(E a perseguição política continua!)
UOL, 20/02/2017
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28.ago. 2016 - Dilma recebe a visita do ex-presidente Lula no Palácio da Alvorada
Cristiano Zanin Martins, advogado de Lula, afirmou em nota que espera que "o STF rejeite a proposta do citado agente policial e aplique em relação a Lula o mesmo entendimento que é destinado aos demais jurisdicionados".
Já Alberto Toron, defensor de Dilma Rousseff, disse que esperaria a manifestação da PGR (Procuradoria Geral da República) para "tomar as providências".
Martins acrescentou que o ato do delegado da PF "se soma a diversas outras iniciativas de agentes públicos que perseguem Lula por meio do uso indevido da lei e dos procedimentos jurídicos. "
O defensor da ex-presidente Dilma Rousseff, Alberto Toron, também comparou a nomeação de Lula como ministro-chefe da Casa Civil com a nomeação de Moreira Franco para o cargo de ministro da Secretaria-Geral da Presidência.
"Vimos recentemente no governo Temer o STF [Supremo Tribunal Federal] validar a nomeação do Moreira Franco. Nesse caso, não se viu ilicitude. Além disso, é preciso salientar que nomear como ministro apenas transfere a jurisdição da primeira instância para o STF. Isso não pode ser visto como tentativa de obstrução", disse.
Além da ação sobre a nomeação de Lula como ministro, a defesa do ex-presidente também mencionou suposta "compra do silêncio" do ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, afirmando que a acusação "carece de fundamento". "O próprio Cerveró desmentiu qualquer ação do ex-presidente no sentido de retardar sua delação", afirmou.
O advogado do ex-ministro Aloizio Mercadante, Pierpaolo Bottini, disse que ele recebeu com surpresa o resultado do relatório. Segundo ele, as gravações entre Mercadante e o ex-chefe de gabinete do ex-senador Delcídio Amaral (ex-PT/MS), Eduardo Marzagão, "não retratam qualquer tentativa de obstrução da Justiça, mas um gesto de apoio pessoal".
"Nas conversas, Mercadante diz expressamente que não interferiria na estratégia jurídica de Delcídio e nem na decisão por eventual delação. Sugeriu, apenas, que a defesa buscasse a rediscussão da prisão do senador junto ao Senado Federal, com absoluta legalidade e transparência, uma vez que acreditava na ausência dos requisitos para a detenção", disse.
Toron esclareceu ainda que Dilma Rousseff só soube desse encontro depois de ele ter acontecido. "Ela não tem nada, absolutamente nada a ver com isso", afirmou.
Através da sua defesa, Mercadante afirmou que "confia plenamente na Justiça e no Ministério Público Federal, colocando-se, como sempre, à disposição das autoridades para todos os esclarecimentos necessários".