O início dos anos 90 definitivamente ficou marcado, entre outras coisas, pela criação de uma das bandas de maior sucesso, no Brasil todo. Marcados pelo bom humor e muito, mas muito carisma, os integrantes do grupo Mamonas Assassinas continuam, até hoje, mesmo após uma morte bem trágica, na mente e no coração dos “órfãos” fãs.
Neste contexto, nesta quarta-feira (2) tem tudo para ser de muitas lembranças e saudade para os admiradores, amigos e familiares de Dinho, Bento Hinoto, Júlio Rasec e os irmãos Samuel e Sérgio Reoli, já que fazem exatamente 20 anos que os artistas morreram, em um acidente aéreo na cidade de São Paulo, em pleno auge de sua carreira, iniciada em 1990.
No próximo sábado (5), inclusive, o vocalista Dinho completaria seus 45 anos de idade e a data também acabou sendo um motivo a mais para que as lembranças dos artistas fluíssem na mente de seus grandes admiradores.
O início
Depois de várias conversas e ideias, que tiveram como principal cenário a periferia de Guarulhos, os cinco jovens, cheios de sonhos, principalmente de viverem exclusivamente da música, decidiram formar uma banda, que, inicialmente, recebeu o nome de Utopia e se tornou bem conhecida no próprio município paulista.
Com um estilo debochado de se apresentar e músicas com letras super divertidas, o grupo começou, como vários de seus colegas, com uma agenda de shows não tão lotada, mas, em questão de poucos meses, foram vendo o sucesso começar a aparecer, além de notarem que precisavam dar uma mudada no nome da banda, para acompanharem tamanha repercussão.
Mesmo ainda com uma guitarra bem marcante em seu som, os figurinos dos músicos passaram a ficar mais divertidos, combinando perfeitamente com o novo nome escolhido para o grupo: Mamonas Assassinas, duas palavrinhas que não saem da cabeça das pessoas, em que devem permanecer por muito, muito tempo ainda.
Fama e sucesso
Tamanho talento e determinação em alcançar o topo das paradas musicais despertou a atenção do renomado produtor musical Rick Bonadio, que aceitou o desafio de ajudar os meninos a buscarem uma gravadora que também topasse ajudá-los.
Depois de perceber que a música dos Mamonas tinham chamado a atenção do filho, Rafael, e poderia vir a ser aprovada por vários outros adolescentes, o diretor João Augusto Soares, da empresa EMI, convidou o grupo para entrar para seu seleto time, já com planos em mente, inclusive, da gravação de um primeiro disco.
Mesmo com apenas uma semana para a composição de mais hits, após a assinatura do contrato, Dinho e seus companheiros pareceram não ficar com medo de tanta responsabilidade e não só cumpriram o combinado, como também foram até os Estados Unidos para finalizarem seu primeiro CD, intitulado de Mamonas Assassinas, que já foi lançado batendo vários recordes, principalmente por conter o sucesso Vira-Vira.
Além dos diversos shows que passaram a ser marcados, cada vez em maior quantidade, por todo o Brasil, os novos artistas também eram muito requisitados pelos mais conhecidos apresentadores de televisão, como Fausto Silva e Silvio Santos, e contavam com um avião fretado para darem conta de tantos compromissos. Só não imaginavam que tal meio de transporte poderia colocar um ponto final definitivo em suas carreiras.
Morte trágica
O que era para ser um dia de ainda mais alegrias, principalmente por anteceder a viagem para Portugal, que abriria as portas do mercado internacional para os Mamonas, acabou ficando marcado por uma tragédia. No dia 2 de março de 1996, depois de embarcarem em um jatinho, para um último show em Brasília, antes da saída para a Europa, os jovens acabaram morrendo, após o avião se chocar com a Serra da Cantareira, também em São Paulo.
Em questão de apenas alguns instantes, o Brasil inteiro já havia parado, mesmo em pleno fim de semana, para conferir a cobertura completa do acidente fatal, que acabou com a história que prometia render ainda mais sucesso para a banda, feita por diversas emissoras de televisão, que fizeram questão de obter detalhes ao vivo do ocorrido.
Vale lembrar que, conforme foi revelado na época do acidente, no mesmo dia de sua morte, Júlio Rasec (tecladista do grupo) disse para um amigo que havia sonhado, na noite anterior, com um acidente de avião, o que, claro, causou ainda mais alvoroço, no momento da tragédia.
Como não podia deixar de ser, milhares de fãs acompanharam tanto o velório quanto o enterro de seus queridos ídolos e, mesmo depois de duas décadas, continuam lembrando e relembrando os artistas, que, aliás, também têm sido alguns dos principais assuntos de vários tipos de matérias, não apenas na TV, mas no rádio e, atualmente, na internet.
Homenagens
Por conta dos 20 anos de sua morte, Dinho, Bento, Júlio, Samuel e Sérgio estão sendo os principais temas de várias homenagens póstumas neste ano de 2016, que, claro, estão sendo compartilhadas com os fãs, amigos e parentes dos eternos Mamonas.
Entre as várias manifestações de carinho programadas para os próximos dias, está a peça O Musical Mamonas, que deve estrear dentro de apenas alguns dias, em São Paulo. Na montagem, Ruy Brissac foi escolhido para interpretar o vocalista Dinho, enquanto Yudi Tamashiro, conhecido por suas diversas aparições na televisão, deve ser o guitarrista Bento Hinoto.
Os atores escalados para darem vida aos integrantes de um dos maiores fenômenos da música brasileira no teatro, inclusive, também devem ser os mesmos que vão protagonizar a série mais do que especial, composta por cinco episódios, que a Record está preparando, e que deve estrear ainda no segundo semestre deste ano na grade da emissora.
Além disso, uma possível exposição, contendo objetos e imagens marcantes na trajetória da banda também deve entrar para a lista de homenagens, que, claro, vão fazer com que a saudade que praticamente todo mundo sente dos Mamonas Assassinas seja amenizada, pelo menos um pouco, e se transforme, ainda mais, em boas e eternas lembranças, principalmente do tamanho bom humor e carisma, presentes em todos os cinco artistas, sem exceção.