terça-feira, 7 de maio de 2024

Milei 'foi amador' ao subestimar importância do Brasil e agora Lula 'cobra o preço', diz analista

AMÉRICA LATINA

Analista diz que o ultradireitista Javier Milei "peca pelo amadorismo" por não ter levado em conta a importância do comércio com o Brasil, maior parceiro comercial da Argentina

Brasil 247, 26 de abril de 2024, 10:58 h

Lula e Milei (Foto: Ricardo Stuckert / PR | Agustin Marcarian/Reuters)

Sputnik - A reação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao envio de uma carta do seu homólogo argentino Javier Milei revelou mais uma vez a falta de harmonia entre os governos dos dois maiores países da América do Sul, cuja relação comercial é de vital importância para ambas as economias.

Durante entrevista coletiva na quarta-feira (24), Lula confirmou que a chanceler da Argentina, Diana Mondino, entregou a Mauro Vieira uma carta escrita por Milei.

"[...] mas acontece que meu chanceler viajou e ainda não consegui ver a carta. Não sei o que Milei escreveu, por isso não posso responder [...]", afirmou Lula, acrescentando que a leria no regresso de Vieira e depois divulgaria o seu conteúdo à imprensa brasileira: "Tenho interesse em informar à imprensa o que a Argentina pretende discutir com o Brasil", afirmou.

Na visão do analista internacional da Universidade Nacional de La Plata, Juan Alberto Rial, "me parece que a declaração de Lula não é inocente, tendo em conta as coisas que o presidente argentino disse durante a campanha sobre Lula e o Brasil".

Para Rial, o fato de o líder brasileiro não ter lido a carta é um gesto "intencional que não busca agravar a natureza do vínculo interpessoal, mas cobra seu preço pelas queixas recebidas durante a campanha". Nesse sentido, Lula "é um veterano da política" que tem "clareza da consequência de cada uma das mensagens e o objetivo que persegue", afirmou Rial em entrevista à Sputnik.

Embora o petista tenha dito desconhecer o conteúdo da carta, a mídia argentina noticiou que nela Milei propôs a Lula marcar um encontro entre os dois. Segundo o especialista, a mudança de posição do presidente argentino pode ser explicada pelas necessidades dos setores econômicos que o apoiam no seu país.

"Não estou convencido de que o presidente argentino esteja buscando uma aproximação com o Brasil, mas o que está claro é que o establishment econômico e financeiro argentino precisa estar em sintonia com o establishment econômico e financeiro brasileiro", disse.

O analista também sublinhou que o presidente argentino "peca pelo amadorismo" por não ter levado em conta a importância do comércio com o Brasil, principal parceiro comercial de Buenos Aires, superando a China e os Estados Unidos.

As bandeiras do Brasil e da Argentina são vistas através da cerca dentro do Ministério das Relações Exteriores antes de uma reunião entre o ministro das Relações Exteriores do Brasil, José Serra, e a ministra das Relações Exteriores da Argentina, Susana Malcorra, em Buenos Aires, Argentina - Sputnik Brasil, 1920, 25.04.2024

Nesse sentido, Rial destacou a importância da Argentina manter "relações maduras" com estes três países, além das posições pessoais dos líderes no poder.

"Se Milei não gosta de Lula, é problema de Milei e não precisa ser problema do governo argentino. No momento em que um presidente começa a cumprir um papel, suas divergências pessoais devem ficar em segundo plano", sublinhou.

O especialista argentino também relativizou o efeito concreto que essa "rusga" entre os líderes pode ter no comércio bilateral. Embora reconheça que a falta de harmonia entre Lula e Milei "não ajuda", garantiu que a complementaridade das economias faz com que o comércio entre Brasil e Argentina flua de qualquer maneira.

"Existem muitas indústrias brasileiras que estão integradas em cadeias produtivas com a indústria argentina. A mais emblemática é a indústria automobilística, onde Argentina e Brasil produzem componentes recíprocos de sua produção de automóveis e caminhões. Há uma integração que vai além do circunstancial e de quem é o presidente de cada país", explicou.

Rial lembrou, por exemplo, que os líderes anteriores, Alberto Fernández (2019-2023) e Jair Bolsonaro (2019-2022) "disseram coisas atrozes" um ao outro e mesmo assim o intercâmbio comercial permaneceu "normal": "É provável que a mesma coisa aconteça agora", previu.

Contudo, o analista abordou outro assunto que, segundo ele nesse, a diferença de gestão e diretriz entre Lula e Milei em seus respectivos governos devem pesar mais: o Mercosul.

"Milei não tem a mesma visão do Mercosul que Lula tem. Nesse aspecto, é mais provável que Milei esteja muito mais próximo do presidente uruguaio, Luis Lacalle Pou, ou do paraguaio, Santiago Peña", complementou.

Segundo dados do último relatório de comércio bilateral elaborado pela Câmara Argentina de Comércio e Serviços (CAC), o comércio bilateral entre Argentina e Brasil foi de US$ 2,324 milhões (R$ 11,94 milhões) no terceiro mês do ano, 14,5% inferior ao valor obtido no mesmo período de 2023, quando havia sido de US$ 2,719 milhões (R$ 13,97 milhões).

Da mesma forma, o câmbio melhorou 40,4% em relação a fevereiro passado, devido ao forte aumento das exportações em 69,7% e das importações em 17,9%, relatou a CAC.

Governo Lula suspende pagamento da dívida do Rio Grande do Sul

Suspensão do pagamento da dívida vai até o fim do estado de calamidade no estado, em 31 de dezembro deste ano

Brasil 247, 07 de maio de 2024, 13:03 h

Lula e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, se cumprimentando (Foto: Divulgação (Redes Sociais))

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu suspender temporariamente o pagamento da parcela mensal da dívida do Rio Grande do Sul com a União em função das fortes chuvas que assolam o estado gaúcho desde a semana passada. Segundo a coluna do jornalista Igor Gadelha, do Metrópoles, “a suspensão vai durar até o fim da calamidade decretada na região, em 31 de dezembro de 2024”.

Ainda conforme a reportagem, a decisão do ministro da Fazenda, Fernando Haddad,foi tomada após uma série de reuniões, incluindo uma realizada nesta terça-feira (7) com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA).

O pedido de suspensão partiu do governador gaúcho, Eduardo Leite (PSDB), que busca um alívio das finanças estaduais durante o período de reconstrução. No entanto, até o momento, o pedido não foi formalmente encaminhado ao Tesouro Nacional.

A expectativa é que o governo federal inicie nas próximas semanas as negociações necessárias para estabelecer as contrapartidas que o governo estadual deverá apresentar em troca da suspensão do pagamento da dívida avaliada em R$ 3,5 bilhões.

A Prefeitura de Porto Alegre não investiu um centavo em prevenção contra enchentes em 2023

Cotidiano

Felipe Pereira/Do UOL, em Brasília/ 07/05/2024 04h00
Atualizada em 07/05/2024 09h27


A Prefeitura de Porto Alegre não investiu um real sequer em prevenção a enchentes em 2023. A situação ocorre mesmo com o departamento que cuida da área tendo R$ 428,9 milhões em caixa. Os dados foram retirados do Portal da Transparência de Porto Alegre. O UOL questiona a prefeitura sobre o assunto desde domingo (5), mas ainda não obteve resposta. Procurada, a assessoria do prefeito Sebastião Melo (MDB) não se manifestou…

O que aconteceu

Até chegar a R$ 0, o investimento para prevenção a enchentes caiu dois anos seguidos em Porto Alegre. O orçamento tem um item chamado "Melhoria no sistema contra cheias", que recebeu zero recurso ano passado.

Gastos por ano

2021 - R$ 1.788.882,48 (R$ 1,7 milhão)
2022 - R$ 141.921,72 (R$ 141 mil)
2023 - R$ 0

CT do Internacional fica alagado após enchente em Porto Alegre (RS)
Imagem: MIGUEL NORONHA/ENQUADRAR/ESTADÃO CONTEÚDO

Dinheiro em caixa

Apesar da falta de investimentos, há dinheiro disponível. O DMAE (Departamento Municipal de Águas e Esgotos), responsável por cuidar da gestão desta área, tem R$ 428,9 milhões no chamado "ativo circulante". Esta expressão representa os bens de maior liquidez de uma empresa, ou seja, que podem ser convertidos em dinheiro em até 12 meses. Enquanto o gasto com proteção contra cheias foi zero, o resultado patrimonial apresentou superávit de R$ 31.176.704,80 (R$ 31,1 milhões), informa trecho do balanço do DMAE.

Os valores citados nesta reportagem constam da demonstração contábil de 2023. Este é o documento mais atualizado sobre a situação financeira do departamento responsável por prevenir enchentes em Porto Alegre.

Prefeito Sebastião Melo não se manifestou sobre não investir na prevenção a enchentes
Imagem: Mateus Raugust/Divulgação

Redução de pessoal

O quadro de servidores do DMAE foi reduzido quase pela metade desde 2013.

2.049 servidores em 2013;
1.072 servidores hoje;
47,6% de redução;

Apesar da redução dramática de pessoal, o prefeito Sebastião Melo recusou a contratação de 443 funcionários. A Secretaria Municipal da Fazenda havia autorizado abrir estas vagas em 2022, mas o procedimento foi interrompido ano passado por decisão do prefeito.

Plano de privatização

A contradição é que uma empresa pública não busca o lucro, mas atender a população. A afirmação é de Edson Zomar, diretor do Simpa (Sindicato dos Municipários de Porto Alegre).

O líder sindical acusa a prefeitura de sucatear a DMAE para vendê-la. Zomar declarou ao UOL que a falta de manutenção e novos investimentos é pensada para a população considerar o departamento ineficaz e aceitar a privatização.

O diretor do Simpa disse que o primeiro passo para precarização foi diminuir o número de funcionários. Zomar afirmou que a DMAE tem metade dos servidores necessários. Com menos empregados, fica difícil manter a qualidade dos serviços, e os problemas começam a aparecer.

O líder sindical acusa a prefeitura de sucatear a DMAE para vendê-la. Zomar declarou ao UOL que a falta de manutenção e novos investimentos é pensada para a população considerar o departamento ineficaz e aceitar a privatização.

O diretor do Simpa disse que o primeiro passo para precarização foi diminuir o número de funcionários. Zomar afirmou que a DMAE tem metade dos servidores necessários. Com menos empregados, fica difícil manter a qualidade dos serviços, e os problemas começam a aparecer.

Pesquisadores confirmam que a falta de manutenção colocou o sistema de prevenção em risco. Parafusos, borrachas e trilhos se deterioraram ao longo da estrutura de proteção.

Não é uma crença, é uma constatação. Falta manutenção no sistema.Fernando Dornelles, professor e doutor em Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental da UFRGS

O sistema de proteção de Porto Alegre foi implementado na década de 1970. Composto por um muro de três metros, diques e comportas, ele funciona como uma barreira que protege a cidade ao longo de 60 quilômetros.

Mas a estrutura não foi suficiente para proteger Porto Alegre na última semana. A falência no sistema coincide com o corte de verbas. A cidade tem racionamento de água, aeroporto fechado por tempo indeterminado e 7.500 moradores em abrigo. Não há previsão para a normalidade voltar à cidade.

Calamidade pública

Nesta segunda-feira, o governo federal reconheceu estado de calamidade pública na maioria dos municípios do Rio Grande do Sul, incluindo Porto Alegre. A formalidade permite uma facilidade maior no repasse de verbas federais para locais afetados por desastres e tragédias.

Mais de 80 pessoas morreram em decorrência das chuvas em todo o Rio Grande do Sul, segundo a Defesa Civil. Outros quatro óbitos estão sendo investigados sob suspeita de relação com os eventos meteorológicos. 111 pessoas estão desaparecidas, 291 ficaram feridas, 129.279 estão desalojadas e, no total, 873.275 foram afetadas.


ONU alerta Israel que uma invasão de Rafah é “intolerável”

O Secretário-Geral da ONU considera “intolerável” uma invasão israelense de Rafah, alertando para as suas consequências devastadoras

Brasil 247, 07 de maio de 2024, 04:07 h
António Guterres (Foto: Reuters/Mike Segar)

O chefe das Nações Unidas, Antonio Guterres, disse ter feito um apelo “muito forte” aos líderes de Israel e ao Movimento de Resistência Islâmica Palestiniana (Hamas) para materializar um acordo de trégua que “é absolutamente vital”, informa o canal iraniano HispanTV..

“Esta é uma oportunidade que não pode ser desperdiçada”, destacou o chefe da ONU, que fez estas declarações durante um encontro com o presidente italiano, Sergio Mattarella, em Nova York.

Pouco antes, o Hamas anunciou que tinha dado luz verde a uma proposta de acordo formulada pelo Egito e pelo Catar para alcançar um cessar-fogo na Faixa de Gaza.

A este respeito, o gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, disse que a proposta "está longe das exigências essenciais de Israel", mas que enviaria negociadores para conversações "para esgotar o potencial para chegar a um acordo".

As organizações não-governamentais e um número crescente de países opõem-se à invasão de Rafah pelo exército israelense, que pode resultar na morte de um grande número de civis.

Na segunda-feira, o exército israelense ordenou aos palestinos que abandonem algumas áreas do leste de Rafah, em antecipação a sua operação terrestre, uma medida que o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos chamou de “desumana”.

Governo Federal intensifica ações no Rio Grande do Sul com força-tarefa liderada pelo presidente Lula

A Rede SUAS - Sistema Único de Assistência Social - está atuando em conjunto com os municípios para oferecer suporte em diferentes áreas, como saúde e educação

Brasil 247, 06 de maio de 2024, 04:59 h
Lula e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, se cumprimentando (Foto: Divulgação (Redes Sociais)

Agência Gov – O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, acompanhado do ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, chegou ao Rio Grande do Sul na manhã deste domingo (5/5) para acompanhar de perto as ações de socorro e assistência às vítimas das fortes chuvas que atingiram o estado. A força-tarefa foi composta por uma comitiva de ministros e líderes dos poderes Legislativo e Judiciário.

"Eu coloquei meu time de ministros à disposição nesta viagem. Chamei também os representantes dos outros poderes. Era necessário ver de perto, como estamos fazendo aqui, para compreender a escala do que aconteceu e ajudar a população do Sul", frisou o presidente Lula, que sobrevoou áreas alagadas na capital do estado, ao lado do governador, Eduardo Leite, e dos presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco. Em visita à cidade de Canoas, uma das mais afetadas pelas enchentes, o ministro Wellington Dias destacou a magnitude do desastre. "O que aconteceu no Rio Grande do Sul não tem precedente na história do Brasil", afirmou. "É, sem dúvida, o maior desastre natural da história do país. Mas estamos aqui para ajudar e reconstruir, trabalhando de forma integrada com o governo do estado, municípios, sociedade civil e todos os poderes." O ministro Wellington Dias detalhou as medidas emergenciais que já estão sendo tomadas pelo Governo Federal, na área social, para auxiliar a população gaúcha. "Estamos disponibilizando R$ 807,2 milhões em ajuda humanitária, incluindo antecipação do pagamento do Bolsa Família e BPC, auxílio gás, cestas de alimentos, kits de higiene e limpeza, roupas, colchões e lençóis", disse o ministro. "Também estamos trabalhando com a rede SUAS para oferecer apoio em áreas como saúde e educação." Além da ajuda humanitária imediata, o Governo Federal também está elaborando um plano de reconstrução para o estado. "Vamos trabalhar de forma planejada, cuidando do Rio Grande do Sul", afirmou o ministro Dias. "O estado é muito importante para o Brasil, e vamos fazer todo o necessário para que ele se recupere o mais rápido possível."

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante Reunião ampliada com o Governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, no 3º Regimento de Cavalaria de Guarda - Regimento Osório, Porto Alegre - RS.Foto: Ricardo Stuckert / PRO Governo Federal, por meio do MDS, intensifica as ações de ajuda humanitária às vítimas das fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul. Mais de R$ 833 milhões já foram destinados para auxiliar as vítimas do desastre: Ações em andamento:R$ 807,2 milhões em antecipação de pagamentos já previstos, como o Bolsa Família, Auxílio Gás, Benefício de Prestação Continuada (BPC) e recursos da rede SUAS.

Cestas de alimentos: Foram empenhados R$ 8,3 milhões para a entrega de 52 mil cestas na Companhia Nacional de Abastecimento ( Conab ). Serão distribuídas cerca de 4.500 cestas por dia. O MDS está solicitando mais R$ 7 milhões para aquisição de mais 45 mil cestas de alimentos.

Auxílio abrigamento: Foi liberado R$ 10 milhões para repasses aos municípios no atendimento às pessoas desalojadas e desabrigadas que requeiram acolhimento emergencial.

Rede SUAS: O cofinanciamento da rede SUAS foi antecipado para os dias 9 e 10 de maio, totalizando R$ 18,8 milhões.

Outras ações: O Governo Federal também está disponibilizando 2 mil cestas de alimentos para cozinhas solidárias que atenderão à população atingida pelas chuvas. As equipes do MDS estão em contato direto com a equipe estadual e equipes municipais orientando sobre o acesso aos recursos emergenciais e demais estratégias de proteção.

A comitiva do presidente Lula contou com a presença da primeira-dama, Janja Lula, os ministros Rui Costa (Casa Civil), José Múcio (Defesa), Fernando Haddad (Fazenda), Renan Filho (Transportes), Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), Camilo Santana (Educação), Nísia Trindade (Saúde), Luiz Marinho (Trabalho e Emprego), Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima), Jader Filho (Cidades), Márcio Macêdo (Secretaria-Geral) e Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais). Também estiveram os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco, e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, os ministros Edson Fachin (STF) e Bruno Dantas (presidente do Tribunal de Contas da União), além do comandante do Exército Brasileiro, general Tomás Paiva.

quarta-feira, 1 de maio de 2024

Lula diz que Bolsonaro “gastou US$ 60 bilhões” para se manter no poder e “tentou dar golpe”

Publicado por Caroline Saiter

DCM, 30 de abril de 2024 às 21:57
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a afirmar na manhã desta terça-feira (30) que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tentou dar um golpe de Estado no país.

Durante conversa com jornalistas japoneses, o petista disse que Bolsonaro “distribuiu dinheiro” para tentar se manter no cargo.

Lula também sugeriu que o ex-mandatário participou dos atos golpistas de 8 de janeiro. “O meu adversário, em 2 anos, gastou 60 bilhões de dólares fazendo isenção, desoneração, distribuindo dinheiro para ver se se mantinha no poder”, disse.

Ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Foto: Evaristo Sá/AFP

“E perdeu as eleições porque a maioria do povo queria democracia. Esse cidadão tentou dar um golpe nesse país dia 8 de janeiro. E nós derrotamos o golpe”, completou o petista.

Nesta sexta-feira (3), Lula receberá o primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, no Palácio do Planalto. Durante o encontro, os dois devem discutir as relações bilaterais entre os países e assinarão um acordo de cooperação na área ambiental.

Governo Lula ja criou mais de 1,6 milhão de empregos formais nos últimos doze meses

Só em março foram criados 244,3 mil postos formais

Brasil 247, 01 de maio de 2024, 04:43 h

Lula com os trabalhadores do Palácio do Planalto (Foto: Ricardo Stuckert)

Agência Gov – O mercado formal brasileiro gerou no mês de março um total de 244.315 postos de trabalho com carteira assinada, acumulando no primeiro trimestre do ano um total de 719.033 vagas formais geradas. O resultado ficou positivo no mês em quatro dos cinco grandes grupamentos de atividades econômicas e em 25 dos 27 estados da federação. Com isso, o estoque total recuperado para o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) foi de 46.236.308 postos de trabalho formais.

Os dados foram divulgados nesta terça (30), pelo Ministério do Trabalho.

Em março do ano passado, a economia gerou 194.372 postos e no acumulado dos últimos 12 meses, o saldo foi de 1.647.505, postos de trabalho, 182.164 empregos a mais do que o saldo do ano de 2023.

Serviços

O setor que mais gerou empregos no mês foi o de serviços, com geração de 148.722 vagas, seguido do comércio (37.493), da indústria (35.886) e construção (28.666). Somente o setor da agropecuária ficou negativo, com perda de 6.457 postos de trabalho.

As unidades da federação com maior geração foram São Paulo, que gerou 76.941 postos de trabalho, crescimento de 0,6%, com destaque para o setor de serviços que criou 46.451 vagas; Minas Gerais, com geração de 40.796 postos (+0,9%); e Rio de Janeiro, que criou 22.466 postos (+0,7%) no mês.

Resultados do 1º trimestre

No primeiro trimestre (acumulado de janeiro a março de 2024), os cinco grandes grupamentos de atividades econômicas registraram saldos positivos, sendo o maior crescimento verificado no setor de Serviços, com saldo de 419.286 postos formais, um total de 58,3% do saldo. O destaque ficou para as atividades de administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais, com geração de 179.470 vagas e para as atividades de Informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas, que criaram 143.050 novos postos.

A Indústria apresentou saldo de 155.461 postos gerados, com destaque para a fabricação de veículos automotores (13.605) e fabricação de produtos alimentícios (13.540). O setor da Construção gerou 109.911 vagas no 1º trimestre, com elevações maiores na construção de edifícios (45.630) e obras de infraestrutura (27.286). A Agropecuária também apresentou saldo positivo no trimestre, com geração de 19.278 postos de trabalho, com destaques para o cultivo de maçã (6.122) e de soja (5.181). O acumulado do ano só não foi melhor, devido ao resultado ruim da laranja, que perdeu 13.155 postos no período. Já o Comércio mostrou boa recuperação em março, alcançando resultado positivo pela primeira vez no ano, com acúmulo de 15.091 postos.

Entre as Unidades Federativas, o maior saldo acumulado ocorreu em São Paulo (213.503), um crescimento de 1,5%; Minas Gerais, com geração de 88.359 vagas, crescimento de 1,9%; e no Paraná, com geração de 69.618 postos no ano, crescimento de 2,3% no trimestre.

Grupos populacionais

Em março, o saldo ficou positivo para mulheres (124.483) e para homens (119.832). No que se refere à População com Deficiência, o saldo foi positivo, com geração de 558 postos de trabalho. No quesito cor, o saldo foi positivo para pardos (220.547), brancos (138.032) e pretos (44.491), ficando negativo para amarelos (-2.793) e indígenas (-1.946).

terça-feira, 30 de abril de 2024

TPI pode emitir mandado de prisão para Netanyahu esta semana

MUNDO

Ministro da Defesa Yoav Gallant também pode ser alvo do Tribunal Penal Internacional. Israel não é membro do TPI

29 de abril de 2024, 13:33 h

Benjamin Netanyahu (Foto: Ronen Zvulun/Reuters)
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(Sputnik) - O Tribunal Penal Internacional (TPI) pode emitir mandados de prisão para o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, o ministro da Defesa Yoav Gallant e altos oficiais militares israelenses já nesta semana, informou a NBC News nesta segunda-feira (29), citando um oficial israelense familiarizado com o assunto.

Israel está, segundo relatos, trabalhando por canais diplomáticos para evitar a emissão dos mandados de prisão.
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Ao mesmo tempo, o TPI foi citado como dizendo que "tem uma investigação independente em andamento em relação à Situação no Estado da Palestina" e "não tem mais comentários a fazer neste momento" quando questionado pelo canal sobre relatórios da mídia dos possíveis mandados de prisão.

Netanyahu disse nas redes sociais na última sexta-feira que qualquer intervenção do TPI "estabeleceria um precedente perigoso que ameaça os soldados e oficiais de todas as democracias que lutam contra o terrorismo selvagem e a agressão gratuita."
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Israel não é membro do TPI e não reconhece sua jurisdição.

Em 7 de outubro de 2023, o movimento palestino Hamas lançou um grande ataque de foguetes contra Israel a partir de Gaza e atravessou a fronteira, matando 1.200 pessoas e sequestrando cerca de 240 outras. Israel lançou ataques de retaliação, ordenou um bloqueio completo de Gaza e iniciou uma incursão terrestre no enclave palestino com o objetivo declarado de eliminar os combatentes do Hamas e resgatar os reféns. Até agora, mais de 34.400 pessoas foram mortas na Faixa de Gaza, disseram as autoridades locais.

Trabalhadores argentinos realizam nova jornada de protesto

AMÉRICA LATINA

Movimento é conduzido pela Frente de Sindicatos Estatais e de Empresas Públicas da Argentina

Brasil 247, 30 de abril de 2024, 05:03 h
Manifestação popular na Argentina (Foto: Prensa Latina )

Prensa Latina - A Frente de Sindicatos Estatais e de Empresas Públicas da Argentina realiza nesta terça-feira (30), uma jornada nacional de luta contra as políticas do governo de Javier Milei.

Durante uma plenária realizada em Buenos Aires, os membros dessa coalizão sindical apontaram que a ação de protesto tem como objetivo denunciar o forte ajuste implementado pelo Executivo, o congelamento dos salários, as demissões de mais de 16 mil pessoas na administração pública e a tentativa de fechamento de vários órgãos.

Como parte da iniciativa, os manifestantes se reunirão na Praça do Congreso a partir das 11:00, sob o lema "O Estado não está à venda".

Além disso, eles se pronunciarão contra a violação dos direitos dos cidadãos.

"Os sindicatos estão convocados a se tornarem uma verdadeira oposição a este governo e ao plano que tenta implementar", afirmou o secretário-geral da Associação Trabalhadores do Estado, Rodolfo Aguiar.

Além disso, ele especificou que na quarta-feira haverá mobilizações nas principais cidades do país.

"O programa econômico de Milei está nos destruindo a todos. Não só deixa milhares de pessoas desempregadas e destroça salários e aposentadorias, mas também está deteriorando gravemente as condições de vida do povo", disse.

"A violação de direitos está se tornando cada vez mais grave", enfatizou.

Os trabalhadores também rejeitarão uma nova versão da chamada Lei Ônibus, que está sendo debatida na Câmara dos Deputados e concede poderes a Milei para intervir e suprimir vários órgãos.

Além disso, a lei inclui uma reforma trabalhista que amplia o período de teste dos assalariados, restringe o direito de greve e manifestação, facilita a terceirização e as demissões, entre outras disposições.

O recado de Silvinei Vasques para Bolsonaro

Cansado, o policial rodoviário dá a entender que sabe de coisas escondidas pelo ex-chefe, escreve o colunista Moisés Mendes

Brasil 247, 29 de abril de 2024, 17:47 h
Jair Bolsonaro e o diretor da PRF, Silvinei Vasques (Foto: REUTERS/Ricardo Moraes | 
Reprodução/Instagram)

Há uma frustração não revelada entre os envolvidos nas investigações do golpismo, das muambas das arábias, dos cartões das vacinas e de outras falcatruas. Falta o ressentimento capaz de expelir ódios, acusações e provas.

Faltam os ressentimentos reservado e explícito, como esse agora manifestado por Silvinei Vasques, ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal. Os advogados de Vasques enviaram à Folha o recado que deveria ser lido por Bolsonaro.

Contaram ao jornal que pediram ao STF a revogação da prisão do policial com o argumento de que Bolsonaro, ex-chefe dele, está solto. A defesa cita o pretexto de Alexandre de Moraes, de que Vasques poderia influenciar testemunhas e destruir provas, e dá a cutucada:

"Se o argumento fosse válido, a Polícia Federal teria pedido a prisão do ex-presidente da República pelo mesmo fundamento. Isso porque, se o requerente (Vasques) poderia influenciar no ânimo de alguma testemunha, mesmo sendo pobre e um mero servidor público aposentado, com muito mais razão poderia o ex-presidente."

Por que os advogados divulgaram o argumento, se nada conseguiram no STF com mais um pedido de revogação da prisão para o cliente na cadeia há oito meses?

Tornaram público o detalhe do pedido para que Bolsonaro fique sabendo do choro e da raiva do policial: por que eu estou aqui no inferno e você, que era o chefe, anda por aí ostentando amizade com Deus ao lado de Malafaia?

Mas ainda parece insuficiente para obter algum resultado e inspirar outros ressentidos. PF, Ministério Público e Supremo esperavam contar com maior colaboração de cúmplices de Bolsonaro que se consideram desprezados. Sempre foi assim em casos que envolvem muita gente em uma facção com várias ramificações.

Não há até agora quase nada nessa direção, além da colaboração de Mauro Cid, que parece depender de maior amarração. Fabrício Queiroz chegou a simular o vazamento de áudios com ameaças à família: ou me socorrem ou eu conto tudo.

O empresário Paulo Marinho também sugeriu que sabia coisas que um dos inventores da candidatura de Bolsonaro em 2018, Gustavo Bebianno, dizia saber. Mas as ameaças ficaram só no aviso.

Todos os que se sentiram abandonados e sugeriram ter informações sobre Bolsonaro estão mais fracos do que ele. Os calados não têm como tentar atingir um sujeito ainda com força política.

É o que ajuda a explicar a escassez de manifestações ressentidas, ditas ou não em voz alta, com pistas que poderiam ajudar em investigações arrastadas.

Com dezenas de investigados nas muitas frentes que envolvem Bolsonaro, o núcleo do governo, a família e os amigos, eram esperados desabafos e delações que reforçassem o trabalho do sistema de Justiça.

Mas Bolsonaro não tomba e isso inibe os que poderiam, por despeito e por abandono, erguer o dedo contra ele. Mesmo que Silvinei Vasques, avesso a uma delação formal até agora, insinue que tem menos provas a destruir do que Bolsonaro.

Falta chegar, pela fragilização e pelo cansaço do ressentido, ao que ele possa de fato ter, se continuar desamparado pelos antigos chefes que desgraçaram sua vida.

Contaram que Bebianno, citado por Marinho, e o miliciano Adriano da Nóbrega sabiam coisas que outros nunca souberam. Mas os dois estão mortos.

Os vivos que podem saber são cuidadosos, porque não têm público para subir num trio elétrico com Malafaia. Não têm base popular, não têm votos e nem pastores.

Não contam com a proteção de milicianos. Não dispõem de um Deus com o poder do que protege Bolsonaro. Os ressentidos quietos têm em comum a desproteção e o medo.