quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

Financial Times não acredita no pibinho do Bolsonaro!

Alta de 0,6% é culpa dos saques do FGTS

Conversa Afiada, 04/12/2019
PIB pequenininho, né, presidente? (Originais: Reprodução/Rede Globo e Wilson Dias/Agência Brasil)

O governo de Jair Bolsonaro comemorou o aumento colossal do PIB no terceiro trimestre de 2019: segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Produto Interno Bruto - a soma de todos os bens e serviços produzidos no país - cresceu avassaladores 0,6% entre julho e setembro deste ano.

Trata-se de um resultado que, combinado à alta taxa de desemprego e aos índices estratosféricos de informalidade, comprova a lenta recuperação da economia - a pior dos últimos quarenta anos, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV).

O consumo das famílias, consequentemente, cresceu apenas 0,8% no período.

Mas mesmo esse crescimento minúsculo pode ser considerado pontual, artificial, fabricado.

Um relatório da Secretaria de Política Econômica (SPE), órgão ligado ao Ministério da Economia, vincula o aumento do PIB à liberação de saques de até R$ 500 do FGTS, a partir de setembro deste ano.

Foi o dinheiro que o pessoal usou para comprar papel higiênico na black friday, por exemplo...

O jornal inglês Financial Times, espécie de bíblia do mercado financeiro global, também levantou dúvidas sobre os números do IBGE.

Segundo reportagem, o ministério da Economia revisou duas vezes em apenas uma semana os números das exportações brasileiras - o que pode indicar que o PIB do terceiro trimestre foi calculado com base nos valores errados.

O crescimento real da economia brasileira, portanto, pode ser ainda menor que os 0,6%.

"As diversas revisões e a possibilidade de novas correções no futuro próximo levantam, pela primeira vez, dúvidas sobre a precisão dos dados da economia brasileira - números há muito tempo vistos como exemplos de transparência entre as nações emergentes", afirma o FT.

Em tempo: o novo valor do PIB ainda não leva em consideração o tarifaço de Donald Trump contra o aço brasileiro, nem a alta dos preços da carne bovina!

Em tempo2: sobre o "pequenininho" da imagem no topo da página...

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Lava Jato faz exigências para cumprir decisão em favor de Lula

Desde quando a lei proíbe que o acusado tenha acesso a um ou mais documentos que embasaram sua condenação?

Brasil 247, 03/12/2019, 22:15 h Atualizado em 03/12/2019, 22:35
Lula, Moro e Dallagnol (Foto: 247 | Reuters)

Pedro Canário, Conjur - Os procuradores da “lava jato” em Curitiba não acham conveniente cumprir uma ordem do juiz Valisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal do Distrito Federal. Em ofício ao magistrado, disseram que dar à defesa do ex-presidente Lula acesso aos sistemas da contabilidade paralela da Odebrecht "poderia prejudicar investigações e igualmente expor" a empreiteira. Em vez disso, fizeram uma série de exigências à Justiça para que possam obedecer à ordem judicial. 

A defesa de Lula, feita pelos advogados Cristiano Zanin Martins e Valeska Teixeira Martins, havia pedido acesso aos sistemas para comprovar uma de suas teses: a de que as planilhas apresentadas pelo MPF nas acusações contra o ex-presidente foram forjadas e elaboradas depois que as delações premiadas dos executivos da Odebrecht já haviam sido feitas. Elas seriam uma prova retroativa, portanto, acreditam os advogados.

O juiz Vallisney concordou com o pedido. No dia 27 de agosto, depois que o MPF em Brasília não viu problemas em conceder à defesa de Lula o acesso aos sistemas Drousys e MyWebDay. Drousys era o sistema de comunicação usado pelos executivos da construtora e o MyWebDay, o sistema de contabilidade e controle dos pagamentos de propina.

A Odebrecht enviou chaves de acesso aos sistemas ao MPF em Curitiba como parte de seu acordo de leniência, que previu o pagamento de R$ 3,8 bilhões ao órgão. Vallisney é o juiz da ação penal em que Lula é acusado de receber suborno para facilitar acesso da Odebrecht a crédito para obras de infraestrutura em Angola.

Poder de edição

Para a defesa de Lula, o acesso aos sistemas demonstraria que os registros de pagamentos e requerimentos de propina foram mexidos depois dos depoimentos das delações premiadas.

Quando ele garantiu ao ex-presidente acesso aos sistemas, oficiou a Procuradoria-Geral da República para dar cumprimento à ordem. E a PGR, “estranhamente”, dizem os advogados, repassou a ordem ao MPF em Curitiba — que agora se recusa a cumpri-la.

Em petição enviada a Vallisney nesta terça-feira (3/12), a defesa de Lula afirma que há “fortes suspeitas de que as cópias de onde estão sendo extraídos elementos para instruir ações penais foram manipuladas”. Um desses indícios é um depoimento de Fernando Migliaccio, um dos executivos da Odebrecht que fez acordo de delação premiada, mas fora do grupo dos 77 que assinaram junto com Marcelo Odebrecht.

Migliaccio trabalhava no setor de propinas da construtora. Em resposta a questionamentos dos advogados de Lula, ele disse que era possível “incluir e excluir livremente dados, arquivos e informações” no sistema Drousys.

No mesmo depoimento, ele explicou que Paulo da Rocha Soares, dono da empresa que desenvolveu o Drousys, tinha acesso ao sistema e o procurou algumas vezes para falar “sobre o ambiente e sobre o que poderia ser feito”.

Em resposta a questionamentos da defesa de Paulo Bernardo, ex-ministro da Casa Civil e acusado na mesma ação, Migliaccio disse que o passado do sistema MyWebDay, o da contabilidade das propinas, era apagado sistematicamente.

Segundo ele, Hilberto Silva, outro executivo da Odebrecht, havia ordenado apagar sempre o semestre anterior dos registros de transações.

Moro é quem manda

Em ofício do dia 11 de novembro ao juiz Vallisney, os procuradores da “lava jato” dizem que dar acesso aos sistemas poderia desequilibrar o acordo de leniência. Segundo a explicação dos procuradores, o acordo se baseia no princípio da boa-fé objetiva: o MPF confia que a empresa fala a verdade em suas declarações, e a companhia confia que as provas que apresenta não serão usadas contra ela em futuras investigações.

Enviar os dados à defesa de Lula faria o MPF perder o controle sobre as informações, argumentam os procuradores da “lava jato”. Muito embora a Odebrecht já tenha sido alvo de algumas ações de improbidade administrativa ajuizadas pelo governo federal com base em informações da “lava jato”.

De acordo com o ofício, a concessão de acesso aos sistemas da Odebrecht deve obedecer a critérios, estabelecidos por Sergio Moro, quando ele era titular da 13ª Vara Federal de Curitiba e tocava os trabalhos da “lava jato”. Entre os critérios, um que diz que “ficam vedadas novas cópias” e outro segundo o qual “o acesso ao sistema fica restrito por ora aos peritos federais lotados na Superintendência da PF em Curitiba”.

Por causa disso, o MPF estabeleceu critérios próprios para obedecer à ordem da Justiça Federal: saber quais serão os critérios de pesquisa no sistema, a “descrição sintética” dos procedimentos usados, saber quais crimes estão sendo tratados na ação penal e relatórios sobre o trabalho que for feito.
"Ele prometeu governar para todos e não ser ideológico", disse ainda o deputado, para quem "a cultura está um desastre". Em entrevista à Época, ele também defende a reeleição de Rodrigo Maia à presidência da Câmara e não se compromete em apoiar Bruno Covas para a Prefeitura de SP e João Doria para a presidência em 2022

Brasil 247, 03/12/2019, 18:27 h
(Foto: Câmara dos Deputados)

O deputado federal Alexandre Frota (PSDB-SP) voltou a fazer duras críticas ao governo Bolsonaro, do qual era forte aliado e quem ajudou a eleger presidente. Ex-PSL, o parlamentar enumera, em entrevista à Época, uma série de coisas prometidas e não cumpridas pelo chefe do Planalto, como a de "governar para todos" e não "para familiares".

"Ele prometeu governar para todos e não ser ideológico. E o maior exemplo: ele falou que iria acabar com a farra na cultura e que faria uma reforma na Lei Rouanet. Não fez uma reforma na Lei Rouanet, fez uma maquiagem na lei. A cultura está um desastre", criticou.

"Bolsonaro se tornou a cara do autoritarismo, do fascismo, da burrice, da velha política. Bolsonaro é ilusionista, mentiroso, trabalha para o maior charlatão do Brasil Olavo de Carvalho, que nem pode vir ao Brasil. Bolsonaro tem um governo ideológico, só governa para amigos e familiares. Assumo que foi um erro pedir voto e votar nessa figura", completou.

Na entrevista, ele também defende a reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ) à presidência da Câmara e não se compromete em apoiar Bruno Covas (PSDB) para a Prefeitura de SP e João Doria para a presidência em 2022. "Ainda não pensei nisso".

PIB na era Dilma, atacada pela imprensa corporativa, era muito maior do que sob Bolsonaro

A título de comparação, em 2011, também primeiro ano de governo de Dilma Rousseff (PT), a imprensa lhe infernizava pelo “pibinho” de 2,7% naqueles tempos de prosperidade. Quatro anos depois do golpe, a mídia celebra a expansão de 0,6% de Jair Bolsonaro

Brasil 247, 04/12/2019, 04:47 h

Por Esmael Morais, em seu blog – Se tamanho do PIB é documento, então o presidente Jair Bolsonaro está lascado. Ele apresentou um pibinho de apenas 0,6% no trimestre. No ano inteiro de 2019, se tudo der certo, chegará a 1,2%, segundo o IBGE.

A título de comparação, em 2011, também primeiro ano de governo de Dilma Rousseff (PT), a imprensa lhe infernizava pelo “pibinho” de 2,7% naqueles tempos de prosperidade.

Note o caríssimo leitor que, utilizando a calculadora, o PIB da petista era 4,5 vezes maior que o pibinho do capitão.

Ainda para azedar o arroz doce, o jornal inglês Financial Times suspeita que Bolsonaro tenha superfaturado o tamanho de seu pibinho para impressionar o mercado financeiro.

De acordo com o FT, as estatísticas do governo brasileiro não são confiáveis porque são falhas sobretudo os das exportações.

Isto mesmo: FRAUDE!

O pibinho de Bolsonaro pode ser menor ainda do que os 0,6% festejados pela Rede Globo nos últimos dias, cujos números foram desmascarados aqui em primeira mão.

Mentir o tamanho do pibinho é feio, é fraude, senhor presidente Jair Bolsonaro.

Pressão dos EUA sobre o TRF4 é intervenção inaceitável contra Lula e a democracia brasileira

"A guerra jurídica, como instrumento de intervenção imperialista aparece às claras - como a visita desta terça-feira do diplomata de Trump ao tribunal da Lava Jato deixa transparecer", escreve o jornalista José Reinaldo Carvalho,editor internacional do Brasil 247.

Brasil 247, 04/12/2019, 08:56 h Atualizado em 04/12/2019, 09:28
(Foto: Maurício Cauduro/TRF4)

Por José Reinaldo Carvalho, de Jornalistas pela Democracia - A visita nesta terça-feira (3) do conselheiro para Assuntos Políticos da Embaixada dos EUA em Brasília, Willard Smith, ao Tribunal da Lava Jato, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), onde foi recebido pelo presidente da corte, o desembargador Victor Luiz dos Santos Laus, é um inadmissível ato intervencionista nos assuntos inernos do Brasil. 

E da parte dos torquemadas que na usina de sentenças forjadas fabricaram as condenações ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - uma das quais resultou no seu encarceramento durante 580 longos dias - é ato de lesa-pátria, uma vergonhosa demonstração de subserviência, uma ata de acusação a si próprios de que procuradores e juízes da Lava Jato estão ao serviço da estratégia de guerra jurídica de Washington contra a democracia na América Latina, que no caso do Brasil tem por alvo principal o ex-presidente Lula. 

Causa repugnância a uma nação estarrecida, sob um golpe político e jurídico que resultou na instalação de um governo neofascista, que os torquemadas de Curitiba e Porto Alegre e os imperialistas estadunidenses não tenham tido sequer a preocupação de guardar as aparências. 

É como se o pudor nas condutas políticas e diplomáticas tenha mesmo ido embora nesta época em que se abre nova etapa do golpe continuado no Brasil e da estratégia intervencionista estadunidense na região que o império considera seu quintal. 

Tudo já acontece sob a luz dos holofotes e o esplendor das imagens de televisão. Na época dos golpes de antanho, certas ações eram feitas às escondidas e só vinham à tona décadas depois quando arquivos eram desclassificados. 

Hoje, não. O golpismo doméstico, em contubérnio com o intervencionismo imperialista, atua de forma explícita. Têm a sensação da impunidade, tomados pela embriaguez da vitória, mesmo que conquistada no tapetão do "Parquet". 


Foi o que deixaram evidente o juiz e o diplomata no encontro desta terça-feira em Porto Alegre. O conselheiro representante de Trump no Brasil ressaltou que está se atualizando no acompanhamento da Operação Lava Jato, os julgamentos do Supremo Tribunal Federal (STF) e debates sobre temas como o compartilhamento de dados sigilosos de órgãos de controle financeiro sem prévia autorização judicial. 

Por seu turno, o desembargador-chefe da corte da Lava Jato, que já atuou por duas vezes como algoz do ex-presidente Lula, destacou a importância de órgãos como a Embaixada norte-americana se aproximarem da Justiça e dos tribunais, pois isso a seu ver, possibilita uma maior integração e articulação entre as instituições. 

A nova geração dos golpes de Estado na América Latina tem congtado com o componente da chamada lawfare. Engendrada nos Departamentos de Estado, Justiça, Tesouro e órgãos de espionagem dos Estados Unidos, a estratégia foi e continua sendo aplicada com toda a intensidade no continente. Foi planificada durante mais de uma década para atacar, desestabilizar e derrubar os governos democráticos, populares e progressistas, que iniciaram uma experiência de integração regional, desenvolvimento autônomo e exercício de uma política externa anti-hegemônica. 

Esta ofensiva, que integra a política de mudanças de regime, derrubou governos e condenou - em alguns casos, como o de Lula, prendeu - importantes líderes populares: Dilma Rousseff, Fernando Lugo, Cristina Kirchner, Jesús Santrich, Rafael Correa, Jorge Glas, Maurício Funes, que foram alvo de golpes de Estado ou processos judiciais. 

A guerra jurídica, como instrumento de intervenção imperialista aparece às claras - como a visita desta terça-feira do diplomata de Trump ao tribunal da Lava Jato deixa transparecer. 

Em momentos como este e diante de tamanhas evidências de intervencionismo, convém refletir sobre as palavras do experiente diplomata Rubens Ricupero, que advertiu, em entrevista à revista Isto E, em maio deste ano: “É um equívoco ver os EUA como o país que deve nos liderar”. 

Ou sobre a sentença do saudoso acadêmico Moniz Bandeira, um dos mais lúcidos estudiosos que tivemos sobre as ligações do Brasil com os Estados Unidos, que ele classificava como "relações perigosas".

MP vai investigar mortes da PM em baile em Paraisópolis como homicídios

O procurador-geral de Justiça Gianpaolo Smanio, do MP-SP, confirmou que designou "a promotora do júri para fazer a apuração a respeito dos homicídios que ocorreram em Paraisópolis". Policiais deram versões diferentes sobre a tragédia e a PM teria omitido socorro às vítimas

Brasil 247, 04/12/2019, 10:24 h Atualizado em 04/12/2019, 10:47
(Foto: José Luis da Conceição/OAB SP | Mídia Ninja | Reprodução)

O procurador-geral de Justiça Gianpaolo Smanio confirmou que o Ministério Público de São Paulo está investigando como homicídio as nove mortes ocorridas no domingo (1º) em um baile funk na favela de Paraisópolis, na zona sul da capital. 

"Designei a promotora do júri para fazer a apuração a respeito dos homicídios que ocorreram em Paraisópolis", disse nesta terça (3). "Ela vai acompanhar as investigações", afirmou ele, de acordo com relato publicado no jornal Folha de S.Paulo, que também publicou uma matéria apontando divergências nas versões dos policiais militares.

A polícia afirma que a tragédia ocorreu quando criminosos fizeram disparos contra os policiais. De acordo com esta versão, policiais militares da Rocam iniciaram uma perseguição a dois suspeitos ocupantes de uma moto nas proximidades da Paraisópolis. 

A perseguição teria começado quando os criminosos fizeram disparos contra os militares. O incidente terminou em uma rua onde ocorria um baile funk com mais de 5.000 pessoas. Como os criminosos estavam atirando, houve pânico generalizado, correria e, por consequência, os pisoteamentos.

Um PM ouvido, no entanto, não chega nem a mencionar ter havido confusão após os disparos dos criminosos. Ele cita os disparos e, na sequência, "que pessoas que estavam no pancadão passaram a atirar pedras e garrafas na direção das equipes policiais". 

De acordo com relatos de moradores, os policiais fecharam os dois lados da rua Ernest Renan e teriam induzido a multidão a ir para duas vielas após dispararem munição não letal e dar golpes de cassetete. Em uma das vielas aconteceu o pisoteamento.

O porta-voz da PM, tenente-coronel Emerson Massera, afirmou que as investigações do caso estão em andamento.

"Para sabermos o momento exato que as mortes ocorreram vai depender da investigação, mas a hipótese principal é de que os fatos que levaram às mortes dessas pessoas se iniciaram com a confusão gerada pelos criminosos que entraram atirando na comunidade", disse.

Acusação de omissão no socorro

Outro detalhe é que um soldado do Corpo de Bombeiros cancelou um pedido de socorro ao Serviço de Atendimento Móvel de Emergência (Samu) sob o argumento de que a PM estaria socorrendo as vítimas. As informações foram veiculadas no SP1, da TV Globo.

A solicitação teria acontecido às 4h18 do domingo (1) e, às 4h29, a solicitação foi classificada como "alta emergência", já numa segunda unidade do Samu.

terça-feira, 3 de dezembro de 2019

Governo Bolsonaro promete R$ 1 bilhão a parlamentares para acelerar votações

A mamata não acabou...

Conversa Afiada, 03/12/2019
(Crédito: Marcos Corrêa/PR)

O governo de Jair Bolsonaro prometeu a parlamentares nesta terça-feira 3/XII liberar até R$ 1,2 bilhão em emendas até o fim do ano para destravar votações no Congresso Nacional. A informação é da Folha de S.Paulo. Os parlamentares foram informados sobre a liberação semanal de R$ 300 milhões em dezembro.

Segundo o jornal, essa promessa de Bolsonaro foi anunciada em reunião que contou com a participação do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e do líder do governo no Congresso, o senador Eduardo Gomes (MDB-TO).

É a tentativa de Bolsonaro de retomar votações no Congresso, já que, nos últimos tempos, deputados e senadores têm imposto uma série de derrotas ao governo por meio da derrubada de vetos e do adiamento de sessões.

Esses adiamentos colocam em risco, inclusive, a votação do Orçamento para 2020. Se esse item não for aprovado até 22/XII, o primeiro orçamento do governo Bolsonaro pode entrar em votação apenas em fevereiro do ano que vem.

Ao que parece, amigo navegante, a mamata não acabou...

Lava Jato faz exigências para cumprir decisão em favor de Lula

Em ofício ao juiz Valisney Oliveira, procuradores da Lava Jato consideram que não é conveniente a defesa do ex-presidente Lula ter acesso irrestrito aos sistemas da contabilidade paralela da Odebrecht. Segundo eles, o acesso aos sistemas Drousys e MyWebDay deve obedecer a critérios estabelecidos pelo então juiz Sergio Moro

3 de dezembro de 2019, 22:15 h Atualizado em 3 de dezembro de 2019, 22:35
Lula, Moro e Dallagnol (Foto: 247 | Reuters)

Pedro Canário, Conjur - Os procuradores da “lava jato” em Curitiba não acham conveniente cumprir uma ordem do juiz Valisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal do Distrito Federal. Em ofício ao magistrado, disseram que dar à defesa do ex-presidente Lula acesso aos sistemas da contabilidade paralela da Odebrecht "poderia prejudicar investigações e igualmente expor" a empreiteira. Em vez disso, fizeram uma série de exigências à Justiça para que possam obedecer à ordem judicial. 

A defesa de Lula, feita pelos advogados Cristiano Zanin Martins e Valeska Teixeira Martins, havia pedido acesso aos sistemas para comprovar uma de suas teses: a de que as planilhas apresentadas pelo MPF nas acusações contra o ex-presidente foram forjadas e elaboradas depois que as delações premiadas dos executivos da Odebrecht já haviam sido feitas. Elas seriam uma prova retroativa, portanto, acreditam os advogados.

O juiz Vallisney concordou com o pedido. No dia 27 de agosto, depois que o MPF em Brasília não viu problemas em conceder à defesa de Lula o acesso aos sistemas Drousys e MyWebDay. Drousys era o sistema de comunicação usado pelos executivos da construtora e o MyWebDay, o sistema de contabilidade e controle dos pagamentos de propina.

A Odebrecht enviou chaves de acesso aos sistemas ao MPF em Curitiba como parte de seu acordo de leniência, que previu o pagamento de R$ 3,8 bilhões ao órgão. Vallisney é o juiz da ação penal em que Lula é acusado de receber suborno para facilitar acesso da Odebrecht a crédito para obras de infraestrutura em Angola.

Poder de edição

Para a defesa de Lula, o acesso aos sistemas demonstraria que os registros de pagamentos e requerimentos de propina foram mexidos depois dos depoimentos das delações premiadas.

Quando ele garantiu ao ex-presidente acesso aos sistemas, oficiou a Procuradoria-Geral da República para dar cumprimento à ordem. E a PGR, “estranhamente”, dizem os advogados, repassou a ordem ao MPF em Curitiba — que agora se recusa a cumpri-la.

Em petição enviada a Vallisney nesta terça-feira (3/12), a defesa de Lula afirma que há “fortes suspeitas de que as cópias de onde estão sendo extraídos elementos para instruir ações penais foram manipuladas”. Um desses indícios é um depoimento de Fernando Migliaccio, um dos executivos da Odebrecht que fez acordo de delação premiada, mas fora do grupo dos 77 que assinaram junto com Marcelo Odebrecht.

Migliaccio trabalhava no setor de propinas da construtora. Em resposta a questionamentos dos advogados de Lula, ele disse que era possível “incluir e excluir livremente dados, arquivos e informações” no sistema Drousys.

No mesmo depoimento, ele explicou que Paulo da Rocha Soares, dono da empresa que desenvolveu o Drousys, tinha acesso ao sistema e o procurou algumas vezes para falar “sobre o ambiente e sobre o que poderia ser feito”.

Em resposta a questionamentos da defesa de Paulo Bernardo, ex-ministro da Casa Civil e acusado na mesma ação, Migliaccio disse que o passado do sistema MyWebDay, o da contabilidade das propinas, era apagado sistematicamente.

Segundo ele, Hilberto Silva, outro executivo da Odebrecht, havia ordenado apagar sempre o semestre anterior dos registros de transações.

Moro é quem manda

Em ofício do dia 11 de novembro ao juiz Vallisney, os procuradores da “lava jato” dizem que dar acesso aos sistemas poderia desequilibrar o acordo de leniência. Segundo a explicação dos procuradores, o acordo se baseia no princípio da boa-fé objetiva: o MPF confia que a empresa fala a verdade em suas declarações, e a companhia confia que as provas que apresenta não serão usadas contra ela em futuras investigações.

Enviar os dados à defesa de Lula faria o MPF perder o controle sobre as informações, argumentam os procuradores da “lava jato”. Muito embora a Odebrecht já tenha sido alvo de algumas ações de improbidade administrativa ajuizadas pelo governo federal com base em informações da “lava jato”.

De acordo com o ofício, a concessão de acesso aos sistemas da Odebrecht deve obedecer a critérios, estabelecidos por Sergio Moro, quando ele era titular da 13ª Vara Federal de Curitiba e tocava os trabalhos da “lava jato”. Entre os critérios, um que diz que “ficam vedadas novas cópias” e outro segundo o qual “o acesso ao sistema fica restrito por ora aos peritos federais lotados na Superintendência da PF em Curitiba”.

Por causa disso, o MPF estabeleceu critérios próprios para obedecer à ordem da Justiça Federal: saber quais serão os critérios de pesquisa no sistema, a “descrição sintética” dos procedimentos usados, saber quais crimes estão sendo tratados na ação penal e relatórios sobre o trabalho que for feito.

Conhecendo a lei!

Um pedaço do Paraíso!

Praia do rio Tapajós, próxima da cidade de Itaituba! Postagem que fiz no Facebook há 9 anos