa é nossa, é de quem quiser, quem vier", cantam manifestantes que, neste momento, ocupam o triplex da família Marinho, em Paraty (RJ).

A mansão está registrada em nome de uma offshore registrada no Panamá e os Marinho negam sua propriedade.

"Ao desculpar-se pela colaboração no Golpe de 64, a Globo alertou que já tramava outro. Mas os tempos mudaram e já não somos os mesmos. Sabemos perfeitamente que seu império foi erguido durante a Ditadura Militar com recursos que pertencem à sociedade brasileira. Tudo que é da Globo é nosso. Nós vamos invadir sua praia!", dizem os integrantes da Mídia Ninja, que fez a reportagem.



Novos "rolezinhos" no triplex estão sendo convocados.

Neste domingo, a Globo pediu ajuda aos militares para colocar ordem na casa.

Hashtag #OcupaRedeEsgoto é um dos temas mais comentados no mundo.

FHC tem apê em Nova York. O de Paris é de luxo, está em nome de outra pessoa, mas é dele. Ele será conduzido a força pela PF?

Claro que não vai. Ele não é o Lula, não é da esquerda e não tem nenhuma chance de eleito presidente da República

247 - Em entrevista ao jornalista Joaquim de Carvalho, do DCM (íntegra aqui), Mírian Dutra, ex-amante de Fernando Henrique Cardoso, conta que o ex-presidente tem um apartamento em Nova York – segundo ela, no Trump Tower — e outro em Paris. 

“O Tomás fica no apartamento do pai em Nova York e, em Paris, naquele apartamento que está em nome do Jovelino Mineiro. Ele é, na verdade, do Fernando Henrique”, afirmou.

Mirian diz que Jovelino, um ex-aluno de Fernando Henrique, "é um operador dele". "Sabe aquele fazenda que o Fernando Henrique tem perto de Brasília? Parece que está em nome do Jovelino, mas quem comprou foi o Fernando Henrique e eu fui junto, quando ele foi ver a fazenda. Estávamos eu, ele e o Beto Carrero”, diz. 

Mirian Dutra relata ainda que, com a ajuda do seu então chefe na Rede Globo, Alberico de Souza Cruz, se exilou em Portugal, para não causar constrangimento a seu ex-namorado Fernando Henrique Cardoso, a quem ela atribuiu a paternidade do filho Tomás, hoje com 25 anos de idade.

Ela disse também que Alberico se mostrava seu amigo, e até foi padrinho de batismo do filho. Mas afirmou também que suspeita que ele não a ajudou em troca de nada. Ela suspeitava que Alberico teria sido recompensado com uma concessão de TV alguns anos depois. De fato, Alberico obteve do governo federal, nos anos de Fernando Henrique Cardoso, concessão de TV. Não foi uma, mas onze concessões, todas de TV a cabo, através das empresas Divinópolis e São Luiz, mais tarde vendidas à Blue Interactive.

As empresas Divinópolis e São Luiz foram constituídas em sociedade com Jonas Barcellos. E quem é Jonas Barcellos? O dono da Brasif, a rede duty free concessionária do governo federal nos anos de Fernando Henrique Cardoso que, em 2002, assinou um contrato com Mirian Dutra e passou a lhe pagar 3 mil dólares mensais.

O dinheiro era do Fernando Henrique. Foi um jeito que ele arrumou de mandar dinheiro para eu sustentar o filho dele, depois que a Rede Globo reduziu em 40% meu salário”, contou Mirian.

E agora, vão fazer "condução coercitiva" do FHC? A Globo vai noticiar?

Fonte: Brasil 247, 06/03/2016

O que importa é viver em paz

Para defesa, ligar Lula a corrupção é 'anseio pessoal' de autoridades

MPF disse que polêmica de condução coercitiva de Lula é 'cortina de fumaça'. Advogados de Lula disseram que houve 'desfaçatez' em nota de procuradores

Do G1, em Brasília, 06/03/2016

A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, por meio de nota divulgada neste domingo (6), que a tentativa de vinculá-lo a esquema de corrupção "apenas atende anseio pessoal das autoridades envolvidas na operação" e configura "infração de dever funcional".

Os advogados Roberto Teixeira e Cristiano Zanin Martins também afirmaram que foi ilegal a condução coercitiva de Lula e mencionam "outras arbitrariedades que poderão já ter sido praticadas" na Lava Jato.

O texto foi divulgado para rebater a nota da força-tarefa do Ministério Público Federal(MPF) no Paraná responsável pelas investigações da Operação Lava Jatopublicada neste sábado (5), que reafirmou a necessidade da condução para depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A 24ª fase da Operação Lava Jato cumpriu 33 mandados de busca e apreensão e 11 de condução coercitiva – um deles para Lula. O ex-presidente considerou arbitrária a medida e disse que “se sentiu prisioneiro”. As medidas foram autorizadas pelo juiz Sérgio Moro, que também emitiu nota sobre o assunto neste sábado afirmando que elas "não significam antecipação de culpa”.

A defesa de Lula afirmou, neste domingo, que "não há que se cogitar em 'cortina de fumaça'" na discussão e alegou que houve "grave atentado à liberdade de locomoção de um ex-presidente da República sem qualquer base legal".

No sábado, os procuradores afirmaram que houve uma "falsa controvérsia sobre a natureza e circunstâncias da condução coercitiva” de Lula, e que a discussão é apenas “cortina de fumaça sobre os fatos investigados”.

Os advogados do ex-presidente afirmaram que houve "inegável desfaçatez" na nota divulgada pelos procuradores e "desapego à realidade".

Depoimentos

A nota afirma, ainda, que Lula já prestou três depoimentos, dois à Polícia Federal e um ao Ministério Público Federal. "Em nenhum destes houve qualquer confronto ou risco à ordem pública, porque marcados e realizados de forma adequada pelas autoridades envolvidas", argumentaram os advogados.

Eles apontaram, ainda, que a condução coercitiva "é uma medida que cerceia a liberdade de ir e vir e jamais poderia ter sido requerida ou autorizada nos termos em que se deu". Os advogados também disseram que a liberdade de locomoção é garantia fundamental e que "configura abuso de autoridade qualquer ato de autoridade que possa restringi-la".

A defesa também rebate o dado apontado pelos procuradores em relação à quantidade de mandados de condução coercitiva emitidos no âmbito da Lava Jato e menciona "outras arbitrariedades" que podem ter sido praticadas.

"O fato de a Operação Lava Jato já ter emitido 117 mandados de condução coercitiva não tem o condão de legitimar a ilegalidade agora praticada contra o ex-presidente Lula, mas, ao contrário, serve de alerta para tantas outras arbitrariedades que poderão já ter sido praticadas nessa operação", afirmaram.

Investigação

A Polícia Federal investiga o vazamento de informações sobre a deflagração da 24ª fase da Lava Jato. A suspeita é de que pessoas ligadas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seus familiares tenham agido para dificultar o cumprimento dos mandados da operação. (Assista vídeo ao lado)

Segundo o Ministério Público Federal, Lula está sendo investigado porque há indícios de que ele recebeu dinheiro desviado da Petrobras por meio da execução de reformas no apartamento triplex do Guarujá (SP) e do sítio de Atibaia (SP).

Os procuradores ressaltaram ainda que há evidências de que o petista recebeu móveis de luxo nos dois imóveis e teve a armazenagem de bens em uma transportadora bancada pela construtora OAS, uma das empreiteiras investigadas na Lava Jato.

Também são alvo de investigação pagamentos que passam de R$ 30 milhões para o Instituto Lula e para a empresa de palestras do ex-presidente.

Confira a íntegra da nota:

Os advogados de Luiz Inácio Lula da Silva repudiam as declarações dos Procuradores da República integrantes da Força Tarefa Lava Jato, que, em desesperada tentativa de legitimar a arbitrária condução coercitiva do ex-Presidente na sexta-feira 4/03/2016, emitiram ontem nota afirmando, com inegável desfaçatez, que a medida teve por objetivo atender a requerimento formulado pela defesa em habeas corpus impetrado perante o Tribunal de Justiça de São Paulo.

A defesa de Lula não deu procuração ao MPF e identifica claro desapego à realidade na afirmação de que o citado habeas corpus teria sido impetrado com o argumento de que o agendamento da oitiva do ex-Presidente poderia colocar em risco a sua segurança, a segurança pública e a de agentes públicos.

A verdade é que aquele habeas corpus foi impetrado com o argumento principal de que a condução coercitiva do ex-Presidente e de sua esposa, cogitada pelo Promotor de Justiça Cássio Roberto Conserino, do Ministério Público do Estado de São Paulo, não poderia ser admitida pois afrontaria a ordem jurídica. A Corte paulista acolheu o argumento da defesa para afastar a possibilidade da medida de força. O próprio membro do MP/SP reconheceu a ausência de amparo legal e acatou a decisão do TJSP.

Lula já prestou três depoimentos, dois à Polícia Federal e um ao Ministério Público Federal. Em nenhum destes houve qualquer confronto ou risco à ordem pública, porque marcados e realizados de forma adequada pelas autoridades envolvidas.

A condução coercitiva é medida que cerceia a liberdade de ir e vir e jamais poderia ter sido requerida ou autorizada nos termos em que se deu. A liberdade de locomoção é garantia fundamental, tanto que a legislação estabelece que configura abuso de autoridade qualquer ato de autoridade que possa restringi-la (Lei nº 4.898/65, art. 3º, "a").

O fato de a Operação Lava Jato já ter emitido 117 mandados de condução coercitiva não tem o condão de legitimar a ilegalidade agora praticada contra o ex-Presidente Lula, mas, ao contrário, serve de alerta para tantas outras arbitrariedades que poderão já ter sido praticadas nessa operação.

Não há que se cogitar em "cortina de fumaça" na presente discussão. Houve, inegavelmente, grave atentado à liberdade de locomoção de um ex-Presidente da República sem qualquer base legal. A tentativa de vincular Lula a "esquema de formação de cartel e corrupção da Petrobrás" apenas atende anseio pessoal das autoridades envolvidas na operação, além de configurar infração de dever funcional, na medida em que a nota emitida pelo MPF – tal qual a entrevista coletiva concedida pelo órgão – antecipou juízo de valor, o que é vedado pelo artigo 8º da Resolução 23/2007, do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). O MPF aposta na força das palavras em detrimento dos fatos. Lula jamais participou ou foi beneficiado, direta ou indiretamente, de qualquer ato ilegal.

Rui Falcão diz em vídeo que Lula pode ser candidato

"Tucanos não se conformam em esperar 2018", afirmou também o presidente do PT

Estadão, 05/03/2016
Lula ergue as mãos ao lado de Rui Falcão, presidente do PT, na sede do partido em S. Paulo, após depoimento à PF Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula)

O presidente do PT, Rui Falcão, gravou um vídeo em que anuncia o começo de "um processo eleitoral", e que, "se for necessário", o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva será o candidato da legenda naseleições presidenciais de 2018. O vídeo foi divulgado na página do partido no Facebook neste sábado.
SAIBA MAIS

"Nós vamos entrar também num processo eleitoral. E tivemos ontem a boa notícia de que o presidente Lula, se for necessário, estará em 2018. Brasil urgente, Lula presidente", afirma Falcão. Segundo ele, Lula iniciará uma agenda de viagens pelo país a partir de abril.

Sobre o cumprimento do mandado de condução coercitiva do petista ontem, pela Polícia Federal, durante a nova fase da Operação Lava Jato, Falcão diz que o ex-presidente foi "praticamente sequestrado". "Um presidente que nunca se recusou a prestar esclarecimentos à Justiça e que foi praticamente sequestrado numa violência que mobilizou todo o país."

No vídeo, Falcão agradece à militância pela mobilização ocorrida ontem nas ruas do País e convoca os petistas para novas manifestações. "Quero conclamar que vocês permaneçam mobilizados em vigília, e que participem dos eventos que estão programados". Segundo ele, haverá manifestações no próximo dia 8 de março, no dia 18 e no dia 31. "Uma mobilização em defesa da democracia, contra o impeachment e por mudanças na política econômica", defende.

Em resposta ao senador da oposição Aécio Neves (PSDB-MG), Falcão afirmou que os "tucanos não se conformam em esperar 2018". "Eles (oposição) querem o poder a qualquer custo e querem ganhar a eleição no tapetão", disse.

O presidente do partido governista reafirmou que este ano o Brasil só terá eleição municipal e alfinetou o senador ao afirmar que a concorrência para a candidatura presidencial dentro do PSDB não está fácil para ele. "A população sabe que eleição presidencial é só em 2018 e, se o senhor quiser, dispute a sua indicação no PSDB, que não está muito fácil".

Falcão ressaltou ainda que a militância petista "está serena porque tem convicção de que a democracia é o melhor regime para o país". O vídeo de Rui Falcão responde à chamada "nota das oposições" divulgada após a reunião dos presidentes e líderes do PSDB, PPS, PTB e do PSB, em Brasília. Na leitura da Nota, Aécio convocou a população para se mobilizar nas ruas contra o que chamou de "maior escândalo de corrupção da história do País".

Pergunta que não quer calar

Quem vai disciplinar o Moro? Como? Quando? 

Dilma pergunta: Moro, para que sequestrar o Lula?

Nota da Dilma chama Supremo às falas


No Blog do Planalto:


A presidenta Dilma Rousseff divulgou, nesta sexta-feira (4), nota à imprensa, cuja íntegra segue abaixo:

Em relação às medidas decididas pela Justiça Federal, a pedido do Ministério Púbico, e executadas, no dia de hoje, pela Polícia Federal, declaro que:

1. O cumprimento da Constituição é a única via segura para o bom exercício das funções públicas e o respeito aos direitos individuais. No meu governo, garanti a autonomia dos órgãos responsáveis por investigações de atos de improbidade e de corrupção, mas sempre exigi o respeito à lei e aos direitos de todos os investigados.

2. Nesse momento, na qualidade de chefe de Estado, avalio necessário ponderar que todos nós, agentes públicos, independentemente do Poder em que atuamos, devemos ter um profundo senso de responsabilidade em relação ao cumprimento das nossas competências constitucionais. É necessário que as investigações prossigam, para a final punição de quem deve ser punido. Mas no ambiente republicano e democrático, o protagonismo da Constituição, sob orientação Supremo Tribunal Federal, constitui importante salvaguarda. O respeito aos direitos individuais passa, nas investigações, pela adoção de medidas proporcionais que jamais impliquem em providencias mais gravosas do que as necessárias para o esclarecimento de fatos. Vazamentos ilegais, prejulgamentos antes do exercício do contraditório e da ampla defesa, não contribuem para a busca da verdade, mas apenas servem para animar a intolerância e retóricas antidemocráticas.

3. Por isso, manifesto meu integral inconformismo com o fato de um ex-presidente da República que, por várias vezes, compareceu voluntariamente para prestar esclarecimentos perante às autoridades competentes, seja agora submetido a uma desnecessária condução coercitiva para prestar um depoimento.

Dilma Rousseff, Presidenta da República do Brasil

Fonte: Conversa Afiada, 06/03/2016

Moro rasgou a CF! Qual a posição do Supremo, enquanto guardião da Constituição?


Porque Moro não conseguiu levar Lula para Curitiba?

Luizinho não deixou

Publicado 05/03/2016

Saiu no Blog do Esmael Morais:


O sequestro do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizado ontem (4), em São Paulo, teve lances cinematográficos e também cenas de comédia pastelão.

Com o objetivo de perpetrar um golpe midiático em conluio com a Globo contra o PT e a presidente Dilma Rousseff, o plano era embarcar Lula “clandestinamente” para Curitiba – a Nova Guantánamo, segundo os juristas.

Não é à toa que o ex-presidente foi levado para o aeroporto de Congonhas, embora a Polícia Federal tenha uma suntuosa sede na Marginal Tietê, que seria de mais difícil acesso a manifestações.

O diabo é que força-tarefa da Lava Jato não contava com dois eventos: 1- a existência de um maluco no aeroporto chamado Professor Luizinho, ex-deputado petista, que estava em viagem e iniciou uma confusão sem precedentes quando soube que seu companheiro está detido ali; 2- Lula é um dos maiores líderes mundiais do trabalhismo, o que gerou comoção e solidariedade internacional.

O juiz Sérgio Moro não reuniu todas as condições objetivas e subjetivas para transferir o sequestrado para a capital paranaense, ou seja, “amarelou” diante do quadro que prometia “venezuelizar” o país.
É bom anotar que o advogado do ex-presidente denunciou que não tivera acesso a seu cliente durante boa parte da clausura em Congonhas.

O distinto leitor deve perguntar a seus botões: “mas não havia mandado de prisão contra Lula, portanto como iriam transferi-lo para Guantánamo?”. Ora, mas por que precisaria de um mandado se a operação golpista-midiática fora completamente revestida de ilegalidades?

Até um calouro do curso de Direito sabe que a “condução coercitiva” só é possível diante da recusa do réu ou testemunha após intimação pelo juiz. Não ocorreu. Logo, para quem “faltou” a essa aula, levar Lula para Curitiba seria só um detalhe – se não fosse a sucessão de “cagadas” a frustrar a operação.

O ministro Marco Aurélio Mello arremata a trapalhada de Sérgio Moro: “Só se conduz coercitivamente, ou, como se dizia antigamente, debaixo de vara, o cidadão de resiste e não comparece para depor. E o Lula não foi intimado”.

Fonte: Conversa Afiada, 05/03/2016

Constatação

Ex-ministro da Justiça de Lula cobra reformas no partido, protesta contra condução coercitiva, mas evita discutir o mérito das suspeitas

Mauro Pimentel/Folhapress 
Ex-ministro da Justiça do governo Lula, Tarso Genro (PT)

BERNARDO MELLO FRANCO/FOLHA, 06/03/2016

Ministro da Justiça no segundo governo Lula, o petista Tarso Genro acusa o juiz Sergio Moro de adotar "métodos de exceção" contra investigados da Lava Jato.

Ele diz que o magistrado reproduz o ideário de Carl Schmitt (1888-1985), jurista e filósofo alemão que colaborou com o nazismo.

Líder da segunda maior corrente interna do PT, Tarso cobra reformas no partido e diz que o atual ciclo de poder do petismo, inaugurado em 2003, está chegando ao fim.

O ex-ministro recebeu a Folha na manhã de sexta (4), em seu apartamento de veraneio no Rio, enquanto Lula prestava depoimento à Polícia Federal em São Paulo.

Ele protestou contra a condução coercitiva, mas evitou discutir o mérito das suspeitas contra o aliado. "Assim como o ex-presidente Lula não conhece minha vida financeira privada, eu não conheço a dele", disse.

Pesquisa da Vox Populi constata ação contra Lula foi um tiro pela culatra


O Instituto Vox Populi foi o primeiro a medir o impacto da operação deflagrada pelo juiz Sergio Moro contra o ex-presidente Lula.

Com mais de 15 mil questionários válidos, a pesquisa comprova que o efeito foi contrário ao desejado pela Globo e pelos demais meios de comunicação engajados na destruição de Lula.


56% desaprovaram a inclusão de Lula na Lava Jato e 43% desaprovaram a conduta de Moro (mais do que os 34% que aprovam).

Além disso, 65% viram exagero na condução coercitiva e 57% disseram acreditar na palavra de Lula.

Para completar, no dia de ontem, nada menos que 63% dos entrevistados disseram ter visto a entrevista de Lula na sede do PT.

Dados mostram que ainda não mataram o "jararaca".