quinta-feira, 6 de abril de 2023

Documento oficial desmente versão de Bolsonaro sobre escândalo das joias sauditas

Bolsonaro disse ter tomado conhecimento das joias um ano após a retenção da Receita Federal, mas um documento oficial aponta que ele tentou reaver os itens três dias após o fato

Brasil 247, 06/04/2023, 14:32 h Atualizado em 06/04/2023, 14:51
(Foto: ABR | Reprodução)

247 - Um documento oficial desmente a versão contada por Jair Bolsonaro no depoimento que prestou à Polícia Federal, na quarta-feira (6), no âmbito do inquérito das joias sauditas que foram introduzidas ilegalmente no país por membros de uma comitiva oficial e que ele tentou se apropriar. Em seu relato, o ex-mandatário disse ter tomado conhecimento do estojo de joias, avaliado em cerca de R$ 16,5 milhões, que havia sido apreendido pela Receita Federal no dia 26 de outubro de 2021, apenas em dezembro de 2022.

Um ofício do gabinete da Presidência da República, porém, foi enviado ao ministério de Minas e Energia apenas três dias depois da apreensão dos itens, solicitando que os objetos fossem encaminhados para que pudessem ser incorporadas ao "acervo privado do Presidente da República ou ao acervo público da Presidência da República".

As joias foram retidas pela Receita durante a revista de uma mochila em poder de um assessor do então ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque.

“No depoimento desta quarta-feira, o ex-mandatário afirmou, de acordo com relato de uma pessoa que o acompanhou no depoimento, que acionou o ajudante de ordens para verificar a situação das joias em Guarulhos para tentar evitar um vexame diplomático de o presente dado por outra nação ser levado a leilão”, ressalta o jornal O Globo.

Em seu relato aos investigadores, Bolsonaro disse não se recordar quem o teria informado sobre as joias que haviam sido retidas pela alfândega do Aeroporto Internacional de Guarulhos. Ele também negou ter praticado qualquer irregularidade na tentativa de reaver os objetos de alto valor.

domingo, 2 de abril de 2023

"É fundamental recuperar as empresas brasileiras de engenharia", diz Florestan Fernandes Júnior

“É fundamental reparar um erro grave que foi cometido no país”, diz ao lembrar que o próprio Papa Francisco citou em recente entrevista que o Brasil foi vítima de lawfare.

Brasil 247, 02/04/2023, 12:55 h Atualizado em 02/04/2023, 12:55

O jornalista Florestan Fernandes Júnior participou do programa Bom Dia 247 neste domingo (2) e comentou a respeito do editorial do site Brasil 247 deste domingo, intitulado “STF deve reparar a devastação da Lava Jato”, indicando o rombo bilionário que a operação causou ao país.

Em sua fala, Florestan destaca que é “fundamental reparar um erro grave que foi cometido no país”, ao lembrar que o próprio Papa Francisco citou em recente entrevista à mídia argentina que o Brasil foi vítima de lawfare, reféns dos interesses dos EUA.

“Não é atoa que a primeira agenda de Moro enquanto ministro da Justiça é participar de uma agenda junto com Bolsonaro na CIA, nos EUA”, relembra.

Florestan indica que reverter o rombo causado pela Operação passa por recuperar as empresas brasileiras de engenharia. Em sua visão, combater a corrupção das empreiteiras não é argumento para falir empresas estratégicas nacionais.

STF deve reparar a devastação da Lava Jato

É urgente rever os acordos de leniência e as multas impostas às construtoras, como pede a ADPF de autoria do Psol, do Solidariedade e do PCdoB

Brasil 247, 02/04/2023, 05:23

É da maior relevância para o país a possibilidade aberta pela entrada, junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), da ação para suspender as indenizações e multas impostas em todos os acordos de leniência celebrados entre o Estado e empresas investigadas durante a Operação Lava-Jato.

A Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF), de autoria do Psol, do Solidariedade e do PCdoB, pede o reconhecimento de que os acordos foram celebrados "em situação de extrema anormalidade política-jurídica-institucional".

São chamados de "acordo", mas na verdade foram impostos por meio de "coação" exercida durante um "Estado de Coisas Inconstitucional".

Essa situação de exceção se instalou no país a partir da instalação da Operação Lava-Jato, sob o comando político e operacional do juiz Sérgio Moro, só depois declarado suspeito, e o procurador Deltan Dallagnol, este com mais de uma dezena de reclamações no Conselho do Ministério Público.

A ação pede a suspensão imediata, e com efeito retroativo das indenizações e multas impostas sobre empresas e indivíduos em decorrência dos acordos de leniência.

Assinada por um grupo de advogados identificados com a defesa das garantias da cidadania, a iniciativa dos três partidos da base aliada ao presidente Lula transcende os casos das pessoas físicas e jurídicas envolvidas na extorsão em cadeia que foi identificada como modus operandi da Lava-Jato.

Ela é uma oportunidade de reparação dos prejuízos e falências em cascata que levaram à destruição de setores inteiros da economia nacional.

Ainda está por ser aberto o sigilo decretado pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos sobre sua participação na orientação da Lava-Jato, que envolveu inclusive a vinda de agentes estadunidenses ao Brasil com o fim específico de impulsionar a operação.

Importa saldar uma dívida do país consigo mesmo. Trata-se de restituir, ao menos em parte, as condições de funcionamento daquelas empresas e setores visados pela organização extorsionária de Curitiba.

Mais do que tudo é necessário fazer reviver essas empresas porque, em primeiro lugar, elas nunca deveriam ter sido penalizadas enquanto tais.

Menos ainda deveriam ter sido vítimas de um processo em massa de execuções empresariais sumárias.

Que fossem, sim, punidos eventuais crimes cometidos nas pessoas de seus sócios ou executivos.

Já as empresas deveriam ser intencionalmente preservadas, porque elas exercem função social inestimável, inscrita na própria Constituição, como geradoras de emprego e como irradiadoras de estímulos multiplicadores na miríade de interações com fornecedores e clientes.

Mais do que isso, empresas como a Petrobras e as do ramo da construção pesada são, em suas respectivas áreas, um repositório estatal e privado de expertises particulares muito raras de alcançar. O resultado do acúmulo de competências de mais de uma geração foi desfigurado, em questão de meses, por uma cáfila sequiosa de devastação, em busca de recursos bilionários, a serviço de si mesmos e de interesses inconfessáveis.

A destruição das empresas se deu sob o olhar cúmplice das instituições que deveriam zelar pela legalidade: o Judiciário e o próprio Estado. Acordos de leniência ad hoc, vicejavam selvagemente, sem regras, feitos por diversas instituições de Estado em competição, na terra sem lei que foi a Lava-Jato.

Felizmente vem sendo possível dar meia volta e reverter parte relevante dos efeitos desse sequestro da Justiça por interesses políticos que foi a Lava-Jato.

A ADPF visa dar ao STF e, por ele, ao país a oportunidade de reparar, ao menos parte dos estragos dessa mutilação do patrimônio nacional, na forma de suspensão dos pagamentos mas também de revisão dos acordos e mesmo de sua anulação, sem prejuízo do ressarcimento pleno pela União das empresas e pessoas gravadas ilegalmente.

Dever-se-ia examinar também a eliminação das consequências dos acordos exorbitantes. E empresas, por exemplo, deveriam ter restituídos seus certificados de idoneidade para se habilitar a voltar a disputar concorrências públicas e ter acesso a crédito.

Mais do que tudo, porém, o STF terá, ao examinar essa ADPF, a chance de olhar para o futuro e prospectivamente regular os entendimentos em torno da legislação dos acordos de leniência, de forma a evitar que sejam instrumento de lawfare.

Seria mais um passo no caminho do desmonte do "Estado de Coisas Inconstitucional". O país deve a si ao menos esse aprendizado, após período tão ruinoso.

Moro faz lobby contra as construtoras e o setor de engenharia no Brasil




Ex-juiz suspeito quer manter o projeto de destruição e subdesenvolvimento imposto ao País com a Lava Jato

Brasil 247, 02/04/2023, 05:12 h Atualizado em 02/04/2023, 05:23


Sérgio Moro (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

247 – O ex-juiz suspeito Sergio Moro, que se elegeu senador, protestou, na noite deste sábado, contra a proposta que renegocia as multas dos acordos de leniência impostas às construtoras brasileiras, que foram destruídas na Lava Jato. Tal ação de lawfare, condenada até pelo Papa Francisco, destruiu mais de 4 milhões de empregos no Brasil, paralisou praticamente todas as obras públicas, transformou engenheiros em motoristas de aplicativo e promoveu um golpe de estado no Brasil que mudou, para pior, o modelo econômico. De forma irônica, Moro disse que se trata de dar "picanha" às empreiteiras:

Em 2021, o estudo do Dieese “Implicações econômicas intersetoriais da operação Lava Jato” mostra que Brasil perdeu R$ 172,2 bilhões de reais em investimento no período de 2014 a 2017.

O montante que o país perdeu em investimentos é 40 vezes maior do que os recursos que os procuradores da força-tarefa da lavo jato do Paraná anunciaram ter recuperado e devolvido aos cofres públicos. No total, a Lava Jato contribuiu para exterminar cerca de 4,4 milhões de postos de trabalho.


A maneira como as denúncias eram feitas visava a desmoralização e a destruição da imagem de empresas, inclusive paralisando atividades, resultando em perda de postos de trabalho, apontou a Central Única dos Trabalhadores.

Somente no setor de construção civil, cerca de 1,1 postos de trabalho foram extintos. Mas os reflexos também se estendem a outros setores como comércio e serviços, transportes, alimentação e até mesmo, indiretamente, nos serviços domésticos.

Com os impactos negativos da redução de investimentos e do emprego, a massa salarial foi reduzida em cerca de R$ 85 bilhões

"O governo Lula depende crucialmente da economia", diz Paulo Nogueira Batista Júnior

"Estabilização democrática não enche barriga", lembra o economista

Brasil 247, 31/03/2023, 13:39 h Atualizado em 31/03/2023, 13:39
Paulo Nogueira Batista (à esq.) e Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247 | REUTERS/Agustin Marcarian)

247 – O economista Paulo Nogueira Batista Júnior afirmou, em entrevista ao jornalista Leonardo Attuch, editor da TV 247, que o adiamento da viagem presidencial à China não vai esfriar a relação Brasil-China. "O Brasil não escolherá nenhum lado na disputa entre Estados Unidos e China", disse ele, que também exaltou a escolha da ex-presidente Dilma Rousseff para comandar o banco dos BRICS. "Eu fui uma das pessoas que pediram à Dilma para aceitar o convite. Dilma vai interagir com os líderes dos países sócios e vai colocar pressão no corpo técnico para que o banco seja o que foi concebido para ser. O banco dos BRICS pode ser co-financiador de projetos de interesse no Brasil", apontou.

Na entrevista, ele afirmou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva precisa rapidamente trazer melhores resultados na economia. "O governo Lula depende crucialmente da questão econômica. Sem retomada econômica, o desgaste será muito grande. Os adversários do governo sabem disso e não veem com maus olhos a imobilização do governo", aponta. "A área econômica não está entendendo o tamanho do desafio. Várias oportunidades estão sendo perdidas. Uma delas foi a de rever a meta de inflação. O governo Lula não pode fazer indicações pífias para as diretorias do Banco Central", acrescenta.

Paulo Nogueira também disse que o governo Lula está gastando muita energia em coisas que dão muito trabalho e pouco resultado, como é o caso da reforma tributária. "A diretriz comum do governo deve ser tirar a economia do marasmo e é bom lembrar que estabilização democrática não enche barriga", diz ele. "A classe empresarial não vai trabalhar pelo sucesso do governo Lula. O capital financeiro é hostil ao crescimento", aponta.

O economista também fez um alerta. "Sempre achei Geraldo Alckmin como vice uma opção perigosa. A existência de um vice com o perfil do Alckmin é um chamariz para um novo golpe", diz ele. Na entrevista, ele afirmou que as empreiteiras brasileiras precisam ser resgatadas e disse que a mídia brasileira já está mostrando as garras.

segunda-feira, 27 de março de 2023

A grande mídia e Lula



O que a grande mídia faz é tirar a humanidade de Lula.

Lula não pode emocionar o povo e ter sentimentos.

Lula tem que ser mostrado como um ser egoísta, perverso, vingativo, mal caráter e digno de asco.

A grande mídia é uma organização criminosa que como as igrejas evangélicas, servem ao mercado. E atuam como mecanismo de destruição de reputação, focando sempre nas eleições.

O que Pedro Cardoso falou da CNN é o que sempre vimos na grande mídia e é exatamente o que vemos os pastores evangélicos fazerem nos cultos: uma lavagem cerebral regrada com músicas, discursos acalorados a lá Hitler.

E mesmo diante de tantos crimes praticados por esses segmentos, nada acontece.

Um pastor pode estuprar uma criança de seis meses que não vai acontecer escândalo e a igreja será poupada.

A matéria vai surgir em linha escondida em um parágrafo pequeno e nada mais.

Se fosse um esquerdista: o jornalista que noticiou o estupro da criança sentada e de voz mansa... Levantaria da cadeira, de olhos arregalados, pulando, gritando e daria a notícia mostrando revolta.

Temer pode se casar com uma mulher de vinte anos aos 70 anos que a mídia não vai encontrar nada de errado.

Mas se Lula se relacionasse com uma mulher de 30 aí a grande mídia se levantaria da cadeira para levantar questões diversas.

Assim Bolsonaro pode matar milhares, roubar jóias, aumentar combustíveis, destruir a economia, xingar a grande mídia, dizer que mataria a petralhada, usar crianças com armas, desfilar sem capacete nas motociatas, falar que pegaris criança de 12 anos, dizer que usava apartamento pago com dinheiro público para pegar a mulherada etc.

Tudo normal.

Essa hipocrisia midiática tem que acabar, pois não é democrática, honesta, decente, justa e é sim nociva a sociedade e responsável direta pelos crimes de ódio e intolerância.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

Se voltar ao Brasil, Bolsonaro irá diretamente do aeroporto para o hospital

Acerto já foi feito entre o líder dos atos terroristas de 8 de janeiro, que tem medo da cadeia, e seu oncologista Antônio Macedo

Brasil 247, 30/01/2023, 04:48 h Atualizado em 30/01/2023, 05:02
Jair Bolsonaro e Antônio Luiz Macedo (Foto: ABr | Divulgação)

Jair Bolsonaro, que liderou os atos terroristas de 8 de janeiro de 2023, irá diretamente do Aeroporto de Guarulhos para o hospital Vila Nova Star, caso regresse ao Brasil. O acerto já foi feito entre ele e o médico oncologista Antônio Macedo. Sempre que se vê em apuros, Bolsonaro se interna para supostamente tratar sequelas do evento ocorrido com ele em Juiz de Fora, no dia 6 de setembro de 2018.

"Jair Bolsonaro combinou com Antônio Macedo, o cirurgião que o operou da facada, que disponibilize um carro para levá-lo diretamente do aeroporto de Guarulhos ao hospital Vila Nova Star quando voltar dos EUA, para fazer a cirurgia que vai corrigir a alça que tem causado constantes episódios de suboclusão intestinal. De qualquer forma, é improvável que Bolsonaro retorne ao Brasil em fevereiro", informa o jornalista Lauro Jardim, do Globo.

Ou seja: a própria nota deixa claro que não há gravidade alguma no quadro de Bolsonaro, uma vez que ele não retornará em fevereiro. O que, por sua vez, aponta a possibilidade de que o hospital seja uma espécie de esconderijo legal. O filho de Jair, Flávio, disse que o pai talvez nunca mais regresse ao Brasil.

Infecção urinária indo e vindo?

Médico fala sobre infecção urinária de recorrência, cistite e até mesmo a incontinência urinária.


Estatisticamente, problemas na bexiga e uretra, como a incontinência, inflamação de recorrência e a cistite, são diagnosticadas em 72% das mulheres com mais de 50 anos (e 37% em mulheres com mais de 30 anos).

O mais perigoso dessa patologia é que sua progressão é rápida e causa uma série de complicações graves, que vão desde manchas e odores desagradáveis, até as dores indescritíveis e a perca total do controle urinário ou mesmo tumores.

Cientes dessa grave condição e da negligência no tratamento dessa patologia, pesquisadores americanos, buscavam há anos uma solução que bloqueasse o avanço dessas patologias. E somente agora, a descoberta do verdadeiro causador das infecções, incontinência e cistite, permitiu que um tratamento definitivo fosse desenvolvido.

Com eficácia de até 92% nas primeiras 3 semanas, o tratamento dispensa procedimentos invasivos e pode ser realizado em casa. Para falar sobre, entrevistamos o famoso urologista e ginecologista Dr. Carlos Emanuel Ortega, que deu várias dicas e trouxe uma solução incrível para esses problemas.

Como resultado, chegaram a uma combinação de ativos potencializados, que prometem recuperar a saúde e o controle do sistema urinário feminino, mas será isso uma realidade?

Para falar sobre o assunto, entrevistamos o famoso ginecologista e urologista Dr. Carlos Emanuel Ortega, que esclareceu sobre o tratamento e trouxe dicas infalíveis, de como tratar de verdade o problema da cistite, inflamação urinária recorrente e incontinência.

Para saber mais sobre a matéria, acesse o link: https://uromagazine.com/materia-dr-carlos-v1/?







quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

"Fake news" sobre o BNDES voltam a circular: é mentira que banco público financia países


COMBATE À MENTIRA

Ministro da Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta vai às redes combater desinformação bolsonarista

Redação Rede Brasil Atual24 de Janeiro de 2023 às 18:29

BNDES tem função estratégica para o país - Agência Brasil

Uma das fake news favoritas surgidas no bolsonarismo é a de que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) "financia" países (de preferência totalitários), em prejuízo da economia brasileira. O ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, foi nesta terça-feira (24) às redes sociais para comentar o assunto, afirmando que “sobra desinformação” a respeito.

"O que é feito pelo BNDES é o financiamento para exportação de serviços de empresas brasileiras, com agregação de valor e geração de empregos qualificados no Brasil".

Assim, o banco não trata de financiamento a países, observa o ministro. "O BNDES financia a empresa brasileira exportadora, não financia outro país!", ressalta Pimenta. "Não existe risco de calote, uma vez que a garantia do pagamento são os recebíveis dos importadores, se eles não pagarem, o seguro cobre este prejuízo".

Obra de ficção

Com isso, emenda o titular da Secom, "dizer que o Brasil financia obras no exterior não passa de uma obra de ficção, uma vez que o financiamento é feito para a empresa brasileira que vai exportar e gerar empregos aqui".

O próprio banco lembra que não empresta dinheiro a países, mas a empresas, muitas realizando obras em diversos países, com retorno em dólares para o Brasil. Na área de engenharia, por exemplo, o BNDES financia operações para obras no exterior desde o final dos anos 1990.

BNDES desmente boato

Informe de 2019 do próprio BNDES – ou seja, no governo Bolsonaro – mostra que o maior volume de financiamento, no período 1998 a 2017, está longe de ser uma "ditadura socialista", como repetem os bolsonaristas. O principal destino são os Estados Unidos, com US$ 17 bilhões. Depois vêm Argentina (US$ 3,5 bilhões), Angola (US$ 3,4 bilhões), Venezuela (US$ 2,2 bilhões) e Holanda (US$ 1,5 bilhão). No total, são mais de 40 países.

Os próprios resultados do banco, disponíveis no site da instituição, mostram lucro líquido em todos os anos ao longo dos governos Lula e Dilma (2003 a 2015, ano anterior ao golpe que tirou a presidente do cargo).

BNDES financiar obras em outros países é sim bom negócio


Artigo de José Paulo Kupfer

Uol, 24/01/2023, 14h38

Além da polêmica da moeda comum, o presidente Lula lançou outra, na viagem à Argentina. Lula anunciou nesta segunda-feira (23), em Buenos Aires, que o BNDES, o banco de desenvolvimento estatal, deve retomar o financiamento de exportações de empresas brasileiras. A prática é comum a todos os países com algum peso no comércio exterior.

China, Estados Unidos, Japão, Coreia, Espanha, França, Índia e muitos outros países financiam vendas externas de suas empresas por meio de bancos públicos de exportação e importação. As instituições financiadoras nacionais são em geral conhecidas como Eximbanks, como nos EUA e Japão, mas também designadas como agências de financiamento ao comércio exterior, na Alemanha, ou ainda como seguradoras, na Espanha.

Sair dos limites nacionais, dirigindo vendas para outros países, quando se tem capacidade competitiva, é uma forma clássica e recomendável de expandir mercados. Ao ampliar mercados, aumentam-se as possibilidades de faturamento e, na esteira, de expandir a oferta de empregos nos mercados locais originários.

Por isso, trata-se de um equívoco, que se disseminou no Brasil, na carona da operação Lava Jato, acreditar que está sendo financiada a expansão de negócios e empregos no país comprador. O financiamento ao exterior opera exatamente para assegurar a venda de produtos e serviços, com a devida criação de empregos e renda no país vendedor.

Estimativas do jornal digital Poder360 concluem que o mercado global de serviços de engenharia, um dos mais beneficiados pelos financiamentos ao exterior de países exportadores, somava US$ 420 bilhões, em 2020. A China, com 26% do mercado, domina a área, seguida da Espanha, com 15% do total contratado.

Entre as vantagens reconhecidas nas exportações de serviços de engenharia destacam-se: . Ampliação de mercados; . Expansão do emprego e do recolhimento de tributos; . Exportação de produtos de maior valor agregado.

A polêmica, no caso brasileiro, se prende a negócios de empresas brasileiras financiadas pelo BNDES que resultaram em calotes dos clientes. Teve calote, sim, mas o negócio é benéfico, desde que a escolha do cliente seja correta, como em qualquer negócio financiado..

O mais notório dos calotes ao BNDES envolve o porto de Mariel, em Cuba, construído pela então empreiteira Odebrecht. Negócios com Venezuela e Moçambique também ficaram com saldo devedor não quitado.

Negócios de empresas brasileiras de exportação de serviços de engenharia, com financiamento ao comprador externo pelo BNDES foram, justamente, o alvo principal da Lava Jato. O combate à corrupção conduzido pelo ex-juiz, depois ministro no governo Bolsonaro e agora senador, deveria punir apenas os executivos corruptos, mas atingiu também as empresas.

PERDAS BRASILEIRAS NO MERCADO EXTERNO

O levantamento publicado pelo Poder360 mostra que, até junho de 2022, foram financiados pelo Brasil US$ 10,5 bilhões, com saldo devedor — e em alguns casos, de calotes já declarados - de US$ 1 bilhão. A inadimplência, portanto, alcança 10% dos financiamentos.

No auge das operações, de acordo com o levantamento, empresas brasileiras respondiam por 3,2% dos negócios globais de exportação de serviços. A presença nacional no exterior, neste segmento, começou a crescer nos governos FHC.

Depois da Lava Jato, em 2019, as exportações de serviços de engenharia caíram para 0,5% das exportações mundiais de serviços de engenharia. No período, ainda segundo o levantamento publicado pelo Poder360, o faturamento conjunto das maiores empresas brasileiras do setor recuou de R$ 108 bilhões, em 2015, para R$ 12 bilhões, em 2019.