domingo, 2 de abril de 2023

Moro faz lobby contra as construtoras e o setor de engenharia no Brasil




Ex-juiz suspeito quer manter o projeto de destruição e subdesenvolvimento imposto ao País com a Lava Jato

Brasil 247, 02/04/2023, 05:12 h Atualizado em 02/04/2023, 05:23


Sérgio Moro (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

247 – O ex-juiz suspeito Sergio Moro, que se elegeu senador, protestou, na noite deste sábado, contra a proposta que renegocia as multas dos acordos de leniência impostas às construtoras brasileiras, que foram destruídas na Lava Jato. Tal ação de lawfare, condenada até pelo Papa Francisco, destruiu mais de 4 milhões de empregos no Brasil, paralisou praticamente todas as obras públicas, transformou engenheiros em motoristas de aplicativo e promoveu um golpe de estado no Brasil que mudou, para pior, o modelo econômico. De forma irônica, Moro disse que se trata de dar "picanha" às empreiteiras:

Em 2021, o estudo do Dieese “Implicações econômicas intersetoriais da operação Lava Jato” mostra que Brasil perdeu R$ 172,2 bilhões de reais em investimento no período de 2014 a 2017.

O montante que o país perdeu em investimentos é 40 vezes maior do que os recursos que os procuradores da força-tarefa da lavo jato do Paraná anunciaram ter recuperado e devolvido aos cofres públicos. No total, a Lava Jato contribuiu para exterminar cerca de 4,4 milhões de postos de trabalho.


A maneira como as denúncias eram feitas visava a desmoralização e a destruição da imagem de empresas, inclusive paralisando atividades, resultando em perda de postos de trabalho, apontou a Central Única dos Trabalhadores.

Somente no setor de construção civil, cerca de 1,1 postos de trabalho foram extintos. Mas os reflexos também se estendem a outros setores como comércio e serviços, transportes, alimentação e até mesmo, indiretamente, nos serviços domésticos.

Com os impactos negativos da redução de investimentos e do emprego, a massa salarial foi reduzida em cerca de R$ 85 bilhões

"O governo Lula depende crucialmente da economia", diz Paulo Nogueira Batista Júnior

"Estabilização democrática não enche barriga", lembra o economista

Brasil 247, 31/03/2023, 13:39 h Atualizado em 31/03/2023, 13:39
Paulo Nogueira Batista (à esq.) e Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247 | REUTERS/Agustin Marcarian)

247 – O economista Paulo Nogueira Batista Júnior afirmou, em entrevista ao jornalista Leonardo Attuch, editor da TV 247, que o adiamento da viagem presidencial à China não vai esfriar a relação Brasil-China. "O Brasil não escolherá nenhum lado na disputa entre Estados Unidos e China", disse ele, que também exaltou a escolha da ex-presidente Dilma Rousseff para comandar o banco dos BRICS. "Eu fui uma das pessoas que pediram à Dilma para aceitar o convite. Dilma vai interagir com os líderes dos países sócios e vai colocar pressão no corpo técnico para que o banco seja o que foi concebido para ser. O banco dos BRICS pode ser co-financiador de projetos de interesse no Brasil", apontou.

Na entrevista, ele afirmou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva precisa rapidamente trazer melhores resultados na economia. "O governo Lula depende crucialmente da questão econômica. Sem retomada econômica, o desgaste será muito grande. Os adversários do governo sabem disso e não veem com maus olhos a imobilização do governo", aponta. "A área econômica não está entendendo o tamanho do desafio. Várias oportunidades estão sendo perdidas. Uma delas foi a de rever a meta de inflação. O governo Lula não pode fazer indicações pífias para as diretorias do Banco Central", acrescenta.

Paulo Nogueira também disse que o governo Lula está gastando muita energia em coisas que dão muito trabalho e pouco resultado, como é o caso da reforma tributária. "A diretriz comum do governo deve ser tirar a economia do marasmo e é bom lembrar que estabilização democrática não enche barriga", diz ele. "A classe empresarial não vai trabalhar pelo sucesso do governo Lula. O capital financeiro é hostil ao crescimento", aponta.

O economista também fez um alerta. "Sempre achei Geraldo Alckmin como vice uma opção perigosa. A existência de um vice com o perfil do Alckmin é um chamariz para um novo golpe", diz ele. Na entrevista, ele afirmou que as empreiteiras brasileiras precisam ser resgatadas e disse que a mídia brasileira já está mostrando as garras.

segunda-feira, 27 de março de 2023

A grande mídia e Lula



O que a grande mídia faz é tirar a humanidade de Lula.

Lula não pode emocionar o povo e ter sentimentos.

Lula tem que ser mostrado como um ser egoísta, perverso, vingativo, mal caráter e digno de asco.

A grande mídia é uma organização criminosa que como as igrejas evangélicas, servem ao mercado. E atuam como mecanismo de destruição de reputação, focando sempre nas eleições.

O que Pedro Cardoso falou da CNN é o que sempre vimos na grande mídia e é exatamente o que vemos os pastores evangélicos fazerem nos cultos: uma lavagem cerebral regrada com músicas, discursos acalorados a lá Hitler.

E mesmo diante de tantos crimes praticados por esses segmentos, nada acontece.

Um pastor pode estuprar uma criança de seis meses que não vai acontecer escândalo e a igreja será poupada.

A matéria vai surgir em linha escondida em um parágrafo pequeno e nada mais.

Se fosse um esquerdista: o jornalista que noticiou o estupro da criança sentada e de voz mansa... Levantaria da cadeira, de olhos arregalados, pulando, gritando e daria a notícia mostrando revolta.

Temer pode se casar com uma mulher de vinte anos aos 70 anos que a mídia não vai encontrar nada de errado.

Mas se Lula se relacionasse com uma mulher de 30 aí a grande mídia se levantaria da cadeira para levantar questões diversas.

Assim Bolsonaro pode matar milhares, roubar jóias, aumentar combustíveis, destruir a economia, xingar a grande mídia, dizer que mataria a petralhada, usar crianças com armas, desfilar sem capacete nas motociatas, falar que pegaris criança de 12 anos, dizer que usava apartamento pago com dinheiro público para pegar a mulherada etc.

Tudo normal.

Essa hipocrisia midiática tem que acabar, pois não é democrática, honesta, decente, justa e é sim nociva a sociedade e responsável direta pelos crimes de ódio e intolerância.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

Se voltar ao Brasil, Bolsonaro irá diretamente do aeroporto para o hospital

Acerto já foi feito entre o líder dos atos terroristas de 8 de janeiro, que tem medo da cadeia, e seu oncologista Antônio Macedo

Brasil 247, 30/01/2023, 04:48 h Atualizado em 30/01/2023, 05:02
Jair Bolsonaro e Antônio Luiz Macedo (Foto: ABr | Divulgação)

Jair Bolsonaro, que liderou os atos terroristas de 8 de janeiro de 2023, irá diretamente do Aeroporto de Guarulhos para o hospital Vila Nova Star, caso regresse ao Brasil. O acerto já foi feito entre ele e o médico oncologista Antônio Macedo. Sempre que se vê em apuros, Bolsonaro se interna para supostamente tratar sequelas do evento ocorrido com ele em Juiz de Fora, no dia 6 de setembro de 2018.

"Jair Bolsonaro combinou com Antônio Macedo, o cirurgião que o operou da facada, que disponibilize um carro para levá-lo diretamente do aeroporto de Guarulhos ao hospital Vila Nova Star quando voltar dos EUA, para fazer a cirurgia que vai corrigir a alça que tem causado constantes episódios de suboclusão intestinal. De qualquer forma, é improvável que Bolsonaro retorne ao Brasil em fevereiro", informa o jornalista Lauro Jardim, do Globo.

Ou seja: a própria nota deixa claro que não há gravidade alguma no quadro de Bolsonaro, uma vez que ele não retornará em fevereiro. O que, por sua vez, aponta a possibilidade de que o hospital seja uma espécie de esconderijo legal. O filho de Jair, Flávio, disse que o pai talvez nunca mais regresse ao Brasil.

Infecção urinária indo e vindo?

Médico fala sobre infecção urinária de recorrência, cistite e até mesmo a incontinência urinária.


Estatisticamente, problemas na bexiga e uretra, como a incontinência, inflamação de recorrência e a cistite, são diagnosticadas em 72% das mulheres com mais de 50 anos (e 37% em mulheres com mais de 30 anos).

O mais perigoso dessa patologia é que sua progressão é rápida e causa uma série de complicações graves, que vão desde manchas e odores desagradáveis, até as dores indescritíveis e a perca total do controle urinário ou mesmo tumores.

Cientes dessa grave condição e da negligência no tratamento dessa patologia, pesquisadores americanos, buscavam há anos uma solução que bloqueasse o avanço dessas patologias. E somente agora, a descoberta do verdadeiro causador das infecções, incontinência e cistite, permitiu que um tratamento definitivo fosse desenvolvido.

Com eficácia de até 92% nas primeiras 3 semanas, o tratamento dispensa procedimentos invasivos e pode ser realizado em casa. Para falar sobre, entrevistamos o famoso urologista e ginecologista Dr. Carlos Emanuel Ortega, que deu várias dicas e trouxe uma solução incrível para esses problemas.

Como resultado, chegaram a uma combinação de ativos potencializados, que prometem recuperar a saúde e o controle do sistema urinário feminino, mas será isso uma realidade?

Para falar sobre o assunto, entrevistamos o famoso ginecologista e urologista Dr. Carlos Emanuel Ortega, que esclareceu sobre o tratamento e trouxe dicas infalíveis, de como tratar de verdade o problema da cistite, inflamação urinária recorrente e incontinência.

Para saber mais sobre a matéria, acesse o link: https://uromagazine.com/materia-dr-carlos-v1/?







quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

"Fake news" sobre o BNDES voltam a circular: é mentira que banco público financia países


COMBATE À MENTIRA

Ministro da Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta vai às redes combater desinformação bolsonarista

Redação Rede Brasil Atual24 de Janeiro de 2023 às 18:29

BNDES tem função estratégica para o país - Agência Brasil

Uma das fake news favoritas surgidas no bolsonarismo é a de que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) "financia" países (de preferência totalitários), em prejuízo da economia brasileira. O ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, foi nesta terça-feira (24) às redes sociais para comentar o assunto, afirmando que “sobra desinformação” a respeito.

"O que é feito pelo BNDES é o financiamento para exportação de serviços de empresas brasileiras, com agregação de valor e geração de empregos qualificados no Brasil".

Assim, o banco não trata de financiamento a países, observa o ministro. "O BNDES financia a empresa brasileira exportadora, não financia outro país!", ressalta Pimenta. "Não existe risco de calote, uma vez que a garantia do pagamento são os recebíveis dos importadores, se eles não pagarem, o seguro cobre este prejuízo".

Obra de ficção

Com isso, emenda o titular da Secom, "dizer que o Brasil financia obras no exterior não passa de uma obra de ficção, uma vez que o financiamento é feito para a empresa brasileira que vai exportar e gerar empregos aqui".

O próprio banco lembra que não empresta dinheiro a países, mas a empresas, muitas realizando obras em diversos países, com retorno em dólares para o Brasil. Na área de engenharia, por exemplo, o BNDES financia operações para obras no exterior desde o final dos anos 1990.

BNDES desmente boato

Informe de 2019 do próprio BNDES – ou seja, no governo Bolsonaro – mostra que o maior volume de financiamento, no período 1998 a 2017, está longe de ser uma "ditadura socialista", como repetem os bolsonaristas. O principal destino são os Estados Unidos, com US$ 17 bilhões. Depois vêm Argentina (US$ 3,5 bilhões), Angola (US$ 3,4 bilhões), Venezuela (US$ 2,2 bilhões) e Holanda (US$ 1,5 bilhão). No total, são mais de 40 países.

Os próprios resultados do banco, disponíveis no site da instituição, mostram lucro líquido em todos os anos ao longo dos governos Lula e Dilma (2003 a 2015, ano anterior ao golpe que tirou a presidente do cargo).

BNDES financiar obras em outros países é sim bom negócio


Artigo de José Paulo Kupfer

Uol, 24/01/2023, 14h38

Além da polêmica da moeda comum, o presidente Lula lançou outra, na viagem à Argentina. Lula anunciou nesta segunda-feira (23), em Buenos Aires, que o BNDES, o banco de desenvolvimento estatal, deve retomar o financiamento de exportações de empresas brasileiras. A prática é comum a todos os países com algum peso no comércio exterior.

China, Estados Unidos, Japão, Coreia, Espanha, França, Índia e muitos outros países financiam vendas externas de suas empresas por meio de bancos públicos de exportação e importação. As instituições financiadoras nacionais são em geral conhecidas como Eximbanks, como nos EUA e Japão, mas também designadas como agências de financiamento ao comércio exterior, na Alemanha, ou ainda como seguradoras, na Espanha.

Sair dos limites nacionais, dirigindo vendas para outros países, quando se tem capacidade competitiva, é uma forma clássica e recomendável de expandir mercados. Ao ampliar mercados, aumentam-se as possibilidades de faturamento e, na esteira, de expandir a oferta de empregos nos mercados locais originários.

Por isso, trata-se de um equívoco, que se disseminou no Brasil, na carona da operação Lava Jato, acreditar que está sendo financiada a expansão de negócios e empregos no país comprador. O financiamento ao exterior opera exatamente para assegurar a venda de produtos e serviços, com a devida criação de empregos e renda no país vendedor.

Estimativas do jornal digital Poder360 concluem que o mercado global de serviços de engenharia, um dos mais beneficiados pelos financiamentos ao exterior de países exportadores, somava US$ 420 bilhões, em 2020. A China, com 26% do mercado, domina a área, seguida da Espanha, com 15% do total contratado.

Entre as vantagens reconhecidas nas exportações de serviços de engenharia destacam-se: . Ampliação de mercados; . Expansão do emprego e do recolhimento de tributos; . Exportação de produtos de maior valor agregado.

A polêmica, no caso brasileiro, se prende a negócios de empresas brasileiras financiadas pelo BNDES que resultaram em calotes dos clientes. Teve calote, sim, mas o negócio é benéfico, desde que a escolha do cliente seja correta, como em qualquer negócio financiado..

O mais notório dos calotes ao BNDES envolve o porto de Mariel, em Cuba, construído pela então empreiteira Odebrecht. Negócios com Venezuela e Moçambique também ficaram com saldo devedor não quitado.

Negócios de empresas brasileiras de exportação de serviços de engenharia, com financiamento ao comprador externo pelo BNDES foram, justamente, o alvo principal da Lava Jato. O combate à corrupção conduzido pelo ex-juiz, depois ministro no governo Bolsonaro e agora senador, deveria punir apenas os executivos corruptos, mas atingiu também as empresas.

PERDAS BRASILEIRAS NO MERCADO EXTERNO

O levantamento publicado pelo Poder360 mostra que, até junho de 2022, foram financiados pelo Brasil US$ 10,5 bilhões, com saldo devedor — e em alguns casos, de calotes já declarados - de US$ 1 bilhão. A inadimplência, portanto, alcança 10% dos financiamentos.

No auge das operações, de acordo com o levantamento, empresas brasileiras respondiam por 3,2% dos negócios globais de exportação de serviços. A presença nacional no exterior, neste segmento, começou a crescer nos governos FHC.

Depois da Lava Jato, em 2019, as exportações de serviços de engenharia caíram para 0,5% das exportações mundiais de serviços de engenharia. No período, ainda segundo o levantamento publicado pelo Poder360, o faturamento conjunto das maiores empresas brasileiras do setor recuou de R$ 108 bilhões, em 2015, para R$ 12 bilhões, em 2019.

terça-feira, 3 de janeiro de 2023

Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira promete investimento em refinarias e nova política de preços da Petrobrás

Prioridade deve ser a defesa do consumidor, disse ele
Brasil 247, 03/01/2023, 05:14 h Atualizado em 03/01/2023, 05:36
(Foto: ABR | Agencia Senado)

O novo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, garantiu que o Brasil terá uma nova política de preços de combustíveis e investirá mais em refino, com a finalidade de proteger os consumidores. “Apesar de sermos, muito graças à Petrobras, a maior produtora de petróleo da América Latina, nossa capacidade de refino deficitária nos torna reféns da importação de derivados de petróleo e de gás natural, deixando o mercado nacional exposto às constantes e abruptas oscilações internacionais de preço”, disse ele Silveira, durante sua posse, segundo reportagem do Valor.

“Precisamos implementar um desenho de mercado que promova a competição, mas que preserve o consumidor da volatilidade de preço dos combustíveis”, acrescentou. “É muito difícil explicar ao povo brasileiro que somos o paraíso dos biocombustíveis, que temos a riqueza do pré-sal, mas que ele ficará inevitavelmente à mercê dos preços da commodities internacionais ou do açúcar no mercado internacional”, pontuou. “Algumas coisas estamos fazendo de forma equivocada. Precisamos exercitar nossa criatividade e pensar em soluções que funcionem para os investidores, mas, em especial, para o povo brasileiro”, disse.

Brasil voltará a ter protagonismo internacional, promete o novo chanceler Mauro Vieira

“A boa notícia, como tem dito o presidente Lula, é que o Brasil está de volta. Existe uma clara demanda do mundo pelo Brasil”, disse ele

Brasil 247, 03/01/2023, 04:59 h Atualizado em 03/01/2023, 05:36
(Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)

BRASÍLIA (Reuters) - Em um discurso de quase 40 minutos em sua cerimônia de posse, o novo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, deixou claro o fim da política externa do governo de Jair Bolsonaro e prometeu a volta do Brasil ao protagonismo internacional.

Na presença do ex-chanceler Carlos França, Vieira apontou que o Brasil retomará sua tradicional política de direitos humanos, voltará ao protagonismo nos fóruns internacionais e voltará a investir nas relações regionais.

“Estivemos alijados do cenário internacional nos últimos anos por força de uma visão ideológica limitante. Com bom senso e muito trabalho e dedicação, reconquistaremos nosso lugar”, afirmou o novo ministro.

Nos últimos quatro anos, o Brasil se afastou de posições internacionais tradicionais, que vão desde a defesa da solução de dois Estados para a situação da Palestina à defesa de direitos das mulheres e de minorias e da ação a favor de imigrantes.

Em fóruns internacionais e na Organização das Nações Unidas (ONU), o país se alinhou a nações como a Arábia Saudita, por exemplo, contra políticas de direitos reprodutivos. Votou, pela primeira vez, com os Estados Unidos e contra a condenação ao embargo a Cuba. Abandonou os fórum regionais e a prioridade na relação com países como a Argentina e criou problemas nas relações com China, França e Alemanha, entre outros.

Posições que Vieira deixou claro que serão abandonadas com a volta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao poder.

“Teremos de recompor relações bilaterais danificadas e retomar o protagonismo construtivo nos foros e organismos internacionais onde temos uma contribuição singular a oferecer", afirmou.

"O Brasil será um parceiro confiável, um ator incontornável, uma liderança e uma força positiva em favor de um mundo mais equilibrado, racional, justo e pacífico”, acrescentou. “O Brasil realinhará a política externa em direitos humanos aos parâmetros da Constituição Federal e do direito internacional dos direitos humanos, sobretudo na promoção da igualdade de gênero; no combate à discriminação e à violência em função de orientação sexual e identidade de gênero; na promoção da igualdade racial e o combate ao racismo e a xenofobia; e na defesa dos direitos dos povos indígenas."

Logo após o assumir o cargo, Vieira instaurou três mudanças em áreas que tinham sido relegadas a segundo plano no governo anterior: recriou as secretarias de Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, que fora rebaixada a um departamento; da África e Oriente Médio, que havia sido unida à da Europa; e a de Serviço Consular, colocada como um departamento da Secretaria de Assuntos Políticos.

São três áreas colocadas como prioritárias para o novo ministro. Vieira, que indicou pela primeira vez uma mulher para a Secretaria-Geral do Itamaraty, a embaixadora Maria Laura da Rocha, tocou também em um ponto sensível para a gestão da chancelaria: a pouca quantidade de negros e mulheres em geral na carreira --elas representam apenas 27% dos diplomatas-- e menos ainda nos cargos mais altos.

O próprio ministro foi criticado por, em sua primeira passagem como chanceler, ter promovido poucas mulheres. Agora, se comprometeu a adotar políticas de maior inclusão de negros e mulheres na carreira.

“A sub-representação crônica de pessoas negras e mulheres distancia o perfil da diplomacia brasileira da sociedade que representa. Para reverter progressivamente esse quadro, instruirei a Secretaria de Estado a elaborar uma política de diversidade e inclusão no Itamaraty”, disse.

IMPEACHMENT

Mauro Vieira, de 71 anos, volta ao topo da carreira diplomática quase sete ano depois de deixar o cargo com o impeachment da então presidente Dilma Rousseff em maio de 2016.

O embaixador foi o terceiro ministro das Relações Exteriores de Dilma, e citou o impedimento de Dilma em seu discurso na volta ao comando do Itamaraty.

“Não é comum que a nós seja dada uma segunda oportunidade de voltar a fazer algo que foi brusca, involuntariamente interrompido. Em maio de 2016, deixei o cargo a que hoje regresso, em meio a um doloroso processo de impeachment que fraturou o país e deixou marcas profundas”, lembrou.

“Queria reiterar a gratidão que devo à presidenta Dilma Rousseff, primeira mulher a ocupar a Presidência do nosso país, pela confiança que em mim depositou naquele período, lamentando que não tenhamos podido concluir, na política externa, as tarefas a que nos havíamos proposto.”

Em um salão lotado de convidados e, especialmente, diplomatas, Mauro Vieira foi aplaudido de pé por um Itamaraty que, nos últimos quatro anos, sobreviveu praticamente alijado das principais decisões de governo, executando uma política externa que terminou por afastar o país do centro do cenário político internacional.

“A boa notícia, como tem dito o presidente Lula, é que o Brasil está de volta. Existe uma clara demanda do mundo pelo Brasil”, afirmou.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2023

Lula toma posse diante de centenas de milhares, recebe a faixa de representantes do povo e defende a democracia

Em um dos momentos mais marcantes do dia, presidente subiu a rampa com cidadãos comuns, entre eles uma criança, um homem com deficiência, uma catadora e um indígena.

Por g1 — Brasília, 01/01/2023 18h12 Atualizado há 20 horas


Luiz Inácio Lula da Silva chega ao Palácio do Planalto com grupo que representa diversos segmentos da sociedade após sua posse como novo presidente em Brasília, Brasil, domingo, 1º de janeiro de 2023 — Foto: AP Photo/Eraldo Peres

Luiz Inácio Lula da Silva tomou posse neste domingo (1º) como o 39º presidente da história do país. A celebração do início do mandato levou centenas de milhares de apoiadores à Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Em um dos momentos mais marcantes, Lula recebeu a faixa presidencial de pessoas comuns, representantes do povo brasileiro.

Em discursos, o presidente ressaltou a defesa da democracia e o foco no combate à pobreza e à fome. Ao falar de fome, no parlatório do Palácio do Planalto, de frente para a multidão, Lula chegou a chorar.

Ele também fez críticas ao governo anterior, sem citar o nome do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Apoiadores de Lula se reúnem na Esplanada dos Ministérios para a posse presidencial — Foto: Silvia Izquierdo/AP

Veja o que de principal aconteceu na posse:

Desfile no Rolls Royce

A equipe de Lula não havia confirmado até o início da tarde se o presidente faria o trajeto até o Congresso Nacional em carro aberto.

A dúvida acabou quando, no início da tarde, ele subiu no tradicional Rolls Royce da Presidência. Lula estava acompanhado da primeira-dama, Janja da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e da mulher do vice, Lu Alckmin.

Lula desfila em carro aberto antes da cerimônia de posse, em Brasília, neste domingo (1º) — Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

Tropas em revista

Em seguida, na chegada ao Congresso, Lula passou em revista as tropas militares, uma das etapas tradicionais da celebração da posse.

Presidente passa tropas em revista

Discurso no Congresso


Em discurso de posse, Lula diz que mensagem ao Brasil é de 'esperança e reconstrução'; veja íntegra

Lula foi oficialmente empossado no Congresso, em cerimônia diante de parlamentares e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

Em uma fala de 31 minutos, o presidente exaltou a "democracia para sempre".

"Sob os ventos da redemocratização, dizíamos 'ditadura nunca mais'. Hoje, depois do terrível desafio que superamos, devemos dizer 'democracia para sempre'", afirmou.

Lula disse ainda que seu governo vai ser de esperança, união do país e sem revanchismo.

“Hoje, nossa mensagem ao Brasil é de esperança e reconstrução. O grande edifício de direitos, de soberania e de desenvolvimento que essa nação levantou a partir de 1988, vinha sendo sistematicamente demolido nos anos recentes. É para reerguer esse edifício de direitos e valores nacionais que vamos dirigir todos os nossos esforços”, disse Lula.

Sem citar o nome de Bolsonaro, afirmou que irregularidades na pandemia devem ser investigadas.

"Em nenhum outro país, a quantidade de vítimas fatais foi tão alta proporcionalmente à população quanto no Brasil, um dos países mais preparados para enfrentar as emergências sanitárias", argumentou.

"Este paradoxo só se explica pela atitude criminosa de um governo negacionista, obscurantista e insensível à vida. As responsabilidades por este genocídio hão de ser apuradas e não devem ficar impunes", acrescentou Lula.

Faixa presidencial

Ao sair do Congresso, Lula foi para o Palácio do Planalto e subiu a rampa.

Em uma das cenas mais históricas da posse, ele subiu acompanhado de Janja, cidadão comuns (saiba quem são) e a cachorrinha do casal, chamada de Resistência, em referência ao período em que Lula passou preso.
Lula recebe faixa presidencial das mãos de representantes do povo brasileiro — Foto: Fábio Tito/g1

No alto da rampa, a faixa passou pelas mãos dos representantes do povo e foi finalmente entregue a Lula por Aline Sousa, uma mulher de 33 anos, catadora desde os 14.

Choro ao falar sobre fome

Já com a faixa no peito, Lula se dirigiu ao parlatório do palácio, para falar à multidão que o aguardava na Praça dos Três Poderes.

Foi nesse discurso que, ao falar da fome no país, Lula chorou.

"Há muito tempo, não víamos tamanho abandono e desalento nas ruas. Mães garimpando lixo em busca de alimento para seus filhos. Famílias inteiras dormindo ao relento, enfrentando o frio, a chuva e o medo. Crianças vendendo bala ou pedindo esmola, quando deveriam estar na escola vivendo plenamente a infância a que têm direito", disse.

"Trabalhadores e trabalhadoras desempregados, exibindo nos semáforos cartazes de papelão com a frase que nos envergonha a todos: 'por favor, me ajuda'", continuou, perdendo a voz em razão do choro.
Lula se emociona durante o discurso ao falar sobre a fome no país — Foto: REUTERS/Adriano Machado

Líderes estrangeiros e posse de ministros

A próxima etapa no dia de Lula foi, dentro do Palácio do Planalto, receber cumprimentos de líderes estrangeiros. Entre eles, estavam 17 chefes de Estado.

Chefes de estado e autoridades estrangeiras parabenizam Lula na posse presidencial

Na sequência, Lula deu posse a seus 37 ministros (veja a lista).
O presidente empossado Luiz Inácio Lula da Silva (PT) posa para fotos com os seus ministros, durante recepção no Palácio do Planalto, em Brasília, — Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO CONTEÚDO

Primeiros atos


Lula também assinou decreto que altera a política de Bolsonaro de flexibilização de acesso às armas.

Outro ato do presidente prevê reavaliar sigilos impostos pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em documentos