domingo, 26 de fevereiro de 2017

Se Yunes foi "mula" de Padilha, Padilha foi "mula" de Temer


"A narrativa montada pelo Palácio do Planalto e 'comprada' pela imprensa que aderiu ao golpe do impeachment que consiste em responsabilizar e criminalizar somente Eliseu Padilha e relativizar a participação de Michel Temer que pode ser desmontada por qualquer aprendiz de Sherlock Holmes", afirma Alex Solnik.

"O Jaburu era a residência oficial de Temer, e não de Padilha. A maior autoridade presente no jantar era Temer, e não Padilha, portanto. Temer era o chefe de Padilha, e não o contrário", lembra Solnik, sobre a reunião com o então presidente da Odebrecht.

"Ou seja, depois do jantar, selado o acordo com a principal autoridade presente, Padilha saiu em campo para operacionalizar a entrega e o recebimento da bufunfa. Se Yunes, como confessou, foi 'mula' de Padilha, este, por sua vez foi 'mula' de Temer. 

Não há como engolir a versão do Planalto de que Temer atuou dentro da legalidade, mas Padilha, não. Ou ambos atuaram legalmente ou ambos ilegalmente", diz ele.

sábado, 25 de fevereiro de 2017

PM invade prédio e apreende ilegalmente material de bloco carnavalesco do Recife


Pernambuco 247 - Um vídeo divulgado neste sábado, 25, viralizou nas redes sociais, ao mostrar policiais militares de Pernambuco entrando em um prédio no centro do Recife para apreender material do bloco de carnaval "Troça Carnavalesca Empatando Tua Vista".

O bloco, que é crítico ao governo de Michel Temer e aos gestores de Pernambuco, Paulo Câmara, e do Recife, Geraldo Júlio, ambos do PSB, iria desfilar durante o Galo da Madrugada.

Bolsonaro e aliados divulgaram e incentivaram motim no Espírito Santo


Um grupo ligado ao deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ), pré-candidato ao Planalto, esteve na linha de frente da comunicação e da logística do motim que parou a Polícia Militar do Espírito Santo, segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo.

The New Yorker: Sob Temer, caos no Brasil promete novas explosões


"As coisas não vão bem no Brasil", escreve na revista The New Yorker desta semana o prestigiado jornalista e escritor John Lee Anderson.

Depois de historiar a crise dos dois últimos anos no Brasil, destacando os casos de corrupção, a Lava Jato e o impeachment de Dilma Rousseff, ele fala dos confrontos violentos nos presídios e da crise de segurança e diz que "Temer e seus aliados se movem rapidamente para desfazer o legado de 13 anos do PT, em cujos governos o país tornou-se um dos maiores exportadores de commodities no auge do boom da China

A maioria desses ganhos está agora em risco, com Temer instituindo medidas de austeridade e um congelamento de 20 anos em todos os gastos públicos. Com a situação social em ruínas, o Brasil tem todos os ingredientes para enfrentar novas explosões".

Como Temer e Padilha caíram na armadilha de Cunha


Jornalista Andrei Meireles, do site Os Divergentes, questiona "o caminho tortuoso da entrega" do dinheiro que teria chegado ao escritório de José Yunes, amigo de Michel Temer, em "envelopes".

"Não há motivo plausível para a Odebrecht, com seu estruturado departamento de propina, ter optado por um modo tão amador para um pagamento dessa envergadura", observa.

"Na interpretação de quem conhece esse jogo, quem deu, intermediou e operou o pagamento ali quis carimbar a entrega", completa.

Para Juca Kfouri governo Temer anda mal de saúde


Em entrevista a Alex Solnik, do 247, o jornalista Juca Kfouri ironiza os escândalos diários do governo Temer, como o mais recente, em que Eliseu Padilha saiu para fazer uma cirurgia da próstata após ser delatado por José Yunes.

"O governo não está bem de saúde. Veja, essa coisa do Yunes não tem pé nem cabeça, né. A versão dele. É um documento... um documento um pouco mais espesso que o cara disse que era 1 milhão de reais...", diz.

Para ele, "não é mais Ali Babá e os 40...é o Temer e os 140".

Para o jornalista, "Temer tem mais medo de Cunha que Cunha de Temer".

Governo Temer provavelmente nomeará para a política internacional alguém ligado a Serra

Pra manter a mesma linha de ação

"Serra não tinha o que propor ao governo. A política externa do governo desapareceu, mais além de conflitos regionais, sem maior expressão internacional. A saída do Serra poderia ser um momento para que o governo mudasse as prioridades e o tom do discurso", diz o colunista do 247 Emir Sader. No entanto, avalia, é mais provável que o governo perca essa oportunidade.

"Temer vai discutir com o Serra, que por sua vez vai querer emplacar algum que mantenha a linha pitbull que ele colocou em prática. Aloysio Nunes estaria perfeitamente nesse figurino retrógrado. Ou algum dos ex-embaixadores tucanos, todos absolutamente subservientes aos EUA".

O impeachment comprado


Para o colunista Alex Solnik, a denúncia feita por José Yunes que envolve Eliseu Padilha e Michel Temer, "ajuda a entender que o impeachment foi resultado de uma conspiração.

Que a conspiração começou ainda na eleição de Cunha à presidência da Câmara e que os 140 deputados financiados para eleger Cunha também votaram a favor do impeachment".

"As questões que se colocam são: 1) se esses 140 votos precisaram ser comprados é porque os deputados não estavam convencidos de que o impeachment se sustentava; 2) sem esses 140 votos não teria havido impeachment; 3) comprovando-se a existência dessa compra não seria o caso de anular o impeachment?", questiona o jornalista.

Moro ocultou o crime da mula?

Por que as perguntas de Cunha são "impertinentes"?

Conversa Afiada, 25/02/2017
Do FaceBook de Jeferson Miola:

Além de Padilha e Temer, denúncia de Yunes compromete Moro

Jeferson Miola

O depoimento que José Yunes prestou ao MP assumindo-se como simples “mula” para transportar os R$ 4 milhões da propina da Odebrecht destinada a Eliseu Padilha é demolidor para o governo golpista.

A denúncia do amigo de mais de meio século do Michel Temer põe luz sobre acontecimentos relevantes da história do golpe, e pode indicar que os componentes do plano golpista foram estruturados em pleno curso da eleição presidencial de 2014:

1. a Odebrecht atendeu o pedido do Temer, dos R$ 10 milhões [os R$ 4 milhões ao Padilha são parte deste montante] operados através de Lucio Funaro, ainda durante o período eleitoral de 2014;

2. mesmo sendo o candidato a vice-presidente da Dilma, na campanha Temer trabalhava pelo esquema do Eduardo Cunha [que na eleição apoiou Aécio Neves, e não a chapa do seu partido, o PMDB], que tinha como meta eleger uma grande bancada de deputados oposicionistas ao governo Dilma;

2. a organização criminosa financiou com o esquema de corrupção a campanha de 140 deputados para garantir a eleição de Eduardo Cunha à Presidência da Câmara;

3. Lúcio Funaro, tido até então exclusivamente como o “operador do Eduardo Cunha”, na realidade também atuava a mando de Eliseu Padilha e, tudo indica, de Michel Temer. José Yunes diz que Temer sabia tudo sobre o serviço de “mula” que Padilha lhe encomendara;

4. em janeiro/fevereiro de 2015, na disputa para a presidência da Câmara, embora em público Temer dissimulasse uma posição de “neutralidade”, nos subterrâneos trabalhou pela eleição do Cunha;

5. mesmo sendo vice-presidente da Presidente Dilma, o conspirador conhecia o plano golpista desde sempre, e participou desde o início da conspiração para derrubá-la.

O primeiro passo, como se comprovou, seria dado com a vitória do Eduardo Cunha à presidência da Câmara para desestabilizar o ambiente político, implodir os projetos de interesse do governo no Congresso e incendiar o país.

A denúncia de Yunes reabre o questionamento sobre a decisão no mínimo estranha, para não dizer obscura e suspeita, do juiz Sergio Moro.

Em despacho de 28/11/2016, Moro anulou por considerar “impertinentes” as perguntas sobre José Yunes que o presidiário Cunha endereçou a Temer, arrolado como sua testemunha de defesa.

Moro tem agora a obrigação de prestar esclarecimentos mais convincentes e objetivos que o argumento subjetivo de “impertinência”, alegado no despacho.

Caso contrário, ficará a suspeita de ter prevaricado para proteger Temer e encobrir o esquema criminoso que derrubaria o governo golpista.

Afinal, sabendo do envolvimento direto de Michel Temer no esquema criminoso, Moro teria agido para ocultar o fato?

A cada dia fica mais claro que o Brasil está dominado pela cleptocracia que assaltou o poder de Estado com o golpe.


O melhor que Temer faria ao país seria demitir toda a corja corrupta – a começar pelo Eliseu Padilha – e renunciar, porque perdeu totalmente a confiança política e a credibilidade.

A permanência ilegítima de Temer na cadeira presidencial é um obstáculo instransponível à recuperação do Brasil, que assim seguirá o caminho acelerado do abismo.

Aécio cada vez mais no comando


"Serra pulou fora do barco. Há algum tempo, Alckmin ameaça fazer o mesmo. Fhc vira e mexe envia mensagens dúbias em relação à camarilha golpista. Mas por que o grupo de Aécio continuará dando as cartas no governo golpista?", questiona o cientista social Robson Sávio.

"Com interesses e currículo similares aos da turma de Temer e seu bando peemedebista, o tucano riomineirês é o rei desse xadrez da desgraça que domina momentaneamente o país", diz.

Para ele, "Aécio é um ególatra que vive de uma perversão: pensa que sua missão é salvar o Brasil; e seu destino inexorável é a presidência da república. Como transformou essa fantasia numa obsessão, faz qualquer negócio para atingir seu intento. Não tem limites..."