sábado, 10 de junho de 2017

Janot vai fazer mais de uma denúncia contra Temer e incluir quadrilhão


Jornalista Helena Chagas, do site Os Divergentes, destaca que a "maior preocupação" de Rodrigo Janot neste momento "é com seu lugar na história", uma vez que tem exatos três meses à frente da PGR.

"Evidentemente, quer passar como o procurador que não teve medo de denunciar o presidente da República e seu grupo político por corrupção. Mas também não haverá de querer a pecha de ter sido tendencioso ou parcial, acusado de tratar desigualmente os diversos nomes que aparecerem na versão brasiliense da Lava Jato", diz ainda

Em nota, procuradores da República repudiam Gilmar


A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) denunciou o "caráter inadequado e infundado das críticas assacadas contra o MPF, feitas pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes, na tarde desta sexta-feira".

"O Brasil precisa de instituições que funcionem com serenidade, com impessoalidade, sem cores políticas e sem temor", critica a nota assinada pelo presidente da entidade, José Robalinho Cavalcanti.

Em nota duríssima, Supremo reage à ditadura Temer

"Gravíssimo crime contra o STF"

247 - Em nota duríssima, a presidente do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, reagiu contra a denúncia de que Michel Temer teria usado a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para espionar a vida do ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato na Corte.

"É inadmissível a prática de gravíssimo crime contra o Supremo Tribunal Federal, contra a Democracia e contra as liberdades, se confirmada informação de devassa ilegal da vida de um de seus integrantes", diz o início do texto.

Segundo o portal Jota, Temer e o general Sérgio Etchegoyen, ministro do Gabinete de Segurança Institucional do Brasil (GSI) ligaram ontem à noite para a ministra e disseram que não houve qualquer investigação sobre ministros do STF.

Denúncia feita nesta sexta-feira pela revista Veja aponta que Temer teria acionado o serviço secreto "para bisbilhotar a vida do ministro com o objetivo de encontrar qualquer detalhe que possa fragilizar sua posição de relator da Lava-Jato".

Temer é rejeitado por mais de 90% dos brasileiros e está prestes a ser denunciado.

Confira a íntegra da nota do STF:

Janot se diz perplexo com espionagem de Temer contra Fachin


O procurador geral da República, Rodrigo Janot, demonstrou preocupação neste sábado com o "aparato do Estado para intimidar a atuação das autoridades", em nota oficial por meio da qual comentou a informação de que a Agência Brasileira de Inteligência, a pedido de Michel Temer, estaria investigando a vida do ministro Edson Fachin, relator do inquérito contra ele no Supremo Tribunal Federal.

"É com perplexidade que se toma conhecimento de suposta utilização do aparato estatal para desmerecer um membro da mais alta corte do país, que tem pautado sua atuação com isenção e responsabilidade. O Ministério Público Brasileiro repudia com veemência essa prática e mantém seu irrestrito compromisso com o regime democrático e com o cumprimento da Constituição e das leis", disse Janot.

Resultado do TSE seguiu um roteiro do Planalto



A preservação do mandato de Michel Temer no julgamento do Tribunal Superior Eleitoral foi o coroamento de uma articulação subterrânea que envolveu ministros, políticos e magistrados. O roteiro básico já estava esboçado no último mês de fevereiro. Foi exposto em notícia veiculada aqui.

Àquela altura, o relator do caso, ministro Herman Benjamin, pisava no acelerador para organizar a oitiva de delatores da Odebrecht sem atrasar demasiadamente o processo. Temer e seus operadores puxavam o freio de mão. Ainda estavam inseguros quanto à posição de alguns magistrados.

Dois dos sete ministros que compunham o plenário do TSE teriam de deixar o tribunal. Henrique Neves sairia em abril. Luciana Lóssio, em maio. Caberia a Temer indicar os substitutos. Estava entendido que ocupariam as vagas dois advogados que já atuavam como juízes substitutos no TSE: Admar Gonzaga e Tarcísio Vieira.

Ao farejar a manobra, o relator adiantou o relógio. Intimou delatores da Odebrecht para depor em plena Quarta-feira de Cinzas. E sinalizou a intenção de submeter seu voto ao julgamento do plenário do TSE antes da saída dos colegas Henrique Neves e Luciana Lóssio.

Atento à movimentação do relator, o Planalto providenciou um antídoto. Armou-se para acionar um pedido de vista. Ficou acertado que, caso fosse necessário empurrar o julgamento com a barriga, o ministro Napoleão Nunes Maia pediria prazo para estudar mais detidamente os autos.

Nessa ocasião, Gilmar Mendes, o polêmico presidente do TSE, já repisava o bordão segundo o qual o importante era conhecer a podridão da campanha, não cassar mandatos.

“Esse processo é extremamente importante, histórico, independentemente do resultado”, disse Gilmar em fevereiro. “No fundo, o que se investiga? Uma forma de fazer política, que nós esparamos que fique no passado. Então, mais do que a importância do resultado —cassação ou confirmação, improcedência ou procedência—, o importante é que haja esse documento histórico sobre como se fazia campanha no Brasil. Nesse caso, um retrato bastante autêntico, porque estamos falando de campanha presidencial. É uma campanha presidencial vencedora. Isso é o que me parece relevante.”

No final de março, Benjamin concluiu a redação do seu relatório final. Havia duas certezas nos porões de Brasília: 1) o relator votaria a favor da interrupção do mandato de Temer e da cassação dos direitos políticos de Dilma. 2) um grande acordo costurado nos bastidores salvaria Temer e, de cambulhada, pouparia Dilma.

No relatório de Benjamin, o miolo da picanha era o conjunto de revelações feitas pelos delatores da Odebrecht sobre os repasses de verbas de má origem para a campanha da chapa Dilma-Temer. Inimigos figadais, os réus se uniram num esforço para banir do processo tudo o que dissessse respeito à Odebrecht. Os advogados de Temer e Dilma trataram do tema nas “alegações finais” que entregaram a Benjamin.

Como queria o relator, o julgamento foi marcado para 4 de abril, quando ainda estavam no tribunal os ministros Henrique Neves e Luciana Lóssio. Como tramava o Planalto, a sessão foi adiada antes que Benjamin pudesse iniciar a leitura do seu relatório. As defesas se queixaram de cerceamento. Obtiveram mais prazo para refazer suas petições finais: em vez de dois dias, cinco dias.

O Planalto nem precisou lançar mão do pedido de vista que o ministro Napoleão se dispusera a patrocinar. Graças a uma requisição de Nicolao dino, representante do Mnistério Público Federal, o TSE decidiu por 6 votos a 1 reabrir a fase de instrução do processo para interrogar o casal do marketing João Santana e Monica Moura, além de um funcionário da empresa da dupla. Aprovou-se também, a pedido da defesa de Dilma, a oitiva do ex-ministro petista Guido Mantega.

Benjamiu manifestou o receio de que o processo começasse a virar “um universo sem fim”. Ele declarou na ocasião: “Não vamos querer ouvir Adão e Eva e a serpente.” E seu colega Napoleão: “Eu também não quero retornar ao Paraíso, a não ser que fosse no período anterior à queda.”

Às vésperas do reinício do julgamento, a encenação ganhou um enredo para ser encenado no último ato. Conforme noticiado aqui há oito dias, o plenário do TSE, agora já adornado com as presenças de Admar e Tarcísio, os dois indicados de Temer, tramava excluir do processo todas as provas relacionadas às doações ilegais da Odebrecht. Exatamente como haviam requerido as defesas de Temer e Dilma.

Os advogados sustentaram —e quatro dos sete ministros engoliram— a tese segundo a qual o relator teria ultrapassado os limites das petições inciais do PSDB, autor das ações contra a chapa Dilma-Temer. Nessa versão, Benjamin não poderia ter interrogado os delatores da Odebrecht nem os marqueteiros Santana e Monica.

Para levar a manobra adiante, o TSE violou decisões que seus próprios ministros haviam tomado. O interrogatório de Santana e Monica fora aprovado em plenário no mês de abril. E as inquirições da Odebrecht escoravam-se em menções feitas na peça inicial do PSDB. Nela, requeria-se a investigação de doações tóxicas à campanha vencedora, feitas por empreiteiras que prestavam serviço à Petrobras.

Como se fosse pouco, o TSE aprovara em 2015, por um placar de 5 a 2, um voto redentor do ministro Gilmar Mendes, hoje presidente da Corte. Então relatora de uma das ações movidas pelo PSDB contra a chapa vitoriosa em 2014, a ministra Maria Thereza de Assis Moura, arquivara o processo.

Em voto divergente, Gilmar posicionou-se a favor da reabertura e, mais importante, pregou efusivamente a necessidade de aprofundar as investigações. Sua posição prevaleceu e virou um acórdão que Benjamin disse ter seguido como quem segue uma ''bíblia''. No julgamento encerrado na noite desta sexta-feira, quatro ministros deram de ombros para as deliberações anteriores do TSE, enterraram as provas testemunhais e documentais da Odebrecht, desconsideraram as revelações de Santana e Moura… E livraram Temer e Dilma de punições.

Integraram a maioria: Gilmar, amigo e conselheiro de Temer; Napoleão, que foi dispensado de levar à mesa um pedido de vista; e os dois ministros recém-indicados pelo presidente: Admar e Tarcísio. Votaram pela condenação da chapa, além de Benjamin, os ministros Luiz Fui e Rosa Weber. ''A Justiça prevaleceu'', disse, modéstia à parte, Michel Temer.


Fonte: Josias de Souza, 10/06/2017

Globo condena TSE


Em capa editorializada, jornal dos irmãos Marinho condena com veemência a decisão do Tribunal Superior Eleitoral que absolveu Michel Temer; Globo lembrou que tribunal "desprezou as provas" e chamou TSE de "justiça cega".

Em texto analítico sobre o processo, veículo avalia que "decisão do TSE não deixa Temer mais forte, mas prolonga sua agonia".

"Apesar das acusações graves contra o presidente, ficou mais difícil a sua queda", diz, lembrando que, "fechada a porta da cassação pela Justiça, os caminhos que restam para tirá-lo do Palácio do Planalto são mais longos e tortuosos - e, ao menos por enquanto, estão interditados".

Vídeo flagra primo de Aécio recebendo propina da JBS


Imagens mostram Frederico Pacheco de Medeiros, primo do senador Aécio Neves (PSDB-MG) que foi preso no último dia 18 na Operação Patmos, recebendo uma mala com R$ 500 mil de Ricardo Saud, executivo da J&F.

No vídeo realizado na chamada ação controlada da PF, Fred, como é conhecido, conta o dinheiro numa mesa.

Para a PF, Aécio era o destinatário do dinheiro.

Silêncio de Temer deve acelerar denúncia de Janot


A decisão tomada pela defesa de Michel Temer de ignorar as 82 questões formuladas pela Polícia Federal no inquérito que o investiga por corrupção, obstrução judicial e organização criminosa vai acelerar a denúncia do procurador-geral, Rodrigo Janot.

Isso significa que o Brasil terá, pela primeira vez em sua história, um ocupante da presidência da República denunciado por crimes tão graves.

O silêncio de Temer se deve ao receio da defesa de que ele voltasse a cair em contradições – como no caso do voo no jatinho da JBS, em que Temer chegou a ser desmentido pelo próprio piloto da aeronave.

"Embora todo investigado tenha o direito de permanecer em silêncio, essa escolha é politicamente desastrosa", diz o ex-ministro José Eduardo Cardozo.

Temer havia dito que ministros denunciados seriam afastados, mas avisou que esse critério não vale para ele.

O que já é ruim vai ficar pior


"Prepare o seu estômago para o que vem por aí. Vamos colher nas próximas semanas os frutos asquerosos do processo iniciado em 2013 com a negação da política como ferramenta de expressão da sociedade e de definição da direção de seu movimento", prevê o jornalista, editor do Tijolaço.

Ele diz que "no embate Janot x Temer que se tornou visível há três haverá um jogo de sujeira jamais visto nas relações jurídicas do poder, creiam".

PSDB está diante de uma sinuca de bico

FICAR COM A BASE OU SALVAR SEUS RÉUS E MORRER COM TEMER?

Nesta sexta-feira, o diretório paulista do PSDB, liderado por Pedro Tobias, aderiu ao Fora Temer, movimento que já tinha o apoio do diretório fluminense, comandado por Otávio Leite.

Os dois sabem que Temer representa hoje o beijo da morte e quem se colocar ao lado do político mais impopular da história do Brasil, que usurpou a presidência, provocou uma depressão econômica e está prestes a ser denunciado como chefe de quadrilha, estará liquidado politicamente.

Diante disso, a questão óbvia: por que o PSDB nacional, comandado por Tasso Jereissati, ainda não desembarcou? Eis a resposta: porque sofre a pressão de políticos investigados por corrupção, como Aécio Neves e Aloysio Nunes.

Na segunda-feira, os tucanos decidirão se ficam com sua base ou com seus investigados.