quarta-feira, 17 de maio de 2017

Ah, se Moro não tivesse quebrado o Brasil...

Teria sido possível prender os corruptos e salvar as empresas!

Conversa Afiada, 17/05/2017

O Conversa Afiada reproduz importantíssima entrevista de Walfrido Jorge Warde Júnior, sócio da Warde Advogados, formado em Direito e Filosofia pela USP e doutor pela USP, a Alexa Salomão:

O advogado Walfrido Warde Júnior (...) defende: “Precisamos punir os responsáveis, mas também preservar os negócios”, diz.

(...)
Nós temos algumas leis que gravitam no entorno do problema da corrupção, especificamente da corrupção endêmica, que é o caso da Lava Jato. Temos a lei de improbidade administrativa, pela qual o Estado busca ressarcimentos – condena quem causou o dano a pagá-lo e impõe outras punições. Por exemplo: não poder fechar contratos com o poder público – caso de empresas; ou perder direitos políticos – caso de pessoa física. Essa ação é pelo Ministério Público. Tem também o processo penal. O autor também é o Ministério Público. Além disso, tem o processo administrativo, que, no caso da Lava Jato, é tocado pelo Ministério da Transparência (antiga Controladoria Geral da União, CGU), que pode levar à improbidade administrativamente. Então, fazer uma leniência com a ex-CGU não significa que o Ministério Público vá parar uma ação penal. O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) busca infrações às regras de proteção à concorrência. TCU (Tribunal de Contas da União) vê se tudo é feito conforme as regras, se a indenização é correta, se a multa é adequada. E por aí vai.

O correto seria negociar com todos ao mesmo tempo?
Correto seria que tivéssemos uma legislação que trouxesse toda essa gente para sentar à mesa, em colaboração. Mas o que estamos vendo é concorrência e busca de protagonismo entre eles. Não podemos ter um combate inconsequente. Quando digo inconsequente é um combate que destrua a empresa brasileira, que acaba com o capitalismo nacional.

É isso que está acontecendo?

Estamos vendo isso acontecer. A gente tinha um modelo de capitalismo – podemos discutir se era certo ou errado, mas era assim – escorado em relações entre Estado e empresas. As construtoras eram como recheios do Estado. De um lado, negociavam com o Estado financiamentos para as suas atividades; do outro lado, desde os anos 90, passaram a exercer funções estatais, como concessionárias de serviços públicos. O perecimento dessas relações tem impacto. Mesmo que elas não tenham sido condenadas, têm problema de reputação. O Estado não pode financiá-las, contratá-las. Simplesmente congelamos um setor importantíssimo da economia.

Como empresas corruptas são punidas em outros países?
Temos coisas que nos distinguem do resto do mundo. Primeiro, falta pragmatismo no tratamento dessas questões. No resto do mundo a lei põe todo mundo na cadeia, apresenta qual é o dano, qual indenização deve ser paga, de uma maneira possível, para impactar o mínimo possível a empresa. A segunda coisa é o nosso nível de concentração econômica. Essas empresas são todas pelos donos. É mais fácil quando são de capital aberto.

O executivo é uma peça móvel.
Exato. Não há dúvida que no caso brasileiro tem essa dificuldade: achar que uma organização vai deixar de ser como ela era porque você mandou o executivo embora, mas o controlador permanece, é uma ilusão.

(...)

Lá em 2015, a gente tinha uma proposta (veja no Conversa Afiada entrevista com o professor Gilberto Bercovici, um dos co-autores dessa proposta - PHA) que retornou há pouco na voz do ministro Bruno Dantas (do TCU). Você não vai na holding e tira o controlador, mas é possível fazer uma abertura do fechadíssimo mercado de infraestrutura transferindo as concessões. Vamos supor que após a investigação se conclui o tamanho do prejuízo que uma empreiteira causou ao erário. Ela paga transferindo ao Estado as ações do projeto dessa hidrelétrica e o Estado leva a leilão. Se der para cobrir a multa, maravilha. Se não, precisa dar ações de outros projetos.

Mas o Estado já foi lesado e ainda vai entrar nisso. Por quê?
Você tem ressarcimento rápido, permite que as empresas paguem a sua dívida com a sociedade e o País e destrava o mercado de infraestrutura.

Fazer algo assim não pode dar a sensação de que elas não estão sendo devidamente punidas?
Vão ficar sem punição se quebrarem e não pagarem o que devem. Podem achar que deixar elas quebrarem seria uma punição. Não é. Isso seria uma vendeta emocional.

(...)

Não existem Estados distintos. Existem agentes distintos do Estados. A força-tarefa tem uma trabalho importantíssimo de combate à corrupção. Mas não é possível imaginar que Polícia Federal, Ministério Público e Judiciário estão apartados de outros interesses nacionais. A minha ponderação é simples. Precisamos punir os responsáveis, mas também preservar os negócios.

Constatação

Está claro demais para a maioria dos brasileiros que a retirada de Dilma do governo foi um golpe e que a caçada judicial contra Lula é um conluio, uma trapaça, uma perseguição política para impedi-lo de voltar a Presidência da República. Está na hora do Supremo voltar a ser Supremo e botar ordem na casa. O Brasil está fazendo um papel ridículo perante o mundo!

Lula vence na Justiça e reabre seu Instituto

Alvo da maior perseguição judicial - e também política porque a Justiça se tornou instrumento - da história do País, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva obteve uma importante vitória na noite desta terça-feira.

Por meio de uma liminar do desembargador Neviton Guedes, Lula poderá reabrir, já nesta quarta-feira, o Instituto Lula, que havia sido fechado por determinação do juiz substituto Ricardo Leite, sem mesmo que a medida tivesse sido pedida pelo Ministério Público.

"A medida restabelece o Estado de Direito", comemorou, em vídeo, o advogado Cristiano Zanin Martins.

João Santana desmente Mônica Moura

Versão dela não bate nem com a do marido. Esqueceram de combinar


O ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo negou as acusações de que teria repassado informações da Lava Jato à presidente deposta Dilma Rousseff.

Para o ex-ministro, a versão de Mônica Moura —de que Dilma a teria alertado sobre a prisão porque Cardozo viu um mandado de prisão em cima da mesa— é "grotesca" e "ridícula".

"O ministro da Justiça vai ficar andando pelas mesas da Polícia Federal procurando mandado?", questiona.

"O João Santana desmente ela (Mônica) e diz que ninguém no governo o avisou", completa; Cardozo destaca ainda que a campanha pagou R$ 70 milhões ao casal de marqueteiros de forma oficial e declarada, uma quantia elevada que tornaria difícil a existência de um caixa dois do tamanho do relatado nas delações.

O ex-ministro lembrou que a Odebrecht pagava à dupla por serviços prestados em vários países.

"Ele tinha uma conta corrente com a Odebrecht. Esse dinheiro era necessariamente da campanha da Dilma ou era de outras situações?".

Cardozo diz ainda que o erro de Dilma foi ter confiado no PMDB e que Lula é o melhor candidato para 2018.

Governador de Minas adverte que o País caminha para um Estado de Exceção


Jornalista Carlos Lindenberg lembra discurso feito pelo governador de Minas, Fernando Pimentel, em que o petista destaca "o voto popular" como "o mais sagrado instrumento que a democracia no mundo inteiro consagrou".

O voto é sagrado e tem de ser respeitado porque é ele quem dá legitimidade ao regime democrático. Não é o concurso público. O concurso público dá legalidade, mas o que dá legitimidade ao regime democrático é o voto", acrescentou.

"Curiosamente, essa mesma comparação foi feita pelo ex-presidente Lula, no dia dez, logo após depor ao juiz Sérgio Moro, em Curitiba, quando se dirigiu à multidão que o esperava nas imediações do Fórum da Justiça Federal do Paraná", lembra Lindenberg.

Perseguição a Lula "é um escândalo na justiça latino-americana"

O ex-presidente do Uruguai José Mujica fez duras críticas à caçada judicial a que está sendo submetido o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Em vídeo, Mujica diz que está em curso avançado uma "intensíssima campanha, que já dura anos, para tirar de Lula legalmente a possibilidade de disputar as próximas eleições no Brasil".

"A democracia em nossa América Latina está bastante comprometida e tomara que, pela importância do Brasil e o destino de nossa América Latina, esta felonia de inventado uma quantidade de colaboradores, a partir da delação premiada, alguns dos quais têm penas de 27, 28 anos de prisão é um verdadeira escândalo da justiça latino-americana", afirmou o líder uruguaio.

Reportagem de VEJA sobre Marisa é pior do que no tempo da ditadura


"Ato de repúdio a Veja é inteiramente justificado", escreve Paulo Moreira Leite, articulista do 247, que foi redator-chefe da revista. "Ao engrossar a campanha pela desmoralização de Lula, alvo de uma perseguição que pode marcar a fronteira final que separa a democracia de uma ditadura, Veja abandona o jornalismo para se tornar instrumento de pura propaganda política e deve ser tratada dessa forma", Comparando a vergonhosa capa sobre Marisa Letícia com uma reportagem do mesmo porte em 1981, quando o próprio Lula foi condenado a três anos e meio de prisão porque liderou uma greve considerada ilegal, PML mostra que a cobertura de 36 anos atrás possuía uma postura submissa a ditadura mas trazia informações que deixavam o leitor "perceber que havia uma farsa em tudo aquilo, uma combinação entre generais arrogantes e magistrados submissos. Desta vez, nem isso"

terça-feira, 16 de maio de 2017

Globo distorce delações para crucificar Dilma


Embora a presidente deposta Dilma Rousseff tenha demitido ex-diretores da Petrobras como Paulo Roberto Costa, Renato Duque e Nestor Cerveró, além de ter reduzido pela metade o contrato que gerou uma propina de US$ 40 milhões para o PMDB, o jornal O Globo, nesta terça-feira, distorce as delações premiadas da Lava Jato para dizer que "cresce o papel de Dilma no petrolão", quando o próprio João Santana afirmou que ela fechou as torneiras da corrupção na estatal.

A publicação da família Marinho também trata como verdade email aparentemente forjado por Mônica Moura.

Destruir Dilma é essencial para consolidar o golpe, que entrará para a história como uma conspiração de corruptos contra uma presidente honesta.

Le Monde, importante jornal da França diz que Temer completa um "ano horrível" no poder



Le Monde desta terça-feira, 16, traz uma reportagem de página inteira sobre a situação política do Brasil.

Em texto de uma página, o jornal diz que Temer "tem dificuldade para impor sua legitimidade".

"Desconfortável, ele foge desse 'povo' que gostava tanto de Lula. Impopular, ele evita as cerimônias públicas, com medo de ser vaiado".

Jornal francês diz que um ano após a saída de Dilma do poder, a recessão e o desemprego continuam destruindo o país, enquanto os escândalos de corrupção, que não poupam nenhum partido, provocam um vazio político.

"Um espaço deserto que apenas Lula consegue ocupar", apesar das acusações de corrupção que também o atingem, analisa o texto.

Juristas condenam suspensão das atividades do Instituto Lula


Decisão autoritária e controversa do juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal de Brasília, que mandou fechar o Instituto Lula completa uma semana.

De norte a sul, advogados, juristas e profissionais do Direito criticaram a medida, que não foi solicitada nem pelo Ministério Público Federal.

"Desvio de poder torna-se uma hipótese muito sólida para esse comportamento", analisa o ex-ministro da Justiça Eugênio Aragão.

Para o especialista em direito constitucional Rogério Marcos de Jesus Santos, magistrado quis atrair a opinião pública às vésperas do depoimento do ex-presidente Lula ao juiz Sérgio Moro.

"É mais mais uma estocada autoritária do processo de criminalização política, cujo alcance aparentemente não se restringe mais a pessoas e partidos", diz o professor de Direito Salah Hassan Khaled Jr.

Já o advogado Flávio Siqueira diz que a decisão é uma "medida inaceitável em qualquer democracia constitucional".