domingo, 2 de julho de 2017

Temer não tem votos para barrar a denúncia de Janot


Dois levantamentos, feitos pelos jornais Globo e Folha, revelam que Michel Temer não tem votos para barrar a primeira denúncia do procurador-geral Rodrigo Janot, que o acusa de corrupção passiva, no episódio da mala de R$ 500 mil, entregue a seu ex-assessor Rodrigo Rocha Loures.

Segundo O Globo, Temer tem 44 votos dos 171 votos necessários para escapar, enquanto a Folha contou 45.

Mesmo que escape na primeira, Temer ainda será acusado de obstrução judicial e organização criminosa por Janot, que vê provas sólidas.

sábado, 1 de julho de 2017

Conforme Marco Aurélio, do STF: o impeachment será anulado

*Edison Brito, 01 de Julho de 2017


Não foi de todo ruim a decisão do ministro Marco Aurélio de devolver Aécio Neves ao Senado. Basta olhar por um outro lado.

Primeiro. O STF acaba de dar um tapa na cara dos "coxinhas". E não foi com luva de pelica não! foi com a de açougueiro, de aço. O juiz rebaixou-os a outra categoria, a de trouxinhas.

Muitos questionam os "paneleiros", cadê vocês agora? Por que não batem panela?

Podem esperar sentado, essa turma só irá se manifestar novamente com a prisão do Lula.

Experimente. Dê uma de João-sem-braço e questione o seu amigo, ou ex, que votou no Aécio, o que ele acha dessa decisão. Ou fica mudo, ou sai com a resposta chavão: sou contra todos os corruptos, roubou? Tem que pagar. E dará as costas.

Só o deus PATO AMARELO poderá salvá-los. De qualquer forma, uma significativa parcela dessa turma começa a desconfiar que foi manipulada. Pela Globo.

Segundo. O pau que bate em Francisco, bate em Chico.

Quando julgarem o mandado de segurança que pede a anulação do impeachment de Dilma Rousseff já saberemos que a defesa da presidenta tem um voto a favor, a do ministro Marco Aurélio, certo? Questão de coerência. Porque as loas e argumentos que usou para devolver o mandato ao Aécio servem para reconduzir Dilma ao poder, também.

O ministro contrapõe ainda que Aécio "É brasileiro nato, chefe de família, com carreira política elogiável – deputado federal por quatro vezes, ex-presidente da Câmara dos Deputados, governador de Minas Gerais em dois mandatos consecutivos, o segundo colocado nas eleições à Presidência da República de 2014 – ditas fraudadas –, com 34.897.211 votos em primeiro turno e 51.041.155 no segundo, e hoje continua sendo, em que pese a liminar implementada, senador da República, encontrando-se licenciado da Presidência de um dos maiores partidos, o Partido da Social Democracia Brasileira".

Bem, qual dos corruptos do primeiro escalão não é "brasileiro nato, chefe de família, com carreira política elogiável..."?

Se o senador é tudo isso e foi pego exigindo dinheiro da JBS, ameaçando matar se algum "mula" o delatasse, quais os elogios seriam tecidos sobre a Dilma pelo sr. Marco Aurélio? Sim, porque ela em questão de lisura, honestidade e ética é infinitamente superior a qualquer quadrilheiro que se assenhorou do poder. Aliás, não tem nem comparação.

Pena que a decisão chegou tarde para Delcídio do Amaral, senador do PT.

Terceiro. Aécio é uma batata quente. Ninguém segura, se não houver proteção. O senado não é bem visto pelos brasileiros, com o Neves então a coisa piorou. Os parlamentares terão que se desdobrar pra proteger o menino mimado.

Agora, é de se desconfiar essa complacência com o PSDB. Quais as relações dos tucanos com o judiciário? Com o MPF?

Os usurpadores estão acabando com o Brasil. Todo dia rasgam a constituição.

O impeachment foi tão esdrúxulo que os criminosos subverteram até um dos ditados mais enraizados na cultura popular, "Pros amigos, tudo. Pros inimigos, a lei".

Se a lei for seguida Dilma Volta. E Lula não será preso. E o poder devolvido ao povo.

Edison Brito

Eduardo Cunha quer delatar

Assim, talvez ele seja libertado!

Segundo a coluna Radar On-Line, de Veja, o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) vai, finalmente, fazer sua delação premiada.

O ex-presidente da Câmara dos Deputados já havia sinalizado essa intenção semanas atrás, ao dizer que estava escrevendo os termos da sua delação "com papel e caneta".

Estranho: Fachin soltou Loures quando ele ia delatar

A impressão que passa é que o Judiciário é uma extensão do Executivo

"O ministro Edson Fachin mandou soltar o mais famoso carregador de malas do país no mesmo dia em que o colunista Ricardo Noblat publicou no Globo que ele iria delatar – e, no caso, delatar o presidente da República, seu único alvo possível numa delação premiada. Não sei se a decisão de Fachin tem algo a ver com isso, mas que é esquisito, é", escreve o colunista Alex Solnik.

"No mês passado, se tanto, o mesmo Fachin determinou que os inquéritos contra Temer e contra Aécio deveriam tramitar separadamente. Agora, ele volta a uni-los: justifica a libertação de Loures, ligado a Temer, com a de Andréa Neves, ligada a Aécio. Data vênia, o eminente magistrado tenta nos vender gato por lebre", critica o jornalista

Janot: Só prova satânica selaria ligação entre Temer e Loures


Para o procurador-geral da república, Rodrigo Janot, seria preciso uma "prova satânica, quase impossível" para selar definitivamente a ligação entre Michel Temer e a mala com R$ 500 mil carregada por seu ex-assessor Rodrigo Rocha Loures.

A declaração foi uma resposta a Temer, sobre críticas de que a inédita denúncia de corrupção passiva contra um presidente em exercício, que apresentou na segunda (26), é frágil — faltaria a "prova cabal" para associar o peemedebista ao dinheiro.

Janot fez um trocadilho com "prova diabólica", termo jurídico que significa prova excessivamente difícil de ser produzida.

Prisão de Delcídio Amaral foi errada. A de Aécio também seria



"Do ponto de vista dos princípios do Estado Democrático de Direito, a sentença de Marco Aurélio Mello que garantiu liberdade de Aécio Neves está correta", avalia Paulo Moreira Leite, articulista do 247.

"Absurdo foi manter o petista Delcídio Amaral em prisão preventiva por 85 dias, sem direito a se defender no STF ou no Senado, apenas para fazer delação premiada", diz ele.

Lembrando que o caráter seletivo da Justiça é bem resumido pelo ditado popular sobre "Pobre, Preto e Puta", PML sublinha que em sua sentença Marco Aurélio disse que o país vive "tempos estranhos" acrescentando que "quando o direito deixa de ser observado, tudo, absolutamente tudo, pode acontecer; para o jornalista, a história ensina que "todo ato contra a democracia se volta, cedo ou tarde, contra a parcela da sociedade que mais precisa dela -- os trabalhadores e a população pobre".

Neoliberalismo do STF cria saia justa para Moro no caso Lula


A sexta-feira gorda do Supremo Tribunal Federal, que libertou o homem da mala Rodrigo Rocha Loures, flagrado com uma mala de R$ 500 mil, e devolveu o mandato do senador Aécio Neves (PSDB-MG), que negociou R$ 2 milhões em propinas, torna mais complicada a narrativa da direita brasileira, que aguarda, ansiosa, a condenação do ex-presidente Lula pelo juiz Sergio Moro.

Afinal, como justificar que Lula pode ser condenado por um apartamento que não lhe pertence, quando Aécio e Loures, com provas devastadoras contra si, são soltos?

O Supremo está ouvindo o clamor de justiça que vem das ruas?

Com a palavra a ministra e presidente do STF

Durante discurso na última sessão antes do recesso do Judiciário, a presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia, mandou um recado aos críticos da impunidade no País: "Não seremos ausentes aos que de nós esperam uma atuação rigorosa em sua esperança de Justiça, não seremos avaros em nossa ação para garantir a efetividade da Justiça", afirmou a presidente aos colegas no plenário na manhã desta sexta-feira (30)

Ficou claro demais, o Supremo não ignoraria o clamor de justiça das ruas. Pois bem, algumas horas depois, duas decisões estarrecedoras abalaria o País, Aécio Neves, apesar das graves acusações que lhe são imputadas, teria o mandato devolvido por determinação do ministro Marco Aurélio e o ministro Fachin, por sua vez, extremamente benevolente, libertaria Rocha Loures, da cadeia. 

Rocha Loures, estava prestes a delatar e fatalmente entregaria Temer, de bandeja. Por que esse carregador de mala de dinheiro foi libertado?

Aécio Neves, além de receber de volta o mandato, ainda foi elogiado pelo ministro benfeitor.  Marco Aurélio disse que Aécio tem “carreira política elogiável”. Esse elogio soou aos nossos ouvidos como um acinte. O traidor da Pátria, golpista e famigerado senador mineiro que mora no Rio de Janeiro está à vontade para continuar suas práticas nada republicanas.

Temer, o único presidente da República que pode se tornar réu no exercício do mandato, tem um comportamento de quem é o dono do poder. Cercado por ministros delatados, de líderes maculados e com o apoio de uma maioria congressual espúria, governa para o capital em detrimento do trabalho.

Pelo que podemos observar, Temer e sua turma está conseguindo "estancar a sangria", enquanto isso sua popularidade é baixíssima, no cenário internacional o Brasil virou uma república bananeira e o colapso econômico parece estar  a caminho.

No Congresso, onde se concentra brasileiros mais iguais que todos os outros iguais, é uma esperteza atrás da outra. Ali, os representantes do povo, votam contra o povo e, logicamente, legislam em causa própria.

Nesse contexto, cabe perguntar a ministra-presidente do Supremo, a sociedade brasileira queria a libertação do homem da mala de Temer e o retorno de Aécio ao Senado? O clamor de justiça das ruas está sendo ouvido por esta instituição?

Mídia serve a pizza da Lava Jato aos seus leitores


Era inevitável: depois que a Lava Jato fugiu do script original, que previa a destruição do PT e do ex-presidente Lula, e passou a atingir também as forças golpistas – leia-se o PMDB e de Michel Temer e o PSDB de Aécio Neves – o Supremo Tribunal voltou a ser garantista.

Num mesmo dia, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) teve seu mandato devolvido e o homem da mala Rodrigo Rocha Loures foi solto.

Constrangidos, os jornais que apoiaram o golpe agora retratam esse novo velho Brasil.

PT denuncia perseguição da Lava Jato contra o partido


O Partido dos Trabalhadores, presidido pela senadora Gleisi Hoffmann (PR), divulgou uma nota condenando a "série de ataques" contra a legenda pelo procurador Carlos Fernando dos Santos Lima em postagens em sua página no Facebook.

"O direito à manifestação é livre, mas causa estranheza que um funcionário público de alto escalão exprima suas opiniões reiteradamente fora dos autos, numa clara tentativa de pressionar a Justiça e a opinião pública".