sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

Três mil brasileiros inscritos no Mais Médicos ainda não se apresentaram


Depois de forçar o desligamento dos médicos cubanos com declarações preconceituosas e ameaçadoras, Bolsonaro enfrenta um outro problema com Programa Mais Médicos: os três mil brasileiros que se inscreveram no programa ainda não se apresentaram e o prazo para o início do trabalho termina nesta sexta-feira (14).

Os dados foram apresentados pela comissão tripartite que acompanha o programa, informa a jornalista Mônica Bergamo.

Brito: Bolsonaro não cometeu erros, cometeu crimes


Ao analisar o esquemas escusos do clã Bolsonaro, o jornalista Fernando Brito afirma que "cada pequeno trambique que aparece, é só mais um salpico de lama num esquema de nepotismo, extorsão e coleta de dinheiro".

Para Brito, não basta apenas Bolsonaro dizer que "irá pagar pelos seus erros". "Não foram erros, foram crimes e não é possível invocar a 'jurisprudência' de Sérgio Moro e deixar para lá porque, tal como Ônyx Lorenzoni, o ex-capitão arrependeu-se".

Bolsonaro detona as licenças ambientais

É horrível ser desmatador no Brasil


Conversa Afiada, 13/12/2018

Por Mariana Versolato, Ana Carolina Amaral e Phillippe Watanabe, na Fel-lha:


Em discurso em rede social, o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) fez várias críticas ao que chama de ‘“indústria da multa” ambiental. Disse que as multas são extorsivas, que há “capricho” por parte de fiscais do Ibama e que a licença ambiental atrapalha a execução de obras de infraestrutura.

“O Ricardo Salles [futuro ministro do Meio Ambiente] é uma pessoa que segue a lei. Não tem ao seu lado aquele tratamento xiita na questão ambiental. E o que nós queremos dele? Que cumpra a lei. O que tivermos de errado, que achar que está um exagero, vamos enviar projetos para a Câmara para que se mude a lei.”

Bolsonaro disse que quer acabar com o chamado ato tendente —segundo a Lei 9.605/98, pescar não é apenas o simples ato de capturar peixe, mas sim "todo ato tendente a retirar, extrair, coletar, apanhar, apreender ou capturar espécimes dos grupos dos peixes, crustáceos, moluscos e vegetais hidróbios, suscetíveis ou não de aproveitamento econômico, ressalvadas as espécies ameaçadas de extinção, constantes nas listas oficiais da fauna e da flora".

Em janeiro de 2012, Bolsonaro foi multado em R$ 10 mil pelo Ibama por pesca ilegal numa estação ecológica protegida por lei. O processo administrativo resultou em uma investigação preliminar na PGR (Procuradoria-Geral da República), em Brasília. Em outubro de 2013, o então procurador-geral, Roberto Gurgel, apresentou denúncia contra o parlamentar —o caso depois foi arquivado pelo STF.

“Você, por exemplo, foi pescar e passou perto de uma área de proteção ambiental. Você é multado por ato tendente. Porque ao passar por aquela área, o fiscal entende que você iria pescar naquela região e taca-lhe uma multa em cima de você. Isso é comum. Vi muitas multas nesse sentido para pescadores pobres da baía de Angras dos Reis. (...) Inacreditável que isso aconteça no Brasil. Um capricho por parte desses fiscais, de alguns fiscais do Ibama que não podem, no meu entender, continuar agindo dessa maneira. Então vamos acertar a questão por ato tendente.”

Bolsonaro também criticou as licenças ambientais. “E essa questão ambiental, quando se fala em licença ambiental, e é obrigado a derrubar uma árvore que ela está ameaçando cair. É uma dificuldade para conseguir essa licença. E toma multa caso derrube essa árvore sem a devida licença e autorização para tal. Então essa questão de licença ambiental atrapalha quando um prefeito, governador, presidente, quer fazer uma obra de infraestrutura, uma estrada, por exemplo, quer rasgar uma estrada, quer duplicar. São problemas infindáveis. Isso acontece muito na região amazônica.”

O Acordo de Paris, assinado em 2015 por 195 países para conter o aquecimento global, também foi criticado por Bolsonaro. 

(...)

Filha de Queiroz, também do esquema Bolsonaro, é personal trainer de 'famosos'


A filha do policial militar Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro que funcionava como um "caixa" do clã Bolsonaro, também apareceu no pente fino do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).

Nathalia Queiroz, que foi secretária parlamentar do então deputado Jair Bolsonaro e foi exonerada no mesmo dia que o pai, em 15 de outubro, antes do segundo turno das eleições, é personal trainer de "famosos" e tem atividade intensa na área.

A função de secretária parlamentar, no entanto, exige, por lei, 40 horas de dedicação semanal, o que indica que ela era apenas repassadora de recursos para o esquema Bolsonaro.

Em O Globo, a família Bolsonaro volta a ser notícia


O Grupo Globo decidiu partir para cima da família Bolsonaro e estampou logo cedo a manchete que denuncia fraudes em depósitos na conta bancária de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro.

A operação de cerco aos Bolsonaro começou na terça-feira, conforme apontou matéria do 247, em que todos os veículos do Grupo de Mídia destacaram o escândalo rastreado pelo Coaf.

Os depósitos mensais, repetidos e de valores idênticos, feitos em dinheiro vivo, somaram R$ 55 mil, de acordo com a reportagem do jornal O Globo.

Pressionado, Bolsonaro fala em cortar publicidade oficial da mídia

Pela postagem de Bolsonaro, se percebe que os fakes news fazem parte de seu dia-a-dia!

Em rota de colisão cada vez mais acelerada com a mídia conservadora do país, acossado pelas duas famílias mais poderosas do segmento, os Marinho e os Frias, Bolsonaro anunciou que vai cortar a verba oficial para a imprensa.

Ele já sinalizou que a prioridade serão os sites, blogs e mídias das redes sociais, além de alguns veículos de extrema-direita ou alinhados integralmente com ele.

Em tuíte, Bolsonaro afirmou que a Caixa Econômica Federal teria gasto R$ 2,5 bilhões em publicidade em 2018. O banco desmentiu-o, informando que o valor gasto é cinco vezes menor.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Generais que cercam Bolsonaro questionam: "Onde está o Queiroz?"


"Cade o Queiroz?" - segundo a jornalista Andréia Sadi, que afirma haver conversado com todos os generais do governo Bolsonaro nos últimos dias, essa é a pergunta que todos fazem.

"Entre generais do futuro governo de Jair Bolsonaro, a pergunta nos bastidores é: Cadê o Queiroz?, em referência ao ex-motorista de Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), deputado estadual e senador eleito" -escreveu Sadi, da GloboNews.

Bolsonaro mobilizou o fascismo via WhatsApp

Amadeu: o Golpe destruiu os parâmetros da realidade!

 Conversa Afiada, 12/12/2018
(Charge: Beto)

O Conversa Afiada reproduz trecho de entrevista concedida pelo sociólogo Sergio Amadeu, professor da Universidade Federal do ABC e doutor em Ciência Política pela Universidade de São Paulo, a Nina Fideles e Mayara Paixão, do Brasil de Fato:

(...) Como você avalia o uso do WhatsApp nas eleições e as maneiras de conter as fake news?

O que aconteceu no Brasil foi um processo de desconstrução dos parâmetros de realidade. Isso já havia acontecido na eleição do Donald Trump, nos Estados Unidos. Um grupo novo da extrema-direita norte-americana considera que o capitalismo não se desenvolve corretamente porque existe um predomínio no mundo todo do que eles chamam de marxismo cultural. Eles se colocam em uma posição de lutar contra o sistema e, obviamente, o que eles usam para isso não é razoável e historicamente sustentável, então se propõem a destruir o debate e trabalhar com dogmas. Eles fizeram isso numa parte dos EUA, na eleição do Trump, e deu certo.

No Brasil, o que aconteceu foi que durante o processo do golpe foram destruídos os parâmetros da realidade. É óbvio que os políticos são complicados, e que o PT é um partido que tem sim gente que entrou na corrupção. Agora, transformar o PT no partido mais corrupto do Brasil é perder a noção. É só olhar qualquer indicador que se vê que a corrupção é estrutural na elite brasileira e está no judiciário, além de ser alimentada, principalmente, por partidos de direita. O PT resistiu muito contra a corrupção e isso foi invertido.

Quem ajudou nesse processo foi a Globo, o núcleo duro do tucanato, o (Rodrigo) Janot. Eles não perceberam a nova direita que se aproveitava disso melhor que eles. Entraram pelos dutos do WhatsApp usando técnicas de big data para atingir pessoas específicas, com um determinado preconceito. Esse preconceito foi amplificado e as pessoas começaram a receber isso com “carinhas bonitinhas”, mas os textos eram feitos por profissionais através de disparos comprados no exterior.

Se o WhatsApp quer contribuir com a democracia, que ele entregue os metadados dos dois meses em que aconteceram essas eleições. Eu não quero saber o que as pessoas falaram e qual o conteúdo das mensagens, eu só quero os disparos que vieram do exterior. Não entregam porque estão protegendo esse grupo que assaltou e fraudou as eleições no Brasil, e isso, as pessoas precisam saber. Não estou dizendo que não existe fascismo no Brasil, que não existem grupos de extrema-direita, que não tem o antipetismo. Fizeram uma onda que nunca se viu. O debate eleitoral foi anulado, ninguém discutiu nada, e fizeram essa ação. É uma situação atípica que vai dar muito trabalho para desconstruir.

Foi preparado um caminho e o Bolsonaro se aproveitou disso?

Ele tomou a hegemonia. O núcleo duro do golpe não incluía o Bolsonaro. O Bolsonaro é um sujeito execrável e não é levado a sério, mas ele mobilizou o fascismo no Brasil. Essa direita norte-americana conhecida como alt-right, ou direita alternativa, tem um projeto de poder mundial através do radicalismo do neoliberalismo, e, do ponto de vista político, do Dark Enlightment, o iluminismo às avessas da obscuridade. Quer destruir os parâmetros da razão.

Falar que o Brasil é socialista? Por que temos direitos? Então quer dizer que Portugal, França, Bélgica, Holanda são socialistas. Os Estados Unidos têm mais direitos que nós. Para falar que a Ku Klux Klan é de esquerda é porque você não quer nem ouvir o líder, que diz que é da supremacia branca da extrema-direita americana. Esses caras têm um projeto de hegemonia, e usam esse termo inclusive. Tem um livro que sugiro chamado Kill All Normies, da pesquisadora americana Angela Nagel, que fez um levantamento sobre como atua essa direita alt-right.

Não é uma disputa onde um político que mostrasse despreparo e apresentasse dados falsos perderia votos. A realidade tem que ser destruída do ponto de vista simbólico para que eles tenham chance de debate. Para destruir os direitos mínimos que foram alcançados no Brasil, vão ter que convencer as pessoas que isso é bom. Não dá para convencer, porque é ruim, então o caminho é os factoides, com mentiras, ‘kit gay’ e perseguição.

Por que o Moro, que não era do grupo do Bolsonaro, virou? Porque ele se adequa. Ele é uma correia de transmissão para destruir a economia nacional. Agora, ele vai perseguir os sindicatos e as universidades, que são os centros que vão oferecer resistência a essa política de desmonte do país.

(...)

Conteúdo relacionado:

Motorista sacava a grana dentro da Alerj

COAF: Fabrício fez 36 operações no local em 2016

Conversa Afiada, 12/12/2018
(Charge: Aroeira)

Por Leonardo Lellis, no site do detrito sólido de maré baixa:


A maior parte dos saques efetuados pelo ex-policial militar Fabrício José Carlos de Queiroz, ex-motorista de Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), monitorados pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), foi feito em uma agência bancária do Banco Itaú na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), onde o filho do presidente eleito Jair Bolsonaro é deputado estadual e Fabrício foi seu assessor.

Ao todo, segundo relatório do Coaf, o ex-motorista sacou na mesma agência 159.983,71 reais em 36 operações ao longo de 2016, a maior parte delas em retiradas de até 5.000 reais — que podem ser feitas diretamente no caixa eletrônico. O segundo maior volume de saques (45.000 reais) se deu em outras duas agências também no centro do Rio, seguidos de 42.250 reais sacados em duas agências na Avenida das Américas, na Barra da Tijuca, bairro onde a família Bolsonaro tem residência.

“A conta teria apresentado aparente fracionamento nos saques em espécie, cujos valores estão diluídos abaixo do limite diário. Foi considerado fator essencial para a comunicação pela possibilidade de ocultação de origem/destino dos portadores”, afirma o relatório do Coaf.

O órgão também chamou atenção para uma concentração de saques em espécie nos guichês de atendimento também com indícios de fracionamento devido valores diluídos abaixo do limite diário na mesma data em locais próximos. O relatório destaca dez transações “aparentemente fracionadas” que totalizaram 49 mil reais na agência da Alerj e outra na Rua da Assembleia, no Centro do Rio.

(...)

quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

Contra o autoritarismo de Bolsonaro, Bresser lança manifesto pela democracia

O presidente  continua procurando problemas internos e externos. Parece que ele ainda não entendeu que é presidente de um País multifacetado e que tem que ter um discurso para todos os brasileiros!

O economista e ex-ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira lança, nesta quinta-feira (13), o manifesto "Juntos pela Democracia", contra "o autoritarismo, o desprezo pelos direitos humanos, o colonialismo dependente, e o pouco caso em relação ao aquecimento global que o presidente eleito, Jair Bolsonaro, vem insistentemente mostrando".

"A garantia das liberdades, dos direitos humanos individuais e sociais, do livre exercício da cidadania nos une, para além de eventuais diferenças e nuances ideológicas ou político-partidárias", diz trecho do documento.

A eleição já passou. Agora o discurso é o da pacificação, da união. O Brasil têm que, tanto internamente quanto externamente, buscar e viabilizar o que é melhor para o país.