domingo, 6 de junho de 2021

Militares tentarão desembarcar do governo Bolsonaro preservando as Forças Armadas, avalia pesquisador

"Os militares sabiam quem era Bolsonaro, mas achavam que iriam controlar. E foi o ponto em que eles erraram. Hoje esse grupo está muito mais preocupado em tentar uma saída sem maiores danos do que em forçar a reeleição do Bolsonaro, diz o professor de ciências políticas da Unesp Paulo Ribeiro da Cunha

Brasil 247, 6/06/2021, 07:34 h Atualizado em 6/06/2021, 08:04
(Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino | Marcos Corrêa/PR)

A crise aberta com a pressão de Jair Bolsonaro sobre o comando do Exército para evitar que o general Eduardo Pazuello fosse punido por participar de um ato político em apoio ao seu governo enfraqueceu o apoio dos militares à sua gestão. A avaliação é do professor de ciências políticas da Unesp (Universidade Estadual Paulista) Paulo Ribeiro da Cunha.

“Já há algum tempo o Exército dá sinais de desconforto, primeiro com Pazuello e militares ocupando cargos que associavam a instituição ao governo. Os militares foram contrários a uma intervenção na Venezuela, contrários a comemorar o golpe de 1964. Em vários momentos, Bolsonaro pressionou [o ex-comandante] Edson Pujol para ter uma presença maior do Exército e ele se recusou. A última crise [com a demissão dos comandantes, em março], a meu ver, afastou completamente a instituição, ou seu conjunto maior, do governo”, disse Cunha ao jornal Folha de S. Paulo.

“Agora você tem um comandante do Exército que perdeu a moral para comandar a tropa. E a gente não sabe como isso vai se refletir nas polícias militares, isso sim um ponto muito delicado. E que também incomoda os militares. Temos um cenário que não é atípico historicamente. Mas a posição do comandante em chefe foi a pior da história para quem comanda uma instituição. Ele se descolou da instituição e se colou no Bolsonaro. Talvez ele não consiga comandar nem o seu ajudante de ordens. Perdeu o respeito da tropa”, ressaltou. .
Para ele, “o péssimo exemplo veio de cima, não só do comandante, mas do próprio presidente da República. Não temos ainda clareza de qual o cenário que vai vir. Mas tenho plena convicção de que Bolsonaro está cada vez mais enfraquecido em uma ala em que acreditava ser extremamente forte. Nas polícias é provável que ele ainda tenha essa força, mas não sabemos até quando”.

Cunha avalia que “os militares sabiam quem era Bolsonaro, mas achavam que iriam controlar. E foi o ponto em que eles erraram. Hoje esse grupo está muito mais preocupado em tentar uma saída sem maiores danos do que em forçar a reeleição do Bolsonaro. Percebe-se claramente isso. Alguns deles já romperam de uma forma violentíssima. Basta ver o general Santos Cruz [ministro da Secretaria de Governo em 2019]”.

Bolsonaro participou de 84 aglomerações desde o início da pandemia e usou máscaras em apenas três ocasiões

Dados revelam que Jair Bolsonaro pode ter sido um dos principais propagadores da covid-19 no Brasil

Brasil 247, 6/06/2021, 04:22 h Atualizado em 6/06/2021, 04:22
Ato de ruralistas causou aglomeração enquanto País registra alta de mortes por Covid 
(Foto: Clauber Cleber Caetano/PR | Reuters)

Jair Bolsonaro pode ter sido um dos grandes espalhadores da covid-19 no Brasil. Isso porque ele participou de pelo menos 84 aglomerações desde que a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a pandemia da Covid-19 em 11 de março do ano passado, segundo aponta reportagem do jornal O Globo. "Em média, o chefe do Executivo brasileiro esteve presente em uma concentração de pessoas a cada 5,3 dias, algumas delas registradas na mesma data", aponta o texto.

"Nas aglomerações contabilizadas durante 70 viagens e atos em Brasília, Bolsonaro usou máscara em apenas três ocasiões. Em quase todas as demais, o presidente posou para fotos em meio a multidões e cumprimentou seus apoiadores com apertos de mão e abraços. Ele ainda segurou crianças no colo e se alimentou sem cuidados de higienização, em desacordo com os protocolos sanitários preconizados por especialistas de saúde", revela a reportagem.

"Caiu a Al Qaeda bolsonarista", diz Fábio Pannunzio, sobre Allan dos Santos

Blogueiro bolsonarista está no centro dos ataques à democracia, segundo a PF

Brasil 247, 6/06/2021, 04:04 h Atualizado em 6/06/2021, 04:04
Fabio Pannunzio (Foto: Reprodução)

"A escória da internet está agitada com a revelação dos negócios do terrorista Allan dos Santos. Uma multidão de robôs e reses furiosas atacando todo mundo e espalhando fakes pelas redes. Conclusão óbvia: caiu a base estrutural da Al Qaeda bolsonarista", escreveu o jornalista Fábio Pannunzio, da TV Democracia, ao saber das notícias sobre o caso de Allan dos Santos e suas ligações com os ataques à democracia.

Bolsonaristas agora atacam Tite, técnico da seleção brasileira

Extremistas de direita escolhem como alvo o treinador da seleção brasileira, que se posicionou ao lado dos jogadores

Brasil 247, 6/06/2021, 03:55 h Atualizado em 6/06/2021, 04:22
Técnico Tite (Foto: Nelson Almeida/Pool via REUTERS)

O treinador Tite, da seleção brasileira, se tornou o novo alvo de grupos da extrema-direita no Brasil, que não aceitam o fato dele ter se posicionado ao lado dos jogadores, que não querem disputar a Copa América num país que se tornou epicentro da Covid-19 no mundo.

"Desde a última quinta-feira, a hashtag #ForaTite, movimento pedindo a saída do técnico da seleção brasileira, ganhou espaço nas redes sociais. Internautas chamaram o treinador de 'esquerdopata' e 'lacrador' por conta de um possível boicote do técnico, sua comissão e até mesmo os jogadores à Copa América 2020. Em sua maioria, os internautas que usam a hashtag #ForaTite são favoráveis à realização da Copa América em território nacional e apoiam o presidente Jair Bolsonaro", aponta reportagem do Estado de S. Paulo.

PF descobriu até rachadinha de parlamentares bolsonaristas para atacar a democracia

No entanto, a despeito das evidências, o procurador-geral Augusto Aras pediu o arquivamento do caso, que está nas mãos do ministro Alexandre de Moraes

Brasil 247, 6/06/2021, 03:37 h Atualizado em 6/06/2021, 04:22
(Foto: ABr | Reuters)

Os ataques do bolsonarismo ao Supremo Tribunal Federal e ao parlamento logo no início do governo de Jair Bolsonaro foram investigados com profundidade pela Polícia Federal, que descobriu até uma espécie de "rachadinha" entre parlamentares do grupo para financiar os ataques à democracia. De acordo com a reportagem do G1, a Polícia Federal indica uma série de linhas para o aprofundamento das investigações. Essas sugestões incluem:

Apurar uma suposta articulação para evitar que um sócio do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos fosse chamado para depor à CPI das Fake News; (2) conferir se houve direcionamento de verbas do governo federal para sites e canais bolsonaristas; (3) investigar repasses a uma empresa de tecnologista ligada à publicidade do Aliança pelo Brasil (partido que Jair Bolsonaro tentou fundar) e que também prestou serviço para parlamentares governistas; (4) apurar valores repassados por servidores públicos ao blogueiro Allan dos Santos, incluindo uma funcionária do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES); (5) investigar a existência de um braço estrangeiro de financiamento dos atos antidemocráticos, contando com um acordo de cooperação internacional com o Canadá; (6) aprofundar investigações sobre uma possível "rachadinha" em gabinetes de deputados governistas na Câmara dos Deputados, com o redirecionamento das verbas para o financiamento dos atos antidemocráticos.

O relator do caso no Supremo Tribunal Federal, ministro Alexandre de Moraes, enviou esse relatório parcial da Polícia Federal à Procuradoria-Geral da República em 4 de janeiro. A resposta da PGR, sem aderir às sugestões de diligência, saiu nesta semana.

PF descobre que Allan dos Santos tentou articular a queda de prefeitos e governadores

Descoberta faz parte da investigação sobre atos antidemocráticos e o caso do blogueiro bolsonarista, que é peça central da mídia bolsonarista e se mudou para os Estados Unidos, pode ir para a primeira instância

Brasil 247, 6/06/2021, 03:22 h Atualizado em 6/06/2021, 03:22
Allan dos Santos e Jair Bolsonaro (Foto: Divulgação)

Uma reportagem do Jornal Nacional, na noite de ontem, aponta que o blogueiro Allan dos Santos, uma das peças centrais da mídia bolsonarista, teve papel decisivo na difusão de ideias antidemocráticas e chegou a defender a derrubada de prefeitos e governadores. Allan dos Santos se mudou para os Estados Unidos e seu caso deve ir para a primeira instância.

"Segundo a PF, em um grupo de aplicativo de mensagens (chamado de Conselheiros TL) os participantes tentaram convencer a deputada federal Bia Kicis (PSL-DF) a derrubar a convocação e subsequente oitiva de João Bernardo Barbosa. As investigações apontam que Barbosa é sócio e membro do conselho administrativo do Terça-Livre, além de pessoa que paga contas de Allan dos Santos", aponta reportagem do G1.

"A PF também defende uma apuração de possíveis conexões de Alan dos Santos com a área de comunicação do governo federal. E cita um bilhete encontrado na casa do blogueiro, a partir do qual, é 'plausível afirmar', segundo a PF: 'Que há indicativo de que a citada articulação de Allan dos Santos transcende a mera difusão de ideias. Itens do material apreendido (manuscrito) na residência de Allan dos Santos expõe as seguintes ideias: 'objetivo: materializar a ira popular contra os governadores/prefeitos; fim intermediário: saiam às ruas; e 'fim último: derrubar os governadores/prefeitos'".

Procurado, Allan dos Santos ainda não havia respondido os contatos até a última atualização desta reportagem. A deputada Bia Kicis também não retornou as chamadas.

sábado, 5 de junho de 2021

R.R Soares é intubado por complicações em quadro de Covid-19

O missionário, de 73 anos, está internado desde sexta-feira (4/6) e precisou passar pelo procedimento por ter dificuldade em respirar

Brasil 247, 5/06/2021, 18:37 h Atualizado em 5/06/2021, 19:24
Romildo Ribeiro Soares (Foto: Igreja Internacional da Graça de Deus/Reprodução)

Metrópoles - O missionário R.R Sores, de 73 anos, precisou ser intubado na tarde deste sábado (5/6), após complicações no quadro de Covid-19. O líder da Igreja Internacional da Graça está internado desde sexta-feira (4/5) no Hospital CopaStar, na Zona Sul do Rio de Janeiro.

Apesar de ser considerado grupo de risco por conta de sua idade, R.R não tem histórico de comorbidades. A intubação foi necessária para aliviar a dificuldade que o pastor está tendo para respirar, segundo informações do jornal A Tribuna.

Leia a reportagem completa no Metrópoles.

Lula e FHC se unem contra Bolsonaro

"Lula e FHC reaparecem de novo, depois de provocar um tsunami com a foto de 21 de maio, para surpreender o mundo político: assinam nota conjunta de apoio ao presidente argentino. Pelo visto, o petista e o tucano têm mais pensamentos em comum do que supunha", escreve Alex Solnik

Brasil 247, 5/06/2021, 14:06 h Atualizado em 5/06/2021, 14:06
Fernando Henrique Cardoso e Lula (Foto: Ricardo Stuckert)

Quando menos se esperava, Lula e FHC reaparecem de novo, depois de provocar um tsunami com a foto de 21 de maio, para surpreender o mundo político: assinam nota conjunta de apoio ao presidente argentino Alberto Fernandez contra Bolsonaro na questão do Mercosul, cujas tarifas Paulo Guedes quer reduzir, o que seria um imenso baque para a indústria argentina.

Pelo visto, o petista e o tucano têm mais pensamentos em comum do que supunha a vã fotografia.

Novamente vão monopolizar o noticiário e seu gesto será tema de dezenas de interpretações.

É um fato inédito na história recente do Brasil dois ex-presidentes se unirem contra o presidente no poder em defesa do presidente de outro país.

Alguns dirão que é mais uma aproximação de fachada, para agradar gregos e troianos. Outros vão taxar de oportunismo. Também haverá quem diga que a nota tem cunho ideológico, centro-esquerda apoiando centro-esquerda.

Os bolsonaristas, é claro, vão alegar que é antipatriótico apoiar a Argentina em detrimento do Brasil, como se eles tivessem moral para definir o que é patriotismo.

E outros, ainda, dirão que eles estão unidos, mais do que nunca, na oposição a Bolsonaro, como dois estadistas, trabalhando para evitar que ele cause mais danos ao Brasil e a nossos vizinhos.

Estou dentre esses.

Possibilidade de prisão de Salles assusta o Planalto

Temor do Planalto é que o ministro do STF Alexandre de Moraes determine a prisão preventiva do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, investigado pela suspeita de participação em um esquema ilegal de exportação de madeira

Brasil 247, 5/06/2021, 11:18 h Atualizado em 5/06/2021, 12:22
Ricardo Salles (Foto: Alessandro Dantas/PT no Senado)

A possibilidade de prisão do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, investigado pela suspeita de participação em um esquema ilegal de exportação de madeira, vem assustando o Palácio do Planalto. O temor, de acordo com reportagem do jornalista Josias de Souza, no UOL, é que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determine a prisão preventiva de Salles. Moraes é relator de um dos processos contra Salles que tramitam na Corte.

Nesta sexta-feira (4), Moraes deu um prazo de cinco dias para que a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifeste sobre a hipótese de impor medidas cautelares ao ministro, que se recusou a entregar o telefone celular aos agentes da Polícia Federal durante a operação de que foi alvo, há duas semanas.

No despacho, Moraes ressalta que "ao ocultar seu celular e mudar o número de telefone no curso das investigações", Salles teria cometido, em tese, "em tipos penais e de improbidade administrativa, visando obstruir a aplicação da lei penal e embaraçando a investigação de organização criminosa transnacional".

CBF pode convocar seleção paralela e novo técnico só para a Copa América

Para evitar o vexame, Planalto negocia com a CBF uma estratégia para que, mesmo com a negativa da atual Seleção, seja possível convocar um novo time a tempo de participar do torneio e trocar Tite por um técnico mais favorável ao governo

Brasil 247, 5/06/2021, 21:15 h Atualizado em 5/06/2021, 21:25
Luiz Eduardo Ramos / Copa América (Foto: Marcos Corrêa/PR | Reuters)

Diante da reação dos jogadores e do técnico Tite da Seleção Brasileira contra a realização da Copa América no país em meio à pandemia da Covid-19, que vitimou mais de 470 mil pessoas, o governo Jair Bolsonaro tenta evitar o vexame depois de bancar a realização do evento recusado pela Argentina e Colômbia.

Segundo o blog do jornalista Vicente Nunes, "o Palácio do Planalto botou toda a sua estrutura em funcionamento para tentar evitar o vexame do presidente Jair Bolsonaro se a Seleção Brasileira disser não à Copa América".

De acordo com o jornalista, o Planalto negocia com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) a estratégia para que, mesmo com a negativa da atual Seleção, seja possível convocar um novo time a tempo de participar do torneio e trocar Tite por um técnico mais favorável ao governo.

O sinal de alerta no Planalto foi acionado depois das declarações do jogador Casemiro, nesta sexta (4), após a vitória do Brasil sobre o Equador por 2 a 0, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo. O jogador disse que a posição de seus colegas e da comissão técnica sobre a Copa América é unânime e de conhecimento público, dando a entender que todos são contrários à realização do torneio.

“Não podemos falar do assunto. Todo mundo já sabe do nosso posicionamento. Mais claro, impossível. O Tite deixou claro para todo mundo o que nós pensamos da Copa América. Existe respeito e hierarquias que respeitamos. Claro que queremos dar a nossa opinião, rolou muita coisa”, afirmou Casemiro.