sábado, 12 de março de 2016

Analistas alemães vêem espetacularização e exageros na Lava Jato

Policiais armados no Instituto Lula

O modo como vêm sendo conduzidas as investigações contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, especialmente a condução coercitiva da semana passada, é alvo de questionamento por parte de observadores alemães no Brasil.

Apesar de reconhecerem a importância da Operação Lava Jato no combate à corrupção, também no caso de pessoas influentes, os analistas consultados pela DW Brasil disseram ver o modus operandi dos investigadores como preocupante.

O fato de Lula ter sido levado pela Polícia Federal numa ação com grande aparato policial e presença midiática é visto por Dawid Bartelt, diretor da Fundação Heinrich Böll no Brasil, como uma “espetacularização” da Justiça.

“É muito positivo o fato de estar sendo posto em prática o princípio de que todos são iguais perante a lei, mas a ação contra Lula fortalece a suspeita de que a Justiça Federal está envolvida em campanha política”, afirma.

A Justiça precisa tomar cuidado para não se tornar parte de uma disputa política num momento em que os ânimos da sociedade estão exaltados, com uma polarização entre apoiadores e críticos do PT, considera Bartelt.

Fonte: DCM, 12/03/2016

Nas redes sociais, Dilma faz apelo por paz e democracia


"Acredito que o ato de amanhã deva ser tratado com todo o respeito. Não acho que seja cabível, e acho que é um desserviço para o Brasil, qualquer ação que constitua provocação, violência e atos de vandalismo de qualquer espécie", disse a presidente Dilma Rousseff, neste sábado, por meio das redes sociais.

"Então, eu faço um apelo pela paz e pela democracia. Por quê? Porque nós vivemos numa época especial. Eu vivi num momento em que se você manifestasse, você ia preso; se você discordasse, você ia preso", lembrou.

A ordem democrática se rompe: o cerco nas ruas e nas instituições

Há algumas semanas, escrevi aqui sobre esse "1964 em câmera lenta". E o quadro se consolida. Já não é mais possível dizer que estamos a um passo do rompimento da ordem democrática. O rompimento já aconteceu", escreve o jornalista Rodrigo Viana, na Revista Forum.

Fernando Morais sobre acervo: “o que diabos tem com a Lava Jato?”


O jornalista e escritor Fernando Morais criticou em sua página no Facebook as ações recentes da Polícia Federal e especialmente a abertura de um cofre no Banco do Brasil onde está guardado o acervo presidencial de Lula. As fotos foram divulgadas pela PF à imprensa.

"O que eu me pergunto é o seguinte: o que, diabos, têm a ver com a operação lava jato os presentes que lula ganhou quando era presidente? É como disse o ministro Marco Aurélio de Mello, do STF: se um ex-presidente da república é tratado assim, o que esses caras não serão capazes de fazer com um cidadão comum, anônimo, que não tem a quem se queixar?", pergunta o escritor.

Ele acrescenta ainda que se "antes, 'com' ministro da justiça, os federais já faziam o que lhes dava na telha. agora, com um ministro que não se sabe se é ou será ministro, a tigrada está com a corda solta". 

Temer evita falar sobre cisão, mas critica governo


Cuidadoso com as palavras, o vice-presidente Michel Temer evitou se comprometer, em seu discurso na convenção do partido neste sábado, com a possibilidade de o PMDB desembarcar do governo, mas não evitou críticas à condução econômica do governo e apresentou o partido como uma alternativa para "unir o país".

Citado em cinco delações premiadas, Aécio chama o povo e recebe ironia


Citado em cinco delações e prestes a ser denunciado pelo Ministério Público (segundo Veja), o senador Aécio Neves (PSDB-MG) postou um vídeo nas redes sociais chamando o povo às ruas neste domingo 13.

"Esse próximo domingo não vai ser um domingo como os outros. Pode ser um domingo que mudou o Brasil. Mas para isso é fundamental que você, eu, todos nós estejamos nas ruas dizendo 'chega desse governo' e vamos construir uma nova história para o Brasil", convoca o tucano.

A reação dos internautas, no entanto, não foi favorável; "Que quem nunca roubou nem subornou ninguém esteja, tudo bem. Mas Aécio contra corrupção! Não dá pra levar a sério", disse o jornalista Hélio Doyle.

"O excelentíssimo senador vai de helicóptero?", ironizou outra internauta, pelo Twitter.

Como em 1964, Une é atacada por fascistas


Neste sábado, na véspera do protesto organizado pela oposição, a sede da União Nacional dos Estudantes amanheceu pichada com imagens de ódio e intolerância política.

O ataque lembra o que aconteceu em 1964, quando a sede da UNE foi incendiada: "Essa ação não nos intimidará, somos firmes na defesa da democracia e repudiamos qualquer tentativa que ameace nossa liberdade", disse, em nota, a presidente da UNE, Carina Vitral.

Nos últimos dias, também foram atacadas sedes de diretórios de partidos políticos, como o PT e o PC do B.

Atolado até o pescoço, Cunha tenta segurar processo contra si e quer correr com impeachment contra Dilma


Réu no Supremo Tribunal Federal por ter recebido US$ 5 mil em propina, investigado pelo Ministério Público sob suspeita de ter sido beneficiário de 13 contas no exterior e ainda responsável por manobras no Congresso para evitar sua cassação, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), prometeu que poderá levar o processo de impeachment rapidamente para votação no plenário, que poderá avaliá-lo em 45 dias.

Ministério Público deve denunciar Aécio Neves por corrupção em Furnas

Ele será levado coercitivamente? Não, ele não é do PT

Informação foi publicada pela jornalista Vera Magalhães, na coluna Radar.

"Quem viu os depoimentos [do senador Delcídio Amaral] não tem dúvida de que o Ministério Público Federal pedirá abertura de inquérito contra Aécio. Citações anteriores a ele foram arquivadas por Rodrigo Janot".

Vera é casada com o também jornalista Otávio Cabral, que fez a última campanha presidencial do senador mineiro.

Até agora, Aécio já foi citado por cinco delatores da Lava Jato e Janot vem sendo questionado por, supostamente, blindar o presidente nacional do PSDB.

Caça a Lula é golpe branco


"O Brasil é um caso típico de derrota da oposições em eleições plenamente reconhecidas pelos seus participantes, em que a oposição insiste em buscar pretextos para um impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Não encontrou nenhum pretexto, insiste como forma de sangrar o governo e de prolongar a instabilidade política no país", afirma o sociólogo e colunista do 247, Emir Sader.

Para a oposição, conta, não bastaria apear Dilma do cargo, com uma eventual maioria parlamentar, uma cumplicidade do Judiciário, sem operação bem sucedida para excluir o ex-presidente Lula da vida política.

"Daí o objetivo concentrado de ações da oposição, combinando acusações sem fundamento por parte de "juízes" do Ministério Público, condenações reiteradas e sem provas por parte da mídia e ações arbitrárias da Polícia Federal", afirma.