sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Em 2018, nada será como antes


"Pesquisas mostram que Lula é o favorito para 2018 mas as críticas duras do reitor alagoano que denunciou 'alianças espúrias' mostram que os tempos também não mudaram", escreve Paulo Moreira Leite, articulista do 247". 

Para PML, "ao contrário do que aconteceu nas campanhas eleitorais anteriores, nada garante que o apoio da base da sociedade está assegurado e basta correr para um acordo junto às cúpulas para vencer". 

"Para os eleitores, o golpe que afastou Dilma foi um aprendizado na tragédia, que se revelou uma das maiores de nossa história republicana. Com um papel decisivo em 2018, a lealdade do eleitor deve ser cultivada e alimentada. Mais do que nunca a identidade de Lula e a clareza de sua mensagem têm imensa importância".

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

PT pede reação contra a "venda do Brasil"

Temer, o traidor da Pátria, está fazendo isso na maior cara de pau

Em dura nota contra o anúncio de liquidação do patrimônio público pelo governo de Michel Temer, a Executiva Nacional do PT disse que o real motivo das privatizações é a realização de "grandes negociatas que enriquecerão golpistas e seus sócios".

"O golpe sempre teve com agenda principal fazer o país retroceder ao estágio de um Brasil colônia, país pequeno, dependente, tecnologicamente atrasado e submisso aos interesses do grande capital internacional". 

"No país do golpe, as grandes decisões são tomadas em Washington e Wall Street. E a ordem é vender o Brasil. A ordem é pilhar o Brasil", diz o partido presidido pela senadora Gleisi Hoffmann.

PT conclama a população e as forças nacionais a resistirem de todas as formas a "esses crimes contra a Nação".

Recurso de Dilma contra o golpe fez aniversário e continua na gaveta

O processo continua engavetado por que pode ser favorável ao PT?

Desde 29 de setembro de 2016, o Supremo Tribunal Federal mantém na gaveta o recurso da presidente deposta Dilma Rousseff sobre a legalidade do processo de impeachment que a afastou do Palácio do Planalto no ano passado.

O processo está no gabinete do ministro Alexandre de Moraes e aguarda manifestação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Na peça, assinada pelo ex-ministro José Eduardo Cardozo, que defendeu Dilma no processo, a petista pede a anulação de sua condenação, determinada pelo Senado em 31 de agosto, por não haver "motivos jurídicos plausíveis ou de justa causa que amparem a condenação".

Processo contra Lula no TRF está acelerado

Se fosse contra o Aécio Neves teria a mesma celeridade?

Em apenas sete horas, o relator do processo do triplex do Guarujá, o desembargador João Pedro Gebran Neto, deu um despacho sobre o caso.

"A sentença do juiz Sérgio Moro no caso do triplex foi exarada em 12 de julho passado. No dia 31 de julho, dentro do prazo, a defesa de Lula informou que apelaria da sentença. O processo foi remetido então para o TRF4". 

"Chegou ontem às 11:04. Às 17:45 houve a remessa interna para o relator. Às 18 horas, o relator Gebran processou o despacho para intimar a defesa para apresentar as razões recursais. O prazo de 7 horas é o menor já registrado no TRF4 dentre todos os prazos de processos analisados", relata o jornalista Luis Nassif, para quem a rapidez já demonstra a parcialidade do órgão.

Lula, Renan e outras alianças necessárias


"É verdade que o PMDB apunhalou o PT e Dilma, e que o próprio Renan votou a favor do impeachment no ano passado. Mas não menos certo é que Lula precisará, sim, de refazer alianças para além da esquerda, vale dizer, para além do PC do B, dos movimentos sociais organizados e quem sabe, do PDT e do PSB, pois é cedo para saber como marcharão eleitoralmente estes dois antigos aliados no pleito de 2018", analisa Tereza Cruvinel, sobre o encontro entre Lula e Renan Calheiros em Alagoas, que provocou irritação em muitos petistas.

"Se Lula ganhar, será preciso ter maioria para governar, ou haverá novo golpe. Alianças continuarão sendo necessárias, embora os erros cometidos na montagem da base lulista não possam também ser repetidos", lembra a jornalista.

Filho de Zé Alencar pode ser vice de Lula


Líder absoluto em todas as pesquisas de intenção de voto para a Presidência em 2018, Luiz Inácio Lula da Silva pode ter como vice em sua chapa o empresário mineiro Josué Gomes da Silva, de 53 anos.

O presidente da Coteminas, Josué é filho do ex-vice-presidente José Alencar, eleito numa dobradinha com Lula em 2002 e 2006 e que morreu em março de 2011.

No PT, a avaliação é de que Josué como candidato a vice pode ajudar Lula a reconquistar o apoio do empresariado.

“O nome do Josué sempre foi lembrado e admirado por nós para ser alguém que nos ajude na nova política que o Brasil precisa. São pessoas como ele que o PT precisa trazer para perto”, disse o senador Jorge Viana (PT-AC), um dos parlamentares mais próximos do ex-presidente.

quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Geddel desafia PF e se recusa a desbloquear celular com biometria


Réu por obstrução de justiça, o ex-ministro baiano Geddel Vieira Lima (PMDB) se recusou a ajudar a Polícia Federal no acesso ao conteúdo de um dos seus celulares apreendidos.

Interrogado pelos agentes federais, Geddel foi informado de que as duas senhas fornecidas por ele para desbloquear o equipamento não funcionaram.

Ele disse que estava com dificuldade de se recordar da Senha porque costumava usar a digital para destravar o aparelho.

A PF pediu a ele que usasse a digital, mas o auxiliar de Michel Temer se recusou.

Lula chega a Alagoas e troca afagos com senador Renan Calheiros

Marlene Bergamo/Folhapress

Colegas de partido do presidente Michel Temer, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) e seu filho, o governador de Alagoas, Renan Filho (PMDB), foram às margens do rio São Francisco, nesta terça (22), recepcionar o ex-presidente Lula em sua chegada ao Estado.

Em um barco, o petista deixara para trás o vizinho Sergipe. Sobre um carro de som à beira do rio, pai e filho exaltaram o visitante.

Renan afirmou que Lula fez um "governo do povo para o povo, diferentemente deste governo de agora" com o qual não poderia concordar.

Com mandato que acaba no ano que vem, o senador tem se distanciado progressivamente do governo federal e feito um discurso mais à esquerda e de oposição às medidas liberalizantes de Temer. Renan deverá tentar a reeleição em um Estado no qual a popularidade de Lula é mais alta que a média nacional.

"O governo está flexibilizando direitos do trabalhador, oprimindo as pessoas mais pobres da federação", discursou o peemedebista, queixando-se de cortes na área social. Disse ainda que a população de Alagoas deveria defender com forças o estado de bem-estar social, segundo ele, implementado pelo governo Lula.

Renan afirmou que os alagoanos receberiam Lula com destemor não só pelo que o ex-presidente já fez, mas pelo que "vai fazer para dar continuidade à melhoria das condições de vida do povo brasileiro". Minutos antes, Renan Filho afirmou que "Alagoas recebe o presidente Lula de braços abertos".

Pai e filho estarão mais uma vez ao lado de Lula nesta quarta (23) em Arapiraca, onde o ex-presidente receberá título de doutor honoris causa.

Em retribuição aos afagos, o petista elogiou a coragem do senador do PMDB. E reforçou os ataques a Temer. Criticando a decisão do presidente de vender a Eletrobras, Lula perguntou aos militantes petistas "para que a gente quer um presidente que não sabe governar, só sabe vender o que o Brasil tem".

"Que mulher casaria com um homem que, em vez de trabalhar para colocar dinheiro dentro de casa, resolve vender as coisas que ela tinha", perguntou.

Lula disse também que, antes respeitado intencionalmente, o "Brasil é avacalhado por conta da incompetência deste governo".

DILMA

Lula voltou a reclamar da gestão da afilhada Dilma Rousseff. Ao questionar os cortes orçamentários praticados por Temer, Lula afirmou: "Mesmo no começo do governo Dilma, quando ela fez o primeiro corte, eu disse que era um erro", afirmou o ex-presidente, listando medidas que adotaria para o aquecimento econômico.

Essa não é a primeira vez que Lula tenta se distanciar do governo Dilma ao longo da caravana nordestina.

Na Bahia, Lula disse que a petista era alvo de críticas e insinuou que poderia ter concorrido em 2014, se ela o tivesse procurado. Afirmou também que Dilma não aceitou sua proposta de convidar Henrique Meirelles para o governo. Em Sergipe, ele declarou que a sucessora reconheceria erros se estivesse ali presente.

Comissão aprova fim de coligação e cláusula de barreira em eleições proporcionais

Marcos Oliveira - 11.mar.2015/Agência Senado

Deputada Shéridan, que propôs flexibilizar regras para existência de nanicos

Folha, 23/08/2017 15h18

Uma das comissões que discute a reforma política na Câmara aprovou nesta quarta-feira (23) o fim das coligações para eleições proporcionais, a cláusula de barreira e cria federações e subfederações.

O texto-base da deputada Shéridan (PSDB-RR) foi aprovado simbolicamente. Ainda haverá votação de destaques que alteram a proposta da parlamentar.

Shéridan admitiu ter flexibilizado as regras para atender os partidos nanicos.

"Foi uma construção para compreender o maior número de partidos", afirmou a relatora.

Ela facilitou a existência dos chamados "nanicos", já que, com as alterações, a deputada ajudou esses partidos a acessar o dinheiro do fundo partidário e o tempo de propaganda gratuita no rádio e na TV.

Partidos com "afinidade ideológica e programática" poderão se unir em federações, com direito a acessar recursos do fundo partidário e tempo de rádio e televisão.

A novidade da nova versão do texto é a possibilidade de se fazer subfederações nos Estados com fins exclusivamente eleitorais, desde que se respeite o agrupamento feito em nível nacional.

Ou seja: se nacionalmente a federação for composta pelos partidos A, B, C e D, nos Estados, para as eleições, a federação pode ser formada, por exemplo, por A, C e D. No entanto, não pode ter no grupo estadual o partido E, que não está na federação nacional.

SUBFEDERAÇÃO

Como a subfederação vale apenas para as eleições, nas Assembleias Legislativas, A, B, C e D terão de atuar juntos.

Deputados do PMDB que eram contra a criação da subfedração foram enquadrados pelo partido. Eles haviam, inclusive, apresentado um destaque para retirar do relatório o trecho que trata do assunto.

"Entendo que é uma forma às avessas de se fazer uma coligação. Ocorre que a liderança do PMDB e as lideranças de vários partidos fizeram um acordo e nós tivemos que retirar o destaque. Como não vejo lógica, sou contra. Mas, nesta Casa, a gente constrói acordos, consensos. Se o consenso é este, tenho que aguentar minha ansiedade e tentar discutir a matéria em plenário", disse a deputada Laura Carneiro (PMDB-RJ).

Shéridan manteve a criação das federações e subfedrações em seu texto e negou que a novidade seja apenas uma maneira de manter as coligações sob outro nome.

"[A federação] estabelece condições. Hoje, se um cidadão registra um partido, a partir de amanhã ele já passa a receber o fundo partidário, a ter acesso ao tempo de rádio e TV. Estamos agora estabelecendo critérios para isso".

A federação é uma saída para salvar os partidos que não alcançarem os percentuais estabelecidos pela cláusula de desempenho.

Shéridan diminuiu o número mínimo de deputados que têm de ser eleitos para que se atinja a cláusula de desempenho.

FUNDO

Em 2018, terão acesso ao fundo partidário e à propaganda gratuita no rádio e na TV os partidos que obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, 1,5% dos votos válidos em ao menos nove Estados, com um mínimo de 1% em cada Estado ou que tiverem elegido ao menos nove deputados em nove Estados.

Em 2022, o percentual sobe para 2% dos votos válidos em nove Estados com um mínimo de 1% em cada Estado ou 11 deputados eleitos em nove Estados. Antes, eram 12 deputados.

Em 2026, o percentual será de 2,5%, com 1,5% dos votos válidos em cada Estado ou 13 deputados eleitos em nove Estados. Antes, o partido precisava ter 15 deputados eleitos.

A partir de 2030, a cláusula de barreira fica da seguinte maneira: os partidos precisam atingir 3% dos votos válidos nas eleições para a Câmara dos Deputados em ano menos nove Estados, com um mínimo de 2% dos votos válidos em cada um desses Estados.

A outra possibilidade é eleger 15 deputados em nove Estados, número que, antes, era 18.

No texto vindo do Senado, as regras eram mais duras para os nanicos.

Os partidos políticos precisariam, em 2022, de 3% dos votos válidos distribuídos por 14 Estados, com um mínimo de 2% dos votos válidos em cada um desses Estados. Em 2018, seriam 2% dos votos válidos em 14 Estados, com mínimo de 2% dos votos válidos em cada Unidade da Federação.

O texto da relatora também acaba com as coligações nas eleições proporcionais a partir de 2020, o que não é consenso, já que há quem defenda que isso ocorra já em 2018. Isso pode ser alterado por destaque.


Editoria de Arte/Folhapress

São Francisco: ele só falta andar sobre as águas

O povo conduz Lula

Conversa Afiada, 22/08/2017
Sem cenas montadas. Só povo (Reprodução/Twitter/Brasil de Fato)

De Fernando Brito, no Tijolaço:

Está sendo transmitida ao vivo a travessia de Lula, do jeito que dá, em meio à multidão, através do Rio São Francisco, na divisa entre Sergipe e Alagoas.

Nada de cenas hollywoodianas, produzidas, montadas.

Só gente, gente, gente e e mais gente. Todos querendo falar, tocar, abraçar um símbolo de uma vida que querem ter – e nem tiveram ainda, tanto.

É o que que os pretensiosos não entendem. Os homens nunca são tão grandes quanto é imensa a força de um povo.