quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

A paixão da ignorância: uma psicanálise da educação para a escuta

Leia a “Introdução” do autor do livro recém-lançado, primeiro volume da Coleção “Psicanálise e Educação”

Brasil 247, 12/01/2021, 21:42 h Atualizado em 12/01/2021, 21:42
   Senado aprova PECdo Fundeb (Foto: Milton Michida/A2)

Por Christian Dunker 

(Publicado no site A Terra é Redonda)

Introdução

A escuta talvez esteja no ponto de passagem e de articulação entre duas superfícies: educação formal e educação informal; educar e cuidar, aprender e ensinar. Este ponto de divisão subjetiva do educador é também seu ponto de desamparo e de vazio. Por isso penso que a escuta – que não é prerrogativa ou exclusividade do psicanalista, do psicoterapeuta ou do especialista em saúde mental – tornou-se peça fundamental para o educador.




Depois de gerações formadas para disputar a fala, depois de anos avaliando a participação de alunos pela sua disposição a falar, estamos nos dando conta de que a faculdade de escutar também devia fazer parte de nossos currículos, objetivos e habilidades. Um dos equívocos dessa falicização da fala é pensar que o protagonista é quem fala e o subordinado quem escuta. Penso que o protagonista é aquele que, como diz o termo em grego, carrega em si (proto) o conflito (agon).

Assim como a paixão da fala parece acompanhar os que querem saber, a paixão da escuta tem a ver com a experiência da ignorância. Não se trata aqui da ignorância como mera falta de instrução ou civilidade, mas da ignorância como ponto de partida para a aventura da escuta e da abertura para o outro. Chamemos isso de escuta lúdica ou escuta empática, escuta ativa ou não violenta.


Christian Dunker, Professor titular do Instituto de Psicologia da USP. Autor, entre outros livros, de Litorais do patológico (Nversos). A paixão da ignorância: uma psicanálise da educação para a escuta

Secretários estaduais de Saúde consideram "perversidade" e "loucura" pressão de Pazuello por cloroquina

Secretários estaduais de Saúde trataram como uma "perversidade" e uma "loucura" a pressão do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, para que autoridades prescrevam a cloroquina contra o coronavírus

Brasil 247, 13/01/2021, 08:32 h Atualizado em 13/01/2021, 08:51
General Eduardo Pazuello, ministro da Saúde (Foto: Erasmo Salomão/MS)

Secretários estaduais de Saúde repudiaram a pressão do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, para que autoridades prescrevam a cloroquina contra o coronavírus. Dirigentes trataram o documento da pasta como "esdrúxulo", "loucura" e "perversidade". A informação foi publicada pela coluna Painel, da Folha

O ofício do ministério, assinado por Mayra Pinheiro, secretária de Gestão do Trabalho e da Educação da Saúde, afirmou que não utilizar estes medicamentos é "inadmissível". O documento foi enviado para a secretaria municipal de Saúde de Manaus.

Após tentativa de golpe nos EUA, internautas relembram que Aécio fez o mesmo no Brasil

Os deputados federais Alexandre Padilha (PT-SP) e Marcelo Freixo (PSOL-RJ) anunciaram ações no Tribunal de Contas da União (TCU) e no Ministério Público Federal contra o ministério. 

O impeachment de Bolsonaro, fruto de um “acordão”, pode ser rápido e cirúrgico

O jornalista Laurez Cerqueira avalia que a destituição de Jair Bolsonaro está nos debates das eleições para presidência da Câmara e do Senado. "A situação é tão grave que a destituição de Bolsonaro pode ocorrer em tempo recorde com ou sem o povo na rua", afirma Cerqueira

Brasil 247, 12/01/2021, 16:18 h Atualizado em 12/01/2021, 17:01
   (Foto: Divulgação | ABr)

O impeachment de Bolsonaro já é assunto tratado nas reuniões que discutem as eleições das mesas da Câmara e do Senado. O presidente chegou muito perto da zona de descarte. Pode ser destituído num processo rápido e cirúrgico. Seis meses seria o suficiente.

O vice-presidente Hamilton Mourão voltou ao trabalho, depois do tratamento da Covid-19, com declarações contrárias ao que disse recentemente Jair Bolsonaro, desfazendo os disparates do titular. Mourão disse que tanto Baleia Rossi quanto Lira são governistas, que vai se vacinar por ser uma questão coletiva e não individual e defendeu a lisura das eleições nos Estados Unidos. Declarações num momento em que o impeachment entra na pauta de debate nacional.

No vale-tudo da crise, a hipótese de um acordão no âmbito das eleições da Câmara e do Senado, para o impeachment de Jair Bolsonaro, empossar o vice-presidente Hamilton Mourão e fazer uma ampla reforma ministerial não pode ser descartada. Esses momentos são feitos de conspirações, de ações subterrâneas.



Nesse acordão, Paulo Guedes e seu staf pode ser substituído. Paulo Guedes, posto à prova, deu chabu, demonstrou ser um fundamentalista ultraliberal superado e incompetente. O Brasil está queimando suas reservas para conter a alta do dólar, voltando à perigosa vulnerabilidade externa, sujeito a ataques especulativos como os que ocorreram com o país quebrado, no período FHC. A explosão do desemprego, da quantidade de moradores em situação de rua não sensibiliza o ministro da economia. Ele acredita que as empresas vão resolver todos os problemas do país. A desistência da Ford de produzir no Brasil é um caso inconteste de que a política econômica de Paulo Guedes é um desastre.

Ernesto Araújo, um vexame internacional, envergonha a diplomacia brasileira mundo afora, posicionou-se politicamente de forma submissa aos Estados Unidos e afrontosa contra parceiros comerciais. O obtuso ministro Ricardo Salles, com sua estupidez ancestral, não cabe no século XXI. O ministro da Saúde, um burocrata paquidérmico, até o momento não fez um plano nacional de enfrentamento da pandemia. O país já ultrapassou a marca de 200 mil mortos. Uma tragédia, por absoluta incompetência. Sem falar nos outros trambolhos ministeriais.

Está claro que além de desastrado e beligerante, Bolsonaro e seu governo não dispõem de condições mínimas para enfrentar a grave crise econômica, social e política do país. O aumento do desemprego estrutural, da inflação, sem rede de proteção social, sem projeto consistente capaz de apontar uma saída para a crise, levou o país a uma situação dramática, com penosa deterioração das condições de vida da população.


A fuga recorde de capitais, com o dólar a mais de R$ 5,50, tem favorecido as exportações de produtos agrícolas, mas fazendo disparar a inflação de gêneros de primeira necessidade, afetando de forma perversa principalmente a população pobre, o fim do Auxílio Emergencial, e outros fatores, certamente fará com que a popularidade de Bolsonaro desabe muito rápido.

O disparo em massa de fake news, um recurso de comunicação criminoso, que ajudou Bolsonaro a garantir cerca de 40% de “bom e ótimo” nas pesquisas deve perder força à medida que a realidade bater à porta da população e fizer o contraponto com as noticias falsas das redes sociais.

Senadores e deputados já perceberam que a popularidade de Bolsonaro deve cair nos próximos meses com o agravamento da crise. Ele levou um susto quando soube que a bancada ruralista descolou do governo, apoia o candidato Baleia Rossi.

Para parlamentares oportunistas, que são muitos, este ano é considerado “véspera do ano eleitoral” (2022), quando é feita avaliação do desempenho e da popularidade do governo. Se estiver em alta, os oportunistas acompanham o governo, mas, se estiver caindo ou em baixa começam a pular do barco e se juntar à oposição, para salvarem suas reeleições. O “ano véspera” é um divisor na política do Congresso Nacional e isso deve ser levado em consideração.

Há crimes de sobra para instauração do processo de impeachment. O Supremo Tribunal Federal e outras instâncias da justiça, Câmara e Senado, têm sido coniventes com todos os crimes de Bolsonaro. Afinal, são instituições parceiras do golpe. O problema é que o fruto do golpe está envenenando o projeto neoliberal. Eles apostaram em Geraldo Alckmin, que também deu chabu nas eleições. Tiveram que se pendurar em Bolsonaro e em Paulo Guedes. Deu num desastre político e econômico.

No cenário de escombros do golpe, num Congresso de mais baixo nível dos últimos tempos, Rodrigo Maia, com a ajuda clemente da mídia oligárquica, despontou como articulador político nas eleições municipais e conseguiu um resultado que repercutiu no Congresso Nacional e fortaleceu a centro-direita.

Rodrigo Maia tem demonstrado trabalhar na perspectiva de dar liga a um espectro de forças políticas de perfil bastante semelhante ao que deu sustentação aos dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso e isolar a extrema direita e a esquerda. Só que, precisou formar uma chapa hegemônica para as eleições da Mesa da Câmara e do Senado. Sem outra alternativa, teve que agregar os partidos de esquerda.

Com a vitória de Joe Biden nas eleições dos Estados Unidos e o tombo espetacular de Donald Trump, do pódio das fake news, a tendência dessas forças políticas é de se alinharem ao governo de Joe Biden. Já Bolsonaro, seus seguidores e de Donald Trump, entre eles o guru Olavo de Carvalho, estão perdidos, sem rumo, não têm mais onde se agarrar.

Por outro lado, o pilar mais importante de sustentação de Bolsonaro, as máquinas de produção e impulsionamento de fake news estão sofrendo um forte revés. Depois da invasão do Capitólio, as gigantes Twitter, Instagran,Google, Facebook, Amazon, Apple e outras plataformas bloquearam temporariamente Donald Trump. Resolveram agir nos Estados Unidos, começaram a fazer um pente fino e banir de suas redes sites, blogs e grupos de postagens de ódio.

Trump recomendou aos seus militantes a migração para a plataforma Parler e aqui Bolsonaro indicou aos seus seguidores o mesmo caminho. Isso é um sintoma de que vem restrições por aí e que ele sentiu o baque.

Existe ainda a investigação do STF de grupos de extrema direita, que usam sistematicamente fake news para atacar a instituição, ministros da corte, a democracia e pregam golpe o militar. O ministro Alexandre de Moraes, que coordena a investigação, ordenou a prisão de alguns. Responderão em liberdade, mas o caso deve voltar ao noticiário após decisão definitiva do tribunal. Alexandre de Moraes prorrogou, em dezembro, por 90 dias inquéritos que fecham o cerco sobre o Planalto.

Além disso, os filhos de Bolsonaro estão sendo investigados tanto pelo disparo de fake newscomo pelo escândalo das “rachadinhas”. Os processos devem ser concluídos ainda neste semestre e levado aos tribunais. Os filhos podem ser cassados e presos, agravando ainda mais a situação de Bolsonaro.

A invasão do Capitólio mexeu com o mundo, causou indignação por ser um atentado à democracia. A reação nos países com democracia consolidada deve ter desdobramentos no sentido de conter o avanço do fascismo em todo o mundo. Chefes de estado condenaram o atentado e devem propor medidas para enquadrar quem vandaliza a democracia.

Além de Trump, Bolsonaro é outro que deve ser contido e o país resgatado do fascismo. Não há impeachment sem povo na rua. Talvez por isso Bolsonaro sabota todas as iniciativas das autoridades sanitárias de controle da pandemia. Ele sabe que tem um grito da população amordaçado pelas máscaras. Mas a situação é tão grave que a destituição dele pode ocorrer em tempo recorde com ou sem o povo na rua.

A cúpula dos militares não tem demonstrado disposição de arcar com o ônus de dar sustentação a Bolsonaro, ao seu desgoverno e às ações criminosas dos seus filhos. Seria um estrago muito grande na imagem das Forças Armadas. Recentemente o comandante do Exército, Edson Pujol, numa palestra com a presença de Bolsonaro, disse claramente que “… as Forças Armadas são uma instituição de Estado e não de governo.”

Jair Bolsonaro segue o mesmo caminho de Donald Trump, ameaçando as instituições, colocando em risco a população e deve chagar ao mesmo destino: o impeachment.

terça-feira, 12 de janeiro de 2021

A culpa é da Ford ou da ausência de governo?

“Nenhuma empresa investe num país que está deliberadamente destruindo seu mercado interno”, diz o jornalista Leonardo Attuch, editor do 247. “E não adianta culpar o custo do trabalho no Brasil, porque Henry Ford defendia trabalhadores bem-pagos para que todos pudessem comprar seus automóveis”

12 de janeiro de 2021, 08:31 h Atualizado em 12 de janeiro de 2021, 08:41
   (Foto: Reuters)

Depois de 103 anos, a Ford decidiu fechar todas as suas fábricas no Brasil. Para algumas vozes da direita, como a do general Mourão, a empresa é a vilã da história, porque abandona o País depois de muitos anos lucrando no Brasil (especialmente durante aquela “década” de ouro). Para setores da esquerda, a montadora também tem culpa no cartório, porque só investiu no Brasil enquanto conseguiu extrair incentivos fiscais.

Comecemos por Mourão, cuja fala revela total desconhecimento sobre o que é a atividade empresarial. Nenhuma empresa, no Brasil e no mundo, vive das glórias do passado. Só se investe ou se mantém algo em atividade, mesmo quando há prejuízos transitórios, quando se confia no dia de amanhã. Se a Ford está saindo do Brasil depois de 103 anos, isso significa que a empresa não enxerga futuro algum no País. É esta uma visão acertada ou equivocada? A julgar pela “ciência” econômica de um país cuja elite que promove golpes de estado para reduzir salários e seu próprio mercado interno, faz todo o sentido ir embora. Basta lembrar da lógica de Henry Ford, que defendia trabalhadores bem-pagos para que todos pudessem comprar seus automóveis. Se no Brasil as reformas trabalhistas visam empobrecer trabalhadores e a política econômica destrói o mercado interno, qual é a lógica de permanecer nesta terra arrasada?

Passemos agora ao discurso de setores da esquerda. Em vez de atacar a ausência de governo federal e a destruição econômica produzida por Jair Bolsonaro e Paulo Guedes, muitos estão preferindo fazer um acerto de contas em relação ao passado. O motivo é o fato de o ex-governador gaúcho Olívio Dutra, do PT, não ter aceito a faca no pescoço da Ford, que acabou investindo na Bahia - o que acabou custando a reeleição de Dutra, em 2002, quando ele foi derrotado por Germano Rigotto, do MDB, após intensa campanha midiática.



Dutra tinha razão? Certamente, sim. Empresas privadas são predatórias, extorquem governos em busca de incentivos fiscais, mas, ainda assim, geram ganhos econômicos colaterais. E quem mais se beneficiou do ciclo Ford na Bahia foram justamente os governos progressistas de Jaques Wagner, que foi sucedido pelo atual governador Rui Costa, ambos do PT. Como Rui sabe da importância de se manter um polo automotivo, e de seu efeito multiplicador na economia, ele já corre atrás de uma montadora chinesa para instalar na fábrica de Camaçari (BA). O mesmo esforço será feito pelo governador cearense Camilo Santana, também do PT, que buscará investidores para a fábrica da Ford/Troller em Horizonte (CE).

A realidade é uma só: desde o golpe de 2016, articulado pelo PSDB e pelo MDB, sob o beneplácito das instituições e com apoio das forças armadas, o mercado interno brasileiro vem sendo deliberadamente destruído. Já se foram as empresas de engenharia, a indústria naval e agora a Ford começa a puxar a fila das montadoras. Enquanto esse processo de destruição nacional não for contido, não adianta culpar empresários malvados.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

STF deve julgar suspeição de Moro no primeiro semestre, diz Gilmar Mendes

Ministro Gilmar Mendes afirmou que o habeas corpus que pede a suspeição de Sérgio Moro na sentença que condenou o ex-presidente Lula no caso do triplex deve ir a julgamento mesmo de maneira virtual na 2ª Turma do STF

Brasil 247, 11/01/2021, 16:04 h Atualizado em 11/01/2021, 16:43
   Gilmar Mendes, Sérgio Moro e Lula (Foto: STF | Reuters | Ricardo Stuckert)

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta segunda-feira (11) que ação que pede a suspeição do ex-juiz Sérgio Moro na sentença contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode ser julgada no primeiro semestre deste ano. 

Em entrevista à jornalista Andreia Sadi, da Globonews, Gilmar Mendes disse que defendeu que o julgamento ocorresse de maneira presencial na 2ª Turma do STF, mas devido à indefinição no cronograma de vacinação, o ministro afirmou que o julgamento deve ocorrer no primeiro semestre mesmo se for virtualmente.

"É possível que no primeiro semestre a gente já julgue este caso, que é extremamente importante e relevante", disse Gilmar Mendes. "Tenho dito sempre que é importante que nós possamos propiciar ao ex-presidente Lula um julgamento digno do nome, que possamos avaliar os argumentos que ele suscita de eventual parcialidade ou imparcialidade da força tarefa de Curitiba", acrescentou. 



O habeas corpus que pede a suspeição de Sérgio Moro na sentença que condenou Lula no caso do triplex teve um pedido de vista em 2018 pelo ministro Gilmar Mendes. Na ocasião, votaram contra o pedido o ministro Edson Fachin e a ministra Cármen Lúcia. Faltam os votos de Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Nunes Marques.

Caso declarado suspeito, a sentença é anulada e os direitos políticos de Lula são restabelecidos.
Após conceder uma entrevista dizendo que não tinha "nenhum compromisso" com o impeachment de Jair Bolsonaro e ouvir do PT que poderia perder votos com isso, o candidato à presidência da Câmara recuou

Brasil 247, 11/01/2021, 17:31 h Atualizado em 11/01/2021, 17:56
  (Foto: Divulgação)

Após conceder uma entrevista dizendo que não tinha "nenhum compromisso" com o impeachment de Jair Bolsonaro e ouvir do PT que poderia perder votos com isso, Baleia Rossi (MDB-SP), candidato à presidência da Câmara dos Deputados voltou atrás e disse hoje (11) que um pedido para tal seria tratado "com muita clareza e objetividade".

“É prerrogativa do Parlamento, e nós não podemos abrir mão de nenhuma prerrogativa”, declarou após reunião com a parte da bancada catarinense na manhã desta segunda-feira, 11, em Florianópolis. 



A presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffman (PR), condenou no último domingo (10) a postura de Baleia em relação ao impeachment: "Dar resposta a crimes do Executivo é o item 3.6 do compromisso de Baleia Rossi c/ oposição. Inclui analisar denúncias de crimes do presidente da República, mesmo q ñ haja acordo p/ aprovar impeachment. Ao negar o q tratamos e fechar essa possibilidade, Baleia perderá votos no PT”, disse.

domingo, 10 de janeiro de 2021

CNN nos EUA diz que Pence pode invocar 25ª Emenda para destituir Trump da Presidência

O vice-presidente dos EUA, Mike Pence, não descarta invocar a 25ª Emenda da Constituição do país e, com isso, levar ao Congresso a destituição de Trump. Para isso, ele e a maioria do gabinete (ministério) precisam declarar Trump incapaz de desempenhar suas funções

Brasil 247, 10/01/2021, 18:47 h Atualizado em 10/01/2021, 18:48
Mike Pence e Trump (Foto: REUTERS/Joshua Roberts)

Reportagem da CNN estadunidense assinada pelos jornalistas Jim Acosta e Pamela Brown afirma que o vice-presidente dos EUA, Mike Pence, não descarta invocar a 25ª Emenda e quer preservar a opção no caso o presidente Donald Trump “fique mais instável”. A 25ª Emenda destitui o presidente de seu cargo e precisa ser invocada pelo vice-presidente.A 25ª Emenda permite que o vice-presidente se torne presidente em exercício quando um presidente estiver impossibilitado de continuar suas funções (por exemplo, se ficar incapacitado devido a uma doença física ou mental). Para tanto, o o vice-presidente e a maioria do gabinete (ministério) precisam declarar o presidente incapaz de desempenhar suas funções.

A fonte citada pela CNN afirma que há alguma preocupação dentro da equipe de Pence de que haja riscos de invocar a 25ª Emenda ou mesmo de um processo de impeachment, já que Trump poderia “tomar algum tipo de ação precipitada colocando a nação em risco”.

Até a noite de sábado (9), Trump e Pence ainda não haviam se falado desde a invasão de quarta-feira (6) no Capitólio dos Estados Unidos que deixou cinco pessoas mortas, incluindo um oficial da Polícia do Capitólio, outra fonte disse à CNN. O presidente também não fez nenhum comentário público repudiando as ameaças de morte postadas nas redes sociais contra Pence.

Enquanto líderes mundiais se vacinam na frente das câmeras, Bolsonaro impõe 100 anos de sigilo ao seu cartão de vacinação

Será que ele é, simplesmente, diferente dos demais lideres mundiais?

DCM, 08/01/2021 - 20h50


Da Redação

Na tarde de sexta-feira, 08-01, Débora Diniz tuitou:


Bingo.

Debora Diniz é antropóloga, professora de Direito da Universidade de Brasília (UnB) e pesquisadora. É autora de estudos sobre bioética, feminismo, direitos humanos e saúde.

Ao contrário do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que diz que não tomará vacina contra a covi-19 (apesar de o Brasil já ter mais de 200 mil mortes pelo novo coronavírus), líderes mundiais estão se vacinando nas frentes das câmeras.

O primeiro foi o republicano Mike Pence, 61 anos, que está deixando a vice-presidência dos Estados Unidos. A sua sua esposa, Karen Pence, também foi imunizada.

Os democratas Joe Biden, 78 anos, e Kamala Harris, 56, eleitos presidente e vice-presidente dos EUA, também se vacinaram. Os dois televisionaram o momento para incentivar os americanos a se imunizar.

Do outro lado do mundo, Benjamin Netanyanhu, primeiro-ministro de Israel, também se vacinou contra a covid.

Na Inglaterra, a rainha Elizabeth II, 94 anos, e o seu marido, o príncipe Phillip, 99, também serão vacinados publicamente para incentivar a vacinação.

O presidente da Argentina, Alberto Fernández, de 61, é de centro-esquerda e também confirmou que vai receber o imunizante. “Para acabar com todas as dúvidas, assim que a vacina estiver aqui, o primeiro a se vacinar serei eu”, disse.

O mesmo prometem fazer o presidente da Argentina, Alberto Fernández, de 61, e o da Rússia, Vladimir Putin, de 68.

Alguns ex-presidentes americanos confirmaram que serão vacinados.

Os democratas Barack Obama, 59 anos, Bill Clinton, 74, e o republicano George W. Bush, também de 74 anos, já se ofereceram e também devem tomar a vacina em frente às câmeras.

Enquanto isso, no Brasil, o Palácio do Planalto decretou sigilo de até 100 anos ao cartão de vacinação de Jair Bolsonaro.

A revelação foi publicada na coluna de Guilherme Amado, na revista Época. A matéria é de Eduardo Barretto:

Em resposta a um pedido da coluna por meio da Lei de Acesso à Informação, a Presidência afirmou que os dados “dizem respeito à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem” do presidente, e impôs um sigilo de até cem anos ao material.

Bolsonaro já atacou diversas vezes as vacinas contra a Covid-19.

Em uma delas, afirmou:

“Lá no contrato da Pfizer, está bem claro: ‘Nós não nos responsabilizamos por qualquer efeito colateral. Se você virar um chimpan…, um jacaré, é problema seu”.

Algumas reações no twitter aos 100 anos de sigilo imposto pelo governo federal ao cartão de vacinação de Bolsonaro.

Paulo Pimenta @DeputadoFederal: “Depois de dizer que não tomará vacina, agora ele pede sigilo do cartão da mesma. Bolsonaro é o DNA da mentira”. 

Deputada Maria do Rosário @mariadorosario: “Bolsonaro decreta 100 anos de sigilo sobre sua vacinação. Ou seja, enquanto faz campanha contra a vacinação e impede a vacina de chegar aos brasileiros/as, é possível que ELE e a FAMÍLIA, já estejam até vacinados!!!? Trata seus seguidores pior q gado. Gado, eles vacinam!” 

Márcia Denser@mdenser: A MENTIRA DO GENOCIDA SOB SIGILO! 

Professor Glauco Silva@GlaucoS41843642: Inflação do mês pode chegar a 6,3%. Mas a preocupação do Governo Federal é proibir a divulgação da carteira de vacinação do Bolsonaro. Cada dia é um absurdo diferente!

Banida por Apple, Google e Amazon, Parler, rede social da extrema-direita, deixará de operar

Jair Bolsonaro, trumpistas e bolsonaristas mantêm conta nesta plataforma

Brasil 247, 10/01/2021, 06:04 h Atualizado em 10/01/2021, 06:04
   (Foto: Renato Aroeira)

O Parler, rede social que poderia ser usada pela extrema-direita para substituir o twitter, que baniu Donald Trump, ficará inoperante depois de ser banida pelas três grandes bic techs: Google, Apple e Amazon. "A Amazon, que hospeda o Parler, está retirando o aplicativo/site do seu servidor a partir das 05h59 de segunda-feira (horário de Brasília). Com isso, caso não achem um novo servidor para hospedar o aplicativo/site, o Parler ficará inoperável", informa o perfil Eleições EUA, em em seu twitter.

A Apple também disse, em carta à rede social, que o aplicativo será removido da loja até que uma atualização esteja de acordo com as diretrizes da Apple e que o aplicativo tenha capacidade de controlar e filtrar os conteúdos "perigosos e prejudiciais" que estão presentes por lá. O mesmo foi feito pelo Google.

Nancy Pelosi sinaliza impeachment de Trump e pede que deputados voltem a Washington

“Deve haver um reconhecimento de que essa profanação foi instigada pelo presidente”, disse ela

Brasil 247, 10/01/2021, 06:15 h Atualizado em 10/01/2021, 06:42
   (Foto: Reuters)

Da Bloomberg – A presidente da Câmara, Nancy Pelosi, disse aos legisladores para estarem "preparados para voltar a Washington" na próxima semana, sugerindo que ela está considerando o impeachment ou outra resposta formal ao incentivo do presidente Donald Trump aos apoiadores que atacaram o Capitólio.

Em uma carta a outros democratas, Pelosi quase não disse se pretendia prosseguir com o impeachment ou outro processo para destituir Trump do cargo antes que seu mandato expire em 20 de janeiro, mas ela insistiu que ele seja considerado responsável de alguma forma.

“É absolutamente essencial que aqueles que perpetraram o ataque à nossa democracia sejam responsabilizados”, disse ela em carta divulgada no final do sábado. “Deve haver um reconhecimento de que essa profanação foi instigada pelo presidente.”

Pelosi pediu a Trump que renuncie à violenta invasão do Capitólio na quarta-feira e levantou a possibilidade de impeachment, a menos que ele deixe o cargo imediatamente. Cinco pessoas morreram no ataque, incluindo um policial, depois que apoiadores de Trump quebraram as barreiras de segurança e invadiram o prédio, forçando os legisladores a evacuar enquanto contavam os votos do Colégio Eleitoral.