segunda-feira, 22 de março de 2021

Rui Costa e FHC defendem aproximação entre PT e PSDB para derrotar Bolsonaro

O governador da Bahia, Rui Costa, e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, defendem a abertura de diálogo entre o PT e o PSDB para combaterem o inimigo comum Jair Bolsonaro. Articula-se um encontro de Lula com FHC, ainda sem data

Brasil 247, 22/03/2021, 09:28 h Atualizado em 22/03/2021, 09:28
   Fernando Henrique Cardoso e Lula (Foto: Ricardo Stuckert / Instituto Lula)

PT e PSDB, que polarizaram a vida política nacional até o golpe contra Dilma Roussef em 2016, quando os tucanos perderam importância e ficaram numa postura subalterna, podem sentar à mesa e abrir conversações para derrotar Jair Bolsonaro. O governador da Bahia, Rui Costa (PT), afirmou ao jornal O Estado de S.Paulo que “se depender de mim, vamos trabalhar para isso. Sou a favor de que a gente coloque o Brasil acima das nossas divergências políticas secundárias”. Também ao Estadão, Fernando Henrique Cardoso (PSDB) disse que “da minha parte estou aberto a conversar. É necessário. Na minha concepção, é preciso definir quem é o inimigo principal. Se é o Bolsonaro, como a gente ganha dele?”. Lideranças dos dois partidos já admitem estar juntas no segundo turno da eleição presidencial de 2022. Articula-se uma reunião entre Lula e FHC, sem data por enquanto.

As declarações de Rui Costa e FHC foram publicadas nesta segunda-feira (22). Para o ex-presidente, além de discutir como derrotar Bolsonaro nas eleições de 2022, é preciso dialogar sobre programa: “ganhar para fazer o quê? Essas são as duas questões postas”. Para Rui Costa, a eleição de 2022 terá características especiais que justificam o diálogo com o PSDB: “Estamos tratando de um projeto de salvação nacional. A lógica da disputa da eleição no Brasil será semelhante à dos Estados Unidos. É a democracia contra a barbárie e o ódio. A sociedade do bem vai prevalecer contra a lógica miliciana de condução do País.”

O descongelamento das relações entre os dois partidos tem acontecido no âmbito do Fórum dos Governadores, onde petistas e tucanos e petistas têm se apoiado mutuamente e até trocado elogios.João Doria, que se elegeu em São Paulo com o “Bolsodoria” e com ataques violentos ao PT, abriu mão de sua política eleitoral e defendeu a escolha do governador Wellington Dias (PT), do Piauí, como coordenador das discussões o combate à pandemia no Fórum de Governadores.

A relação entre os governadores se estreitou ainda mais após Bolsonaro acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) com uma ação de inconstitucionalidade para tentar derrubar os decretos de restrição de locomoção de pessoas adotados pelos governadores do Distrito Federal, da Bahia e do Rio Grande do Sul para combater o coronavírus.

Fachin tentará reverter sua decisão para impedir candidatura de Lula, diz jurista Pedro Serrano

"A meta olímpica do Fachin é evitar a candidatura de Lula novamente, em 2022. A segunda finalidade dele, caso não consiga a primeira, é pelo menos salvar a narrativa da Lava Jato", afirma o jurista Pedro Serrano

Brasil 247, 22/03/2021, 14:42 h Atualizado em 22/03/2021, 15:17
   (Foto: Divulgação)

Daniel Giovanaz, Brasil de Fato - A candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência da República em 2022 está em risco. Essa é a avaliação do jurista Pedro Serrano, doutor em Direito do Estado pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), com Pós-Doutoramento pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.

Em entrevista ao Brasil de Fato, o especialista lembra que a decisão do ministro Luiz Edson Fachin, que anulou as ações penais contra Lula no último dia 8, será analisada em breve pelo plenário do Supremo Tribunal Federal (STF).

“A meta olímpica do Fachin é evitar a candidatura de Lula novamente, em 2022. A segunda finalidade dele, caso não consiga a primeira, é pelo menos salvar a narrativa da Lava Jato. Ou seja, não haver o reconhecimento do sistema de justiça de que o que houve com o ex-presidente foi uma fraude, e não um processo penal”, afirma.

“Podem falar que é pessimismo, mas é o olhar de quem está acompanhando de forma crítica os movimentos de exceção há muito tempo. O que eu estou fazendo é alertar a esquerda novamente”, completa o jurista.

O autor de Autoritarismo e golpes na América Latina: Breve ensaio sobre jurisdição e exceção enfatiza que a decisão sobre a incompetência da 13ª Vara Federal de Curitiba deveria ser analisada pela 2ª Turma do STF.

“Fachin tira essa decisão do seu tribunal legítimo e transforma o Pleno do STF em um tribunal de exceção. E faz isso porque, no Pleno, tem mais chance de revertê-la”, explica.

Na decisão do dia 8, Fachin não diz que considera a 13ª Vara Federal de Curitiba incompetente para julgar os casos relacionados ao ex-presidente Lula, mas que julgamentos anteriores na 2ª Turma indicavam aquele juízo como incompetente.

“No plenário, ele pode plenamente falar: ‘Minha decisão anterior se baseou no princípio da colegialidade da turma, mas aqui no plenário não estou vinculado àquele colegiado. Então, posso dizer o que eu acho. E o que eu acho era que Curitiba era competente’”, explica Serrano.

Confira a entrevista na íntegra:

Brasil de Fato: Logo após decisão monocrática do ministro Fachin, do dia 8 de março, você concedeu entrevistas alertando que aquela era uma tentativa de proteger o ex-juiz Sergio Moro e a Lava Jato. Ao reconhecer a incompetência da 13ª Vara Federal de Curitiba, Fachin estaria buscando evitar o julgamento de um habeas corpus da defesa de Lula que aponta a suspeição de Moro. Porém, esse julgamento foi retomado pelo STF no dia seguinte. Olhando para trás, você mantém sua interpretação sobre aquela decisão?

Pedro Serrano: Sim. A decisão é correta, no plano jurídico, e tecnicamente bem fundada. Ela manifesta uma decisão adequada, mas tardia.

Quando digo tardia, não quero ser injusto com Fachin. Quero dizer que o sistema de justiça deveria ter dado essa decisão anteriormente, para evitar a prisão ilegal.

A resultante disso é que há um reconhecimento do Supremo de que houve a prisão de um ser humano por mais de 500 dias de forma ilegal. E pior: uma decisão dada por um tribunal incompetente o impediu de ser candidato a presidente da República.

Ou seja, tivemos uma decisão ilegal impedindo uma das principais candidaturas em 2018, o que, no plano político, significa que foi uma eleição não legítima – porque não contou com os principais candidatos. Não houve liberdade de escolha por parte do PT, que era um dos principais partidos.

O que significa o reconhecimento da incompetência da 13ª Vara Federal de Curitiba? É possível que a Lava Jato argumente que foi um mero equívoco ou formalidade, sem impactos sobre os processos?

Um julgamento justo precisa ter um juiz imparcial, essa é a primeira questão. Mas também há outros critérios.

No plano processual, de antemão o sistema precisa estabelecer qual juiz vai julgar e quais regras ele vai seguir. Não se pode criar um juiz, um tribunal ou regras para julgar um caso. Isso é tribunal de exceção, algo que a nossa Constituição condena expressamente – inclusive, era a forma nazista de se comportar.

Esse é o princípio do juiz natural, e ele garante que as regras do jogo, determinando quem vai julgar, tem que ser anteriores ao próprio fato.

Não se trata de uma regra qualquer. É algo fundamental, porque há um inegável impacto.

Não significa dizer apenas que o juiz Moro foi incompetente. Significa dizer que foi um juiz de exceção. Porque a competência daquele lugar foi forçada para possibilitar que eles realizassem uma tarefa política – e não sua função jurídica.

Qual era essa a tarefa política?

Estabelecer um clima para realizar o impeachment [de Dilma Rousseff, em 2016], destruir o capital nacional e o setor de infraestrutura e impedir Lula de ser candidato à Presidência da República.

Uma quarta tarefa era traduzir o movimento de extrema direita em uma ida à política, com condições de elegibilidade para tomar o Executivo e estabelecer um novo bloco de poder.

A Lava Jato teve esse papel e conseguiu cumpri-lo: ela criou o bolsonarismo. E o juiz incompetente foi absolutamente fundamental para realização dessas tarefas políticas.

Uma injustiça grave como essa, cometida contra um líder político operário, nordestino e progressista, em uma sociedade como a brasileira, não se realiza sem amplo envolvimento de setores sociais importantes da nossa elite.

Nesses setores, há muitas pessoas que envolveram sua biografia nesse processo penal de exceção. Por exemplo, a mídia corporativa – três ou quatro famílias brasileiras que dominam os principais meios de comunicação – e toda uma geração de jovens repórteres que confundiram o jornalismo investigativo com o jornalismo de acesso, que é algo antiético.

Eles serviram de canal de veiculação de versões acusatórias, dos investigadores, sem ouvir de fato todos os envolvidos. O que os jornalistas da época faziam era buscar o “outro lado”, ou seja, meia dúzia de palavras para colocar em uma matéria. Mas, no processo de investigação dos fatos, não se levava a sério nem o que os advogados de defesa falavam, nem a posição de os juristas críticos – que enxergavam o processo sem paixão ideológica.

O conteúdo material do processo não era jurídico, era político. Uma ação tirânica de persecução a um inimigo de Estado, e não de tratamento com um réu – cidadão que eventualmente errou. O inimigo de Estado não tem direito a proteção jurídica mínima, que qualquer ser humano deve ter direito.

Foi o que aconteceu com Lula?

Sim, ele não foi tratado como ser humano, no plano jurídico. Ele não teve direito a um juiz imparcial e um julgamento minimamente justo, como prevê o artigo 10 da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Lula foi julgado por um juízo de exceção, como agora reconhece Fachin, e por um juiz parcial, como dois ministros do Supremo já reconheceram [Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes].

Agora, a narrativa que está sendo vendida é de uma mera irregularidade formal, um juízo incompetente como qualquer outro, na rotina jurisprudencial.

O que houve não foi uma incompetência rotineira. Não foi um erro interpretativo: foi uma ação política, apoiada e sustentada pelo sistema de justiça como um todo.

Agora que a missão política está cumprida, eles vêm reconhecer a incompetência.

Isso não é novo no ciclo que eu chamo de “autoritarismo líquido”, que tomou conta da América Latina nas últimas décadas.

Em Honduras, foi o mesmo mecanismo. O presidente do Tribunal [Suprema Corte], sozinho, deu uma ordem de prisão contra o presidente Zelaya [em 2009]. Foi uma ordem absurdamente inconstitucional, porque expulsou o presidente do país, em vez de tê-lo prendido.

Depois, essa ordem foi considerada ilegal pela própria Suprema Corte Hondurenha. Mas, quando isso aconteceu, já tinha terminado o mandato do presidente Zelaya. Ou seja, a função política da decisão judicial de exceção foi cumprida, e só depois disso é que há um reconhecimento jurídico meramente formal.

Isso faz parte desse autoritarismo líquido: ele media com a linguagem jurídica, mas de forma a esvaziar o sentido das normas. O sentido da normatividade hondurenha, na época, era garantir que o presidente exercesse o seu mandato até o fim – e esse sentido foi esvaziado.

Então, não estamos vendo algo novo na América Latina, nesse ciclo autoritário de combate aos governos de esquerda pela via jurídica.

É um ciclo que começa com a guerra às drogas, nos anos 1990, onde se desenvolve a técnica do processo penal de exceção, mas migra para a política – no Brasil, no caso do “Mensalão”.

Então, por que Fachin, que se posicionou ao lado da Lava Jato em quase todas as suas decisões, aparentemente se viu obrigado a mudar de posição no último dia 8?

As razões são novamente, a meu ver, políticas e não jurídicas.

Esse atraso não é estranho nem ocasional. Ele tem um sentido político, que é, primeiro, tentar evitar um dano maior aos setores que envolveram sua biografia com a Lava Jato e suas práticas de exceção.

Para esse ambiente social, é um dano pior reconhecer o Moro como juiz parcial do que reconhecer o juízo como incompetente. Porque é mais fácil a sociedade entender que houve uma injustiça extrema quando há o reconhecimento da parcialidade.

Considerando que o julgamento da suspeição de Moro foi retomado no STF no dia 9, podemos dizer que essa intenção do Fachin foi frustrada?


Hoje, o Supremo representa o palco de uma luta entre o Estado de exceção e o Estado Democrático de Direito. É como um xadrez, e a cada hora tem um movimento que altera o tabuleiro.

O Fachin tem duas metas. A primeira, que é sua meta olímpica, é evitar a candidatura de Lula novamente, em 2022. A segunda finalidade dele, caso não consiga a primeira, é pelo menos salvar a narrativa da Lava Jato. Ou seja, não haver o reconhecimento do sistema de justiça de que o que houve com o ex-presidente foi uma fraude, e não um processo penal.

O discurso do juiz incompetente produz, para a direita, a possibilidade de ainda alcunhar Lula de corrupto. E a figura do corrupto é fundamental para desumanizá-lo.

Porque, na hora que Lula for “humanizado”, ele passa a ser identificado como um dos melhores governos que o país produziu, queira ou não.

Por que Lula não pode ser “humanizado”, mesmo em um contexto de crise política, econômica e sanitária, que requer uma liderança com credibilidade para substituir Bolsonaro?

Posso dar uma explicação um pouco longa, se você me permitir.

Os direitos nascem no começo da Modernidade, com duas grandes escolas. Uma se chama Escola Ibérica da Paz, formada por professores de universidades portuguesas e espanholas, que estabeleceram uma crítica à ideologia da colonização.

Eles criticavam a ideia de ocupar a América matando gente, de querer impor o cristianismo pela violência, criticavam a escravidão – tudo com base no Evangelho.

A segunda escola é a protestante. São os huguenotes franceses, do século 16, na época das guerras religiosas. Eles eram perseguidos pelos imperadores católicos franceses, e desenvolveram a ideia de que “todos somos filhos do mesmo pai” para o plano da política.

Ou seja, ser filho de Deus dava certos direitos naturais a todos os seres humanos. Isso eles faziam em meio a um antigo debate, na filosofia política, sobre o que é o tirano.

Essas duas escolas avançaram na definição moderna de tirania: tirano é aquele que não observa os direitos das pessoas. Eles consideravam fundamental o direito de resistir à tirania, de lutar contra ela.

Cerca de um século depois, o inglês John Locke, em seu principal livro, fala até em tiranicídio: o uso da violência para poder tirar o tirano do poder quando ele cometesse graves violências aos direitos naturais.

Perceba que a ideia de resistência sempre foi pensada como direito da pessoa contra um governo.

O que nós temos, desde a década de 1980, é uma governabilidade mundial, produto daquilo que se chama neoliberalismo, que foi colocada em questão pela extrema-direita.

Os governos progressistas da América Latina criaram um conceito, a meu ver, que é absolutamente novo na filosofia política, ou pelo menos na teoria dos direitos, que é o que eu estudo. É a figura do governo de resistência.

Ou seja, não são pessoas que exercem a resistência face a um governo, mas governos que exercem resistência face à governabilidade mundial, do capitalismo financeiro e de uma nova forma de capitalismo no mundo.

Dos governos progressistas da América Latina, Lula era talvez o que mais representava a resistência democrática à governabilidade mundial. Se ele fosse autoritário, ele seria retirado sob essa justificativa. Mas ele se mantinha por modos absolutamente democráticos, e isso era inaceitável.

Diante desse cenário, foi preciso encontrar um mecanismo autoritário, mas no interior da própria democracia, com aparência de legalidade. É por isso que Lula não foi substituído por uma ditadura, mas por mecanismos de exceção.

Então, há um elemento evidentemente geopolítico nesses processos penais de exceção.

Fachin tira a decisão do seu tribunal legítimo e transforma o Pleno do STF em um tribunal de exceção, diz Serrano / (Foto: (Nelson Jr./STF/Divulgação)

Fachin, hoje, comanda essa ação política de exceção no Supremo Tribunal Federal. Por isso é tão importante manter Lula desumanizado. E a melhor forma de fazer isso é mantê-lo condenado.

O que puderem fazer para manter a condenação de Lula, vão fazer. Porque desumanizá-lo é manter sob ataque aquela forma de governo de resistência que houve no Brasil e em toda a América Latina.

Se não der para mantê-lo condenado, vão tentar manter uma narrativa em que Lula seja associado à palavra “corrupto” no plano político, mesmo que no plano jurídico ele seja inocente.

O ministro Fachin ainda tem chance de realizar essa “meta olímpica”?

Sim, e vai tentar fazer isso no Pleno [do STF]. Ele está levando ao Pleno um debate que seria vinculado à 2ª Turma [análise de sua própria decisão sobre a incompetência da 13ª Vara Federal em Curitiba]. Ou seja, ele tira essa decisão do seu tribunal legítimo [2ª Turma] e transforma o Pleno do STF em um tribunal de exceção.

Fachin faz isso porque, no Pleno, tem mais chance de reverter sua própria decisão.

Na decisão do dia 8, Fachin não diz que acha aquele juízo incompetente. Ele fala que houve julgamentos anteriores na 2ª Turma que indicavam o juízo como incompetente. E ele, para ser coerente com a 2ª Turma, deu o habeas corpus a Lula. Mas, no plenário, ele não está obrigado a seguir essa coerência.

No plenário, ele pode plenamente falar: “Minha decisão anterior se baseou no princípio da colegialidade da turma, mas aqui no plenário não estou vinculado àquele colegiado. Então, posso dizer o que eu acho. E o que eu acho era que Curitiba era competente.”

Ou seja, se for necessário, Fachin reverte até seu próprio voto.

Isso quer dizer que o jogo não terminou. Eles podem reverter no Pleno essa decisão de incompetência, e Lula voltaria à condição de condenado. Se não conseguirem isso, eles ainda podem ganhar ou impedir a votação da suspeição. Para que reste, sobre Lula, o discurso do corrupto, que o desumaniza e retira seus direitos.

Essa manobra que pode ocorrer no Pleno do STF reforça a importância do julgamento da suspeição de Moro na 2ª Turma?

Reconhecer que o juízo era incompetente retira de Lula a condição jurídica de corrupto, mas não esvazia o discurso político. Reconhecer que Moro foi um juiz parcial retira tudo.

A meta 1, a meu ver, é manter as condições jurídica e política. E essa segunda função é importante, não só para salvar Moro e os agentes da Lava Jato, mas para dar um forte argumento aos adversários de Lula na próxima eleição.

Bolsonaro, por exemplo, foi chamado de “capitão cloroquina”, e respondeu que Lula é o “capitão corrupto”.

Outra importância de manter essa função política é que ela salva os empresários, políticos, jornalistas e membros do sistema de justiça que se envolveram com a narrativa de exceção da Lava Jato.

Obter a segunda meta e não a primeira não seria uma derrota: seria a vitória possível. Mas é preciso recordar que eles ainda podem obter a primeira meta, no Pleno do Supremo.

Pode soar um pouco pessimista, mas se você resgatar o que eu apontava desde 2007, no auge do governo Lula, fui taxado de louco, mas acertei na maior parte das vezes. Em 2013, eu já falava de impeachment antes da reeleição de Dilma.

Não estou dizendo que isso vai acontecer, mas que pode acontecer. Eu vejo as pessoas descartando essa possibilidade, e isso é negativo porque a gente deixa de realizar movimentos de denúncia.

Transformar o plenário do STF em juízo de exceção arrebentaria a democracia brasileira. Eles estariam dando o último tiro na democracia para desumanizar Lula.

Fachin pode estar trabalhando desde já, nos bastidores, para obter a primeira meta?

Sim. Ele já deu o movimento.

O correto era ter negado o recurso que veio do Ministério Público [contra a decisão do dia 8]. Porque o que deu foi uma decisão definitiva, não foi uma liminar. Se ele agiu em nome da 2ª Turma, deveria ter encerrado ali o processo.

Fachin não só aceitou, como tirou da Turma o julgamento do agravo [recurso]. O movimento para realização da primeira meta já foi dado, e quase ninguém está questionando essa decisão técnica. Nem a esquerda, que está achando que “já ganhou”.

Repito: o próprio Fachin pode mudar seu voto, e ainda manter certa coerência jurídica, porque o Pleno não está vinculado à Turma.

Essa história da colegialidade já foi usada antes no Supremo, pela ministra Rosa Weber, por exemplo, para mudar seu voto com certa coerência no julgamento da prisão em 2ª instância.

Que cenários você projeta para a continuidade do julgamento da suspeição de Moro na 2ª Turma? Hoje, está 2 a 2, mas se comenta nos bastidores que Cármen Lúcia pode mudar seu voto e também reconhecer a parcialidade, com base nas mensagens vazadas da Operação Spoofing.

Acho que Cármen Lúcia só muda se o voto do Kassio [Nunes Marques], que pediu vistas, for favorável à suspeição. Aí, ela muda, porque já estaria perdido, de qualquer forma.

Se Kassio decidir contra Lula, tenho a intuição de que ela vota contra Lula também.

Pode ser pessimismo, mas é o olhar de quem acompanha de forma crítica os movimentos de exceção há muito tempo. O que eu estou fazendo é alertar a esquerda novamente. O jogo está conflito.

Kassio deve estar sofrendo uma pressão política imensa, de toda natureza.

Se a incompetência da 13ª Vara Federal de Curitiba for confirmada pelo Pleno do STF, há chance de Lula ser condenado pela Justiça Federal no Distrito Federal em tempo recorde, a ponto não poder ser candidato em 2022?

Se a 2ª Turma reconhecer a parcialidade do Moro, o processo inteiro está nulo, tem que começar do zero, e Lula será candidato em 2022. Não tem como impedi-lo de participar da eleição.

Se a incompetência for confirmada pelo Pleno, mesma coisa. Acho difícil impedirem a candidatura.

Mesmo que se aproveitem as provas do processo, precisamos lembrar que foi anulada até a aceitação da denúncia, o que significa dizer que o processo inteiro precisa tramitar outra vez.

Torna-se impossível impedir Lula de ser candidato, a não ser que ocorra um grande malabarismo – que acho que não vai ocorrer.

Ou seja, a chance de impedir a candidatura de Lula é agora, no Pleno do Supremo. Ou, se perder no julgamento da suspeição, na 2ª Turma, tentar revisar pelo Pleno.

Em resumo: a meta deles agora é ganhar na 2ª Turma e no Pleno. Se não ganhar no Pleno, tenta ao menos impedir o julgamento [da suspeição de Moro] na 2ª Turma. É menos prejudicial, não só porque preservaria de certa forma a Lava Jato, mas manteria Lula desumanizado.

Essa é a função maior. Não se trata de um joguinho, com inimigos pessoais, em que o objetivo final seria preservar Moro.

Precisamos deixar claro: ninguém é contra preservar 50 processos que condenaram corruptos na Lava Jato. A direita é que está com esse argumento, para buscar legitimação para manter Lula condenado.

Esse é um discurso político, não jurídico. Pode reparar: sempre que se fala em anular o caso de Lula, o [ministro Luís Roberto] Barroso vai lá e cita cinco exemplos em que a Lava Jato combateu corrupção, recuperou bilhões de reais. Nenhum deles está relacionado ao caso de Lula.

Ou seja, as ações corretas da Lava Jato são usadas como fundamentação das ações contra Lula.

Lava Jato não existe no mundo jurídico. É um conceito de marketing, por meio do qual foi possível juntar casos legítimos, de combate à corrupção, como fonte de legitimação de casos fraudulentos.

Mesmo que o nome da operação não tenha sido criado com essa função, ele a realiza, servindo como expediente discursivo.

A “parte boa” da Lava Jato é usada para legitimar a desumanização de Lula. E isso não seria possível na linguagem do direito. Porque o processo de Lula é um, sem relação com os demais. Só o que os une é o nome Lava Jato – e a linguagem tem tudo a ver com a constituição de um Estado de exceção.

O esforço desesperado, salvacionista da Lava Jato, visa manter a categoria “corrupto” aplicável a Lula. Enfim, a meta geopolítica é desumanizar, e a meta local é salvar todos que envolveram sua biografia nessa nova forma de autoritarismo, por medidas de exceção no interior da democracia.

sábado, 20 de março de 2021

Mandetta: 'Bolsonaro devia estar rezando ajoelhado no milho, porque pode sair direto para Haia'

“Se tiver uma variante, com essa quantidade de vírus que está circulando no Brasil, e essa variante for resistente a vacina, e fazer o mundo voltar à estaca zero por conta desse negacionismo dele, acho que ele vai ser levado diretamente daqui para Haia", afirmou Luiz Henrique Mandetta (DEM), ex-ministro da Saúde do governo federal

Brasil 247, 20/03/2021, 12:25 h Atualizado em 20/03/2021, 12:25
     Luiz Henrique Mandetta e Jair Bolsonaro (Foto: Marcos Corrêa/PR | Isac Nóbrega/PR)

Luiz Henrique Mandetta (DEM), ex-ministro da Saúde do governo Jair Bolsonaro, disse que o ex-chefe “devia estar rezando ajoelhado no milho, porque pode sair direto para Haia", em entrevista ao portal de notícias Yahoo. Segundo o médico, “o governo está igual peru em chapa quente”.

“Bolsonaro agora deveria estar de joelho, no milho, rezando, com um oratório bem grande. Porque se tiver uma variante, com essa quantidade de vírus que está circulando no Brasil, e essa variante for resistente a vacina, e fazer o mundo voltar à estaca zero por conta desse negacionismo dele, acho que ele vai ser levado diretamente daqui para Haia", afirmou. Haia é onde se encontra o Tribunal Penal Internacional.

Juíza tenta modificar laudo que inocenta Henrique Pizzolato das condenações do Mensalão

Laudo pericial contábil desmente acusações contra o bancário e revela a farsa da Ação Penal 470, conhecida como processo do mensalão

Brasil 247, 20/03/2021, 08:05 h Atualizado em 20/03/2021, 08:23
   Henrique Pizzolato (Foto: ABR)
 
Na terça-feira (16), os advogados de Henrique Pizzolato na Ação Penal 470-MG entraram com recurso no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) contra decisão do Juízo da 20ª Vara Cível de Brasília, que quer tornar sem efeito o laudo pericial contábil, da própria Justiça, que, na prática, evidencia e desmonta a tese de desvio de recursos do Banco do Brasil a favor dos sócios da DNA Propaganda, Marcos Valério, Ramon Hollerbach e Cristiano Paz.

“O laudo pericial, que a Juíza quer mudar, deixa claro que os recursos não eram do banco e, além disso, os serviços com a marca Visa-Ourocad foram realizados”, afirma o advogado Paulo Borges. Segundo ele, a 20ª Vara Cível de Brasília tenta reconfigurar o resultado de uma perícia resultante de um processo movido pelo próprio Banco do Brasil contra Pizzolato e demais réus, informa o Brasil Popular.

“O Juízo quer dar um cavalo de pau na perícia requerida pelo próprio banco e que revelou que quanto ao alegado desvio de recursos do BB os três são inocentes e que o bancário Henrique Pizzolato não tem nenhum envolvimento com o esquema levado ao Supremo Tribunal Federal para iniciar uma verdadeira demolição do governo petista”, denuncia o advogado.
De acordo com a denúncia, o Hospital Prontocor, do qual foi administrador, não repassava ao INSS as contribuições previdenciárias que descontava de seus funcionários

Brasil 247, 2/03/2021, 13:29 h Atualizado em 20/03/2021, 13:29
   Marcelo Queiroga (Foto: Agência Senado)

DCM - O médico Marcelo Queiroga, escolhido por Jair Bolsonaro (sem partido) para suceder o Eduardo Pazuello no Ministério da Saúde é réu de uma ação movida pelo Ministério Público da Paraíba por crime contra o patrimônio público. As informações foram publicadas no site O Antagonista.

De acordo com a denúncia, o Hospital Prontocor, do qual foi administrador, não repassava ao INSS as contribuições previdenciárias que descontava de seus funcionários. A ação foi julgada improcedente em 2017.

O valor do débito é de R$ 25 milhões.

sexta-feira, 19 de março de 2021

Brasil é o 52º colocado no ranking mundial de vacinação contra a Covid-19

No Brasil, nem 5% da população recebeu a primeira dose do imunizante, que representa 4,6% da população. Enquanto apenas 1,6% foram vacinados com as duas doses necessárias para a imunização

Brasil 247, 19/03/2021, 18:48 h Atualizado em 19/03/2021, 19:27
   (Foto: Agência Brasil)

Apesar do Brasil ser o 5º país do mundo que mais aplicou doses da vacina contra a Covid-19, conforme declarou Jair Bolsonaro a apoiadores no Palácio do Planalto nesta sexta-feira, 19, o país é o 52º colocado no ranking de vacinação contra a Covid-19 no mundo, segundo dados compilados pelo jornal norte-americano The New York Times.

No Brasil, foram 13 milhões de doses aplicadas de vacinas contra o novo coronavírus, mas o ranking leva em conta a proporcionalidade em relação à população, que é o relevante para efeitos de disseminação do vírus.

Nem 5% da população recebeu a primeira dose do imunizante, que representa 4,6% da população. Enquanto apenas 1,6% foram vacinados com as duas doses necessárias para a imunização ter efeito contra o vírus. 75% das doses aplicadas são da vacina CoronaVac, desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, produzida no Brasil pelo Instituto Butantan.

À frente do Brasil na América do Sul estão países como Argentina (50º lugar, com 5,1%), Uruguai (46º lugar, com 7,6%) e o Chile (4º lugar, com 29%). Os Estados Unidos aparecem em 6º, com 23%.
Governo assina contratos com Pfizer e Janssen

O governo federal assinou nesta sexta-feira, 19, contratos com os laboratórios Pfizer/BioNTech e Janssen, da farmacêutica Johnson & Johnson, para a entrega, no total, de 138 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19.

De acordo com os contratos, 100 milhões dessas doses correspondem ao imunizante da Pfizer/BioNTech e as outras 38 milhões são do braço farmacêutico da Johnson & Johnson.

As vacinas serão entregues ao longo do ano de 2021 em três etapas distintas. A primeira, prevista para o segundo trimestre do ano, consistirá em 13.518.180 doses da vacina da Pfizer, enquanto as 86.482.890 restantes deverão chegar no terceiro trimestre. Já as 38 milhões de doses da Janssen estão previstas para o quarto trimestre.

O canal Cortes 247 reúne clipes com os melhores momentos das entrevistas e dos programas jornalísticos da TV 247, que produz mais de dez horas diárias de conteúdo jornalístico original.

Pesquisa Fórum: preferência pelo PT dispara após volta de Lula ao cenário político

Retorno de Lula ao cenário político reverteu tendência de queda do partido na preferência do eleitorado. PT ainda é, de longe, o partido com maior simpatia entre os brasileiros

Brasil 247, 19/03/2021, 16:18 h Atualizado em 19/03/2021, 16:21
  (Foto: Amanda Perobelli/Reuters)

Revista Fórum - A preferência dos eleitores pelo PT entre todos os partidos políticos disparou e atingiu 17,9% dos eleitores após a decisão de Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, que anulou as condenações e devolveu a elegibilidade ao ex-presidente Lula.

Os dados são da 8ª edição da Pesquisa Fórum, realizada entre 12 e 16 de março, em parceria com a Offerwise. O levantamento mostra uma reviravolta na preferência pelo partido de Lula, que vinha caindo desde o primeiro levantamento, de maio de 2020, quando estava em 13,76%. Em junho do mesmo ano, o porcentual foi para 11,38%, baixou para 9,8% em outubro e chegou ao menor patamar em novembro, com 9,3%.

O PT lidera a lista, seguido pelo PSDB, que marcou 5,6% na última pesquisa – 0,8% acima da anterior. A terceira posição é do PSL, partido usado por Jair Bolsonaro (Sem partido) para chegar ao Planalto, que marcou 4,2%.

Leia mais na Fórum.

Com UTIs em colapso pelo Brasil, Queiroga quer ir a hospitais checar se pessoas estão morrendo de Covid

O anunciado como novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, diz em conversas que, ao assumir, pretende ir aos hospitais numa espécie de blitz para conferir pessoalmente se as UTIs estão lotadas e se as pessoas estão mesmo morrendo de Covid

Brasil 247, 19/03/2021, 15:00 h Atualizado em 19/03/2021, 15:29
   Marcelo Queiroga (Foto: Reprodução)

Marcelo Queiroga, médico anunciado como ministro da Saúde, pretende ir aos hospitais checar se as pessoas estão mesmo morrendo de Covid. A informação é do colunista Lauro Jardim, do O Globo.

Enquanto a pandemia avança em seu pior momento no país, com falta de vagas em UTIs para tratamento de Covid e aumento do número de óbitos, sem que o governo tenha um plano nacional efetivo de combate e de imunização, o anunciado como novo ministro da Saúde - que ainda não tomou posse - diz em conversas que, ao assumir, pretende ir aos hospitais numa espécie de blitz para conferir pessoalmente se as UTIs estão lotadas e se as pessoas estão mesmo morrendo de Covid.

A medida lembra as invasões a hospitais de campanha por bolsonaristas em São Paulo, que apareciam de surpresa para verificar a ocupação de leitos durante a pandemia do coronavírus, em junho do ano passado.

Como faz desde o início da pandemia, Jair Bolsonaro mantém a campanha negacionista e coloca em dúvida o número de mortes pela doença, ignorando o avanço da pandemia.

"Parece que só morre de Covid. Você pega, você pode ver... Os hospitais estão com 90% das UTIs ocupadas. Quantos são de Covid e quantos são de outras enfermidades?", disse Bolsonaro.

Segundo o colunista, Queiroga, nestas conversas, tem também se mostrado preocupado com a vacina de Oxford, a que a Fiocruz está produzindo. Disse que a suspensão de sua aplicação em diversos países europeus deve ser acompanhada com muita atenção.

Governo assina contratos com Pfizer e Janssen para aquisição de 138 milhões de doses de vacina

No caso da Pfizer, contratos preveem 13,5 milhões de doses no segundo trimestre e 86,4 milhões no terceiro; 38 milhões de doses da Janssen devem ser entregues no quarto trimestre. Imunizante da Pfizer possui registro definitivo no Brasil

Brasil 247, 19/03/2021, 14:30 h Atualizado em 19/03/2021, 20:24
   (Foto: Dado Ruvic/Reuters)

Sputnik Brasil - O governo federal assinou nesta sexta-feira (19) contratos com os laboratórios Pfizer/BioNTech e Janssen, a farmacêutica da Johnson & Johnson, para a entrega, no total, de 138 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19.

De acordo com os contratos, segundo informou o site G1, 100 milhões dessas doses correspondem ao imunizante da Pfizer/BioNTech e as outras 38 milhões são do braço farmacêutico da Johnson & Johnson.

Além disso, as vacinas serão entregues ao longo do ano de 2021 em três etapas distintas: a primeira, prevista para o segundo trimestre do ano, consistirá em 13.518.180 doses da vacina da Pfizer, enquanto as 86.482.890 restantes deverão chegar no terceiro trimestre. Já as 38 milhões de doses da Janssen estão previstas para o quarto trimestre.

A assinatura dos contratos acontece depois que o ministro da Saúde Eduardo Pazuello, que será substituído no cargo por Marcelo Queiroga, anunciou no início desta semana que havia chegado a um acordo com os laboratórios para o fornecimento das vacinas.

Até o momento, apenas o imunizante da Pfizer/BioNTech recebeu o registro definitivo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Outras duas vacinas, Oxford/AstraZeneca e CoronaVac, já contam com autorização para uso emergencial e estão sendo utilizadas pelo Programa Nacional de Imunizações.

O imunizante da Janssen, por sua vez, ainda não possui registro nem autorização, mas, assim como o medicamento da Pfizer, conta com a autorização para uso emergencial da Organização Mundial da Saúde (OMS). Além disso, a vacina desenvolvida pelo braço farmacêutico da Johnson & Johnson é a única no mundo que requer apenas uma dose por pessoa.

Os contratos com as duas farmacêuticas preveem um preço de US$ 10 (cerca de R$ 55) para cada dose, com isso, o valor total estimado do acordo com a Pfizer é de US$ 1 bilhão (R$ 5,5 bilhões). Já o contrato com a Janssen será de US$ 380 milhões (R$ 2 bilhões), com o pagamento de uma primeira parcela de US$ 95 milhões (R$ 523 milhões).

Além das vacinas já mencionadas, o Brasil faz parte do consórcio Covax Facility, uma iniciativa coordenada pela OMS para a distribuição de imunizantes, que prevê a entrega de 42 milhões de doses para o país. Está previsto que o primeiro lote, com um milhão de doses, chegará neste fim de semana.

O governo brasileiro também informou que está negociando a compra de 13 milhões de doses da vacina do laboratório norte-americano Moderna e de outras 10 milhões da russa Sputnik V, o primeiro imunizante registrado no mundo contra a COVID-19, desenvolvido pelo Centro Nacional de Pesquisa de Epidemiologia e Microbiologia Gamaleya com apoio do Fundo Russo de Investimentos Diretos (RFPI, na sigla em russo).

quinta-feira, 18 de março de 2021

Bolsonaro ataca Lula e já reconhece que deve enfrentá-lo em 2022

Fazendo sinal de número nove com as mãos, em referência ao petista, Bolsonaro chamou Lula de "capitão corrupção" e "velho barbudo", e já afinou o discurso sobre sua possível reeleição: "não tenho obsessão por ser presidente"

Brasil 247, 18/03/2021, 20:06 h Atualizado em 18/03/2021, 20:23
   Lula e Bolsonaro (Foto: Ricardo Stuckert | Reuters)

Com o país colapsando diante da pandemia, alcançando a marca de três mil mortes diárias por Covid-19 e vendo pessoas morrerem sem acesso a UTIs, Jair Bolsonaro arrumou tempo em sua live semanal nesta quinta-feira (18) para atacar o ex-presidente Lula.

Fazendo um sinal de número nove com as mãos, Bolsonaro chamou Lula de "capitão corrupção", em referência ao apelido que lhe foi dado, de "capitão cloroquina", em razão de suas sucessivas defesas em favor do inexistente tratamento precoce contra a Covid-19. "Não vamos remar contra, falar mal. 'Capitão cloroquina', está pensando que está me ofendendo é? Vocês vão ter o capitão corrupção, pelo que tudo indica, concorrendo em 2022. Aquele velho barbudo, capitão corrupção. Vocês sabem de quem eu estou falando. Eles estão felizes com esse cara".

Reconhecendo, portanto, que Lula deve ser seu principal adversário em 2022, Bolsonaro afinou o discurso sobre sua possível reeleição: "não tenho obsessão por ser presidente, por candidatura. Fiquei 28 anos dentro da Câmara, dois anos como vereador, nunca tive problema nenhum. A gente vai tocando o barco".