sábado, 19 de outubro de 2019

Kakay: o que se pede é que o STF cumpra a Constituição!

Texto sobre 2ª instância é inequívoco!

Conversa Afiada, 17/10/2019
 Dr. Antonio Carlos de Almeida Castro (Reprodução)


Como representante do Instituto de Garantias Penais (IGP), que entrou como amici curiae no julgamento da prisão após condenação em segunda instância, o advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro (Kakay) fez veemente discurso pelo cumprimento da Constituição e do Estado democrático de direito. O advogado assinou a Ação Declaratória de Constitucionalidade 43, mas foi destituído por pedido do PEN, partido que patrocinou a ação.

“Essa destituição é uma honra para mim e demonstra que sempre estive do lado certo”, disse. “Quando entramos (com a ação), tivemos uma pressão midiática dizendo que tudo era contra a Lava Jato. Não havia nada contra a Lava Jato.” Kakay disse que o cliente preferencial que defendeu na ação “foi o negro, o pobre e a prostituta”.

“Essa ação talvez fosse a ação mais simples de ser julgada. É cumprir ou não a clareza de um texto constitucional. Disse aqui, em respeito a vossas excelências, que o Supremo pode muito, mas não pode tudo, porque nenhum poder pode tudo no Estado democrático de direito.”

“Vivemos um tempo em que cumprir a Constituição passou a ser um ato revolucionário. É absolutamente simples o que se pede nesse processo, embora com enorme repercussão”, disse. “O que pedimos é uma analise de um texto que é inequívoco.”

Segundo ele, não se pode admitir que cada juiz tenha a interpretação que quiser de cláusulas pétreas “absolutamente claras”. “Ou então estaremos colocando em risco o Estado democrático de direito, que talvez seja a maior função desta casa.”

O advogado afirmou, “com todo o respeito”, que durante o processo já afirmou, no próprio STF, durante julgamento de liminares de outubro de 2016 (quando a corte definiu que a prisão após segunda instância era admissível), que “o tribunal flexibilizou um direito constitucional para levar milhares às masmorras medievais que são as cadeias brasileiras”.

Kakay também desmentiu que a ação “foi programada para beneficiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Ora, apenas em 2018 houve condenação no TRF4. São falácias.”

Kakay terminou sua fala citando um célebre jurista: “É com todo o respeito que digo que o que se pede aqui, em homenagem ao professor Celso Antônio Bandeira de Mello, é: ‘o que se pede é que se cumpra a Constituição’.”

(...)

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Às vésperas do Golpe contra Dilma, Lava Jato rejeitou delação contra Temer!

E o pior: a mesma denúncia foi utilizada contra o ex-presidente Lula em 2019!

Conversa Afiada, 18/10/2019
Segundo o El País, a delação "poderia ter mudado os rumos da história recente" (Créditos:  Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Em 4 abril de 2016, apenas treze dias antes de Michel Temer assumir interinamente a Presidência da República por conta do Golpe contra Dilma Rousseff, a Operação Lava Jato recebeu uma série de documentos relativos a uma delação premiada que poderiam levar a uma investigação contra o então vice-presidente.

À época, entretanto, os procuradores de Curitiba afirmaram que as declarações, que implicavam Temer em um esquema de corrupção com a construtora Engevix, não atendiam ao "interesse público".

A proposta de delação, feita por um sócio da construtora, não foi aceita.

As informações constam de nova reportagem de Daniel Haidar, Marina Rossi e Regiane Oliveira, do El País e Paula Biachin, do Intercept Brasil, a partir de mensagens obtidas através do aplicativo de mensagens Telegram.

Segundo a reportagem, o engenheiro José Antunes Sobrinho, sócio da Engevix, teria feito um pagamento de um milhão de reais para um amigo de Michel Temer, o Coronel Lima - lembra dele, amigo navegante? - como compensação ao então vice-presidente por um contrato com a estatal Eletronuclear.

No dia 5 de abril, o procurador Athayde Ribeiro, da força-tarefa de Curitiba, comunicou no Telegram a posição dos colegas: "informo que a opinião de CWB [Curitiba] é contrária ao acordo".

Naquele mesmo dia, em Brasília, o então advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo - o zé da justiça, segundo o ansioso blogueiro... - fazia a defesa da presidenta Dilma na comissão do impeachment na Câmara...

Em 31/VIII/2016, Dilma e a Democracia sucumbiram ao Golpe dos canalhas, canalhas e canalhas.

Temer deixou o poder em 1o/I/2019, com a posse de Jair Bolsonaro.

Mas a história não termina aí, amigo navegante!

A mesma delação do engenheiro José Antunes Sobrinho, que havia sido rejeitada em abril de 2016 pela força-tarefa de Curitiba, foi utilizada pelos procuradores da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro em 21/III/2019 para... prender Michel Temer!

Questionada pelo El País, a força-tarefa de Curitiba não respondeu por qual motivo a Lava Jato do Rio utilizou uma delação previamente rejeitada para prender Temer.

Leia a reportagem completa no El País.

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"No que respeita ao Brasil de hoje temos a ideologia neofascista, o movimento neofascista e um governo no qual os neofascistas ocupam a posição dominante – lograram, após alguns meses de governo, deslocar o grupo militar para um plano secundário e o grupo militar é propenso a outro tipo de ditadura", afirma o professor de Ciência Política da Unicamp Armando Boito

Brasil247, 18 de outubro de 2019, 13:02 h
 Presidente Bolsonaro (Foto: Antonio Cruz - ABR)

Por Armando Boito*

Como caracterizar o movimento de extrema direita que chegou ao poder no Brasil? E como caracterizar o governo Bolsonaro? Neoliberal? Neocolonial? Neofascista? Todas as anteriores?

Intelectuais e dirigentes políticos socialistas e progressistas têm afirmado que não se deve caracterizar o Governo Bolsonaro e o movimento que o apoia como fascistas ou neofascistas. Argumentam contrapondo tal movimento e tal governo a uma caracterização a nosso ver errônea do fascismo original. Ao contrário do que pensam aqueles que recusam o conceito de fascismo ou de neofascismo para caracterizar o bolsonarismo, não é correto caracterizar o fascismo pela fração burguesa que deteve a hegemonia política no fascismo original – a grande burguesia monopolista italiana e alemã – e tampouco é correto caracterizá-lo fazendo referências genéricas ao nacionalismo, ao militarismo e às práticas imperialistas característicos da política dos Estados fascistas originais.

Essas ideologias e práticas também estiveram ou estão presentes em democracias burguesas daquele e de outros períodos históricos. Dentro de uma mesma forma de Estado – seja a democracia, a ditadura militar ou a ditadura fascista – são possíveis diferentes blocos no poder e, consequentemente, diferentes tipos de política econômica, social e externa.

A ditadura fascista num país imperialista não terá o mesmo bloco no poder que uma similar sua implantada num país cuja economia e cujo Estado são, ambos, dependentes. Isso significa que é possível sim contemplar a hipótese de um movimento fascista e de uma eventual ditadura fascista submissos ao capital internacional, e não à burguesia nacional imperialista como sucedeu na Alemanha e na Itália. Dito diretamente: um governo fascista pode aplicar uma política econômica e social neoliberal e, nos países dependentes da América Latina, pode aplicar uma política externa de subordinação passiva aos EUA.

A distinção entre forma de Estado e bloco no poder é fundamental. Porém, para caracterizar o neofascismo já em vigor no Brasil, é necessário mobilizarmos outras distinções conceituais. É preciso explicitar a distinção, que opera implicitamente no parágrafo anterior, entre a forma de Estado, o movimento e a ideologia.

A ditadura fascista supõe a existência de uma ideologia, a ideologia fascista, e tal regime ditatorial somente se torna realidade se houver um movimento social, o movimento fascista movido pela ideologia fascista, que lute para a implantação daquele regime. Mas – atenção! – os fascistas também fazem cálculos táticos, podem hesitar e nem sempre têm toda clareza sobre os seus objetivos. Eles podem, numa determinada conjuntura, abrir mão da luta por uma ditadura fascista, postergá-la, ou mesmo não ter clareza sobre ela.

Palmiro Togliatti, em seu livro clássico Lições sobre o fascismo, mostra que aconteceu um pouco de tudo isso no Governo Mussolini entre 1922 e 1925. E não estava dado que Mussolini sairia vitorioso da crise gerada pelo assassinato do deputado socialista Mateotti. Ou seja, teoricamente é possível admitir que um movimento fascista, movido pela ideologia fascista, chegue ao governo e não logre implantar uma ditadura fascista.

No que respeita ao Brasil de hoje temos a ideologia neofascista, o movimento neofascista e um governo no qual os neofascistas ocupam a posição dominante – lograram, após alguns meses de governo, deslocar o grupo militar para um plano secundário e o grupo militar é propenso a outro tipo de ditadura. O que não temos no Brasil, pelo menos até agora, é um regime político fascista. O regime vigente no Brasil é uma democracia burguesa deteriorada e em crise.

Leia a matéria, integralmente, em "A Terra é redonda"

*Armando Boito é professor titular de Ciência Política da Unicamp e autor, entre outros livros, de Reforma e crise política no Brasil: os conflitos de classe nos governos do PTPT

Justiça deixa prescrever processo contra Edir Macedo já pronto para julgamento

Denunciado por lavagem de dinheiro, evasão de divisas, associação criminosa e falsidade ideológica, o líder da Igreja Universal do Reino de Deus, Edir Macedo, teve as quatro acusações prescritas por "lentidão da Justiça"

Brasil247, 19 de outubro de 2019, 09:06 h
   Edir Macedo, bispo da Igreja Unversal do Reino de Deus

Inicialmente denunciado sob a acusação de quatro crimes, o líder da Igreja Universal do Reino de Deus, Edir Macedo, teve os delitos prescritos por conta da "lentidão da Justiça", informa a Folha de S.Paulo.

Macedo, que também é proprietário da Record, foi denunciado por lavagem de dinheiro (atingido pela prescrição no mês passado), evasão de divisas, associação criminosa e falsidade ideológica (esses últimos agora prescritos).

"Segundo o Ministério Público Federal, a ação penal completou oito anos sem julgamento em setembro, e assim se esgotou o prazo legal para aplicar eventuais penas a Edir Macedo e ao Bispo João Batista, que é vereador pelo Republicanos em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo", diz a reportagem.

A força da alienação


Palavra de Deus


Bolsonaristas fazem nota de 3 reais com rosto de Joice e deputada ameaça: “eu sei o que vocês fizeram no verão passado”

“Olha só mais um “presentinho” da milícia digital para mim. Anota aí: NÃO TENHO MEDO DA MILÍCIA, NEM DE ROBÔS! Meus seguidores são DE VERDADE, orgânicos. E não se esqueçam que eu sei quem vocês são e o que fizeram no verão passado”, reagiu, um dia depois de ter sido retirada da liderança do governo no Congresso

18 de outubro de 2019, 19:18 h

247 - A deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) foi alvo de chacota nas redes sociais nesta sexta-feira 18 pela milícia bolsonarista, que fez uma montagem com seu rosto em uma nota de três reais para espalhar nas redes sociais.

“Olha só mais um “presentinho” da milícia digital para mim. Anota aí: NÃO TENHO MEDO DA MILÍCIA, NEM DE ROBÔS! Meus seguidores são DE VERDADE, orgânicos. E não se esqueçam que eu sei quem vocês são e o que fizeram no verão passado”, reagiu no Twitter.

O episódio acontece pouco tempo depois de a deputada ter sido retirada do posto de líder do governo Jair Bolsonaro no Congresso. Antes, ela havia votado contra o deputado Eduardo Bolsonaro, filho do presidente, para líder do PLS na Câmara, no lugar do Delegado Waldir.

Desde então, a guerra interna no PSL só se intensifica entre as alas bolsonarista e aliada ao presidente da sigla, Luciano Bivar. Nesta sexta, também houve discussão pública entre Joice e Eduardo.

Shell é acionada na Justiça sobre desastre ambiental no litoral do Nordeste

ONG ambiental Redemar, da Bahia, e o Sindicato dos Petroleiros da Bahia ajuizaram, nesta sexta-feira (18), ação na Justiça Federal requerendo à Shell que forneça informações relacionados aos barris de lubrificantes da empresa, que foram encontrados na Praia do Formosa, em Sergipe, e em outros estados

Brasil247, 18/10/2019, 21:51 h Atualizado em 18/10/2019, 21:59
    (Foto: Adriano Machado)

Revista Fórum - A ONG ambiental Redemar, da Bahia, e o Sindicato dos Petroleiros da Bahia ajuizaram, nesta sexta-feira (18), ação na Justiça Federal requerendo à Shell que forneça documentos e informações relacionados aos barris de lubrificantes de propriedade da empresa, que foram encontrados na Praia do Formosa, em Sergipe, e em outros estados.

A ação também inclui pedido para que o Ibama forneça documentos e estudos que possam estar relacionados aos fatos. Análises realizadas pela Universidade Federal do Sergipe constataram que esses barris com a logomarca da Shell conteriam o mesmo petróleo cru, que vem poluindo o litoral nordestino desde o final de agosto.

Segundo o advogado Maximiliano Garcez, da Advocacia Garcez, “caso a ação seja julgada procedente, a Shell, maior empresa petroleira privada do mundo, será obrigada a fornecer os documentos requeridos, e estes podem ser subsídios importantes para o ajuizamento de ações que responsabilizem os culpados pelos enormes danos ambientais, sociais e econômicos decorrentes do derramamento de petróleo, cuja causa ainda é desconhecida, e que tem impactado diversos pontos do litoral do Nordeste”, revela.

Continue lendo na Fórum.

Financial Times diz que Brasil pode 'entrar em colapso'

Uma das principais vozes do "mercado internacional", o jornal britânico Financial Times se mostrou preocupado nesta sexta-feira (18) com as confusões recentes do governo Bolsonaro e diz que o Brasil pode "entrar em colapso"

18 de outubro de 2019, 18:48 h
   Jair Bolsonaro e matéria do Financial Times (Foto: Carolina Antunes/PR)

247 - Reportagem publicada nesta sexta-feira (18) pelo jornal britânico de economia Financial Times mostra que o chamado "mercado" está preocupado com os rumos do governo Bolsonaro, informa o Uol.

"No espaço de dois dias desta semana, o líder brasileiro rompeu os laços com dois legisladores do Partido Social Liberal, potencialmente enfraquecendo sua capacidade de aprovar legislação por meio de um Congresso já fraturado e problemático", diz o texto.

Segundo o FT, a Câmara e o Senado consideram o governo confuso e inseguro, e políticos de oposição não levam o presidente a sério, o que pode levar o Brasil a "entrar em colapso".

A disputa política, segundo o Financial Times, é especialmente problemática por conta da proximidade da votação da Reforma da Previdência, que é defendida pelo mercado internacional.

Bolsonaro extinguiu comitês sobre acidentes com petróleo



A extinção dos conselhos pode ser parte da explicação para a demora e a desorganização do governo no combate às manchas de óleo.