sábado, 7 de dezembro de 2019

Joice diz que bolsonaristas já estão destruindo provas sobre produção e disseminação de fake news

“Gente já jogou computador fora, até quebrou o disco do computador com furadeira”, disse, em alusão à suspeita de que o vereador carioca e filho do presidente Carlos Bolsonaro teria destruído computador

Brasil247, 07/12/2019, 06:58 h
Deputada federal Joice Hasselmann (Foto: Lula Marques)

Da Rede Brasil Atual – A deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP), que presta depoimento na CPI das Fake News da Câmara nesta quarta-feira (4), apresentou uma série de documentos que atestam diversas ilegalidades cometidas por bolsonaristas relacionadas à disseminação de notícias falsas e destruição de reputações em redes sociais. Antes aliada importante do núcleo de apoio de Jair Bolsonaro (sem partido), ela agora é enfrentada como inimiga por “milícias digitais” ligadas ao clã do presidente.

Existe um padrão nas operações de distribuição de mentiras nas redes sociais, revelou a parlamentar. O esquema envolve um grande número de assessores de parlamentares de extrema-direita. Estes, recebem altos salários e têm como função a construção de narrativas mentirosas para beneficiar a ideologia em torno de Bolsonaro. Difamações e até ameaças de morte foram apresentadas por Joice, todas com origem especificada.

Joice argumentou que todos os documentos que revelam essa grande rede passaram por perícia e já são objeto de investigação. “Gente já jogou computador fora, até quebrou o disco do computador com furadeira”, disse, em alusão à suspeita de que o vereador carioca e filho do presidente Carlos Bolsonaro teria destruído computador.

O mecanismo

Uma das principais origens das mentiras, especialmente nos últimos meses, é o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). “As instruções passam muito por Eduardo e assessores ligados a ele. Eles ativam a militância e, depois, publicadores que têm muitos perfis falsos para dificultar a responsabilização das fake news. Para que não haja imputação de crime ou acionamento da Justiça, muitos perfis são falsos”, explicou.

Depois disso, vem o uso dos famigerados robôs. “Depois disso, as fake news são disseminadas em larga escala por robôs. Isso é informação técnica, a polícia já está envolvida. Tem gente que já jogou computador fora. Quem destruiu provas de ataques não levou em consideração que os dados estão protegidos na nuvem”, disse Joice.

Gabinete do ódio

Toda essa rede envolve cerca de 8 milhões de pessoas em grupos de WhattsApp, Facebook e outras redes sociais. Apesar do grande número de pessoas envolvidas, os robôs se fazem necessários para a disseminação em massa até o destino final. Dentro destes 8 milhões, existe uma escala hierárquica bem definida. Muitos dos que tomam as decisões são pagos com dinheiro público. Especialmente assessores, que formam o já conhecido “gabinete do ódio”.

“Eles têm uma tabela para que cada dia, um assessor produza um conteúdo para destruir uma reputação. Cada um um dia para fazer os ataques coordenados (…) Eles fazem listas de orientações para difamar. Entre políticos, jornalistas, enfim. Em um grupo central do WhattsApp eles coordenam e passam para os outros grupos multiplicadores”, disse Joice.

O Conselho de Ética da Câmara arquivou duas representações contra o deputado Eduardo Bolsonaro (PSC-SP) por quebra do decoro (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil).

Farra com dinheiro público

Um dos grupos mais ativos e violentos é coordenado pelo gabinete do deputado estadual Douglas Garcia (PSL-SP). O parlamentar possui sob seu domínio uma série de militantes que coordenam as ações das fake news. Todos eles muito bem remunerados com dinheiro público.

Douglas Garcia faz parte de um grupo chamado Movimento Conservador, idealizado por Eduardo Bolsonaro, que tem como objetivo a disseminação do ódio e a manutenção das ideologias de extrema-direita. Todos eles também do grupo radical ultraconservador chamado Direita São Paulo.

“Edson Salomão ganha 24 mil pra fazer meme e atacar pessoas do gabinete do Douglas Garcia. Mais de um milhão de reais em dinheiro público por ano em assessores de gabinetes. Jorge Saldanha, 18 mil reais de salário. Todos eles do Direita São Paulo. Alexandre da Silva, 9 mil reais. André Petros, quase 10 mil reais também. Todos eles Direita São Paulo e Movimento Conservador. Carlos Olímpio, Dylan Dantas, esses 7 mil reais de dinheiro público para atacar. Jhonatan Valencio, Lilian Goulart, Lucas Reis, quase 12 mil reais. O gabinete inteiro do Douglas Garcia. Maicon Tropiano, Matheus Galdino.” Estes são alguns nomes dos militantes centrais de tal teia de mentiras.

Laranjal

Em seus documentos, a partir das datas das postagens e atribuições, com muitos prints de telas de WhatsApp do núcleo bolsonarista, Joice revelou que o método consiste em iniciar uma mentira ou difamação de forma mais leve e, então, aprofundar, radicalizar as mentiras e ataques, a partir de sites e blogs de fachada criados pelos próprios assessores.

Um dos articuladores, Eduardo Guimarães (Dudu Guimarães), que é secretário parlamentar de Eduardo Bolsonaro, inicia uma narrativa, por exemplo. “O grupo Bolsofeios é do Dudu, esse é um dos grupos de organização do gabinete do ódio.

Então, começam a aprofundar a narrativa. Uma das fake news contra mim começou em um site Click Cozinha, dizendo que eu teria usado verba pública para difamar filhos do Bolsonaro. Eles usam esses sites laranjas.”

De mentiras a ameaças

Joice disse que se incomodou severamente com o esquema quando uma montagem sua em um corpo de porca e roupas de prostituta chegou no celular de seu filho de 11 anos. Ela chegou a rastrear a origem da montagem e chegou no esquema de Douglas Garcia. Mesmo grave a difamação, o cenário ainda pode piorar.

As influências das fake news criadas pelos grupos bolsonaristas ultrapassam os ataques pessoais, chegam na esfera da influência direta em articulações políticas e acabam atingindo a pura ameaça à vida. Em um vídeo do pessoal ligado ao Direita São Paulo e ao Movimento Conservador, assessores parlamentares armados com submetralhadoras e outras armas de grosso calibre ameaçam de morte o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes.

Em outro caso, sugerem articulações para proteger a família Bolsonaro de investigações criminais. “Tem um grupo chamado Ódio do Bem. Em mensagens desse grupo que estão já na perícia, afirmam que ‘é importante que travem a Lava Jato. Deltan deve cair. Augusto Aras deve assumir a PGR. Mendonça assumira o STF. Tem como blindar o Flávio’, afirma a administração desse grupo.”

Bolsonaro quer mudar o nome e as regras do Bolsa Família

Governo Jair Bolsonaro quer alterar as regras do programa Bolsa Família, maior programa de transferência de renda do país e que foi criado pelo governo do ex-presidente Lula. Alterações envolvem até mesmo mudar o nome do programa para “Renda Brasil” e destinar o benefício para jovens de até 21 anos

Brasil 247, 07/12/2019, 09:07 h Atualizado em 07/12/2019, 09:13

O governo Jair Bolsonaro está fazendo os últimos ajustes visando alterar as regras do programa Bolsa Família, maior programa de transferência de renda do país e que foi criado pelo governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As modificações, que devem ser implementadas pelo Ministério da Cidadania a pedido da Casa Civil, envolvem até alterar até o nome do programa para “Renda Brasil”, além de mudar os parâmetros do benefício, que passará a atender jovens de até 21 anos. 

Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, a equipe econômica vem estudando formas de ampliar o volume de recurso destinados ao programa que tem um orçamento de R$ 29,5 bilhões previstos no Orçamento para o próximo ano. A meta é turbinar o valor em R$ 16,5 bilhões, o que inclui R$ 2,4 bilhões para pagar uma espécie de 13º salário aos beneficiários. 

O programa também seria fatiado em três partes, sendo uma destinada a famílias de baixa renda (benefício cidadania), outra para crianças de até 3 anos (benefício primeira infância) e outra para jovens de até 21 anos (benefício a crianças e jovens). Ainda segundo a lógica bolsonarista, uma espécie de bônus extra poderá ser pago às crianças que se destacarem por “meritocracia” em olimpíadas de conhecimento, passarem de ano na escola ou que se destaquem na prática de esportes. 

O problema, porém, está em encontrar a fonte de receita necessária para bancar o projeto, já que o chamado teto de gastos limita o aumento das despesas conforme a variação da inflação. Para contornar a questão, a equipe econômica quer utilizar parte dos recursos que viriam da desoneração da cesta básica para a reformulação do programa.

Não existe regra geral

Planalto mantém sob sigilo gastos do cartão corporativo

O presidente Jair Bolsonaro Imagem: Maga Jr./O Fotográfico

Estadão Patrik Camporez Brasília 07/12/2019 07h35 

O Palácio do Planalto decidiu ignorar decisão recente do Supremo Tribunal Federal (STF) e manter sob sigilo os gastos com cartão corporativo da Presidência. 

Desde 1967, um decreto militar ampara a decisão de não divulgar as despesas da Presidência. Há exatos trinta dias, no entanto, o STF derrubou o artigo 86 do decreto-lei 200/67, segundo o qual a movimentação dos créditos destinados à realização de despesas reservadas ou confidenciais do presidente ou de ministro deveria ser feita sigilosamente. 

O governo foi notificado em novembro sobre a mudança, mas não alterou o seu procedimento. Um mês após a decisão do Supremo, provocada por uma ação do partido Cidadania (ex-PPS), a Secretaria-Geral da Presidência (SGP) continua mantendo os gastos presidenciais em sigilo e disse que não pretende torná-los públicos. 

Segundo dados do Portal da Transparência do Governo Federal, a Presidência desembolsou, na gestão de Jair Bolsonaro, R$ 14,5 milhões com cartões corporativos. 

Para justificar a preservação do sigilo, o governo informou que lança mão de outra legislação, a Lei de Acesso à Informação (LAI), de 19 de novembro de 2011. 

"Sobre o assunto, cabe esclarecer que a legislação utilizada pela Presidência da República para classificar as despesas com grau de sigilo é distinta daquela que foi objeto da decisão do STF", disse, em nota, a assessoria de comunicação do Palácio do Planalto. 

Na interpretação do Executivo, mesmo que o Supremo tenha decidido pela derrubada do artigo que permitia o sigilo, outra lei, a da Transparência, possibilita que a Presidência mantenha os gastos dos cartões corporativos sem serem revelados. 

A nota cita, ainda, o artigo 24 da LAI, segundo o qual a informação em poder dos órgãos e entidades públicas, "observado o seu teor, e em razão de sua imprescindibilidade à segurança da sociedade ou do Estado, poderá ser classificada como ultrassecreta, secreta ou reservada". 

As informações passíveis de pôr em risco a segurança do presidente, do vice-presidente e dos respectivos cônjuges e filhos serão carimbadas como reservadas, de acordo com o Planalto, ficando sob sigilo até o término do mandato em exercício ou do último mandato, em caso de reeleição. 

"Feitas as considerações acima, esta Secretaria compreende que a decisão do STF não modifica os procedimentos atualmente adotados, em face da legislação de fundamentação ser norma específica distinta do Decreto-Lei nº 200, de 1967", afirmou a SGP. 

O Estado de S. Paulo solicitou, por meio da LAI citado pelo Planalto para manter os gastos com cartão corporativo em segredo não justifica essa decisão. 

"Simplesmente porque as informações que eles classificaram sob essa justificativa não colocam em risco a segurança do presidente. Elas só são divulgadas depois que a compra foi feita. Ou seja, se alguém quisesse usá-las para atentar contra a vida dele (Bolsonaro), por exemplo, precisaria ter uma máquina do tempo", afirmou Marina. 

"No máximo, uma ou outra despesa recorrente, a ponto de revelar brechas de segurança, trajetos ou outra coisa que comprometa a segurança dele, poderia ser enquadrada nesta lei. Mas todas serem dessa natureza, é impossível. Ou o cartão está sendo usado de forma indiscriminada". 

Para a especialista, o segredo sobre as despesas não faz sentido e atenta contra o princípio da publicidade, um dos que norteiam a administração pública. "Manter o sigilo é incompatível com o princípio constitucional da publicidade e com o discurso do governo de combate à corrupção e controle de gasto público", argumentou ela. 

Decisão 

Fundador da ONG Contas Abertas, o economista Gil Castello Branco disse que a decisão do STF foi vaga e não produziu resultados concretos. "Praticamente em todos os países os gastos do governo não são divulgados, para a própria segurança do Estado. Muitas vezes, porém, esse argumento é usado para preservar informações que simplesmente poderiam constranger governantes", observou. 

No diagnóstico de Castello Branco, o receio dos governantes está mais no constrangimento de divulgar todas as faturas do que na questão da segurança. 

"Em vários governos o gasto secreto gerou notícias de grande repercussão. Quando foram abertos os gastos secretos do governo (Fernando) Collor (1990-1992), por exemplo, veio à tona a questão dos vestidos da primeira-dama", lembrou. "Todas as vezes em que essas despesas vêm à tona causam ruído", completou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

Alta da carne acelera a inflação em novembro!

É o maior valor para o mês desde 2015

06/12/2019
Para combater a inflação, ministro Guedes irá recomendar adoção da dieta vegana no Brasil! (Originais: Reprodução/FDR.com e Washington Costa/Ministério da Economia)

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou na manhã desta sexta-feira 6/12, os números oficiais da inflação de novembro para o país: o índice IPCA subiu para 0,51% em novembro.

É o maior resultado para o mês de novembro desde 2015, quando o índice ficou em 1,01%.

Trata-se também da maior inflação mensal desde abril de 2019, que chegou a 0,57%.

Com a alta de novembro, a inflação acumula uma alta de 3,12% em 2019. Em 12 meses, o IPCA já subiu 2,54%.

A maior responsável pela aceleração dos preços é a carne bovina, que subiu em média 8,09% em todo o país em novembro.

Em São Paulo, o preço da carne vermelha subiu mais de 35% em um mês.

A explicação está na China: o país suspendeu parte das importações de proteína animal da África, após um surto de peste. O agronegócio brasileiro é um dos poucos mercados mundiais que consegue atender à demanda chinesa - com isso, as exportações de carne bovina do Brasil para a China deram um salto de 62% em outubro deste ano em relação ao mesmo período de 2018.

Os produtores brasileiros também aproveitam a alta record do dólar - culpa do Paulo Guedes - para faturar: dá mais dinheiro mandar a carne para fora do Brasil do que vender ela no mercado interno.

Em tempo: o presidente Bolsonaro já afirmou que não irá fazer nada para impedir a alta da carne.

Em tempo2: a meta central de inflação deste ano é de 4,25%, segundo o Banco Central.

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2022: Lula no páreo contra Bolsonaro ou Moro

Sem mídia e sem caneta, Lula chega em Bolsonaro

Conversa Afiada,  06/12/2019
(Crédito: Ricardo Stuckert)

Por Helena Chagas, do blog Os Divergentes - Muitas águas vão rolar até 2022, mas pesquisa Veja/FSB divulgada nesta sexta mostra que, à revelia do discurso da mídia e do establishment condenando a chamada “polarização” do quadro político, até o momento nada mudou: bolsonarismo e lulismo são as duas principais forças políticas na disputa.

Talvez o mais surpreendente seja o desempenho do candidato que, do ponto de vista legal, nem pode ser candidato ainda, mas saiu da cadeia para um empate técnico com Jair Bolsonaro no primeiro turno e para um desempenho competitivo no segundo. Sem mídia e sem caneta, o ex-presidente Lula teria hoje 29% dos votos, contra 32% do presidente da República. Num segundo turno, perderia de 45% a 40% para Bolsonaro e por 48% a 39% para Sergio Moro.

E aí se chega ao segundo dado importante da pesquisa: Moro venceria Lula e, estranhamente, empataria com o próprio chefe num segundo turno por 36% a 36%. A três anos da eleição, esses números são, como sempre se diz, retrato de um momento. Mas podem criar muita, muita confusão mesmo. Afinal, o Planalto tem dois candidatos, e o mais forte deles não é o presidente da República.

Outro dado a se ressaltar é que a chamada turma do centro continua sem entusiasmar muito. Ciro Gomes e Luciano Huck empatam num primeiro turno com 9% cada um — o que não chega a ser um resultado ruim no caso do apresentador, um neófito na política. João Doria, por sua vez, não mostra fôlego nesse quadro, não chegando nem a 5%.

Suco emagrecedor

Novo partido do presidente é um bem de família

"A experiência no PSL mostrou que os filhos encrenqueiros de Jair, assim como o pai, querem mandar e não toleram dividir o poder, e nem ouvir contestações. É o comportamento antítese de quem sai a campo para formar um partido, o que exige composição política e capacidade de agregação", resume a jornalista Helena Chagas

Brasil 247, 04/12/2019, 17:13 h
 (Foto: Reprodução)

Por Helena Chagas, no Divergentes e para o Jornalistas pela Democracia

O TSE deu uma mãozinha ao presidente Jair Bolsonaro ao formar maioria a favor da liberação do uso de assinaturas eletrônicas para a criação de partidos. Nada demais, vale para ele e para todo mundo. E o problema principal da Aliança pelo Brasil não é cumprir a exigência das assinaturas e outros trâmites da burocracia partidária. O maior obstáculo é político.

O problema é que o novo partido do presidente da República — o primeiro a tomar esse tipo de iniciativa no cargo — é um bem de família. Jair Bolsonaro colocou o filho Flávio como principal dirigente, e amigos próximos para organizar o partido nos estados. Ninguém duvida que, com a caneta, a máquina pública e o Diário Oficial nas mãos, o clã consiga organizar formalmente a nova agremiação.

O que ela será do ponto de vista político e eleitoral, porém, são outros quinhentos. No nosso indigente sistema partidário, poderá ser mais um partideco, ou até um partidão, com direito a fundo partidário e eleitoral. De direita, é claro, possivelmente atraindo bolsominions espalhados pelo Brasil.

Será um partido, porém, que nasce com uma cabeça enorme, localizada em Brasília, e um corpo minúsculo, sem qualquer enraizamento político nos estados e municípios. O próprio bolsonarismo foi irremediavelmente dividido, por obra da família Bolsonaro.

A experiência no PSL mostrou que os filhos encrenqueiros de Jair, assim como o pai, querem mandar e não toleram dividir o poder, e nem ouvir contestações. É o comportamento antítese de quem sai a campo para formar um partido, o que exige composição política e capacidade de agregação. Nesse quesito, não há ajuda da Justiça eleitoral ou da máquina governista que resolva.

Dirceu propõe ‘rede de inteligência’ de esquerda e defende que militantes aprendam ‘espionagem’

O ex-ministro José Dirceu defende a criação do que chama de Rede Nacional de Inteligência Cidadã, formada por militantes de partidos de esquerda. A organização prevê monitoramento de informações e contraespionagem

Brasil 247, 06/12/2019, 10:09 h Atualizado em 06/12/2019, 10:24
 (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O ex-ministro José Dirceu defende a criação do que chama de Rede Nacional de Inteligência Cidadã, formada por militantes de partidos de esquerda, membros de movimentos sociais e qualquer um que se identifica com as causas socialistas e comunistas. A informação é da Revista Crusoé.

A organização prevê monitoramento de informações e contraespionagem. Também defendida por ele serviria para contrapor os órgãos equivalentes das forças armadas e das polícias.

De acordo com a proposta, a instituição também tem como objetivo fazer frente às ações dos militantes de direita nas redes sociais.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

Após três meses, Marinha não sabe quem é o culpado pelo vazamento de óleo



"No momento, temos indícios apenas"

 Conversa Afiada, 05/12/2019
(Crédito: Adema/Governo de Sergipe)

O comandante de Operações Navais da Marinha, Leonardo Puntel, disse nesta quinta-feira 5/XII que as investigações sobre o derramamento de óleo que castiga o litoral brasileiro não levaram, até o momento, ao responsável pelo vazamento.

"Todos os esforços estão sendo feitos. No momento, nós temos indícios apenas, não temos ainda provas", disse Puntel, durante audiência pública na Comissão Temporária Externa do Senado que acompanha as ações de enfrentamento às manchas de óleo (CTEOLEO).

De acordo com o Ibama, mais de 800 pontos já foram atingidos pelas manchas de óleo. Diante disso, o comandante da Marinha disse que três inquéritos em aberto investigam esse caso: um da Polícia Federal, no RN; e dois administrativos, na Capitania de Portos de PE e na Diretoria Geral de Navegação no RJ.

"Todos esses três inquéritos estão sendo feitos para a gente tentar chegar exatamente no poluidor, no causador desse crime ambiental", afirmou.

Vale lembrar que a apuração conduzida pela PF e pela Marinha apontou o navio grego Bouboulina como o principal suspeito pelo vazamento. Especialistas em análise de imagens por satélite questionam, no entanto, a precisão do levantamento usado pela PF, já que o óleo no mar pode não ser visível em imagens de satélite.

Até aqui, para a Marinha, são quatro as possíveis causas das manchas: derramamento acidental, derramamento intencional, operação "ship to ship" (navio tanque passa óleo para outro navio tanque no meio do mar) ou naufrágio de navio petroleiro.

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