terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

Moro admite que Lava Jato poderá ser anulada e reclama que é “odiado”

O ex-ministro e ex-juiz Sergio Moro, que já foi a pessoa mais poderosa do país, com milhões de admiradores, agora reclama que é “odiado” e teme que a Lava Jato seja toda anulada

23 de fevereiro de 2021, 08:30 h Atualizado em 23 de fevereiro de 2021, 08:33
  (Foto: Agência Brasil)

Sergio Moro já admite a interlocutores que a Lava Jato irá desmoronar debaixo de toda enxurrada de ilegalidades reveladas pelas petições da defesa de Lula depois do acesso às mensagens da Operação Spoofing. Moro está com medo de que toda Lava Jato seja anulada.Segundo a colunista Bela Megale, Moro admite que não tem horizonte na política e que se sente odiado. “Parte considerável dos políticos de Brasília me odeia”, tem dito o ex-juiz e ex-ministro.

A Operação Spoofing foi deflagrada pela Polícia Federal em julho de 2019, com o objetivo de investigar as invasões às contas de Telegram da Lava Jato que deram origem à Vaza Jato e agora às petições da defesa de Lula. Toda a escuta foi conduzida pelo hacker Walter Delgatti, cuja história será transformada num documentário pela TV 247.

As revelações que vieram à tona desde a Vaza Jato e agora com as petições da defesa de Lula levaram o ministro Gilmar Mendes, do STF, a afirmar que a Lava Jato corrompeu a democracia no Brasil: "Primeiro a Lava Jato atua na prisão do Lula. Prestes à eleição, a Lava Jato divulga o chamado depoimento ou delação do Palocci, tentando influenciar o processo eleitoral. Depois, o Moro vai para o governo Bolsonaro, portanto eles não só apoiaram como depois passam a integrar o governo Bolsonaro”.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

Dias Toffoli afirma que houve financiamento internacional a campanhas contra instituições

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli afirmou que o inquérito das fake news identificou financiamento internacional a atores que usam as redes sociais para fazer campanhas contra as instituições brasileiras, em especial o STF e o Congresso Nacional

Brasil 247, 22/02/2021, 05:21 h Atualizado em 22/02/2021, 07:58
    Ministro do STF Dias Toffoli (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

Em entrevista ao programa Canal Livre, da TV Bandeirantes, exibido na madrugada desta segunda-feira (22), o ex-presidente do STF, Dias Toffoli, disse que o inquérito das fake news identificou que houve financiamento internacional a atores que usam as redes sociais para fazer campanhas contra as instituições brasileiras.

Toffoli disse que a investigação vai dar continuidade ao "aprofundamento desses dados", sob comando do ministro Alexandre de Moraes - quem, segundo Toffoli, o "autorizou" a dar a informação para a imprensa, informa O Estado de S.Paulo.

Na entrevista, Toffoli classificou a descoberta como "gravíssima”. O ministro acrescentou que não poderia dar mais detalhes sobre a investigação.

Daniel Silveira traduziu para o povão discurso do general

"O discurso de Daniel Silveira é a tradução do que disse o general para o pesquisador da FGV, mas acessível para os que gritam 'mito', para os que andam de ônibus e para os que convivem de perto com o poder das milícias", escreve a jornalista Denise Assis

Brasil 247, 21/02/2021, 09:59 h Atualizado em 22/02/2021, 05:11
   Daniel Silveira (Foto: Reprodução/YouTube)

Por Denise Assis, para o Jornalistas pela Democracia - Tive a pachorra de ouvir não uma, mas algumas vezes o vídeo com a fala do ainda deputado federal Daniel (o quê?) Silveira, que obteve na Câmara 364 votos a favor da manutenção da sua prisão, e apenas 130 pela sua liberdade. Isto, depois da unanimidade de 11 X 0 no Supremo Tribunal Federal, onde seu “discurso” caiu como um alerta vermelho de que algo não ia bem no reino da nossa pátria mãe gentil.

E não vai mesmo. Há na sua fala muito mais do que as baixarias do “bilau pequeno” do ministro Edson Fachin e a linguagem miliciana da surra do gato morto. Há um recado. E muito bem dado, para as classes que não frequentam as páginas do livro de memórias do general Villas Boas.

Voltem à cena política da semana passada e só assim podemos entender o contexto em que surge para os seus 15 minutos de fama o tal Daniel do quê. A rejeição a Jair Bolsonaro como presidente da República atingiu seu maior percentual desde junho de 2020, como mostrou pesquisa realizada pelo PoderData entre terça-feira (15) e esta quinta (17). De acordo com o levantamento, 48% dos entrevistados consideraram que a atuação do chefe do Executivo é ruim ou péssima. É importante destacar que quando essas pesquisas vão para a rua o Planalto já tem em mãos os números, detectados pelo GSI. Ou deveria ser assim. Portanto, já havia entre a turma do poder, notícias da queda, sem a receita da “volta por cima”.

Tínhamos em pauta o depoimento vexaminoso do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, concedido intramuros do Exército Brasileiro, à Polícia Federal (uma desonra). Pazuello estava contra a parede por sua inépcia na compra e distribuição das vacinas – sem falar na falta de oxigênio em Manaus. Havia a perspectiva do tombo de 4% do PIB e, ainda, o escândalo das compras milionárias no alto escalão das Forças Armadas. Juntem tudo isto, agora dispam-se do preconceito verbal, abram os ouvidos e coloquem para rodar novamente o vídeo.

Não. Não está ali apenas um “feixe de músculo”. A função é clara. Sofremos um ataque violento de desmonte das instituições e do ambiente democrático de que dispomos com muita luta. Foi ação orquestrada. Na iminência da derrota política, de um descer de ladeira sem fim, a turma do “fim da guerra fria” arquitetou uma jogada decisiva.

De um lado, vinha o general Villas Boas, (de novo ele) disseminando suas ideias e repercutindo o seu discurso para o distinto público letrado. De outro, Daniel, direcionado para os 31% que se aglomeram e passam a quilômetros das páginas de um livro, repetindo o mesmo discurso. Os dois falam as mesmas coisas, mas um tem a sofisticação na medida para os que estudaram, enquanto Daniel, com sua linguagem chula, cantochão – mas cristalina -, dá o recado para o povão.

O discurso de Daniel é a tradução do que disse o general para o pesquisador da FGV, mas acessível para os que gritam “mito”, para os que andam de ônibus e para os que convivem de perto com o poder das milícias.

Não tenham dúvida. Daniel teve uma função naquele momento, bem como Villas Boas e os “empijjamados” do Clube Militar, cuja única função é fustigar a democracia, desde o retorno aos quartéis, em 1985. Na queda, na fragilidade, foram para o “tudo ou nada”, da mesma forma que Bolsonaro, ao se dirigir ontem, aos formandos da Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx), em Campinas, disse que se dependesse dele, “não seria esse o regime que estamos vivendo”. Disso sabemos nós. O que não podemos ignorar, é que eles fizeram uma ação orquestrada para todos os públicos.

Estão dispostos a destruir o pacto da transição, montado (sem a nossa anuência) entre Tancredo Neves, o general Leônidas Pires Gonçalves, a Arena arrependida e o MDB conservador. Aqueles senhores desconheceram, naquele momento histórico da “conquista” do colégio eleitoral, a força da sociedade, que depois de 21 anos subjugada ergueu a sua voz nas ruas e participou ativamente da construção da Constituição de 1988, inserindo na Carta direitos que eles odeiam e desde 2016 tentam apagar item por item, artigo por artigo.

A Constituição mandou para casa os agraciados com a “Medalha do Pacificador”, os alunos da “Escola das Américas” e dos generais Golbery e João Figueiredo, professores da grade de formação dos quadros do SNI. Deixou em cena os filhotes da guerra fria, que tremem só em ver uma camiseta vermelha e são formados pelo “Manual de Campanha – Operações Psicológicas”, do Estado Maior do Exército, de que tratei em artigo de 17 de junho de 2020, aqui, no 247. Caso estejam bem-dispostos, ouçam novamente neste final de semana o vídeo do Daniel. Está lá, o discurso do manual. E o do general, “traduzido”.

Mais uma farsa da Lava Jato: PF registrou depoimento de testemunha que sequer foi ouvida

"Ela entendeu que era pedido nosso e lavrou termo de depoimento como se tivesse ouvido o cara, com escrivão e tudo, quando não ouviu nada...", afirmou Deltan Dallagnol em referência à delegada Erika Marena durante uma conversa com Orlando Martello Júnior. "A culpa maior é nossa, fomos disciplicentes", disse Martello. Os diálogos estão em nova petição apresentada pela defesa de Lula ao STF

Brasil 247, 22/02/2021, 13:00 h Atualizado em 22/02/2021, 13:18
     Deltan Dallagnol e a delegada Erika Marena 
(Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil - Divulgação)

Em nova petição apresentada pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta segunda-feira (22), ficam evidentes novas ilegalidades cometidas pela Lava Jato. Procuradores da operação em Curitiba (PR) afirmaram, em diálogos, que a delegada da Polícia Federal Erika Marena lavrou o termo de depoimento de uma testemunha sem que ela tivesse sido ouvida.

Em uma conversa no dia 26 de janeiro de 2016, o procurador Deltan Dallagnol afirmou ao também procurador Orlando Martello Júnior: "Como expõe a Erika: ela entendeu que era pedido nosso e lavrou termo de depoimento como se tivesse ouvido o cara, com escrivão e tudo, quando não ouviu nada... DPFs [delegado da polícia federal] são facilmente expostos a problemas administrativos". O teor das conversas foi publicado pela coluna de Mônica Bergamo.

"Podemos combinar com ela [Erika] de ela nos provocar diante das notícias do jornal para reinquiri-lo ou algo parecido", respondeu Martello. "Podemos conversar com ela e ver qual estratégia ela prefere. Talvez até, diante da notícia, reinquiri-lo de tudo. Se não fizermos algo, cairemos em descrédito. O mesmo ocorreu com padilha e outros. Temos q chamar esse pessoal aqui e reinquiri-los. Já disse, a culpa maior é nossa. Fomos displicentes!!! Todos nós, onde me incluo. Era uma coisa óbvia q não vimos. Confiamos nos advs e nos colaboradores. Erramos mesmo!", acrescentou.

"Concordo", responde Dallagnol. "Mas se o colaborador e a defesa revelarem como foi o procedimento, a Erika pode sair muito queimada nessa... pode dar falsidade contra ela... isso que me preocupa".

Erika Marena foi a delegada responsável pela operação que perseguiu reitores em Santa Catarina, prendendo ilegalmente Luiz Carlos Cancellier, então reitor da UFSC e que se suicidou depois de uma humilhação pública com acusações de corrupção na universidade. Em 2018, ela foi convidada por Sérgio Moro para integrar a equipe dele no Ministério da Justiça. Depois da saída dele, acabou exonerada.

Na petição encaminhada ao STF, a defesa do ex-presidente Lula apontou uma "gravíssima realidade" nas conversas dos procuradores de Curitiba. "Além de terem praticado inúmeras ilegalidades contra o aqui reclamante [Lula[, a construção de um cenário em que ele ocuparia a liderança máxima de uma afirmada organização criminosa envolveu o uso contumaz de depoimentos que jamais existiram", afirmou.

domingo, 21 de fevereiro de 2021

É impossível seguir Jesus e se calar sobre Bolsonaro: traíram o Evangelho

        O presidente Jair Bolsonaro em Brasília     Imagem: Mateus Bonomi/AGIF/Estadão Conteúdo

Ronilso PachecoColunista do UOL 21/02/2021 04h00

Não são poucas as igrejas evangélicas e os evangélicos que têm demonstrado apoio irrestrito ou silêncio conivente com o governo bolsonarista. Até aí, estaria tudo bem, porque, gostemos ou não, são escolhas.

Como o campo evangélico é extremamente diverso, é comum a alegação de que evangélicos possuem posicionamentos diferentes e podem sustentar suas posições na Bíblia, porque isso seria uma questão de interpretação. Mas, definitivamente, não se trata de interpretação. Mas, definitivamente, não se trata de interpretação. A vida de Jesus está lá, nos quatro Evangelhos do Novo testamento para servir de referência.

A posição desses pastores — seus impérios, sua conivência com a política bem-sucedida de indiferença com os cuidados da população — é uma traição inquestionável do que é a vida de Jesus descrita nos quatro Evangelhos.

Homens como Silas Malafaia, Edir Macedo, Valdemiro Santiago e R.R. Soares não possuem qualquer compromisso com uma "forma" de ser evangélico. São interesseiros milionários. É inexplicável que líderes milionários se digam imitadores de alguém que mal tinha uma casa e fomentou que os ricos distribuíssem a riqueza que tinham.

Chega a ser doentio que esses pastores busquem conquistar o país com uma megaigreja em cada parte do território nacional, enquanto, na Bíblia, Jesus não teve qualquer apego aos templos por onde passou.

Aliás, as principais memórias sobre Jesus, os textos mais conhecidos sobre suas mensagens (o Sermão da Montanha talvez seja o maior deles) aconteceram em meio ao povo, na rua, nos montes, às margens de rios, e nunca no templo. É sintomático que, nas poucas ocasiões em que Jesus aparece no templo, ele tenha precisado fugir da elite religiosa, ameaçado de morte.

Isso não quer dizer que igrejas são desnecessárias, quer dizer que igrejas têm mais a ver com uma relação comunitária, cuidada por sua liderança, do que com um império de centenas de igrejas espalhadas pelo país e que torna o seu pastor-fundador absurdamente rico, milionário.

O império desses homens também criou uma geração de pastores "playboys" que ostentam preconceito, racismo religioso e homofobia. Pastores como André Valadão e Lucinho Barreto não são apenas pregadores ruins, são cínicos e desrespeitosos.

Como a pregação no púlpito de uma igreja também é algo que se aprende a fazer (as frases, as orações, as músicas, os gestos, o tom de voz, tudo pode ser ensinado e aprendido) eles apenas interpretam, cada um à sua maneira.

Lucinho Barreto é o homem que age como menino, brincando de "cheirar a Bíblia", incitando racismo religioso, gabando-se de atacar terreiros. Que diz que, contra bandido, o policial deve matar "descarregando a arma e jogar o revólver na cara no final".

Da mesma forma faz André Valadão, o menino rico que ostenta a boa vida em Orlando, nos Estados Unidos, enquanto acha estar defendendo a Bíblia ao dizer que "igreja não é lugar para gays".

Igreja Batista Lagoinha, Vitória em Cristo, Universal, Renascer, Sara Nossa Terra, Catedral do Avivamento, de Marco Feliciano, Igreja Batista Atitude, entre outras e suas respectivas lideranças não possuem nada, absolutamente nada, do que a vida de Jesus é. Consequentemente, elas ferem e traem quem deposita nelas a credibilidade de conhecimento e compromisso com o Evangelho.

Mas nem tudo vem do mundo pentecostal e seus pastores milionários, seus playboys inconsequentes. Não mesmo. A precariedade e perversidade políticas do governo Jair Bolsonaro (sem partido) também têm a chancela dos que fingem "racionalidade" e imparcialidade.

Órgãos como Convenção Batista Brasileira, Coalizão pelo Evangelho, Visão Nacional para a Consciência Cristã, Associação Nacional dos Juristas Evangélicos, Jocum (Jovens com uma Missão), entre outros, contribuem para blindar um governo que tem na violência sua principal linguagem, prioriza mais as armas do que as vacinas e continua atacando minorias sociais (e a democracia).

E, como o governo odeia tudo que tem aparência de "esquerda", "comunista" ou "progressista", esses homens (sempre homens) "ilustrados" da igreja usam o silêncio para chancelar tudo que o bolsonarismo tem raivosamente implementado, da política econômica à social.

Não há inspiração em Jesus possível aqui. Um país com um governo que patina no cuidado da saúde numa das maiores crises sanitárias de nossa história, com a economia secundarizada para os mais pobres, implorando por um auxílio emergencial para não tocar a fome, e o campo evangélico conservador e fundamentalista dividido entre os que olham ensimesmados para o céu e os que olham para suas contas bancárias e para os privilégios da sua igreja.

Rosa Weber envia à PGR acusação contra Bolsonaro por promoção da cloroquina

O documento do PDT pede que Bolsonaro seja investigado pela suposta “prática dos crimes de emprego irregular de verbas públicas e perigo para a vida ou saúde de outrem” e pela “dispensa de licitação para a produção de comprimidos de cloroquina”

21 de fevereiro de 2021, 15:18 h Atualizado em 21 de fevereiro de 2021, 15:18
  (Foto: Roberto Jayme/Ascom/TSE)

A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), encaminhou à Procuradoria-Geral da República uma notícia-crime contra Jair Bolsonaro, apresentada pelo PDT, por promoção do uso da cloroquina no tratamento da Covid-19, segundo a Crusoé.

O documento pede que Bolsonaro seja investigado pela suposta “prática dos crimes de emprego irregular de verbas públicas e perigo para a vida ou saúde de outrem” e pela “dispensa de licitação para a produção de comprimidos de cloroquina”.

Cabe ao PGR, Augusto Aras, optar se prossegue ou arquiva o pedido.

Paulo Guedes está sendo "fritado"?

Miriam Leitão diz que Bolsonaro deu golpe na Petrobrás e que Guedes virou fantasma no governo, enquanto Salim Mattar diz que sonho liberal acabou, que Paulo Guedes foi vencido e que Bolsonaro é truculento

Brasil 247, 21/02/2021, 08:17 h Atualizado em 21/02/2021, 08:17
   Miriam Leitão detona comunicação de Paulo Guedes. (Foto: Divulgação)

A jornalista Miriam Leitão, que fez campanha pelo golpe de 2016, que teve como finalidade principal transferir a renda do pré-sal da sociedade brasileira para acionistas privados da Petrobrás, hoje diz em sua coluna que Jair Bolsonaro e os militares deram um golpe na estatal. "A Petrobras está sob intervenção de militares. O presidente da empresa e do conselho são um general e um almirante, o ministro da área, um almirante. A empresa perdeu R$ 50 bilhões de valor, no pregão de sexta-feira e no after market, e a governança foi violentada. Jair Bolsonaro alimentou a especulação, anunciou a mudança pelo Facebook e o fato relevante veio só depois. O general Joaquim Silva Luna foi um dos redatores da nota de ameaça ao Supremo em 2018. O ministro da Economia, Paulo Guedes, virou um fantasma dentro do governo", diz ela.

"Acionistas podem entrar na Justiça porque tiveram prejuízo por ato temerário do acionista controlador. Várias regras das empresas de capital aberto e do estatuto da Petrobras foram feridas por Bolsonaro. O golpe foi executado em detalhes. Ao anunciar que indicava Silva Luna também para ser um dos membros do Conselho de Administração, o governo convocou uma Assembleia Geral Extraordinária. A Lei das S/A de 2001, artigo 141, parágrafo terceiro, diz que sempre que houver a destituição de um membro do conselho todos os outros estão destituídos. Assim, o governo preparou o bote. Se houvesse resistência ao nome do general Luna, entre os seus representantes no Conselho de Administração, todos os nomes restantes seriam trocados. À noite, o governo informou que os reconduzia. Contudo, ficou sobre eles a espada", afirma.

"A governança da Petrobras foi atacada por Bolsonaro para impor o controle de preços. Nem isso contentará os caminhoneiros. Bolsonaro é inimigo do liberalismo econômico e derrubou o valor da ação da Petrobras. Mas isso se recupera no futuro. O bem mais caro que Bolsonaro ameaça é a democracia. O país sabe o alto preço que pagou por ela", diz ainda Miriam Leitão.

O empresário Salim Mattar, responsável pelas privatizações do governo está desapontado

      (Foto: ABr)

O empresário Salim Mattar, dono da Localiza, locadora de veículos que conta com uma série de incentivos fiscais, e que foi para o governo de Jair Bolsonaro para tentar desmontar o estado brasileiro, na secretaria de privatizações, expôs seu lamento com o fim do sonho liberal, em entrevista à jornalista Cleide Silva, publicada no jornal Estado de S. Paulo. "O ministro Guedes é resiliente, obstinado e determinado, mas não percebeu que foi vencido. Por exemplo, há quanto tempo a história da Eletrobrás está no Congresso e não consegue autorização? Tem a Casa da Moeda, que eu tentei privatizar e o Congresso disse não por considerá-la estratégica. Mas ela é uma gráfica. O pior é que daqui três ou quatro anos vamos vender as máquinas de fazer notas e moedas a quilo em ferro velho porque não vai ter mais valor. Essas pessoas que falam que é estratégico são cegas e não conseguem entender que moeda e papel moeda vão desaparecer em pouco tempo. A China, desde maio do ano passado, só paga os servidores em moeda digital, princípio que outros países vão adotar", disse ele.

Salim Mattar também criticou a demissão de Roberto Castello Branco, o presidente entreguista da Petrobrás, que vinha privatizando a empresa aos pedaços. "Primeiro acho que faltou elegância, respeito e consideração pela forma como foi demitido. Isso demonstra uma certa truculência do governo. O histórico da Petrobrás é que os presidentes têm sido substituídos a cada dois anos. Como pode uma empresa dar certo trocando o presidente a cada dois anos? Quero lembrar que há alguns anos saiu o Pedro Parente por problemas parecidos - combustível, greve de caminhoneiro. Repare que os interesses políticos sobre as empresas continuam acentuados. Governos, por favor fechem o capital da Petrobrás e façam o que quiserem, mas respeitem as regras."

Raduan Nassar: se STF não se acovardar, Lula será candidato em 2022

O jornalista Raduan Nassar ainda ressaltou a desmoralização da Lava Jato e destacou que foi uma operação, com interferência dos Estados Unidos, para destruir a soberania nacional

21 de fevereiro de 2021, 14:21 h Atualizado em 21 de fevereiro de 2021, 14:45
  Raduan Nassar com Fernando Morais (Foto: Foto: Ricardo Stuckert)

O escritor Raduan Nassar, em entrevista à Folha de S.Paulo, defendeu a candidatura de Lula em 2022. Segundo ele, “se o STF não se acovardar, é bem provável que Lula venha a se candidatar nas próximas eleições”. Ele, defende, diante das revelações da Vaza Jato, que o ex-presidente petista tenha seus direitos restituídos.

“O primeiro nome é sempre o de Lula, alguém com estatura de estadista. Caso seu nome, por razões espúrias, seja barrado novamente pelos militares, [Fernando] Haddad e [Flávio] Dino são nomes íntegros”, afirmou.

O jornalista ainda ressaltou a desmoralização da Lava Jato e destacou que foi uma operação, com interferência dos Estados Unidos, para destruir a soberania nacional. “Para quem acompanha a geopolítica mundial nas últimas décadas não é difícil a leitura sobre o modo como os EUA agem para garantir o domínio sobre os seus ‘quintais’ pelo mundo”, destacou.

“Estava claro ainda que, sob a aura de ‘heróis’, que a Lava Jato operava a favor de interesses internacionais, com a conivência de parte do Judiciário, o que se comprova com a revelação das mensagens trocadas entre aquele grupo de Curitiba”, afirmou.

“Alguns fatos não podem ser esquecidos, todo o prejuízo para nossa indústria, para a educação, saúde, ciência e economia, precisa ser colocado na conta do chamado ‘Tucanistão’. O PSDB de Aécio, de Serra e de FHC —este último não podia ser melindrado, segundo o marreco de Maringá— não admitiu a derrota nas urnas, foi partícipe do golpe, da entrega do pré-sal, ajudou a eleger Bolsonaro com o voto do BolsoDoria, e vota fechadinho com a agenda do presidente genocida e de seu ministro ‘Posto Ipiranga’”.

“Alguém se esquece do então ministro da Justiça, enfiado num governo de cor laranja, cheio de rachaduras e ‘rachadinhas’, se referindo ao crime de caixa dois de Onyx Lorenzoni? Segundo Moro, ‘ele pediu desculpas’”.

"Se Lula puder ser candidato, a fragmentação da esquerda desaparece", diz Breno Altman

O jornalista analisou possíveis cenários eleitorais para 2022, ressaltando que, caso a candidatura do ex-presidente Lula não seja permitida, o caminho do PT para o segundo turno seria muito mais árduo. 

Brasil 247, 19/02/2021, 18:28 h Atualizado em 19/02/2021, 19:12
    Felipe L. Gonçalves/Brasil247 (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247)

O jornalista Breno Altman analisou no Bom dia 247 dois possíveis cenários eleitorais para 2022, um com o ex-presidente Lula podendo ser candidato, e o atual, sem ele.

Para Altman, a candidatura do líder petista, caso permitida, reduziria as chances de fragmentação no campo progressista. “O que melhor define o cenário para o país é se o Lula poderá ou não ser candidato. Essa é a questão crucial. Se o Lula puder ser candidato, a fragmentação da esquerda se reduziria fortemente, porque Dino e Boulos muito dificilmente se apresentariam como candidatos, e Ciro Gomes perderia massa eleitoral imediatamente. Caminharíamos para uma polarização entre Bolsonaro e Lula”, explicou.

Porém, aponta Breno, caso isso não ocorra, o caminho do Partido dos Trabalhadores para o segundo turno seria muito mais árduo. “Se Lula não puder ser candidato, o risco de fragmentação seria maior, a massa eleitoral do Ciro se manteria estável, portanto ajudando na divisão do campo progressista, e o Partido dos Trabalhadores teria que transpirar para estar no segundo turno. É uma tendência que o PT esteja no segundo turno, mas as dificuldades seriam maiores”, disse o jornalista.

Hugo Chávez era um amador perto de Bolsonaro, diz Eliane Cantanhêde

Jornalista que fez campanha pelo golpe contra a ex-presidente Dilma Rousseff agora também entoa o coro de que o Brasil vai virar Venezuela com Jair Bolsonaro

Brasil 247, 21/02/2021, 08:02 h Atualizado em 21/02/2021, 08:02
     Jornalista alerta para mais aumento de casos do coronavírus entre os mais pobres (Foto: Dir.: Carolina Antunes - PR)

A colunista Eliane Cantanhêde, que faz parte do time que fez campanha pelo golpe contra a ex-presidente Dilma Rousseff e pela prisão política do ex-presidente Lula, dois fenômenos que permitiram a volta dos militares ao poder num governo de cortes neofascistas, hoje entoa o coro de que o Brasil vai virar Venezuela com Jair Bolsonaro no poder.

"Bolsonaro botou as Forças Armadas no bolso, cooptou as polícias, arma as milícias, dá carne aos leões bolsonaristas, enquanto cala o Congresso, faz política de boa vizinhança com o Supremo e o STJ e troca o falso liberalismo econômico por intervencionismo, corporativismo e populismo", diz ela, em sua coluna.

"É assim que multidões defendem um governo que trabalhou a favor do vírus, chegou atrasado e a conta-gotas às vacinas e tem um presidente capaz de inventar que rasuraram a carteira de vacinação da mãe só para fingir que era a “vacina chinesa do Dória”. O coronel Hugo Chávez era um amador", afirma.