quinta-feira, 14 de julho de 2016

Líder rebate críticas: “O PT não apoiou golpista algum”

 

O partido mais criticado no processo que elegeu Rodrigo Maia presidente da Câmara, naturalmente, vem sendo o PT, inclusive por lideranças do partido, destaca Tereza Cruvinel, que entrevistou o líder da bancada, Afonso Florence (PT-BA).
 
Segundo o deputado, há um misto de desinformação com erros de avaliação nestas críticas.
 
“O PT não apoiou golpista algum. Apoiamos o Marcelo de Castro no primeiro turno. Ele não é golpista, é anti-Cunha e anti-Temer, mas foi derrotado pelo trator palaciano. No segundo turno, liberamos a bancada. Muitos, de fato, votaram no candidato Rodrigo Maia por entender que a prioridade era derrotar Cunha e o Centrão. Outros foram embora, deixando de votar, e alguns votaram em branco. O resto é confusão ou desinformação”, explica.
 
"O voto da esquerda em Maia teve cálculo político mas não, como dizem alguns dos críticos, barganhas miúdas em troca de vantagens corporativas ou quetais", afirma Tereza.

MPF confirma mais uma vez: Dilma é inocente

 

Na conclusão do Ministério Público Federal, a "pedalada" fiscal envolvendo o Plano Safra, um dos motivos que baseiam o pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, não é operação de crédito, nem crime; o órgão aplicou o mesmo raciocínio para outras "pedaladas" que não estão relacionadas com o pedido de impeachment.
 
O procurador da República Ivan Cláudio Marx, responsável pelo caso aberto no MP do Distrito Federal, pediu arquivamento do inquérito nesta quinta-feira 14.
 
Na última sexta, ele já havia pedido o arquivamento de um caso semelhante relacionado ao BNDES.
 
Na decisão de hoje, ele levantou suspeitas sobre "eventuais objetivos eleitorais" com as "pedaladas"

Lula: Não grite "Fora,Temer"; mande Whatsapp a senadores

 

"Vocês precisam mandar Whatsapp para cada senador. Aqui tem um que foi ministro da Dilma e depois ficou contra ela", disse o ex-presidente a uma plateia de integrantes de movimentos de esquerda da zona rural nesta terça-feira (12), em Carpina, Pernambuco.
"Vamos à casa deles conversar de forma carinhosa, todo mundo rindo, não vamos xingar o senador. Fale assim: 'Senador, meu querido senador, não seja golpista. Não vote pra tirar nossa presidenta'. Se a gente fizer isso, podemos mudar o jogo, mas temos pouco tempo", afirmou.
Lula tem percorrido cidades nordestinas desde segunda-feira (11) para retomar seu caminho de volta ao Palácio do Planalto, em 2018.
"Tenho 70 anos de idade, estou me matando de fazer física de manhã, andando 10 km todo santo dia, porque eles têm que saber que estou com 70 anos, cabeça de 40, a saúde de 30 e a esperança de 20".

Para a senadora Gleisi diz que após decisão do MP, destino do impeachment só pode ser o arquivo

 

Em vídeo postado nas redes sociais, a senadora Gleisi Hoffmann comentou a decisão do Ministério Público Federal, que inocentou a presidente Dilma Rousseff no caso das pedaladas fiscais e determinou o arquivamento do caso.
 
"E agora? O que fará o Tribunal de Contas da União? E o Senado Federal?", questionou Gleisi, lembrando ser esta a acusação que embasou o afastamento temporário da presidente.
 
Segundo a senadora, a única solução possível é o arquivamento do pedido de impeachment, uma vez que está comprovada a inocência de Dilma.

Omissão do governo e do Congresso contra corrupção decepciona, diz Moro

Essa foi e continua sendo uma operação contra Dilma, contra Lula e contra o PT
 
Marcelo Ninio, de Washington/Folha, 14/07/2016
 
Paulo Lisboa/Folhapress
 
O juiz federal Sergio Moro, responsável pelas ações da Operação Lava Jato no Paraná

O juiz federal Sergio Moro criticou nesta quinta (14) nos EUA a omissão do governo e do Congresso na luta contra a corrupção e negou que a Operação Lava Jato, que ele conduz, seja uma "caça às bruxas" com motivações políticas.

"Até agora, o Poder Executivo e o Congresso não fizeram uma contribuição significativa para os esforços do Brasil na luta contra a corrupção. Por exemplo, eles poderiam proposto e aprovado leis melhores para prevenir a corrupção. Também poderiam ajudar os esforços dos agentes de Justiça de outras formas. Sua omissão é muito decepcionante", afirmou Moro em evento do centro de estudos Wilson Center, em Washington.

"Para ser justo, o atual governo disse em várias oportunidades que apoia as investigações. Mas os brasileiros deveriam esperar mais que apoio em discursos."

Em sua exposição, Moro apontou as falhas da Justiça criminal no Brasil, afirmando que, em geral, "ela não funciona muito bem em casos complexos, especialmente crimes de colarinho branco. corrupção e lavagem de dinheiro".

Primeiro, disse, devido à lentidão da Justiça, que tornou comum condenados por crimes graves em cortes de primeira instância, como a dele, nunca irem para a prisão. E, segundo, porque a jurisdição do Supremo para julgar altas autoridades funcionou, "como regra, como um poderoso escudo contra a responsabilização eficiente de pessoas em lugares altos".

SEGUNDA INSTÂNCIA

Como avanço positivo, Moro citou a decisão do Supremo Tribunal Federal de que o cumprimento da pena pode ocorrer antes da condenação definitiva.

"É uma espécie de revolução jurídica para casos complexos no Brasil. Nossa Suprema Corte demonstrou claramente com esse novo parecer, que entende completamente a conexão entre corrupção sistêmica e impunidade. Por esse parecer, ela merece muitos elogios e nossa gratidão coletiva", disse.

Em seu discurso, Moro mencionou a decisão recente do juiz do Supremo Celso de Mello, que contrariou a decisão do STF e suspendeu a execução do mandado de prisão de um réu em Minas Gerais, condenado em segunda instância por assassinato. O juiz disse acreditar que a decisão de fevereiro, que autoriza prisão após julgamento de segunda instância será mantida.

"A Justiça funciona quando o inocente vai para a casa e o culpado vai para a prisão. Esse desfecho não deveria depender das condições econômicas ou políticas do réu. Há ainda muito o que fazer para avançar nesse aspecto."

Para ele, contudo, a Lava Jato mostra que é possível fazer muito, mesmo sob o atual sistema, "contanto que o problema seja confrontado e tratado com seriedade", disse. "A Justiça não pode ser um faz de conta com casos que nunca acabam e pessoas que foram provadas culpadas de crimes que nunca são punidas".

"Nenhum país é predestinado a viver com um corrupção sistêmica, pois não é um fenômeno natural. Descobri-la e revelá-la, mesmo se gerar grande impacto no curto prazo, não é parte do problema, mas parte da cura", afirmou.

CORRUPÇÃO SISTÊMICA

Diante de um auditório lotado, grande parte de brasileiros, Moro contou como a Lava Jato teve início com uma investigação limitada que acabou revelando corrupção sistêmica na Petrobras e expôs o fato de que a pratica era "a regra do jogo" na negociação de contratos públicos. Ele reiterou que a maior responsabilidade em mudar isso é do governo.

"Vamos deixar claro: o governo é o principal responsável por criar um ambiente político e econômico livre de corrupção sistêmica. O governo, com maior visibilidade e poder, ensina pelo exemplo", disse.

"Melhores leis podem ser aprovadas para melhorar a eficiência do sistema de Justiça criminal e aumentar a transparência e a previsibilidade das relações entre os setores público e privado, reduzindo incentivos e oportunidades para páticas corruptas".

O juiz também respondeu às críticas de que a Lava Jato tenha motivação política. "A Lava Jato não é uma caça às bruxas", afirmou. "Ninguém está sendo acusado ou condenado com base em opinião política".

CONCLUSÃO DA LAVA JATO

Moro não soube prever quando a Lava Jato será concluída, já que a operação ainda está em andamento e há partes da investigação pendentes no Supremo. Mas afirmou que sua parte poderá terminar até o fim do ano.

"Pensando na investigação que está conosco, um dia eu disse que poderia terminar no fim do ano porque a maioria das empresas que pagaram as propinas já foi acusada e julgada", afirmou. "[A conclusão da] minha parte pode ser no fim ano, mas não posso dizer com certeza."

Enfatizou que "a parte que está com a Supremo Tribunal, envolvendo os políticos, provavelmente tomará mais tempo" devido ao grande número de casos na corte. "O ritmo dos processo é lento lá. Por exemplo, no caso do Mensalão, levou seis anos do recebimento da acusação até o julgamento do caso", disse.

quarta-feira, 13 de julho de 2016

Lula retoma, pelo Nordeste, seu caminho de volta ao Planalto

:
Juazeiro, na Bahia, Petrolina e Carpina, em Pernambuco, e, amanhã, Caruaru e Recife. Foram essas as cidades escolhidas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para retomar seu caminho de volta ao Palácio do Planalto, em 2018 ou até antes disso, caso a crise política desemboque em eleições antecipadas; em todas as falas, Lula mandou recados aos adversários.

Na Bahia, disse que, "se eles não sabem governar sem privatizar, eu sei"; em Pernambuco, afirmou: "Se eles quiserem reduzir os direitos do povo brasileiro a pó, eu digo: Não me provoquem, porque eu posso voltar".

Que ninguém se engane: Lula é candidatíssimo e a agenda social e econômica do interino Michel Temer só o favorece.

Personalidades montam tribunal moral para julgar golpe contra Dilma



A exemplo do Tribunal Russell, que nos anos 1960 julgou os crimes dos EUA na Guerra do Vietnã, partidários de Dilma Rousseff organizam um tribunal para julgar o impeachment da presidente, segundo o colunista Ancelmo Gois.
 
O processo está previsto para ocorrer nos dias 19 e 20 de julho, no Oi Casagrande, no Rio de Janeiro; o júri será formado por personalidades dos EUA, México, França, Itália, Espanha e Costa Rica.
 
O presidente será o argentino Adolfo Pérez Esquivel, vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 1980, que esteve com Dilma, em abril, para manifestar apoio contra o processo: "Não queremos mais golpes de Estado na América Latina", disse ele, na época.

Eleição na Câmara: dia de vaca estranhar bezerro

 

"O que se está vendo, aos poucos, é que a unidade de abril era contra Dilma mas não era exatamente a favor de Temer", diz a colunista Tereza Cruvinel, ao comentar o quadro indefinido em que ocorre a sucessão na Câmara dos Deputados, nesta quarta feira;
 
"O curral está tão estranho que podem acontecer três coisas, e todas terão consequências: 
 
1) Vitória de Castro, que o Planalto terá de engolir mas causará indigestão no baixo clero do Centrão;
 
2) Vitória de Rosso, que dificilmente pacificará a Câmara depois de ter derrotado o PMDB, ou;
 
3) Vitória de um dos muitos Severinos que estão no páreo, se um deles chegar ao segundo turno, hipótese bem menos provável".

terça-feira, 12 de julho de 2016

Antes "quebrada", Petrobras vira bola da vez


Alvo de uma intensa campanha midiática durante o processo de impeachment, e vendida para a opinião pública como a empresa mais endividada do mundo, a Petrobras agora é a bola da vez nos mercados.

O motivo: o que antes era dívida cada vez mais é produção. Nos últimos meses, a estatal tem batido recordes de extração no pré-sal, num momento de recuperação dos preços do petróleo.

A retomada da companhia tornará ainda mais polêmica a promessa do interino Michel Temer de abrir para empresas estrangeiras a exploração da sexta maior reserva de petróleo do mundo, que é o pré-sal.

Lula: "Não me provoquem, porque posso voltar"


Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou durante sua passagem por Petrolina, no Sertão pernambucano, que "uma maioria duvidosa assaltou o poder" ao votar pelo afastamento da presidente eleita Dilma Rousseff, e que ainda é preciso convencer seis senadores para que o impeachment não seja concretizado.

"Para ser vereador ou sindicalista tem que disputar a eleição e ganhar. Como é que o seu Temer quer chegar sem disputar?", pontuou; Lula também voltou a insinuar que pode voltar a ser candidato nas próximas eleições presidenciais.

"Se eles quiserem reduzir os direitos do povo brasileiro a pó, eu digo: Não me provoquem, porque eu posso voltar e ser candidato em 2018".