terça-feira, 23 de maio de 2017

Loures viajou com Temer 2 dias depois de receber mala de dinheiro da JBS


Dois dias depois de ter recebido uma mala com R$ 500 mil em propina da JBS — dinheiro cujo paradeiro segue desconhecido pela polícia —, o deputado federal afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) viajou na comitiva oficial de Michel Temer para participar de um evento em São Paulo.

Interceptações telefônicas feitas com autorização judicial e divulgadas após a deflagração da Operação Patmos mostram que Loures pediu diretamente ao cerimonial da Presidência para fazer parte da comitiva de Temer.

A ligação com o pedido foi feita uma hora depois da entrega da mala com a propina.

Em um áudio gravado por Joesley Batista e entregue aos procuradores da República, Loures disse ao empresário que ele seria uma "emissário" de Temer.

Nova acusação contra Lula é frívola e fruto de tese política de defesa

É a continuidade da perseguição política!

O advogado Cristiano Zanin Martins, que defende o ex-presidente Lula, avalia que a denúncia apresentada nesta segunda-feira 22 pela Lava Jato contra o petista "mostra uma desesperada tentativa de procuradores da República justificar à sociedade a perseguição imposta ao ex-Presidente nos últimos dois anos, com acusações frívolas e com objetivo de perseguição política".

Para o advogado, "a nota que acompanhou o documento deixa essa situação muito clara ao fazer considerações que são estranhas à área jurídica e às regras que deveriam orientar a atuação de membros do Ministério Público, como a legalidade e a impessoalidade".

Zanin diz ainda que "a peça buscou dar vida à tese política exposta no PowerPoint de Deltan Dallagnol".

PF prende agnelo, Arruda e operador de Temer


A Polícia Federal está nas ruas do Distrito Federal desde as primeiras horas desta terça-feira (23/5) em mais um desdobramento da Lava Jato. Os alvos são agentes públicos e ex-agentes públicos, construtoras e operadores das propinas ao longo de três gestões do Governo do Distrito Federal, entre eles há mandados de prisão contra os ex-governadores Agnelo Queiroz (PT), José Roberto Arruda (PR) e o ex-vice-governador Tadeu Filippelli (PMDB); assessor do Palácio do Planalto, Filipelli é um dos principais operadores de Michel Temer.

Temer pode renunciar se tiver garantia de que não será preso

Se for dada essa garantia, seremos obrigados a conviver com esse martírio?



Cada vez mais acuado diante do tsunami de evidências de corrupção e sem condições de governabilidade, Michel Temer já negocia com seus principais aliados uma solução que lhe permita renunciar à Presidência, mas com garantias de que não irá para a prisão.

Sem condições de governar, Temer só não renunciou até agora porque precisa do foro privilegiado para não ir parar no xilindró; o peemedebista já teria concordado com a ideia, e opções como indulto ou pedido de asilo foram discutidas nas últimas horas.

Entre os articuladores estão José Sarney, Fernando Henrique Cardoso, Romero Jucá e Renan Calheiros.

segunda-feira, 22 de maio de 2017

Lava jato atesta: Temer e Aécio são criminosos



Os procuradores que integram a força-tarefa da Lava Jato, que têm obsessão pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, finalmente se manifestaram sobre as revelações da última semana, que apanharam Michel Temer e o senador afastado Aécio Neves cometendo crimes em flagrante.

Em nota, eles apontaram Temer e Aécio como criminosos, ainda que não os tenham citado nominalmente.

“Os últimos acontecimentos, aliás, levam a força-tarefa da Lava Jato a manifestar seu estarrecimento diante da gravidade dos crimes que se tornaram públicos. De fato, recentemente, vieram à tona evidências de crimes atuais praticados pelo presidente da República e por senador então presidente de um dos maiores partidos políticos”, diz o texto.

Críticos da Lava Jato, no entanto, apontam que a operação foi crucial para que Temer e Aécio assaltassem o poder, por meio de um golpe parlamentar que afastou uma presidente honesta.

Janot recorrente e pede prisão de Aécio e Loures


O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu novamente nesta segunda-feira (22) ao Supremo Tribunal Federal (STF) a prisão do senador Aécio Neves (PSDB-MG) e do deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR).

As prisões foram negadas pelo ministro Edson Fachin, porque ambos têm o foro privilegiado; no entanto, como Aécio e Rocha Loures foram afastados de seus mandatos, o caso, agora, será levado ao plenário da corte por Fachin.

Aécio foi flagrado pedindo propina para Joesley Batista; Rocha Loures, que disse ser emissário de Michel Temer, recebeu uma mala com R$ 500 mil, mas disse que não sabia que ela tinha dinheiro.

Temer mentiu na entrevista à Folha sobre encontro com Joesley fora da agenda

E o nariz dele tá crescendo!

Michel Temer, flagrado pela Polícia Federal cometendo vários crimes, também mentiu na entrevista publicada pela Folha nesta segunda-feira

Ele disse que recebeu o empresário Joesley Batista no subsolo do Palácio do Jaburu, de fim da noite de 7 de março, porque imaginava que ele viesse falar sobre a Operação Carne Fraca – e não sobre as ações penais em que é réu.

Ocorre que a Carne Fraca só aconteceu dez dias depois do encontro entre Temer e Joesley, no dia 17 de março.

Cada vez mais isolado, Temer pode cair a qualquer momento, embora tenha dito que não irá renunciar.

Seus últimos aliados, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, já falam em renúncia.

Quem descobriu a mentira de Temer foi o jornalista Eduardo Bresciani, do jornal O Globo.

Temer desiste de suspender inquérito no STF


Rejeitado por 92% dos brasileiros e investigado por atos de corrupção, organização criminosa e obstrução da Justiça, Michel Temer recuou e desistiu de pedir ao Supremo Tribunal Federal a suspensão das investigações abertas contra ele pelo ministro Edson Fachin.

A decisão foi tomada depois que Fachin determinou só enviar o caso para o pleno da STF após realização de perícia da Polícia Federal na gravação em que Temer avaliza ao empresário Joesley Batista a compra do silêncio de Eduardo Cunha na cadeia, entre outros crimes.

O julgamento do recursos ocorreria na quarta-feira, mas foi suspenso.
OAB diz que Temer prevaricou ao conversar com empresário "fanfarrão e delinquente"

Uol, 22/05/2017

OAB/Divulgação

O presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Cláudio Lamachia

O presidente do Conselho Federal da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Claudio Lamachia, afirmou nesta segunda-feira (22) que deve ingressar com o pedido de impeachment do presidente Michel Temer (PMDB) até esta sexta-feira (26) na Câmara dos Deputados. De acordo com Lamachia, os áudios entre Temer e o empresário Joesley Batista, da JBS, apontam que o presidente praticou crime de prevaricação ao, mesmo classificando Batista como "fanfarrão" e "delinquente", não negar, em seus dois pronunciamentos, desde quinta (18), que conversara com ele nas condições apontadas pela investigação da Polícia Federal.

O sócio da JBS entregou o áudio à Procuradoria-Geral da República em acordo de delação premiada. O presidente defendeu que a gravação foi fraudada, mas não negou o encontro com Batista --a quem classificou de "fanfarrão", "delinquente".

"Se o presidente da República sabia que estava diante de um interlocutor que é um 'fanfarrão' e um 'delinquente 'ele não deveria ter recebido (Batista)", defendeu Lamachia.

Sobre o protocolo do pedido de impeachment, resumiu: "Estamos elaborando a peça e isso tem que ser feito com calma. Mas asseguro a vocês que estaremos protocolando o pedido de impeachment ainda no curso dessa semana", disse

De acordo com o presidente da Ordem, o fato de o áudio da conversa ainda não ter sido submetido a perícia oficial não impede a ação da entidade. "Muito se está discutindo no que diz respeito à validade da gravação. Nós não entramos nessa avaliação nesse momento, porque a decisão que foi tomada pela OAB tem exatamente como base as declarações do próprio presidente da República, que, em momento algum, nega os fatos e as interlocuções que teve", disse o advogado, para completar: "Mesmo que o áudio tivesse alguma edição [como revelaram peritos entrevistados pela Folha] --e não estou dizendo que houve --, as próprias manifestações do senhor presidente em suas declarações formais reconhecem o teor do diálogo que ele teve com o empresário --isso que é indiscutível", ponderou.

Segundo Lamachia, o fato de Temer ter declarado que não acreditou no empresário não muda a avaliação da OAB. "Na medida que o senhor presidente da República diz que o empresário é um fanfarrão, que não levou em considerações [suas declarações] e não teria tomado nenhuma atitude quanto a isso, é mais uma situação que agrava o fato. Se ele sabia que estava diante de um fanfarrão e um delinquente, ele não deveria nem tê-lo recebido."

O presidente da OAB lembrou ainda que a entidade, de 86 anos, já havia pedido o impeachment dos ex-presidentes Fernando Collor de Mello, em 1992, e Dilma Rousseff, ano passado. Sobre o procedimento no processo contra Dilma, destacou: "São decisões muito semelhantes [em relação ao pedido contra Temer], em termos numéricos, inclusive [26 bancadas a 2, no caso de Dilma, e 25 a 1, no de Temer]. Mas diametralmente opostos em termos ideológicos", mencionou, se recusando, no entanto, a comparar os crimes atribuídos a Dilma e a Temer.

Sobre os donos da JBS, os empresários Joesley e Wesley Batista, Lamachia questionou o fato de ambos estarem soltos, mesmo com o teor das delações. "Eles foram punidos ou eles receberam um prêmio? Deixaram essa crise no Brasil, fizeram o que fizeram, e foram para os Estados Unidos. Continuam com uma vida invejável. Isso é um verdadeiro escárnio".

O presidente da instituição admitiu ainda que a Ordem pode debater a questão das eleições diretas ou indiretas em caso de vacância na Presidência e não descartou, por exemplo, que eventual apoio à PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que tramita na Câmara sobre o assunto, de autoria do deputado Miro Teixeira, entre na pauta da entidade. "Eu teria que chamar uma reunião do Conselho Federal da Ordem para apreciar --a pauta é minha", salientou. 

Aécio Neves

Questionado se a OAB poderia apresentar pedido de impeachment também contra o senador Aécio Neves (PSDB), citado na delação da JBS e suspenso pelo STF (Supremo Tribunal Federal), Lamachia disse apoiar que o Senado instaure processo de cassação contra o tucano. "Seria muito ruim para a sociedade a eventual retomada do mandato do senador. As explicações dele não convencem. Os fatos que são imputados ao senador são gravíssimos."

Marina defende cassação de Temer e chama diretas


"Antecipar o julgamento no TSE e aprovar a PEC 227/2016 para convocação de eleições diretas são medidas urgentes para sairmos desta crise", publicou a ex-senadora no Twitter.

Para Marina Silva, "a entrevista do presidente Michel Temer funcionou mais como uma espécie de confirmação das graves denúncias do que um esclarecimento".