segunda-feira, 22 de maio de 2017

Janot recorrente e pede prisão de Aécio e Loures


O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu novamente nesta segunda-feira (22) ao Supremo Tribunal Federal (STF) a prisão do senador Aécio Neves (PSDB-MG) e do deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR).

As prisões foram negadas pelo ministro Edson Fachin, porque ambos têm o foro privilegiado; no entanto, como Aécio e Rocha Loures foram afastados de seus mandatos, o caso, agora, será levado ao plenário da corte por Fachin.

Aécio foi flagrado pedindo propina para Joesley Batista; Rocha Loures, que disse ser emissário de Michel Temer, recebeu uma mala com R$ 500 mil, mas disse que não sabia que ela tinha dinheiro.

Temer mentiu na entrevista à Folha sobre encontro com Joesley fora da agenda

E o nariz dele tá crescendo!

Michel Temer, flagrado pela Polícia Federal cometendo vários crimes, também mentiu na entrevista publicada pela Folha nesta segunda-feira

Ele disse que recebeu o empresário Joesley Batista no subsolo do Palácio do Jaburu, de fim da noite de 7 de março, porque imaginava que ele viesse falar sobre a Operação Carne Fraca – e não sobre as ações penais em que é réu.

Ocorre que a Carne Fraca só aconteceu dez dias depois do encontro entre Temer e Joesley, no dia 17 de março.

Cada vez mais isolado, Temer pode cair a qualquer momento, embora tenha dito que não irá renunciar.

Seus últimos aliados, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, já falam em renúncia.

Quem descobriu a mentira de Temer foi o jornalista Eduardo Bresciani, do jornal O Globo.

Temer desiste de suspender inquérito no STF


Rejeitado por 92% dos brasileiros e investigado por atos de corrupção, organização criminosa e obstrução da Justiça, Michel Temer recuou e desistiu de pedir ao Supremo Tribunal Federal a suspensão das investigações abertas contra ele pelo ministro Edson Fachin.

A decisão foi tomada depois que Fachin determinou só enviar o caso para o pleno da STF após realização de perícia da Polícia Federal na gravação em que Temer avaliza ao empresário Joesley Batista a compra do silêncio de Eduardo Cunha na cadeia, entre outros crimes.

O julgamento do recursos ocorreria na quarta-feira, mas foi suspenso.
OAB diz que Temer prevaricou ao conversar com empresário "fanfarrão e delinquente"

Uol, 22/05/2017

OAB/Divulgação

O presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Cláudio Lamachia

O presidente do Conselho Federal da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Claudio Lamachia, afirmou nesta segunda-feira (22) que deve ingressar com o pedido de impeachment do presidente Michel Temer (PMDB) até esta sexta-feira (26) na Câmara dos Deputados. De acordo com Lamachia, os áudios entre Temer e o empresário Joesley Batista, da JBS, apontam que o presidente praticou crime de prevaricação ao, mesmo classificando Batista como "fanfarrão" e "delinquente", não negar, em seus dois pronunciamentos, desde quinta (18), que conversara com ele nas condições apontadas pela investigação da Polícia Federal.

O sócio da JBS entregou o áudio à Procuradoria-Geral da República em acordo de delação premiada. O presidente defendeu que a gravação foi fraudada, mas não negou o encontro com Batista --a quem classificou de "fanfarrão", "delinquente".

"Se o presidente da República sabia que estava diante de um interlocutor que é um 'fanfarrão' e um 'delinquente 'ele não deveria ter recebido (Batista)", defendeu Lamachia.

Sobre o protocolo do pedido de impeachment, resumiu: "Estamos elaborando a peça e isso tem que ser feito com calma. Mas asseguro a vocês que estaremos protocolando o pedido de impeachment ainda no curso dessa semana", disse

De acordo com o presidente da Ordem, o fato de o áudio da conversa ainda não ter sido submetido a perícia oficial não impede a ação da entidade. "Muito se está discutindo no que diz respeito à validade da gravação. Nós não entramos nessa avaliação nesse momento, porque a decisão que foi tomada pela OAB tem exatamente como base as declarações do próprio presidente da República, que, em momento algum, nega os fatos e as interlocuções que teve", disse o advogado, para completar: "Mesmo que o áudio tivesse alguma edição [como revelaram peritos entrevistados pela Folha] --e não estou dizendo que houve --, as próprias manifestações do senhor presidente em suas declarações formais reconhecem o teor do diálogo que ele teve com o empresário --isso que é indiscutível", ponderou.

Segundo Lamachia, o fato de Temer ter declarado que não acreditou no empresário não muda a avaliação da OAB. "Na medida que o senhor presidente da República diz que o empresário é um fanfarrão, que não levou em considerações [suas declarações] e não teria tomado nenhuma atitude quanto a isso, é mais uma situação que agrava o fato. Se ele sabia que estava diante de um fanfarrão e um delinquente, ele não deveria nem tê-lo recebido."

O presidente da OAB lembrou ainda que a entidade, de 86 anos, já havia pedido o impeachment dos ex-presidentes Fernando Collor de Mello, em 1992, e Dilma Rousseff, ano passado. Sobre o procedimento no processo contra Dilma, destacou: "São decisões muito semelhantes [em relação ao pedido contra Temer], em termos numéricos, inclusive [26 bancadas a 2, no caso de Dilma, e 25 a 1, no de Temer]. Mas diametralmente opostos em termos ideológicos", mencionou, se recusando, no entanto, a comparar os crimes atribuídos a Dilma e a Temer.

Sobre os donos da JBS, os empresários Joesley e Wesley Batista, Lamachia questionou o fato de ambos estarem soltos, mesmo com o teor das delações. "Eles foram punidos ou eles receberam um prêmio? Deixaram essa crise no Brasil, fizeram o que fizeram, e foram para os Estados Unidos. Continuam com uma vida invejável. Isso é um verdadeiro escárnio".

O presidente da instituição admitiu ainda que a Ordem pode debater a questão das eleições diretas ou indiretas em caso de vacância na Presidência e não descartou, por exemplo, que eventual apoio à PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que tramita na Câmara sobre o assunto, de autoria do deputado Miro Teixeira, entre na pauta da entidade. "Eu teria que chamar uma reunião do Conselho Federal da Ordem para apreciar --a pauta é minha", salientou. 

Aécio Neves

Questionado se a OAB poderia apresentar pedido de impeachment também contra o senador Aécio Neves (PSDB), citado na delação da JBS e suspenso pelo STF (Supremo Tribunal Federal), Lamachia disse apoiar que o Senado instaure processo de cassação contra o tucano. "Seria muito ruim para a sociedade a eventual retomada do mandato do senador. As explicações dele não convencem. Os fatos que são imputados ao senador são gravíssimos."

Marina defende cassação de Temer e chama diretas


"Antecipar o julgamento no TSE e aprovar a PEC 227/2016 para convocação de eleições diretas são medidas urgentes para sairmos desta crise", publicou a ex-senadora no Twitter.

Para Marina Silva, "a entrevista do presidente Michel Temer funcionou mais como uma espécie de confirmação das graves denúncias do que um esclarecimento".

Homem da mala disse ser emissário de Temer


O deputado afastado Rodrigo Rocha Loures, que recebeu uma mala de R$ 500 mil da JBS, disse numa conversa com o empresário Joesley Batista ser "emissário de Temer".

O áudio foi gravado pela Polícia Federal e anexado ao inquérito em que Michel Temer deve ser denunciado por corrupção, organização criminosa e obstrução judicial.

"O que ele me pediu: ele fala com você a hora que você quiser. Ele prefere te atender à noite, no Jaburu, a partir de umas 11 da noite, dez horas", disse o deputado afastado, que foi quem marcou o encontro do dia 7 de março, em que Temer foi gravado por Joesley.

Rocha Loures também lamentou a ausência de Eduardo Cunha, parceiro de Temer no golpe parlamentar, hoje condenado a 15 anos de prisão.

"O Eduardo levava a bancada com muita presença", disse o deputado, que disse que não sabia que havia dinheiro na mala que recebeu.

MPF denuncia Lula no caso do Sítio de Atibaia

Até quando vai essa música de uma nota só?

A força-tarefa da Operação Lava Jato ofereceu nova denúncia à Justiça Federal contra o ex-presidente Lula, desta vez no caso do sítio em Atibaia, interior de São Paulo, pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

Além do ex-presidente, outros 12 investigados foram denunciados.

A defesa sempre negou as acusações e sustentou que Lula não é dono do sítio; a denúncia do Ministério Público Federal atribui a Lula "propina para o seu benefício próprio consistente em obras e benfeitorias relativas ao sítio de Atibaia, custeadas ocultamente pelas empresas Schahin, Odebrecht e OAS".

Rocha Loures diz que não sabia que havia dinheiro na mala

Ele pensa que os brasileiros são otários

247 - O deputado afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDBPR), homem de confiança de Michel Temer e que foi flagrado recendo R$ 500 mil em propina paga pela JBS, diz não saber que a mala recebida continha dinheiro. Segundo Loures, ele só veio a saber do real conteúdo da mala após ela ser aberta e ver o montante acondicionado em seu interior.
Loures, que foi assessor especial de Temer na Presidência da República, vem conversando com aliados e advogados desde que o caso veio à tona e ele foi afastado do mandato parlamenta. Segundo interlocutores, Loures vem afirmando que Temer não tem nada a ver com o episódio no qual foi flagrado recendo a propina e que tentou uma aproximação com o empresário Joesley Batista, dono da JBS e responsável pelas gravações de diálogos que envolvem até mesmo o próprio Temer, por interesses comerciais, já que além de parlamentar também é empresário do setor alimentício.

Loures vem alegando que na época "pensou" que uma entrega daquela maneira não fazia sentido algum, mas que agora entende as razões de Joesley Batista ter "forçado" a situação. Segundo integrantes do PMDB, Joesley teria produzido provas contra Temer e aliados visando obter um acordo favorável junto à Justiça.
O temor do governo, porém, é que Loures mude sua versão visando fechar um acordo de delação premiada, já que ele tem admitido que sua situação perante à Justiça é delicada e sua esposa estar grávida de oito meses.

Quem tem medo da democracia?


"O fantasma da democracia, o fantasma das eleições, o fantasma do Lula reapareceram e o pânico se instaura. O medo do retrocesso em relação às medidas antipopulares já aprovadas, o medo do estancamento da privatização da Petrobras, o medo do retorno de um governo que retome o desenvolvimento econômico e seus programas de distribuição de renda – tudo isso tira o sono da direita brasileira, que enveredou por um caminho que a divide e lhe coloca desafios que talvez não saiba resolver", diz o colunista Emir Sader.

"A democracia é o lado certo da história, porque respeita o direito da maioria, porque submete os governos ao voto popular, porque elege representantes conforme a decisão autônoma do povo e não conforme o poder do dinheiro".

sábado, 20 de maio de 2017

O que vem depois do "Fora Temer

*Beatriz Cerqueira


Muitos estão eufóricos porque vivemos aquilo que não imaginávamos ser possível no curto prazo: a comprovação pela Polícia Federal de que este é um governo além de ilegítimo, corrupto, que cometeu crime de responsabilidade. Junto com isso, a delação que finalmente acabou com Aécio Neves na política brasileira. Foram centenas de atos, mobilizações e lutas pelo "Fora Temer". Agora, mais do nunca, é preciso disputar o que vem depois do "Fora Temer".

A elite brasileira não deixaria o ilegítimo Temer ser fritado exatamente agora, a partir de uma operação realizada em março, se não tivesse seus próprios planos. O Temer era um instrumento para fazer as reformas que a elite quer. Só se tornou presidente ilegitimamente porque se comprometeu com essa agenda. 

No entanto, se tornou o governo mais impopular da história da República, não conseguiu concluir as reformas, é responsável por 14 milhões de brasileiros desempregados, se mostrou um governo instável e sem base popular, seu plano econômico não está tirando o país da crise, como prometeu. O instrumento está sendo descartado. O que virá depois? 

A elite brasileira elabora um novo golpe, dentro do golpe. Querem colocar alguém que faça as reformas e retome certa credibilidade com a população, sem eleições diretas ou o retorno da presidenta Dilma Rousseff. No momento que a Rede Globo fala "Fora Temer", é um sinal de alerta para as forças populares.

Se tivéssemos um Judiciário sério, o golpe seria anulado. Mas não contemos com isso. O Judiciário faz parte de tudo o que estamos sofrendo. A ministra Carmem Lúcia recentemente se reuniu com grandes empresários. Ela tem lado. E não é o nosso!

Então, antes que a elite (Rede Globo, empresários, Judiciário e Legislativo) faça outro golpe, gritemos rápido, nos mobilizemos, não saíamos das ruas, vamos exigir elegermos presidente da República. 

O golpe dentro do golpe tem um alvo: você! As reformas da Previdência e trabalhista precisam ser votadas além de outros projetos de retiradas de direitos. O Congresso Nacional não terá pudor em fazer uma eleição indireta. Mesmo não tendo legitimidade popular para isso. 

"DIRETAS JÁ" precisa ser o dia seguinte do "Fora Temer"! Se não for isso, será a continuidade do golpe, o recrudescimento do ajuste fiscal, a quebradeira de estados e municípios, aprovação das reformas, a privatização do orçamento público e das áreas de saúde e educação, a venda do patrimônio público, o aumento da pobreza e da miséria em nosso país.

Diretas já!!!

*Presidenta do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (SindUTE MG) e da Central Única dos Trabalhadores (CUT / MG).