domingo, 18 de março de 2018

Polícia apreende em MG carro suspeito de ter sido usado na morte de Marielle


Um dos carros suspeitos de terem sido utilizados no assassinato da socióloga e vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) foi apreendido pela Polícia da cidade de Ubá, em Minas Gerais, entre o final da noite deste sábado (17) e a madrugada deste domingo (18).

O delegado Alexandrino Rosa de Souza informou que uma denúncia anônima feita à Polícia Civil do Rio de Janeiro indicou a localização do veículo na cidade da Zona da Mata. Uma equipe da perícia do Rio está a caminho do local.

Lula preso nos braços do povo


Sociólogo e colunista do 247 Emir Sader diz que a quarta Caravana do ex-presidente Lula se dá em condições políticas diferentes das anteriores.

"Se dá no marco do fracasso da direita de construir candidaturas com apoio popular, tanto entre os seus nomes tradicionais, como entre eventuais nomes de fora da política. Por isso também se dá esta Caravana no marco de uma intensificação da perseguição jurídica contra o Lula, mesmo sem crimes e sem provas", diz Emir.

"O Judiciário vai fechando portas para possibilitar as garantias básicas para a defesa do Lula, enquanto a mídia apela abertamente pelas piores condenações ao Lula, porque sabe que são os únicos instrumentos com que conta para tentar impedir que ele volte a ser presidente do Brasil".

Celular de coronel traz prova contra Temer


A quebra do sigilo do celular do coronel Lima, operador de Michel Temer há décadas, traz a prova que pode resultar na terceira denúncia por corrupção contra o ocupante da Presidência da República.

Numa mensagem, Lima informa a Temer que "transmiti o recado", numa referência ao empresário Gonçalo Torrealba, do grupo portuário Libra.

Este vinha tentando há meses uma audiência com Temer, que só foi obtida com a intermediação do coronel.

Depois disso, Temer renovou a concessão por vinte anos do grupo Libra, em Santos.

Antes do golpe, uma decisão da presidente legítima e honesta Dilma Rousseff impedia a renovação das concessões de empresas com dívidas junto à União – a do grupo Libra é de nada menos que R$ 2,8 bilhões.

O inquérito conduzido por Luis Roberto Barroso pode provocar a queda de Temer.

Jungmann e as balas perdidas nos Correios



"Não sei se o ministro mentiu ou apenas cometeu um equívoco primário, o que é grave para alguém na sua posição, mas a questão continua em aberto".

"Se o lote não foi roubado nos Correios da Paraíba em 2006, onde foi roubado então?", questiona o colunista do 247 Alex Solnik diante da contradição do ministro da Segurança, Raul Jungmann, sobre a munição de 9 mm usada para matar Marielle Franco, que fazia parte de lote destinado à Polícia Federal.

"Ou não foi roubado? Jungman está mais perdido que as balas que segundo ele foram perdidas nos Correios".

sábado, 17 de março de 2018

Izaías Almada: Brasil numa enruzilhada; ou reage ao fascismo e entreguismo ou será consumido pelo ódio e violência

Viomundo,16 de março de 2018 às 10h43

ENCRUZILHADA

por Izaías Almada, especial para o Viomundo

Tudo indica que as palavras do general interventor no Rio de Janeiro, ao anunciar que a cidade maravilhosa se tornaria um “laboratório” para outras intervenções do tipo pelo país, começa a se tornar realidade.

Antes desta declaração, um seu superior, o comandante do Exército, general Vilas Boas, também declarou qua a intervenção militar deveria ter garantias de que sua ação não seria confrontada, quem sabe, por uma nova Comissão da Verdade.

O que pensar dessas duas declarações quando na noite de ontem, dia 14 de março de 2018, uma integrante da Comissão da Verdade do Rio de Janeiro, vereadora do Psol na mesma cidade, Marielle Franco, é covarde e brutalmente assassinada ao lado do seu motorista numa emboscada que reúne todas as características de uma morte por encomenda e um claro recado para quem ainda tem veleidades de tentar interferir a sério no chamado crime organizado carioca.

Os dois generais foram confrontados e ridicularizados em suas declarações, se considerarmos a possibilidade de que foram feitas com alguma boa intenção.

O crime, hediondo, como é todo crime dessa natureza, merece investigação mais do que rigorosa, pois não se trata apenas de justiça para Marielle e sua corajosa luta, mas, sobretudo, de começar a punir os meliantes que assaltaram o palácio da Alvorada e adjacências.

Pois é disso que se trata: a morte de Marielle é um crime político.

O governo (e peço licença para assim me expressar) do presidente Temer, com a sua incapacidade para governar um país como o Brasil ajuda a botar mais lenha na fogueira e deixa que a lei da selva se instale em definitivo entre nós.

Mas a pergunta que fica é mais terrível: quem irá investigar, se o fascismo já está integrado ao cotidiano brasileiro e muito dele a se aproveitar de marginais para o serviço sujo?

Talvez um arremedo de investigação seja feito para aplacar aos mais revoltados, pois atualmente é muito fácil apontar acusados sem provas, prática antiga da polícia brasileira.

Incorporada mais recentemente, sobretudo após o golpe mequetrefe de 2016, pela justiça de qualquer instância.

O dia a dia do brasileiro transforma-se num pesadelo para muitos, numa brincadeira de mau gosto para outros e numa terra de ninguém para (com licença da expressão) o governo Temer.

Não há governo, repito, e sim grupos — mafiosos ou não — a dilapidarem o que resta do patrimônio nacional, a rasgarem o que resta de uma Constituição, a mentirem e insuflarem o ódio de classes pela imprensa e pela televisão, tudo sob a complacência e vista grossa de um Poder Judiciário cada vez mais acovardado.

O país está mais uma vez diante de uma encruzilhada.

Ou reage ao fascismo e ao entreguismo (com licença da expressão) do governo Temer ou será logo, logo, consumido pelo ódio e pela violência de grupos que não têm o menor compromisso com a democracia, a soberania do país e com a justiça social.

A História está cheia de exemplos dessa natureza, sendo o mais conhecido deles o incêndio do Reichstag, organizado e perpetrado há 85 anos na Alemanha durante a ascensão do nazismo.

Universidade onde Moro deu aula lota com estudantes assistindo disciplina sobre o golpe


Cada vez mais brasileiros ficam conscientes de que todo o processo que afastou a presidente Dilma do governo e a consequente criminalização do PT e do ex-presidente Lula faz parte de uma estratégia que envolve empresários, políticos, juízes, procuradores e até os EUA.

Por isso cresce o número de universidades criando uma disciplina para analisar o golpe.

Na Universidade Federal do Paraná, onde o juiz Sérgio Moro lecionou, a sala de aula ficou lotada.

Quem apertou o gatilho?


"A execução bárbara de Marielle e Anderson é um duro e dramático choque de realidade. Discurso ideológico mata", escreve o colunista Ricardo Cappelli.

Para ele, "mãos poderosas apertaram o gatilho. Destruíram nossa economia. Implodiram o tecido social. Manobram e zombam de nossas instituições".

"Eles estão marchando. Mais balas virão. O povo está assustado. Bravatas não vão nos livrar dos próximos atos de barbárie. Que tal sacarmos a bala que pode derrotá-los? Ela é curtinha e poderosa. Atende pelo nome de UNIDADE", afirma.

Controvérsia: Correios nega que munição usada na morte de Marielle tenha sido furtada de sede


Em resposta à versão usada pelo ministro Extraordinário da Segurança Pública, Raul Jungmann, na sexta-feira (16), a superintendência dos Correios na Paraíba informou neste sábado (17) não ter "conhecimento" de que a munição usada no assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) tenha sido furtada de sua sede no Estado.

Na sexta (16), Jugmann havia afirmado que a munição pertencia à Polícia Federal e que havia sido furtada da sede dos Correios em 2006.

O Brasil é alvo de uma guerra híbrida


Um dos principais especialistas do mundo em política internacional, o jornalista Pepe Escobar, correspondente do Asia Times, concendeu entrevista à TV 247, em que falou sobre "a guerra híbrida" promovida pelos Estados Unidos contra o Brasil, com objetivo de tomar riquezas, como o pré-sal.

"Esse ainda será um caso de estudo internacional sobre não apenas a derrubada de um governo, como também sobre como todo um país foi desestruturado", afirma.

Escobar diz que o Brasil viveu o auge de seu prestígio internacional com o ex-presidente Lula e com o chanceler Celso Amorim e diz que, hoje, tem uma política de total subserviência aos Estados Unidos, o que foi decorrente da Lava Jato, conduzida por Sergio Moro.

Brian Mier: Os EUA atuaram no golpe contra o Brasil


Co-editor do site Brazil Wire, o correspondente Brian Mier, que vive há mais de vinte anos no Brasil e é casado com uma brasileira, afirma ter certeza de que os Estados Unidos atuaram no golpe contra a presidente Dilma Rousseff e contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"Se os Estados Unidos atuaram em mais de 100 golpes ao na América Latina nos últimos cem anos, por que não atuariam neste de 2016?", questiona.

Ele aponta também os benefícios obtidos pelo governo norte-americano: reservas do pré-sal, Embraer e contratos de R$ 140 milhões por ano do governo federal com a Microsoft.

Mier afirma que se, de fato, o juiz Sergio Moro se mudar para os Estados Unidos, será muito bem recebido pelas empresas de petróleo.

"O Brasil está sendo saqueado".

Mier diz ainda que os Estados Unidos são o país mais corrupto do mundo – "basta ver o que foi a guerra do Iraque".