quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

Minha vitória está agendada!


Adriano: Bolsonaros dão um banho no governo da BA na guerra de informação


  Embora principal beneficiário objetivo da morte de Adriano, Flávio acusa o governo da Bahia... E, pela primeira vez, vemos alguém da família referir-se à tortura de modo negativo... Parece que pegaria mal na Zona Oeste do Rio não defender um "parça"...  Imagem: Reprodução do Twitter 

O governo da Bahia protagoniza um desastre de relações públicas — ou de relações com o público — no caso da operação que resultou na morte do miliciano Adriano Magalhães da Nóbrega, ligado a Flávio Bolsonaro. O estrago é de tal monta que deu ao presidente e a seu filho senador a oportunidade de sair por aí a acusar queima de arquivo. Ocorre que os principais interessados num eventual arquivo queimado são os próprios Bolsonaros... É um espanto! 

Nesta quarta, o presidente afirmou ter tomado as devidas providências legais para que seja feita uma "perícia independente" no corpo do miliciano. É mesmo? Com que autoridade? Flávio — que queria tudo, menos que Adriano fosse preso com vida e pudesse virar, por exemplo, um delator — recorreu às redes sociais para, a exemplo do presidente, acusar uma execução. 

Como o senso de limite não é exatamente o que move a família, o parlamentar postou um vídeo com aquele que seria o suposto cadáver de Adriano 

Adriano, que exibiria o que ele chamou de marcas de tortura. O corpo é filmado de lado, e não é possível afirmar se ali está mesmo o cadáver do amigão dos Bolsonaros. Nota: se estiver, quem passou as imagens a Flávio? Existe gente sua infiltrada na área de segurança do Estado da Bahia? 

Nesta quarta, às portas do Alvorada, o presidente indagou a quem interessaria a morte de Adriano... Embora o miliciano fosse do círculo de relações de Flávio — que empregou em seu gabinete a mãe e a mulher do ex-policial —, Bolsonaro mandou bala: sugeriu que o beneficiário com o fim de um dos chefões da milícia é o PT. Por quais caminhos? Ele não disse. Nem teria como.

Ainda mais espetacular: o advogado do presidente e do senador também veio a público. E com uma reivindicação nada sutil: a federalização do caso. Transcrevo trecho do "Painel", da Folha: 

O advogado de Jair Bolsonaro e Flávio Bolsonaro, Frederick Wassef, defende que a investigação sobre a morte do ex-PM Adriano da Nóbrega seja federalizada e que o Ministério da Justiça seja acionado. Ele afirma que o ex-capitão do Bope era um cidadão inocente e que o caso é "muitíssimo mais grave" do que o de Ágatha Félix, de 8 anos, morta por um tiro de um PM no Complexo do Alemão no ano passado, assunto sobre o qual o presidente não se manifestou até hoje e que gerou comoção no país.

Está espantado, leitor? Wassef falou mais. Definiu Adriano como "um cidadão inocente que foi brutalmente torturado e posteriormente assassinado, com a conivência de, certamente, altas autoridades". E ainda sobrou tempo para alguma poesia: 

"A vida humana é preciosa, e ninguém vale mais do que ninguém. Mas o que estou dizendo é que é absolutamente impossível e incomparável uma cena de perseguição policial em favela carioca e troca de tiro com uma situação de uma diligência com autorização e participação do governo da Bahia". 

Eis aí. Até o advogado de pai e filho vira seu dedo acusatório para o governo baiano, que foi engolfado pela falta de explicações razoáveis para o desastre da operação. Observem que a fala dessa turma, a uma só tempo, busca três efeitos: 

a: fingir que a morte de Adriano não atende a seus interesses objetivos; 

b: demonstrar solidariedade com a, digamos, "categoria" dos milicianos. Afinal, são todos da mesma "famiglia"; 

c: fazer proselitismo político contra a gestão petista. 

FEDERALIZAÇÃO? 

Que coisa, né? Federalizar agora? Moro nem sequer havia incluído Adriano na lista dos bandidos mais procurados do país. E, no que concerne ao governo federal, não era mesmo. Tudo o que se pretendia por ali era que Adriano jamais fosse encontrado -- razão por que não seria... procurado! 

O glorioso ministro da Justiça, ao deixar Adriano fora da lista, estava a anunciar que as milícias não chegam a ser um caso que preocupa a sua pasta. Eis a verdade inequívoca. Agora, o próprio Bolsonaro defende a federalização. Estaria querendo uma investigação, digamos, mais segura? 

MINISTÉRIO PÚBLICO DA BAHIA 

A pedido do Ministério Público da Bahia e de familiares de Adriano, o juiz Augusto Yuzo Jouti determinou que o corpo do miliciano seja submetido a uma nova perícia, a ser realizada pelo Instituto Médico Legal do Rio de Janeiro, não podendo ser cremado até a realização do exame. Trata-se de uma decisão prudente e necessária. Jamais um cadáver procriou tanto! 

Enquanto isso, parece, o governo da Bahia segue perdido. Em vídeo que circula na Internet, Maurício Barbosa, secretário de Segurança, e Mário Câmara, diretor do IML, asseguram a correção da perícia feita, mas não conseguem, por exemplo, negar que seja de Adriano o corpo exibido, de modo indecoroso e imoral, por Flávio. Diz, por exemplo, Câmara: 

"Hoje nós fomos surpreendidos por essas imagens que estão circulando na Internet. Nós não temos como analisar um vídeo que não foi autenticado pela perícia. 

Não sabemos se foi adulterado, onde foi feito, não sabemos nem se aquele corpo é realmente do senhor Adriano. Então não faremos comentários sobre o vídeo (...)". 

Não seria uma tarefa complexa demais comparar a imagem apresentada com a do corpo, que não foi cremado e será submetido a nova perícia. 

Na guerra de informação, os Bolsonaros estão dando um banho. De empulhação, inclusive! É impressionante que os principais beneficiários objetivos da morte do miliciano — o presidente e sua família de políticos — apontem o dedo contra o governo baiano, que, por óbvio, nada teriam a ganhar. 

Para sair da sinuca, o governo da Bahia teria de reconhecer o óbvio: dadas as circunstâncias, Adriano deveria ter sido capturado vivo. Houve, portanto, quando menos, um erro. E a operação deveria ser submetida a uma profunda investigação. Tendo a achar que isso não será feito porque governos não gostam de comprar uma encrenca desse tamanho com a sua área de segurança. 

A gestão de Rui Costa está sendo vítima, na melhor das hipóteses, de uma ação desastrada. Mas isso permite que Bolsonaro a coloque na sua mira — e, claro, ao PT —, ao mesmo tempo em que ele, filho e advogado dão as condolências à família. Qual família? A de Adriano? Não! À enorme "famiglia" dos milicianos. 

Imaginem! Bolsonaro até se referiu com viés negativo à tortura! Afinal, "capitão Adriano", como ele chama, não era um esquerdista... Assim, não é o caso de evocar o espírito de seu autor de cabeceira: Carlos Brilhante Ustra.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

Greenpeace rebate Bolsonaro: "Incômodo de quem destrói meio ambiente soa como elogio"

"O Greenpeace Brasil lamenta que um Presidente da República apresente postura tão incondizente com o cargo que ocupa", disse a organização em nota, após Jair Bolsonaro chamá-la de "lixo"

Brasil 247, 13/02/2020, 18:02 h Atualizado em 13/02/2020, 20:25
...Protesto do Greenpeace contra Bolsonaro em Jerusalém (Foto: Greenpeace/Divulgação)

A organização Greenpeace Brasil respondeu ao ataque de Jair Bolsonaro feito nesta quinta-feira, 13, a ONG de "lixo". 

"Somos uma organização sem fins lucrativos, com independência financeira e política, e continuaremos trabalhando incansavelmente na defesa do meio ambiente, da democracia e dos direitos das populações. Irrite a quem irritar", afirmou Greenpeace. 

A fala de Jair Bolsonaro aconteceu em reação às críticas do Greenpeace sobre a reformulação do Conselho Nacional da Amazônia Legal. A ONG havia afirmado que o Conselho da Amazônia "não tem plano, meta ou orçamento" (leia mais no Brasil 247). 

Confira a nota do Greenpeace na íntegra:

O Greenpeace Brasil lamenta que um Presidente da República apresente postura tão incondizente com o cargo que ocupa.

A organização existe há quase meio século e está presente em 55 países. No Brasil, atua há 28 anos defendendo o meio ambiente e colaborando, inclusive, com autoridades na denúncia de crimes ambientais.

Ao longo da história, nossa postura crítica a quem promove a destruição ambiental já causou muitas reações desequilibradas dos mais diferentes personagens. Estamos apenas diante de mais uma delas. Nestes casos, o incômodo de quem destrói o meio ambiente soa como elogio.

No Brasil, temos criticado e combatido as políticas do governo que levaram ao aumento do desmatamento e ao desmantelamento dos órgãos de fiscalização, além de nos posicionarmos contra os absurdos ataques aos direitos dos povos indígenas.

Somos uma organização sem fins lucrativos, com independência financeira e política, e continuaremos trabalhando incansavelmente na defesa do meio ambiente, da democracia e dos direitos das populações. Irrite a quem irritar.

Bolsonaro ataca o Papa Francisco: "o papa é argentino, mas Deus é brasileiro"

Crítica foi feita após pedido do pontífice por proteção à floresta amazônica em seu texto sobre o Sínodo da Amazônia. "Pegou fogo na Austrália toda, ninguém fala nada. Cadê o sínodo da Austrália? O papa Francisco falou ontem que a Amazônia é dele, do mundo, de todo mundo"

Brasil 247, 13/02/2020, 19:56 h Atualizado em 13/02/2020, 20:01
Papa Francisco e Jair Bolsonaro (Foto: Reuters | Agência Brasil)

No dia em que o Papa Francisco se encontrou com o ex-presidente Lula, Jair Bolsonaro desferiu ataques contra o pontífice por sua defesa pela preservação da floresta amazônica. 

A manifestação do Papa se deu em seu texto sobre o Sínodo da Amazônia, publicado nesta quarta-feira 12, no qual, sem dizer o nome de Bolsonaro, classifica como "injustiça e crime" o desmonte da agenda ambiental, como a exploração mineral de terras indígenas e a legalização do garimpo.

Bolsonaro criticou ambientalistas e lembrou dos incêndios da Austrália, onde o fogo destrói as florestas por conta das condições climáticas. “Não pega fogo floresta úmida. Ninguém fala na Austrália. Pegou fogo na Austrália toda, ninguém fala nada. Cadê o sínodo da Austrália? O papa Francisco falou ontem que a Amazônia é dele, do mundo, de todo mundo”, disse.

Em seguida, disparou: “Por coincidência, estava aqui com o embaixador da Argentina [Felipe Solá] eu disse: O papa é argentino, mas Deus é brasileiro”.

O posicionamento do Papa foi publicado poucos dias depois de o governo Bolsonaro ter apresentado um projeto de lei que propõe que as áreas indígenas sejam abertas à exploração de mineração, petróleo e agricultura, entre outras indústrias extrativas. A questão ambiental também foi um dos temas de conversa entre Lula e o pontífice.

Lula exalta a disposição do Papa Francisco para "mudar o mundo"

Principal item da pauta foi a desigualdade social

Conversa Afiada, 13/02/2020


    (Crédito: Lula Livre)
O presidente Lula concedeu na tarde desta quinta-feira 13/II uma entrevista coletiva a veículos internacionais após ser recebido pelo Papa Francisco, no Vaticano. Ele revelou os principais temas debatidos no encontro.

"A minha visita teve como objetivo principal discutir com o Papa Francisco a questão da desigualdade e a questão da sua luta na defesa de uma boa política ambiental. Todo mundo sabe que o mundo está ficando mais desigual, todo mundo sabe que na grande maioria do mundo os trabalhadores estão perdendo direitos e que conquistas estão sendo derrubadas pela ganância dos interesses empresariais e financeiros".

"Então eu vim, fiquei muito satisfeito com o encontro com o Papa Francisco. Acho que, se todo ser humano, ao atingir 84 anos, tiver a força, a disposição e a garra que ele tem de levantar temas instigantes para o debate, eu acho que a gente pode encontrar soluções mais fáceis", prosseguiu.

Lula disse ainda que, "quando o Papa Francisco toma a atitude de fazer um encontro em Assis para discutir a desigualdade, chamando milhares de jovens para debater a nova economia do mundo, eu acho que é uma decisão alentadora, que toca num assunto vital para o futuro dos trabalhadores do mundo inteiro”.

Agente secreto do governo trabalha disfarçado de vigilante na UnB

É oficial de topo de carreira na Abin

Conversa Afiada,  13/02/2020
     Protesto na UnB em 2019 (Crédito: José Cruz/Agência Brasil)

Por André Barrocal, da Carta Capital - Um agente secreto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) trabalha disfarçado de vigilante na Universidade de Brasília (UnB). Ele é um “oficial de inteligência”, o topo da carreira na Abin, do qual se exige ensino superior e a produção de relatórios, por exemplo.

A informação sobre o posto desse “espião”, que deveria ser sigilosa por causa do tipo de atividade, faz parte de uma investigação em curso no Tribunal de Contas da União (TCU) sobre um processo seletivo realizado pelo Ministério da Economia em 2019.

A reportagem não descobriu desde quando o agente secreto atua na UnB. A universidade tem sido perseguida no governo Jair Bolsonaro. Em 2019, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, cortou 30% do orçamento dela sob a alegação de que ali se promovia “balbúrdia”, disse que a instituição produzia “maconha” e tentou levar o TCU a reprovar suas contas de 2017.

Em nota, a UnB diz ter recebido “com surpresa e preocupação” a notícia sobre o agente infiltrado. “A Universidade ainda está analisando as informações disponíveis a respeito do caso e avaliando as medidas cabíveis. É importante destacar que as universidades são espaços de diversidade e exercício da liberdade de expressão e de cátedra, princípios constitucionais que vigoram em um Estado democrático como o brasileiro.”

Desde a Ditadura um militar não chefiava a Casa Civil!

Mello Franco: Bolsonaro recorre à caserna para substituir Onyx

Conversa Afiada, 13/02/2020

A propósito da saída do ministro Onyx Lorenzoni - o chuveiro, segundo Renan Calheiros - da chefia da Casa Civil e sua substituição pelo general Walter Braga Netto, o Conversa Afiada reproduz trechos da coluna de Bernardo Mello Franco no Globo desta quinta-feira 13/II:

O convite ao general Braga Netto cria uma situação inédita em Brasília. Pela primeira vez desde o fim da ditadura, a Casa Civil será chefiada por um militar. Isso não ocorria desde que o general Golbery do Couto e Silva deixou o governo Figueiredo. Ele esvaziou as gavetas em agosto de 1981, três meses depois do atentado do Riocentro.

Agora o governo de Jair Bolsonaro passa a ter nove militares entre os 22 ministros. Isso inclui as quatro pastas com assento no Planalto. Já estavam lá os generais Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) e Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), além do major da PM Jorge Oliveira (Secretaria-Geral).

Eleito por um partido nanico, Bolsonaro apelou aos militares para compensar a falta de quadros sem dividir poder com o Congresso. Logo passou a esvaziar os auxiliares de farda. Isolou o vice Hamilton Mourão e demitiu o general Santos Cruz. Os dois haviam entrado em colisão com o guru do clã presidencial, Olavo de Carvalho.

No auge do conflito, o autoproclamado filósofo disse que a contribuição dos militares à cultura nacional se limitava a “cabelo pintado e voz impostada”. A ala verde-oliva ensaiou uma rebelião, mas preferiu engolir as humilhações calada.(...)

Em greve, petroleiros voltam a subsidiar combustíveis a preços justos

Ação prossegue na sexta-feira em Natal e Fortaleza

Conversa Afiada, 13/02/2020
(Crédito: FUP)

Da Federação Única dos Petroleiros (FUP) - Nesta quinta-feira, 13, quando os petroleiros completam 13 dias em greve, a FUP e seus sindicatos realizam novas ações solidárias para que a população possa ter acesso a combustíveis com preços justos. O objetivo é alertar os consumidores sobre os prejuízos causados pela política de preços que a Petrobras adota desde 2016 e que faz parte do pacote de desmonte e privatização da empresa.

Ao longo da manhã de hoje, os sindicatos estarão subsidiando descontos de botijões de gás e gasolina em sete estados do país – Amazonas, Pernambuco, Bahia, Espírito Sаnto, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul.

Na sexta, também haverá subsídios de combustíveis no Rio Grande do Norte e Ceará. 

Desde o início da greve, os petroleiros já realizaram ações semelhantes no Paraná, em Minas Gerais, São Paulo, Bahia, Espírito Sаnto e Rio Grande do Sul. 

Apesar de extrair petróleo com um dos custos mais baixos do planeta, a Petrobrás reajusta os preços dos derivados nas refinarias de acordo com as variações do mercado internacional e, consequentemente, do dólar, que já chegou a R$ 4,30.

Além disso, a empresa vem reduzindo o uso de suas refinarias, que operam hoje abaixo de 70% da capacidade. Há seis anos, as refinarias operavam com 95% de capacidade.

Ou seja, o Brasil está importando combustíveis que poderiam ser produzidos no país, o que nos deixa ainda mais expostos aos efeitos das crises internacionais. A situação ficará ainda mais grave com a venda de oito das 15 refinarias da Petrobrás.

Glauber Braga na cara do Moro: você é um capanga da milícia!

"Milícia faz parte do projeto de poder dos senhores"

Conversa Afiada,12/02/2020

Trecho da fala do deputado Glauber Braga, nesta quarta-feira 12/02, durante audiência pública na comissão especial da Câmara sobre a PEC da prisão em segunda instância:


.@Glauber_Braga passou a real para o @SF_Moro agora na Câmara. O deputado do PSOL acusou Sérgio Moro de blindar a família Bolsonaro da relação com milícias e ainda o chamou de "capanga da milícia". Houve um princípio de confusão e a reunião foi encerrada:







Essa é boa!