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sexta-feira, 27 de julho de 2018
Moro, Lula, Bolsonaro e a sucessão
Revista Piauí, 27jul2018_12h35
Pode-se argumentar, com alguma razão, que a campanha eleitoral nem começou. Quase nenhum dos presidenciáveis competitivos escolheu seu vice, há muita indefinição e coisas soltas no ar – não se sabe nem mesmo quem vai ser o candidato do PT. Mais do que isso, a maioria da população ainda não se ligou na disputa, o que só costuma ocorrer após o início do horário eleitoral gratuito na tevê. Tudo isso é verdade.
Num sentido mais substantivo, porém, parece claro que a campanha presidencial começou no dia 24 de janeiro, quando três juízes federais de Porto Alegre ratificaram a sentença de Sérgio Moro, deixando Lula inelegível. Condenado em segunda instância, ele se tornou um Ficha Suja. A campanha começou outra vez no início de abril, quando o ex-presidente teve a prisão decretada por Moro. Na mesma época, Cármen Lúcia atuou de maneira decisiva, recusando-se a levar ao plenário do STF a votação sobre a revisão do cumprimento da pena após decisão em 2ª instância. A exclusão de Lula do processo eleitoral foi sacramentada, como diria o filósofo Romero Jucá, com o Supremo, com tudo.
Não era preciso que Moro recebesse o prêmio de personalidade do ano da Câmara do Comércio Brasil-EUA para que se pudesse desconfiar de sua isenção como magistrado. A foto em que aparece posando ao lado de João Doria Jr. – ambos de gravatinha-borboleta, numa cerimônia de gala em Nova York – marca, por assim dizer, o momento do escracho. A imagem é tão eloquente que seria o caso de perguntar se é o pai de Neymar quem está administrando a carreira do juiz. Seja como for, àquela altura, maio deste ano, o serviço já estava feito.
Antes que Deltan Dallagnol me inclua em seu PowerPoint, devo confessar: não estou entre os que veem a Lava Jato como parte de uma conspiração internacional. Nem entre os que não reconhecem seu valor republicano ao combater a impunidade dos donos do poder e do dinheiro no país. Ocorre que a Lava Jato se perdeu no momento em que o colega de festa de João Doria quis transformar Lula em seu preso de estimação.
Quando isso ocorreu? Difícil saber exatamente, mas desde a condução coercitiva, lá atrás, até o protesto esbaforido contra a decisão (ela também estabanada) do juiz de plantão que mandou soltar Lula, há duas semanas, Moro foi corroendo, sucessivas vezes, a imagem do juiz não apenas destemido, mas também imparcial. Como Brás Cubas, ele tinha uma ideia fixa balançando no trapézio de sua cabeça: prender o senhor Luiz Inácio a qualquer preço. Esse roteiro era a maior barbada do mercado de apostas da política brasileira nos últimos anos. De Merval Pereira ao Pato da Fiesp, todo mundo conhecia o final do filme. Quén!
Muita gente que votou em Lula, mas não perdeu o juízo no turbilhão dos últimos anos deve ter chegado à conclusão, ou formado a convicção de que ele não era, nem pode ser considerado inocente diante do assalto em escala industrial praticado contra a Petrobras durante os governos petistas. Os descalabros que as investigações trouxeram à tona eram o preço, por assim dizer, do patrimonialismo de coalizão administrado pelo presidente. Sempre foi assim, dirão alguns. Que seja, mas pouco importa. Esse é um argumento cínico, que não redime nem atenua os crimes do PT.
A despeito disso tudo, convicções não bastam para levar alguém à prisão. Mesmo as convicções de um juiz precisam de base probatória. E o famigerado caso do tríplex é uma tremenda bola dividida. É corrente o entendimento de que essa era a mais frágil das denúncias contra Lula. O próprio Moro, ao responder a um embargo de declaração da defesa (o recurso que permite questionar o juiz sobre eventuais obscuridades ou mesmo contradições da sentença), disse o seguinte: “Este juízo jamais afirmou, na sentença ou em lugar algum, que os valores obtidos pela OAS nos contratos com a Petrobras foram usados para pagamento da vantagem indevida ao ex-presidente.” Mas era exatamente isso o que a denúncia do Ministério Público dizia: o mimo ofertado a Lula seria a contrapartida da obtenção pela empreiteira de três contratos com a Petrobras, especificando-os. Se o juiz não prova o elo entre uma coisa e outra, assume isso publicamente, mas ainda assim condena o réu, há algo de esquisito. A rigor, o caso nem deveria estar em Curitiba, já que Moro e a Lava Jato cuidavam das investigações envolvendo a Petrobras. Meu raciocínio acompanha o que escreveu Reinaldo Azevedo, insuspeito de ser lulista, que fez a meu ver a crítica mais sólida da sentença. Como ele afirma, nada disso tem a ver com culpa ou inocência, mas com as exigências formais do devido processo legal – que o leitor me perdoe o jargão.
A condenação, nessas circunstâncias, reproduz a gambiarra acionada no impeachment. Dito de maneira brutal: sabemos que Dilma tem que ser derrubada, é preciso inventar um crime. Pode-se até discutir o que é mais grave – se a deposição arranjada (eu ia dizer duvidosa) de uma presidente eleita ou se a prisão duvidosa (eu ia dizer arranjada) de um ex-presidente que lidera as pesquisas de intenção de voto. Mas uma coisa é certa: o componente político, no caso do Congresso, faz parte do julgamento; no dos tribunais, não poderia fazer.
A politização da Justiça e a judicialização da política atingem no affaire Lula o seu ponto mais crítico. Nas palavras do sociólogo espanhol José María Maravall, “a política se torna judicializada quando as cortes se tornam atores políticos, alterando as regras da competição democrática. Tais estratégias incluem o uso das cortes para criminalizar adversários políticos” (a citação se encontra na p. 230 de O Lulismo em Crise, livro recém-lançado de André Singer).
Vistas em conjunto, as duas gambiarras compõem um quadro onde não figuram nem a maturidade das nossas instituições nem a solidez da nossa democracia. Os artistas da nova aquarela brasileira talvez imaginassem estar desenhando um pombo. Criaram um corvo.
Olíder nas pesquisas está preso há quase quatro meses, mas sua popularidade não derrete. Os pobres, que até agora não arredaram o pé de sua candidatura-fantasma, estão mais uma vez atrapalhando o bom funcionamento do país. Sem Lula, o líder de fato, por enquanto, é um candidato de extrema-direita de inclinações fascistas. O nome de Jair Bolsonaro começou a tomar corpo no bojo das manifestações pelo impeachment, nas quais a tentação autoritária era mais forte do que imaginavam alguns tucanos de boa-fé. Ao contrário do que foi dito, a onda de nostalgia do tempo da ditadura militar não estava restrita a franjas pouco expressivas do “fora Dilma”. Aquilo deu nisso.
É tragicômico que a advogada da peça de acusação que depôs Dilma Rousseff tenha se incorporado agora às fileiras do ex-capitão. Não se sabe ainda se Janaína Paschoal será a vice de Jair Bolsonaro – ele disse que espera o “sim ou não da noiva” na conversa que terão segunda-feira. Mas nem é preciso que ela suba ao altar de véu e grinalda. A dança do acasalamento entre os dois está consumada. A doida do impeachment agora decidiu incorporar o papel de mulher sensata no meio da tigrada.
A trajetória de Janaína ilumina – porque avacalha – o arco histórico que vai do impeachment à sucessão: responsável pela sustentação jurídica do teatro parlamentar que levou à queda da presidente, ela acaba nos braços daquele que, ao votar contra Dilma, homenageou o coronel Brilhante Ustra, chefe de um dos principais centros de tortura na ditadura, a mesma que submeteu Dilma a suplícios na prisão. Bolsonaro é o candidato da vingança da barbárie contra a civilização. Janaína Paschoal é sua lady Macbeth.
A deterioração do país vai muito além dos efeitos causados pela recessão brutal que atravessamos nos últimos anos. Enraizou-se na esquerda o sentimento de que as instituições se esvaziaram, de que houve uma desconexão entre legalidade e legitimidade, um divórcio entre o que essas instituições representam hoje e o que deveriam ser numa democracia digna do nome.
Na outra ponta, a extrema-direita em expansão talvez seja o melhor termômetro da crise atual. Parte expressiva de seu crescimento se deve a gente mais despolitizada do que fanática. São pessoas aviltadas pela crise econômica, tomadas por um ódio difuso aos políticos em geral, e ao petismo em particular, em grande medida influenciadas pela inoculação capilar em suas mentes do espírito purificador da Lava Jato. Pessoas, além disso, capturadas pelo medo e pela sensação de insegurança num cenário em que os indicadores de violência são equivalentes aos desastres de guerra.
Mesmo em momentos menos turbulentos, previsões eleitorais são sempre temerárias – tanto mais agora, num quadro de tamanha indefinição e em ambiente tão crispado. Mas vamos lá: não acredito que Bolsonaro, apesar de atender aos instintos mais primitivos do Brasil, vá resistir ao rolo compressor de tempo de tevê, alianças e estrutura política que Geraldo Alckmin conquistou com o apoio do centrão. A adesão do patriarcado da fisiologia ao tucano sugere que o PIB, finalmente, decidiu arrastar suas fichas para um lado da mesa.
Os donos do dinheiro sempre estiveram contra Lula e não querem Ciro Gomes, sobre isso não há dúvida. Mas a verdade é que não sabiam muito para onde correr. A candidatura de Henrique Meirelles não é mais que um conto de fadas. Marina, por sua vez, precisaria mostrar minimamente que tem vontade de vencer a disputa. Sua inapetência é exasperante. Alckmin é quase uma opção da falta de opções, uma espécie de escolhido por W.O. Depois de tudo, há ainda uma boa chance de que a disputa final se trave entre PSDB e PT.
Mas o que acontecerá se o duelo for entre Bolsonaro e o nome que Lula indicar da prisão? Para onde vai o PIB? E se, pelo contrário, as forças aglutinadas em torno de Bolsonaro e de Lula se frustrarem nos próximos meses? A energia social que hoje mobilizam se dissipará? Ou essas tensões deverão explodir nas ruas em algum momento? São perguntas sem resposta, mas que não podem sair do horizonte. O futuro do país está mais turvo do que nunca.
Fernando de Barros e Silva é diretor de redação da piauí desde janeiro de 2012 e autor de Chico Buarque (2004), da PubliFolha.
quinta-feira, 26 de julho de 2018
Lula tem 41% e leva no 1° turno
Por isso, o TSE, o STJ, o STF e a Globo não permitem que ele se candidate
Conversa Afiada, 26/07/2018

(Reprodução: PT-MG)
Do Portal da CUT:
Mesmo mantido como preso político há mais de 100 dias na sede da Polícia Federal, em Curitiba, e atacado ferozmente por setores do Judiciário e da mídia, o ex-presidente Lula continua imbatível e seria eleito no primeiro turno se as eleições fossem hoje, de acordo com pesquisa CUT/Vox Populi, realizada entre os dias 18 e 20 de julho.
Ao contrário do que os opositores sonharam, Lula segue na liderança e nem mesmo as manobras políticas e jurídicas para mantê-lo preso abalaram as intenções de votos no ex-presidente.
É o que comprovou a pesquisa, inclusive nas simulações de segundo turno, onde Lula também derrotaria qualquer adversário por ampla margem de votos.
Pesquisa estimulada
No cenário estimulado, quando os nomes dos candidatos são apresentados aos entrevistados, as intenções de voto em Lula aumentaram para 41% contra 39% registrado em maio.
Já a soma de todos os outros adversários alcançou 29%, segundo a pesquisa CUT/Vox Populi, divulgada nesta quinta-feira (26).
No segundo lugar, com praticamente um terço das intenções de votos de Lula, está o deputado Jair Bolsonaro (PSL), que se manteve com 12%; seguido por Ciro Gomes (PDT), que alcançou 5%. Marina Silva (Rede) caiu de 6% para 4%, empatando com Geraldo Alckmin (PSDB), que também registrou apenas 4%.
Manuela D’Ávila (PC do B) e Álvaro Dias (Podemos) têm cada um 1% das intenções de votos. Os entrevistados que disseram que irão votar em outros candidatos atingiu 2%. O percentual dos que não vão votar em ninguém, brancos e nulos totalizou 18% e não sabem ou não responderam, 12%.

Para o presidente da CUT, Vagner Freitas, Lula segue na liderança de todas as pesquisas eleitorais porque os brasileiros sentem saudade de seu governo e não esquecem como a vida era melhor quando ele era presidente do Brasil.
O ex-presidente Lula, lembra Vagner, fez a economia crescer e ainda distribuiu renda, gerou mais de 20 milhões de empregos sem alterar uma vírgula a CLT, tirou milhões de brasileiros da fome e da miséria e proporcionou a maior inclusão social e educacional da história, com a ampliação do acesso de milhões de brasileiros e brasileiras às universidades.
“Com o golpe, praticamente 80 mil alunos deixaram de ingressar no ensino superior privado neste ano por causa da crise. Já são quase 14 milhões de desempregados, fora os mais de 27 milhões de subempregados, que poderiam estar trabalhando, mas não há vaga no mercado de trabalho”, critica Vagner, ao destacar que as pessoas voltaram a passar fome no País e milhares de famílias estão endividadas e sem esperança.
“O povo sabe que a vida era melhor com Lula e tem a consciência de que ele é o mais preparado para tirar o Brasil da crise provocada por Temer e seus aliados golpistas, por isso ele é continua sendo o preferido pelo povo.”
Nordeste inteiro está com Lula
No Nordeste, a saudade de Lula é ainda maior e ele continua sendo imbatível e o mais querido pelo povo da Região.
O ex-presidente tem 58% das intenções de votos entre os nordestinos contra os 8% alcançado por Ciro, seguido por Bolsonaro, com 7%. Alckmin aparece com 3% e Marina caiu de 6% para 2%. Os demais não pontuaram.
Aumentam as intenções de votos no Sul
No Sul, aumentou de 31% para 34% as intenções de voto em Lula. Em segundo lugar aparece Bolsonaro, com 19%, seguido por Álvaro Dias, que caiu de 10% para 5%, empatando com Ciro Gomes (5%). Marina e Alckmin também aparecem empatados com 4% cada. Manuela tem 1% e outros 4%.
No Sudeste, Lula tem 33% das intenções de voto contra 12% de Bolsonaro. O candidato tucano, Geraldo Alckmin, apesar de governar São Paulo por quase 14 anos, aparece com apenas 6% das intenções de votos na Região. Marina tem 4%; Ciro 2%; Manuela e Álvaro Dias 1% cada; e outros 3%. O percentual dos que não vão votar em ninguém, brancos e nulos atingiu o maior índice no Sudeste, sendo a opção de 25% dos entrevistados.
Centro-Oeste também está com Lula
No Centro-Oeste e Norte, Lula também é o preferido pelo eleitorado e tem 39% das intenções de votos. Em segundo lugar aparece Bolsonaro com 17%, seguido por Marina (8%); Ciro (6%); Alckmin (2%); Álvaro Dias (1%); e outros (1%).
Cenário espontâneo
Na pesquisa espontânea, Lula também está bem na frente dos demais candidatos.
O ex-presidente passou de 34% para 37% das intenções de votos. Bolsonaro se manteve em segundo lugar, com 10%; Ciro tem 3%; Alckmin caiu de 3% para 2% e segue empatado com Marina Silva (2%) e com o ex-presidente FHC, citado por 2% dos entrevistados.
Joaquim Barbosa, Sergio Moro, Aécio Neves, Eduardo Jorge e Álvaro Dias aparecem com 1% das intenções de voto cada.
Os que disseram que vão votar em outros candidatos alcançaram 3%. Ninguém, brancos e nulos 18% e não sabem ou não responderam 18%.
Segundo turno
Nas simulações de segundo turno, Lula derrotaria todos os adversários com tranquilidade.
O ex-presidente tem 50% das intenções de votos contra 16% de Bolsonaro (em maio Lula tinha 47% e Bolsonaro 16%).
Lula também ganharia com folga da candidata da rede com 50% dos votos contra 12% de Marina (em maio o placar era de 45% contra 14%).
Contra Ciro, o resultado é semelhante. Lula tem 50% das intenções de voto e o candidato do PDT apenas 11%.
Já quando o adversário é Alckmin, o ex-presidente Lula passa dos 50% para 52% das intenções de votos contra apenas 10% do candidato tucano (em maio, Lula tinha 47% contra 11% de Alckmin).
A pesquisa CUT/Vox Populi foi realizada com brasileiros de mais de 16 anos, residentes em áreas urbanas e rurais, de todos os estados e do Distrito Federal, em capitais, regiões metropolitanas e no interior, de todos os estratos socioeconômicos.
Foram ouvidas 2000 pessoas, em entrevistas feitas em 121 municípios. Estratificação por cotas de sexo, idade, escolaridade e renda. A margem de erro é de 2,2 %, estimada em um intervalo de confiança de 95%.
Lula nunca cogitou deixar candidatura; poderá concorrer e tomar posse, garante seu advogado
O advogado Luiz Fernando Casagrande Pereira, um dos responsáveis pela defesa de Lula na Justiça Eleitoral, afirma que o ex-presidente nunca fez sequer uma pergunta sobre a possibilidade de substituição de sua candidatura pelo PT.
Segundo o advogado, Lula poderá concorrer e, vitorioso, irá aguardar até a data da diplomação, em dezembro, pelo resultado da batalha jurídica pela garantia de seus direitos.
Nova pesquisa CUT/Vox: Lula tem 41% e os os outros, 29%
Pesquisa CUT/Vox Populi aponta que o ex-presidente Lula vence no primeiro turno com 58% dos votos válidos.
No cenário estimulado, quando os nomes dos candidatos são apresentados aos entrevistados, as intenções de voto do ex-presidente aumentaram para 41% contra 39% registrado em maio.
Já a soma de todos os outros adversários alcançou 29%.
No segundo lugar está Jair Bolsonaro (PSL), com 12%, seguido por Ciro Gomes (PDT), que alcançou 5%.
Marina Silva (Rede) caiu de 6% para 4%, empatando com Geraldo Alckmin (PSDB), que também registrou apenas 4%.
terça-feira, 24 de julho de 2018
Haddad: jurisprudência do TSE e do STF é a favor de Lula
Ministro do Supremo tem que ter mandato
Conversa Afiada, 24/07/2018

Da entrevista de Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo, à Fel-lha:
(...) O PT propõe fixação de mandato nos tribunais. Isso não pode ser considerado revanchismo contra o Judiciário?
Haddad: De maneira nenhuma. É comum nos países desenvolvidos fixar mandato para as cortes constitucionais. Uma pessoa que é indicada aos 40 para permanecer num tribunal até os 75 anos talvez não dê a agilidade necessária para que os tribunais atualizem jurisprudência. Não tem nada nesse programa que não tenha amparo nas mais ricas experiências. Na questão da concessão dos meios de comunicação, as duas principais influências foram EUA e Inglaterra. Tanto é verdade que esse tipo de regulação liberal tem o apoio de um veículo como a Folha de S.Paulo. Acho que a Folha não pode ser considerada exatamente um órgão de esquerda.
Será uma regulação econômica, como diz a presidente do partido, Gleisi Hoffmann?
Haddad: No Brasil, temos a política se imiscuindo demais na comunicação. Queremos isolar mais o mundo político-partidário do mundo da comunicação. Para garantir mais pluralismo, contraditório e liberdade de expressão. Existe uma agenda que é impedir a propriedade cruzada, a concentração vertical e a concentração horizontal.
Como vai ser feito o controle?
Haddad: Não é um controle de conteúdo. A direita patrimonialista vai tentar vender como censura. Mas contamos com órgãos mais isentos como a Folha para defender o nosso ponto de vista, que é liberal. Temos muita maturidade. Governamos o Brasil 12 anos em clima de total liberdade.
(...) A Carta aos Brasileiros foi revogada, já que era um aceno aos bancos?
Haddad: Alguém imagina que vamos reativar a economia com um trabalhador pobre pagando por três geladeiras para levar uma para casa? Não posso criar mecanismos indutores de redução de spread num setor claramente oligopolizado? Vamos introduzir regras de progressividade tributária no setor bancário para induzir fortemente a redução dos spreads. É uma ideia inovadora que vai regular o mercado de créditos no Brasil.
Neste momento o PT está sozinho. Do outro lado o Alckmin vai ter 40% do tempo de TV.
Haddad: O Alckmin é a continuidade do establishment. A continuidade do governo Temer sem o Temer. [Os tucanos] Vão fazer uma ação diversionista de dizer que não têm nada a ver com o governo que está em curso. Alckmin se comprometeu com todas as propostas do governo Temer. As propostas foram elaboradas pelos tucanos.
Quem vai falar isso com clareza, com o candidato preso?
Haddad: As pessoas não veem o Lula. As pessoas sentem o Lula. Vá nas periferias das cidades, no campo. Vá no Nordeste. As pessoas sabem quem é o Lula. Faça pesquisas sobre o que está acontecendo. As pessoas perguntam se o Lula está sendo perseguido. 75% respondem que sim.
Mas isso não significa que o candidato a ser indicado pelo Lula vá herdar...
Haddad: Mas isso se houver duas negativas que ainda não foram dadas. Vocês estão contando com duas negativas que ainda não foram dadas, uma do TSE e outra do STF.
Então o senhor acredita que o Lula será candidato?
Haddad: Se a jurisprudência dos tribunais for mantida, ele será.
Ainda assim ele está preso. Quem vai falar por ele?
Haddad: Ele próprio. E as lideranças do partido.
Mas ele não pode gravar. Ele vai falar por carta?
Haddad: Aí você precisa fazer uma entrevista com o Lula. Ele está há cem dias nessa situação e nem por isso a intenção de voto nele diminuiu. Pelo contrário.
O sr. concorda com a manutenção da candidatura Lula?
Haddad: Seria um desastre qualquer outra atitude que não fosse estar com Lula neste momento.
Mas o senhor reconhece que é uma estratégia arriscada?
Haddad: Eu reconheço que é a única e é arriscada. Mas é a única.
(...) O sr. já foi chamado de o mais tucano dos petistas. Isso o tornaria mais palatável, caso o sr. fosse candidato?
Haddad: É que essa possibilidade não está colocada.
Mas o sr. estaria disposto?
Haddad: Não é essa a discussão no PT. A verdade é que não há. Pelo menos com as partes interessadas. Nunca discuti com o Lula esse assunto. (...)
Lula cria o dia do “Volto”
"Para fazer o Brasil feliz outra vez"
Conversa Afiada, 24/07/2018

Reprodução: Twitter/@LulaOficial
O Conversa Afiada compartilha carta manuscrita do presidente Lula ao presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Wagner Santana:


Reprodução: Twitter/@LulaOficial
Josué diz não a Alckmin e expõe fragilidade tucana
O recado do empresário Josué Gomes (PR) foi claro ao pré-candidato do PSDB a presidente, Geraldo Alckmin: ele não aceita ser vice do tucano.
Com a negativa do filho do ex-vice-presidente José Alencar, agora o ex-governador de São Paulo deve estreitar os laços com o DEM para a escolha de um vice.
Seja como for, Alckmin está umbilicalmente ligado a Michel Temer e terá de defender a agenda do golpe, rejeitada pela ampla maioria da população.
sábado, 21 de julho de 2018
Bancário visitou triplex e tirou fotos que comprovam a farsa

247 - "O bancário aposentado Manuel Meneses, de Salvador, Bahia, fez o que a velha imprensa deveria ter feito: visitou o triplex que Sergio Moro atribui a Lula antes que ele fosse vendido e fez registros em fotos e vídeos. A conclusão dele e de qualquer pessoa honesta que veja as fotos é: o triplex não teve nenhuma reforma digna desse nome", diz o jornalista Joaquim de Carvalho, no Diario do Centro do Mundo. "Viu ainda no apartamento um fogão velho, uma geladeira, um escritório improvisado, beliches, uma piscina com tamanho de uma banheira — 'duas braçadas e você chega de uma ponta a outra'", continua o jornalista, citando uma expressão usada pelo bancário.
Segundo relato no DCM, o funcionário afirmou que, “quando se falava em elevador privativo, imaginava que fosse algo que levasse da garagem ao apartamento, mas não. É um elevador que leva de um piso a outro no tal triplex, como esses elevadores para cadeirante. Uma coisa mixuruca, que não custa muito”. “Vi ainda que o piso que teria sido trocado não é porcelanato de primeira linha, é um piso de segunda linha. Não é o pior, mas também não é o de primeira linha. Fiquei pensando: um ex-presidente pode morar num lugar mais bem arrumado”, destacou.
Leia a íntegra no DCM, que também divulgou mais foto.
sexta-feira, 20 de julho de 2018
Alcmin, candidato do golpe, terá 40% do tempo de TV
O pré-candidato à presidência pelo PSDB Geraldo Alckmin conseguiu o apoio em massa do centrão, o núcleo duro do golpe.
Com o apoio desses partidos (PP, DEM, PRB, PR, PTB), Alckmin, que tinha 1 minuto e 18 segundos na propaganda eleitoral na TV (em cada bloco de 12 minutos e 30 segundos), somará 4 minutos e meio, quase 40% do tempo total.
O PT, que ainda não fechou aliança, tem 1 minuto e 34 segundos.
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