segunda-feira, 27 de junho de 2016

Perícia do Senado mostra que não houve crime, diz Dilma

Do UOL, 27/06/2016

Roberto Stuckert Filho - 22.jun.2016/Divulgação

A presidente afastada, Dilma Rousseff, declarou nesta segunda-feira (27) que a perícia feita a pedido da comissão do impeachment do Senado mostrou que ela não cometeu crime de responsabilidade, o que torna o processo de afastamento um "golpe".

Dilma sofre duas acusações na denúncia que a afastou do cargo: a edição desses decretos sem aval do Congresso e de ter cometido "pedalada fiscal" com o atraso do repasse de R$ 3,5 bilhões do Tesouro ao Banco do Brasil para o Plano Safra.

A perícia diz que não há "controvérsia" sobre o fato de Dilma ter agido para liberar créditos suplementares sem o aval do Congresso através de decretos. Por outro lado, o laudo afirma que não foi identificada ação dela nas chamadas pedaladas fiscais.

Em entrevista à Rádio Guaíba, do Rio Grande do Sul, Dilma voltou a dizer que não há base jurídica para um impeachment.

"Hoje, por exemplo, ficou caracterizado, pela própria perícia feita pelo Senado da República, que os motivos pelos quais eles me acusam não caracterizam crime. No que se refere ao Plano Safra, a minha presença em nenhum ato foi constatada. Portanto, consideraram que eu não participei em nenhum momento do Plano Safra porque isso não é papel do presidente da República. Nós viemos dizendo isso há muito tempo, mas agora a própria perícia do Senado constatou isso", afirmou.

Perdeu ou gostaria de ouvir novamente a entrevista que a presidenta Dilma concedeu à @RdGuaibaOficial? Está aqui:https://goo.gl/XZi9xQ 

Sobre os decretos, a perícia diz que três dos quatro decretos de crédito eram "incompatíveis" com a meta fiscal do ano passado. A perícia afirma: "Há ato comissivo da exma. Sra. Presidente da República na edição dos decretos, sem controvérsia sobre sua autoria".

"Nós começamos sendo acusados de seis decretos (...) Agora, a própria perícia do Senado diz que não são seis decretos, são três decretos. E nesses três decretos, também não foi constatada nenhuma participação minha dolosa. Ou seja, não há em nenhum momento um alerta ou um parecer técnico ou uma avaliação que diga: 'Presidenta, se você assinar esse decreto, você estará comprometendo a meta fiscal'. Não houve isso", disse Dilma.

"Então, cada dia que passa, fica mais claro que esse é um processo de impeachment sem base legal. E por isso, se caracterizaria como um golpe", afirmou a presidente afastada.

Escuta essa! Isolados, xingados e acusados, a dura vida dos políticos

Essa foi a semana da Justiça, através do STF (Supremo Tribunal Federal), tornar réus parlamentares. O deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) ficou quase arrependido de ter ofendido a deputada Maria do Rosário (PT-RS). 

Já o antes sempre bem acompanhado, presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi "sozinho", reafirmar que não mente. 

O Paulinho da Força, por sua vez, também sozinho num voo comercial, ficou quietinho enquanto os passageiros atrapalhavam sua leitura.

Acesse e confira esse vídeo:

Isolados, xingados e acusados: a dura vida dos politicos

Reforma de Temer prevê aposentadoria aos 70 anos de idade



De acordo com a proposta de reforma da Previdência a ser enviada ao Congresso pelo governo interino de Michel Temer, a partir da aprovação do texto, a idade mínima para aposentadoria passaria a 65 anos, e uma segunda faixa, de 70 anos, seria aplicada daqui a 20 anos para uma futura geração.

Hoje, a idade média das pessoas se aposentarem é de 54 anos; centrais sindicais resistem à mudança; querem a manutenção da regra 85/95 (soma entre idade e tempo de contribuição para mulheres e homens, respectivamente) e pedem, em vez de mudanças estruturais no sistema, que o governo faça uma fiscalização rigorosa nos gastos com os recursos previdenciários.

“Queremos que o governo abra a caixa-preta da Previdência. O trabalhador não é o responsável pelo déficit que existe no sistema”, disse ontem o vice-presidente da Força Sindical, Miguel Torres.

Pesquisa Ipsos: Temer já e rejeitado por 70%


Divulgada pelo colunista José Roberto de Toledo, a primeira pesquisa sobre a imagem do interino Michel Temer mostra resultados muitos ruins; ele é rejeitado por 70% da população brasileira, num empate técnico com a presidente Dilma Rousseff (75%), uma vez que a margem de erro é de três pontos percentuais.

No entanto, enquanto a imagem dela vem melhorando, a dele piora; o levantamento do instituto Ipsos também revela que a classe política foi dizimada, pois nomes como Lula, Aécio, Marina, Serra e Alckmin têm rejeição superior a 50%.

Salvam-se apenas candidatos a "salvadores da pátria", como os juízes Sergio Moro e Joaquim Barbosa.

Ciro: Temer é "chefe da bandidagem"


Em entrevista ao DCM na TVT, ex-ministro e ex-governador do Ceará Ciro Gomes atribui ao ex-presidente Lula a responsabilidade por ter levado Michel Temer a ser vice em 2010. “É testa de ferro da bandidagem corrupta. Como pode botar um cara desse de vice?”.

Sobre FHC, disse que, para se manter no governo, o ex-presidente "deu rasteira" no hoje senador Tasso Jereissatti, ex-governador do Ceará, que caminhava para a candidatura presidencial tucana em 1998.

Segundo Ciro, FHC promoveu um processo de privatizações que foi uma “imundice” e fez acordo com o PFL para emplacar a emenda da reeleição – “num processo em que se soube quem vendeu, quem comprou e nada se fez”.

“Velha política ameaça a Lava Jato”, diz Transparência Internacional


Para o presidente da Transparência Internacional, organização voltada ao combate à corrupção de influência mundial, José Ugaz, "na ausência de novas lideranças, existe um risco real de que a velha política consiga sabotar os avanços da luta contra a corrupção".

Questionado sobre ministros do governo interino de Michel Temer citados na Lava Jato, afirma que, “lamentavelmente, não vemos melhora substancial com a mudança de autoridade no mais alto nível, e isso mostra um problema de corrupção estrutural”

Ele cita ainda um agravante: "Há sinais preocupantes de desmobilização da cidadania".

PGR investiga Renan sobre eventual pagamento no exterior


Inquérito sigiloso apura delação do lobista Fernando Baiano, que afirmou que a Petrobras vendeu sua participação acionária na empresa argentina Transener mediante o pagamento de propina pelo lobista Jorge Luz; verba teria sido repassada ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ao o senador Jader Barbalho (PMDB-PA) e ao deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE), segundo Baiano.

"O repasse de vantagem pecuniária indevida a Renan Calheiros, Jader Barbalho e Aníbal Gomes, por meio de valores em espécie no Brasil ou transferências para contas bancárias no exterior, pode configurar os crimes de corrupção passiva qualificado e de lavagem", diz PGR no inquérito.

Mais uma bomba no telhado de vidro de Temer


"A manchete da revista Época desta semana é mais uma bomba que explode no Palácio do Jaburu: 'Operador ligado a Temer admite ter recebido R$ 1 milhão da Engevix. Delator da Lava Jato, sócio da empreiteira afirma que o dinheiro era propina por obra na usina nuclear Angra 3'", aponta o colunista Alex Solnik.

"Nenhum governo, nos últimos cinquenta anos, desmanchou-se tão rapidamente como este. 

Jânio, com todas as suas excentricidades aguentou-se quase oito meses.

Jango, fustigado aqui dentro e de fora para dentro ficou três anos.

Collor, à frente da sua República de Alagoas segurou-se por dois anos.

Mas o governo interino de Temer, em pouco mais de um mês já balança, balança, balança".

domingo, 26 de junho de 2016

Alexandrino, da Odebrecht, queria contar tudo, mas MP só quer saber do PT


Preso por quatro meses na Operação Erga Omnes, 14ª fase da Java Jato, o executivo, libertado há cerca de um mês, tem dito a amigos que, em seus depoimentos na prisão, propôs contar tudo o que sabia sobre as relações da companhia com os governos brasileiros ao longo de mais de 20 anos como funcionário de carreira do grupo.

“Mas, não se interessaram em saber tudo. Só quiseram informações dos últimos 12 anos”; Alexandrino (na foto com Eliseu Padilha, ministro dos Transportes de FHC) foi diretor de Relações Institucionais da Odebrecht e ex-vice-presidente da Braskem.

A declaração evidencia que houve malfeitos também nos dois governos de Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

Troca de Cunha por Rosso agrada ao Planalto

Josias de Souza, 26/06/2016 18:31

Oficialmente, o Planalto não se manifesta sobre a sucessão interna da Câmara. Alega que a poltrona de presidente da Casa ainda não está vaga, já que Eduardo Cunha não renunciou nem foi cassado. Em privado, porém, auxiliares do presidente interino Michel Temer começam a sinalizar suas preferências. Submetidos a mais de uma dezena de nomes, mencionam o deputado Rogério Rosso (PSD-DF) como uma alternativa que atenderia às necessidades do governo. O escolhido terá de completar o mandato de Cunha, que termina no final do ano.

Rosso é visto como representante do grupo de Cunha, autodenominado ‘centrão’. Foi por indicação do próprio Cunha que ele presidiu a comissão especial que deflagrou o processo de impeachment na Câmara. O Planalto parece dar de ombros para tais vínculos. Alega-se que Rosso tem desenvoltura própria e que Cunha, com o prestígio em declínio, já não tem como impingir a ninguém a pecha de ‘pau mandado’.

Há na Câmara 513 deputados. Excluindo-se Eduardo Cunha, sobram 512. É no mínimo curioso que, entre tantas opções, o governo inicie o jogo flertando com um nome que conta com a simpatia do candidato à cassação. Uma das coisas mais difíceis em política é distinguir um certo homem do homem certo.