domingo, 30 de outubro de 2016

Outsider, Kalil é o novo prefeito de Belo Horizonte



Concorrendo pelo minúsculo PHS, Alexandre Kalil, ex-presidente do Atlético Mineiro, que teve apenas 20 segundos de tempo de tevê no primeiro turno, conseguiu se eleger prefeito de Belo Horizonte, superando o tucano João Leite.
 
Kalil teve 53% dos votos válidos segundo a pesquisa de boca de urna Ibope e conseguiu manter a vantagem durante toda a apuração das urnas eletrônicas.
 
Na reta final, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) se engajou na campanha de João Leite, mas não conseguiu influenciar positivamente sua campanha.

Derrotado em casa, Aécio está fora da briga de 2018

Pedro França
Embora o PSDB tenha conquistado vitórias importantes neste domingo, em cidades como Porto Alegre (RS) e Belém (PA), o segundo turno da disputa municipal trouxe um sabor amargo para o senador Aécio Neves (PSDB-MG), que voltou a perder em casa.

Se, em 2014, o tucano Pimenta da Veiga perdeu para o petista Fernando Pimentel na disputa pelo governo de Minas, desta vez João Leite foi superado por Alexandre Kalil, do PHS.

Resultado praticamente confirma Geraldo Alckmin, que fez um strike em São Paulo, como o candidato natural do PSDB na disputa presidencial.

Zanin pulveriza Dallagnol

Hong Kong? Ele não sabe o que diz...

Fonte: Conversa Afiada, 30/10/2016

O Conversa Afiada reproduz irretocável peça de Cristiano Zanin, advogado do Presidente Lula, que faz de Procuradores da (sic) República uns pigmeus intelectuais, uns praticantes da "lawfare", que sonham em entrar para História como os valentões que prenderam o Lula:

O artigo publicado hoje na Folha de S. Paulo por dois procuradores da República, que atuam na Lava Jato, longe de superar a perseguição política dirigida a alguns partidos políticos e, particularmente, ao ex-Presidente Luiz Inacio Lula da Silva, apenas deixa tal abuso ainda mais evidente.

A Lava Jato promove verdadeira guerra jurídica, mediante o uso manipulado das leis e dos procedimentos jurídicos, para perseguir seus inimigos políticos, fenômeno que é documentado por especialistas internacionais como “lawfare”.

Por que será que o PSDB não está dentre os partidos “mais atingidos” pela Lava Jato? Por que documentos que envolvem seus políticos tramitam em sigilo, em nome do “interesse público”, ao passo que aqueles relativos a Lula, inclusive os que têm sigilo garantido pela Constituição Federal, são devassados e expostos a todos em nome do mesmo “interesse público”? Não há como responder. Uma rápida consulta às reportagens produzidas pela própria Folha - a exemplo de outros veículos de imprensa - comprova a tese de dois pesos e duas medidas. Há muito a mídia perdeu sua imparcialidade.

Nações desenvolvidas não permitiriam que a Lava Jato deixasse de cumprir a lei, como ocorre no Brasil. Mas os procuradores não pensam assim, bem como o próprio TRF4, que julga os recursos da Lava Jato. Quando a lei é deixada de lado – seja por qual motivo for -, é o próprio Estado Democrático de Direito que está em risco. Você que está lendo esta publicação aceitaria ser investigado e julgado sem o rito das leis, mas, sim, pelas regras de conveniência de procuradores e juízes – por melhores que sejam suas intenções? É evidente que não!

Cada alegação dos procuradores em relação a Lula foi fulminada no campo jurídico por peças robustas que apresentamos nos autos e que podem ser consultadas em www.abemdaverdade.com.br. Ou seja, no plano estritamente jurídico, as frívolas acusações foram todas superadas pela defesa. Mas a Lava Jato, ao menos em relação a Lula, não busca o debate jurídico, mas o uso da violência da lei para promover perseguição política. Pretende reescrever a história. Pretende desconstruir a imagem e a reputação do ex-Presidente. E, para isso, usam da aparência da legitimidade de um procedimento, que devido processo legal nada tem!

Não é preciso ir longe para perceber isso. A denúncia apresentada contra Lula em 14/09/2016, com 172 páginas, não é uma peça jurídica; mas política. Aliás, depois que o próprio juiz Moro reconheceu, em recente despacho, que nenhum recurso relativo aos três contratos da Petrobras ali tratados foi destinado “diretamente a Lula”, a acusação perdeu qualquer sentido. Mas esse fato foi usado não para encerrar o caso, como seria de rigor, mas para indeferir provas que foram requeridas!

Se os procuradores e o juiz do caso efetivamente buscassem uma investigação legitima e dentro do devido processo legal, não estariam focados em uma pessoa – Lula -, mas sim em fatos. Não estariam promovendo acusações sem materialidade em rede nacional, com auxílio de assessoria de imprensa e, ainda, o uso de powerpoint semelhante a similar até já condenado pela Suprema Corte Americana, por violar a garantia da presunção de inocência. Não estariam violando inúmeras garantias fundamentais e desafiando até mesmo alguns dogmas do direito de defesa – como, por exemplo, ao grampear advogados formalmente constituídos (mesmo após terem sido alertados 2 vezes para empresa de telefonia) e divulgar as conversas mantidas com seu cliente.

Há, ainda, um derradeiro aspecto que deve ser registrado. O artigo de hoje pretendeu legitimar as ações da Lava Jato, citando o exemplo de combate à corrupção promovido por Hong Kong. MAS O EXEMPLO MOSTRA JUSTAMENTE O CONTRÁRIO! Aquele país, após constatar que a polícia e o ministério publico não estavam efetivamente preparados para promover o combate ISENTO à corrupção, adotou o sistema do ICAC – Independent Comission Against Corruption. Toda investigação relacionada à corrupção do sistema eleitoral, do judiciário e de outras áreas especificas é realizada naquele País por comissões INDEPENDENTES multidisciplinares – com máximo respeito às garantias individuais, que, posteriormente, entregam o resultado a um comitê de procuradores que irá decidir se é o caso de buscar a punição funcional ou penal dos envolvidos.

LÁ, OS MEMBROS DO MINISTÉRIO PÚBLICO (E MUITO MENOS O JUIZ QUE IRÁ JULGAR O CASO) NÃO PARTICIPAM DIRETAMENTE DA INVESTIGAÇÃO E, PORTANTO, NÃO FICAM “CONDENADOS A CONDENAR” ALGUÉM, COMO ESCREVEU LULA EM ARTIGO PARA A FOLHA. Nós sempre citamos o exemplo de Hong Kong como um CONTRAPONTO aos abusos da Lava Jato. Diga-se de passagem, ainda, que a Lava Jato, neste ponto, viola até mesmo o que foi decidido pelo STF no RE 593.727, que reconheceu o poder de investigação do Ministério Público apenas em situações excepcionais, quando a política não tem condições de promover a investigação.

Na Lava Jato todos - polícia, MPF e juiz – investigam, acusam e julgam! Enfim, a deturpação, a seletividade e a perseguição saltam aos olhos. E os procuradores precisam realmente conhecer o sistema de Hong Kong para verificar que lá eles não cometem os erros que estamos cometendo no Brasil, colocando em risco não apenas os empregos, a economia, mas, sobretudo, o Estado Democrático de Direito.

É possível punir Lula e se calar sobre José Serra?


A colaboração premiada da Odebrecht, definida por Veja como "a delação do fim do mundo", coloca a narrativa oficial da Lava Jato em xeque; Lula é acusado de se beneficiar de obras num sítio e num apartamento de praia que não lhe pertencem.

Serra, por sua vez, foi apontado como beneficiário de depósitos de R$ 23 milhões numa conta suíça, que, se tiver seu sigilo quebrado, poderá revelar valores muito maiores do caixa dois tucano; em artigo publicado neste domingo, o cientista político Marcos Coimbra, da Vox Populi, aponta, que a seletividade judicial no País só tem contribuído para tornar Lula ainda mais forte nas pesquisas.

Por outro, não há como puni-lo sem antes fustigar minimamente políticos como Serra que se beneficiaram de esquemas multimilionários.

Dallagnol condena anistia ao caixa dois político


Em artigo publicado neste domingo, os procuradores Deltan Dallagnol e Orlando Martello, integrantes da Lava Jato, condenaram a iniciativa de deputados e senadores que pretendem anistiar o crime de caixa dois, no momento em que a delação da Odebrecht ameaça vários políticos, como José Serra, que recebeu R$ 23 milhões na Suíça.

"Prepara-se o terreno para, em evidente desvio de finalidade, aprovar projetos de abuso de autoridade, de obstáculos à colaboração premiada, de alterações na leniência e de anistia ao caixa dois", dizem eles.

"Se forem aprovados projetos como os mencionados, seguiremos o caminho da Itália, que lutou contra a corrupção, mas perdeu".

Uma possível prisão de Lula é uma declaração de guerra


Coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), que congrega 40 mil famílias em 11 estados, Guilherme Boulos prevê um 2017 de conflitos no Brasil, mas sobretudo na maior cidade do país.

"São Paulo vai virar uma praça de guerra", diz, antevendo que o novo prefeito irá usar a força para reprimir a luta pela moradia; para Boulos, Sergio Moro "não é uma referência de Justiça" e " tem mentalidade de justiceiro".

"Para ele vale qualquer coisa, até passar por cima da constituição, para que ele possa pegar quem ele quer pegar", opina; questionado se o MTST irá às ruas se Lula for preso, ele diz: "Uma prisão arbitrária do Lula não é um ataque apenas ao Lula. É uma declaração de guerra. Evidente que vai gerar reações".

Caso Serra revela o lado B da mídia brasileira


Em artigo sobre o comportamento da mídia após a denúncia da Odebrecht contra José Serra, o jornalista George Marques, que escreve sobre os bastidores da política, analisa: "Passado quase 48 horas que a matéria da Folha denuncia que o ministro José Serra (PSDB) teria recebido cerca de R$ 23 milhões em propina, fruto de corrupção e caixa dois da Odebrecht, os jornais O Globo, Estadão, G1, entre outros veículos e articulistas da Grande Imprensa sequer tocam no assunto. Houve um cala-boca geral nas redações. Esse tipo de conveniência faz parte do jornalismo de omissão, de compadrio, do jornalismo rasteiro e imoral".

"Capturado pelo poder econômico, o jornalismo no Brasil passa por um momento de descrédito, subserviência e de proteção conveniente. Há um outro caminho a seguir?", questiona.

Rapidinhas

Leonardo Picciani
Venda de mineradora de Picciani para cervejaria é informada por órgão de controle à Lava Jato Laços de família A compra pelo Grupo Petrópolis de parte de uma mineradora que tem Leonardo Picciani (Esporte) como sócio entrou na mira de relatório de inteligência financeira feito por órgão de controle da Fazenda para a Lava Jato. O grupo pagou R$ 5,5 milhões aos Picciani logo após ter recebido R$ 36 milhões de uma empresa com capital de R$ 1.000. “A movimentação foi caracterizada pelo recebimento com imediato pagamento ou de transferência a terceiros sem justificativa”, diz o documento.

Outro lado Procurado, Jorge Picciani, pai do ministro e responsável pela empresa, diz que a compra de parte da mineradora pelo Petrópolis foi legal e que ele não tem responsabilidade sobre a origem dos recursos que o pagaram.

Sem mais O Grupo Petrópolis sustenta que se trata de compra e venda de ações.

Errou o alvo Passado o primeiro turno das eleições, ministérios começaram a receber romaria de deputados pedindo algo inusitado: que as pastas cancelassem recursos liberados a pedido deles para municípios em que os aliados foram derrotados.

Meu umbigo Como parte das obras só era esperada para 2017, os parlamentares não querem ver adversários triunfando com o esforço alheio.

Desinteresse público O caso mais emblemático é o de uma cidade em que a mãe de um deputado não fez o sucessor, e ele correu ao governo para pedir o bloqueio.

Do barulho Em uma das visitas ao marido, Isabela Odebrecht ouviu de Marcelo: “Nossa, foram presos uns caras barras-pesadas aqui”.

Ato falho? A mulher do empreiteiro pareceu responder sem pensar, segundo pessoas com acesso à carceragem da PF: “E você acha que é o que para estar aqui?”.

Há vagas O restaurante Tia Zélia, reduto de petistas e o preferido de Lula em Brasília, está em crise desde o impeachment. O local, que chegava a ter 40 minutos de espera, está farto de mesas vazias.

Enquanto é tempo Às vésperas da decisão do Congresso sobre cortar recursos públicos para partidos nanicos, multiplicam-se pedidos de registro de siglas na Justiça Eleitoral. São 52 novos grupos tentando se oficializar.

Gregos e troianos Na lista, há os ligados a causas ambientais, como o Animais; os religiosos, como a UDC do B (União da Democracia Cristã do Brasil); e os esportistas, como o já notório PNC (Partido Nacional Corinthiano).

Mangas de fora Deputados que votaram contra o impeachment — mas agora integram a base de Michel Temer — começam a se acotovelar por espaço no governo.

Mudei de lado Eles tinham ficado fora da partilha inicial, mas, como votaram com o Planalto no teto de gastos, já se acham merecedores de um cargo ou outro.

Casei primeiro As bancadas que estão com Temer desde o início — principalmente as do Nordeste — começam a se movimentar para barrar a concorrência.

Carnê da infelicidade O comando do PR paulista discutiu com Geraldo Alckmin apoio ao tucano na disputa presidencial de 2018. Com a derrota do PT em SP, dirigentes dizem que a “última parcela com o petismo já foi paga” e que, agora, estão livres.

Papel passado Um dos caciques afirma que o PR não quer deixar para selar o casamento com Alckmin na véspera da eleição. Pretende definir a sinecura em São Paulo logo depois do segundo turno das disputas municipais.

Dureza O prefeito Fernando Haddad está angustiado com sua dívida de campanha — R$ 8 milhões, segundo o TSE. Os jantares de arrecadação não estão rendendo muito e, para atrapalhar, amigos dizem que o PT está ajudando menos do que deveria.

Jeitinho O clima não é de velório, é de efervescência do regime democrático. É no tranco da carroça que as abóboras se ajeitam. DE CARLOS AYRES BRITTO, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, sobre a semana de turbulências entre os Poderes Legislativo e Judiciário.

Boca fechada não entra mosquito Durante jantar de João Doria com os 25 vereadores eleitos por sua coligação, na segunda-feira (24), no Terraço Itália, Zé Turin (PHS) disse a Julio Semeghini (PSDB) que o próximo encontro deveria ser em uma churrascaria. Pudera: ele é dono de um açougue.

Estrategista Quando Doria terminou seu discurso, chegou a vez de Turin falar. Semeghini logo interrompeu: 
— Fala o que você me disse ali no canto — encorajou o tucano.
— O quê? — questionou o futuro vereador.
— O que estava me dizendo lá fora, ora!
— Ah! Que eu quero a subprefeitura de Santo Amaro?

sábado, 29 de outubro de 2016

Por que o Jornal Nacional de hoje não falou da denúncia contra Serra?


"Denúncia feita pela Folha de S. Paulo em agosto e agora reiterada pelo jornal, de que Serra recebeu propina da Odebrecht, soma-se a denúncias iguais contra outros tucanos – FHC, Alckmin, Aécio – que ocorrem sempre mas que não se tornam de conhecimento público porque ficam restritas ao único veículo da grande mídia que faz denúncias contra caciques do PSDB: à Folha", escreve Eduardo Guimarães.

Segundo ele, porém, as denúncias "só têm repercussão quando vão para o Jornal Nacional", algo que não aconteceu no caso de Serra; "Serra, Alckmin e FHC são os políticos mais blindados do Brasil", diz ele.

"Hoje o Brasil é governado por uma aliança entre a Globo, a Lava Jato, o PSDB e parte do Supremo. Assim, podemos todos ter certeza de que a denúncia da Odebrecht contra Serra vai para as calendas enquanto o mesmo Serra e seu partido continuarão acusando petistas de terem sido acusados pela Odebrecht", conclui

Moro diz que o Brasil pode não sobreviver à delação da Odebretcht

Ele teria dito que: "Pela extensão da colaboração, haverá turbulência grande. Espero que o Brasil sobreviva". Nela delação serão incriminados o ministro das Relações Exteriores, José Serra e o governador Geraldo Alckmin, ambos do PSDB
O juiz federal Sérgio Moro, que cuida dos processos da Lava Jato em primeira instância, teria feito o seguinte comentário a um interlocutor de Brasília, de acordo com a revista Veja dessa semana: "Pela extensão da colaboração, haverá turbulência grande. Espero que o Brasil sobreviva".

Na capa, a publicação se refere à delação da Odebrecht como "a delação do fim do mundo", que promete atingir parlamentares, governadores e ministros de diversos partidos, sem contar Michel Temer (PMDB), presidente da República.

Trechos da delação já incriminaram o ministro das Relações Exteriores, José Serra, que segundo executivos recebeu R$ 23 milhões em propina da empreiteira por meio de uma conta na Suíça.

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) foi outro cacique tucano citado na delação, como beneficiário de doações de campanha em troca da participação da construtora nas obras do Rodoanel, em São Paulo. Ele seria o "Santo", codinome registrado em planilha da Odebrecht.

Segundo a delação, Temer pediu, em uma reunião com Marcelo Odebrecht realizada no Palácio do Jaburu, R$ 10 milhões para seu partido. Parte do dinheiro teria sido entregue em dinheiro ao atual ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha.

O acordo da empreiteira com o Ministério Público Federal deve ser fechado nos próximos dias e promete abalar todos os corredores de Brasília.

Fonte: Brasil 247, 29/10/2016