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quarta-feira, 2 de março de 2016
terça-feira, 1 de março de 2016
Ao não depor, Lula mostra que é hora de reagir
"Ao se recusar a prestar depoimento ao procurador Cassio Conserino, que foi autorizado a investigar o triplex do Guarujá numa decisão contraditória do Conselho Nacional do Ministério Público, Lula tomou uma decisão exemplar de resistência contra abusos cometidos pela Lava Jato. É um gesto excepcional numa situação de exceção escancarada", comenta Paulo Moreira Leite, colunista do 247.
Para o jornalista, a atitude coloca, ainda, "o debate sobre a Lava Jato no plano adequado" e "envia uma mensagem clara ao país": "Há muito tempo se pode demonstrar que a operação deixou de ser uma investigação necessária contra denúncias de corrupção na Petrobras. Tornou-se uma ação de caráter político e seletivo, destinada a perseguir e lideranças ligadas ao Partido dos Trabalhadores e aos governos Lula-Dilma e seus aliados".
Globo mira pedalinhos e Lula questiona Paraty
247 - A guerra atômica entre o ex-presidente Lula e o grupo Globo, que tenta destruí-lo, ganha um novo capítulo. Nesta terça-feira 1º, o jornal O Globo, dos irmãos Marinho, perguntou ao ex-presidente se ele poderia comentar por que dois pedalinhos num sítio de amigos que ele visita nos fins de semana têm os nomes de seus netos.
Pelo Facebook, ex-presidente publicou a resposta que deu ao Globo, cobrando uma reportagem sobre a casa dos irmãos Marinho, em Paraty, registrada por meio de uma offshore panamenha. "Aguardamos que a brava reportagem de O Globo, que persegue pedalinhos de crianças, investigue quem seria o real proprietário da mansão construída em área de proteção ambiental na praia Santa Rita, em Paraty. Haverá alguma nota ou reportagem do Globo sobre essa polêmica propriedade?", questionou a assessoria de imprensa do ex-presidente.
No último sábado, durante a festa de aniversário de 36 anos do PT, Lula partiu para o ataque contra a Globo em diversos momentos de seu discurso (leia mais). "A gente não tem hoje um grande partido de oposição. Nós temos um partido chamado Globo", disparou o ex-presidente, que lembrou também em sua fala que uma empresa offshore era dona do triplex dos irmãos Marinho e do helicóptero da Globo.
Nas mãos de Rosa Weber, o futuro da ação contra Lula
Caberá a ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal, tomar uma das decisões mais delicadas de sua carreira: decidir se a Lava Jato tem competência ou não para investigar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O impasse surgiu depois que a defesa de Lula questionou por que ele estaria sendo investigado pelo mesmo fato por duas instâncias do Poder Judiciário, o Ministério Público federal, em Curitiba, e o MP paulista.
Em ofício encaminhado ao STF, os integrantes da força-tarefa da Lava Jato confirmaram pela primeira vez que investigam Lula.
A defesa do ex-presidente, no entanto, alega que não há qualquer conexão entre os fatos investigados na Lava Jato e as obras realizadas em imóveis no Guarujá (SP) e Atibaia (SP).
Rosa poderá decidir monocraticamente ou levar a questão ao plenário. Enquanto isso, medidas de força contra Lula devem ficar sobrestadas.
Subversão! PF está de luto
Luto por que? Por causa do zé zeificado?
PF aecista, Golpista e que grampeia mictório de preso!
Mudança da foto no perfil do twitter é uma demonstração cabal da militância Golpista e subversiva da Polícia Federal do zé.
Deu nisso!
Cinco anos e dois meses de pusilanimidade!
É uma esculhambação!
É uma indisciplina!
Um desrespeito à decisão da Presidenta da República!
Precisa desenhar, Moro?
Não está claro o Golpe dessa sua turma?
Por isso que a maré mudou.
Paulo Henrique Amorim, em Conversa Afiada, 01/03/2016
Quem é o "japonês bonzinho" da Lava Jato?
Newton Ishii com o pecuarista José Carlos Bumlai sob
custódia, na terça-feira 24, em Curitiba
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O áudio que levou para a prisão o senadorDelcídio do Amaral (PT-MS) e o banqueiroAndré Esteves pode ajudar a elucidar parte dos vazamentos acerca da Operação Lava Jato. Em um trecho da conversa, Edson Ribeiro, advogado de Nestor Cerveró, e Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da Petrobras, afirmam que um agente da Polícia Federal vende informações sigilosas.
O diálogo ocorre após Delcídio relatar aos interlocutores ter visto, com André Esteves, uma cópia da minuta da delação premiada negociada por Cerveró com os procuradores. O senador petista discute o teor do material, lamenta o vazamento e diz não saber quem vazou. Ele, então, ouve de Edson Ribeiro: "É o japonês. Se for alguém é o japonês". Diogo Ribeiro, chefe de gabinete de Delcídio, que também estava na conversa, complementa. "É o japonês bonzinho".
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Delcídio pergunta quem seria o "japonês bonzinho" e o advogado de Cerveró diz: "É. Ele vende as informações para as revistas". Na sequência, o senador petista diz que a figura em questão é "o cara da carceragem, ele que controla a carceragem", informação confirmada pelo filho de Cerveró.
Mais tarde, o grupo volta a falar dos vazamentos. Edson Ribeiro levanta suspeitas sobre Sergio Riera, advogado de Fernando Baiano, apontado como operador do PMDB no esquema da Lava Jato, Alberto Yousseff, doleiro que assinou acordo de delação premiada e sobre o "japonês", nas palavras de Bernardo Cerveró. A degravação feita pela PF traz o nome "Milton", mas no áudio é possível ouvir que Edson Ribeiro fala em "Nilton".
Ishii conduz Marcelo Odebrecht para a prisão, em junho |
Em julho, o blog Expresso, da revista Época, destacou a presença do agente da Polícia Federal Newton Ishii em diversas das prisões de detidos da Lava Jato na superintendência da PF em Curitiba. Ishii é chefe do Núcleo de Operações da PF em Curitiba e tem um passado conturbado.
Funcionário da corporação desde 1976, Ishii foi expulso da PF em 2003, acusado de corrupção e de integrar uma quadrilha de contrabandistas. Desde então, o agente já foi reintegrado, com "confiança da direção da PF", segundo a publicação, mas ainda seguiria respondendo processos criminais, civis e uma sindicância.
No pedido de prisão de André Esteves e Delcídio do Amaral, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, manifesta preocupação com o fato de o banqueiro ter tido acesso à delação de Cerveró. "Essa informação revela a existência de perigoso canal de vazamento, cuja amplitude não se conhece", diz o PGR. "Constitui genuíno mistério que um documento que estava guardado em ambiente prisional em Curitiba/PR, com incidência de sigilo, tenha chegado às mãos de um banqueiro privado em São Paulo/SP".
De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, a Polícia Federal vai investigar o vazamento da delação de Cerveró. Segundo a publicação, o ex-diretor da Petrobras informou à cúpula da PF que só ele, seus advogados, familiares e procuradores tiveram acesso. Ainda conforme o jornal, Ishii disse a colegas que seu nome estava sendo usado como "cortina de fumaça" para manchar a Operação Lava Jato.
Fonte: CartaCapital, 27/11/2015
Delegados deixaram digitais: achavam que o golpe ia dar certo
por Conceição Lemes
Ontem, quinta-feira 13, a reportagem de Júlia Duailibi, publicada em O Estado de S. Paulo revelou: no período eleitoral, delegados da Polícia Federal (PF) usaram as redes sociais para elogiar Aécio Neves, candidato do PSDB à Presidência, e para atacar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidenta Dilma Rousseff, que disputava a reeleição, bem como a replicar conteúdos críticos aos petistas.
Esses policiais, que mostraram ser anti-petistas militantes e radicais, são simplesmente os responsáveis pela Operação Lava Jato, que investiga o esquema de corrupção na Petrobras, empreiteiras, doleiros, partidos políticos, funcionários e ex-funcionários da estatal.
Pela primeira vez os rostos desses delegados estão sendo mostrados. Para isso, contamos com a preciosíssima colaboração do NaMariaNews, que também nos ajudou na busca dos vídeos, das imagens e dos links que aparecem nos PS do Viomundo, ao final da matéria. Como os delegados mudam de nome dependendo da situação, a pesquisa foi bastante difícil.
São eles:
Igor Romário de Paula, da Delegacia Regional de Combate ao Crime Organizado
Igor Romário |
As investigações da Lava Jato estão sendo conduzidas por delegados vinculados a Igor Romário de Paula, que responde diretamente a Rosalvo Ferreira Franco, superintendente da PF do Paraná.
Igor Romário de Paula, que atuou na prisão do doleiro Alberto Youssef, participa de um grupo do Facebook chamado Organização de Combate à Corrupção (OCC), cujo “símbolo” é uma imagem da Dilma, com dois grandes dentes incisivos para fora da boca e coberta por uma faixa vermelha na qual está escrito “Fora, PT!”
Márcio Adriano Anselmo, coordenador da Operação Lava Jato
Márcio Adriano Anselmo foi quem, no Facebook, afirmou: “Alguém segura essa anta, por favor”, em uma notícia cujo título era: “Lula compara o PT a Jesus Cristo”
Na reta final do 2º turno, fez comentários em outra notícia, na qual Lula dizia que Aécio não era “homem sério e de respeito”.
Escreveu: “O que é ser homem sério e de respeito? Depende da concepção de cada um. Para Lula realmente Aécio não deve ser”.
O delegado apagou há poucos dias o seu perfil no Facebook.
Maurício Moscardi Grillo, chefe da Delegacia de Repressão a Crimes Fazendários
Segundo a reportagem de Júlia Duailibi, ele aproveita a mensagem de Márcio Anselmo, para se manifestar sobre Lula: “O que é respeito para este cara?”
Grillo também compartilhou uma propaganda eleitoral do PSDB, como a que dizia que Lula e Dilma sabiam do esquema de corrupção na Petrobrás.
“Acorda!”, escreveu ele ao comentar a reportagem da Veja, que foi às bancas na quinta-feira anterior ao segundo turno: “Lula e Dilma sabiam de tudo”.
Erika Mialik Marena, da Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros e Desvios de Recursos Públicos do Paraná
Em uma notícia sobre o depoimento de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobrás à Justiça Federal, ela comenta: “Dispara venda de fraldas em Brasília”.
No Facebook, usava o codinome “Herycka Herycka”. Após a reportagem de Júlia Duailibi, seu perfil foi retirado dessa rede social.
A denúncia envolvendo esses quatro delegados da PF é gravíssima.
Estranhamente, a mídia deu pouca repercussão a ela.
Estranhamente também, até a hora do almoço da quinta-feira, 13 de novembro, a Polícia Federal, o Ministério da Justiça, a Procuradoria-Geral da República e o Supremo Tribunal Federal (STF) não haviam se manifestado sobre a denúncia do Estadão.
O Viomundo contatou então as quatro instituições, via suas respectivas assessorias de imprensa. Primeiro, por telefone. Depois, por e-mail, fazendo vários questionamentos.
Uma pergunta comum a todos:
— Que providências pretende tomar em relação ao caso?
Ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, perguntamos também:
— A partidarização explícita dos delegados da PF envolvidos na Lava Jato não contamina o resultado da investigação, já que eles demonstraram evidentes objetivos políticos?
— A partir de agora a Lava Jato não fica sob suspeição?
Ao ministro Teori Zavascki , do STF, indagamos:
— O comportamento dos delegados da PF não contamina a investigação, comprometendo o inquérito?
— A partir de agora a Lava Jato não fica sob suspeição, inclusive as delações premiadas?
À Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, onde fica a sua sede, perguntamos:
— O que a PF tem a dizer sobre os evidentes objetivos políticos desses delegados?
Na parte 1 da entrevista abaixo, o delegado Maurício Moscardi Grillo fala aos 2,06 minutos sobre a PF e como deve deve agir em casos policiais. Imperdível.
Ele diz que a Polícia Federal é republicana. Exatamente o oposto do que fizeram os quatro delegados da PF durante as eleições de 2014.
Por isso, perguntamos também à Polícia Federal, via sua assessoria de imprensa:
— Como a sociedade vai confiar numa Polícia Federal que não agiu de forma republicana nessas eleições, mas politicamente em favor do então candidato do PSDB, Aécio Neves, e contra a candidata do PT, Dilma Rousseff, e o ex-presidente Lula?
Do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, quisemos saber, entre outras coisas:
— Quais seriam as medidas punitivas aos envolvidos no caso?
— Como a sociedade vai confiar numa Polícia Federal que não age republicanamente, mas sistemática e politicamente em favor do PSDB e contra o PT?
Nenhum respondeu. Insistimos por telefone.
Questionada de novo, a Polícia Federal disse que não se manifestaria sobre o caso.
O procurador-geral Rodrigo Janot também não respondeu. A assessoria de imprensa da PGR, em Brasília, alegou que ele estava em São Paulo e não tinha sido possível contatá-lo. Desculpa, no mínimo, estranha, já que existe celular hoje em dia e de de vários modelos. Não seria mais digno dizer que não iria se manifestar e pronto?
Como o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, não respondeu às nossas quatro perguntas, acrescentamos agora uma nova:
— O senhor concorda com a nota dos procuradores do Ministério Público Federal, seção Paraná, em apoio aos delegados da PF?
A íntegra da nota:
Operação Lava Jato: Membros da força-tarefa do Ministério Público Federal manifestam apoio a delegados, agentes e peritos da PF
Os Procuradores da República membros da Força-Tarefa do Ministério Público Federal, diante do teor da reportagem “Delegados da Lava Jato exaltam Aécio e atacam PT na rede”, publicada pelo jornal “O Estado de São Paulo” nesta data, vem reiterar a confiança e o apoio aos delegados, agentes e peritos da Polícia Federal que trabalham nessa operação.
Em nosso país, expressar opinião privada, mesmo que em forma de gracejos, sobre assuntos políticos é constitucionalmente permitida, em nada afetando o conteúdo e a lisura dos procedimentos processuais em andamento.
A exploração pública desses comentários carece de qualquer sentido, pois o objetivo de todos os envolvidos nessa operação é apenas o interesse público da persecução penal e o interesse em ver reparado o dano causado ao patrimônio nacional, independentemente de qualquer coloração político-partidária.
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, também nada respondeu.
No início da noite, a assessoria de imprensa do Ministério da Justiça nos prometeu enviar o áudio da coletiva de Cardozo, dada um pouco antes em Brasília. Ficou na promessa. Mais uma vez o vazio.
Como bem observou Fernando Brito, do Tijolaço, no post Cardoso, o Lento, pede sindicância sobre “delegados do Aécio”, o ministro da Justiça “resolveu agir 12 horas depois que o país tomou conhecimento de que os delegados federais da Operação Lava-Jato participavam, no Facebook, de animadas e desbocadas tertúlias sobre a investigação que conduzem”.
Cardozo determinou à Corregedoria da Polícia Federal que abra investigação sobre o caso.
Na coletiva de imprensa, ele disse:
Cardozo mostrou mais uma vez que é inepto e incompetente, para o dizer o mínimo.
Em artigo publicado nesta sexta-feira 14, no GGN, Luis Nassif acrescenta:
O Ministro chega às 11 no trabalho, sai às 12h30 para almoçar, volta às 16 e vai embora por volta das 18h. A não ser que se considere como trabalho conversas amistosas com jornalistas em restaurantes da moda de Brasília.
Será que é por isso que esta repórter não recebeu as respostas de Cardozo até agora?
As manifestações dos quatro delegados da PF são cristalinas. Ou será preciso desenhar para Cardozo?
Nassif diz mais:
É blefe a atitude do Ministro da Justiça José Eduardo Cardozo, de pedir uma investigação para a Polícia Federal sobre o ativismo político dos delegados da Operação Lava Jato. O problema da Lava Jato não é o ativismo de delegados no Facebook, mas a suspeita de armação com a revista Veja na véspera da eleição. Se Cardozo estivesse falando sério, estaria cobrando a conclusão das investigações sobre o vazamento.
Os quatro delegados têm o direito de ter as suas preferências políticas. A questão é que o comportamento desrespeitoso está longe de ser um caso menor. “É um ato político”, avalia Paulo Moreira Leite, em seu blog.
Na condição de ministro da Justiça, Cardozo, como bem observou Paulo Moreira Leite, deveria saber que o aspecto do caso está resolvido no artigo 364 no regimento disciplinar da Polícia Federal, que define transgressões disciplinares da seguinte maneira:
I - referir-se de modo depreciativo às autoridades e atos da Administração pública, qualquer que seja o meio empregado para êsse fim.
II - divulgar, através da imprensa escrita, falada ou televisionada, fatos ocorridos na repartição, propiciar-lhe a divulgação, bem como referir-se desrespeitosa e depreciativamente às autoridades e atos da Administração;
III - promover manifestação contra atos da Administração ou movimentos de apreço ou desapreço a quaisquer autoridades;
A questão, portanto, é política. E parece que Cardozo não quer se dar conta da gravidade do que aconteceu debaixo do seu nariz.
Nos últimos 12 anos, tivemos vários momentos em que a Polícia Federal agiu em benefício dos tucanos e contra os petistas. E sempre ficou por isso mesmo.
Em 2006, tivemos o caso do delegado Bruno, eleitor assumido do PSDB, que vazou para a mídia fotos do dinheiro apreendido no caso dos “aloprados” do PT. A cena foi ao ar na quinta-feira anterior ao primeiro turno da eleição presidencial e ajudou a levá-la para o segundo turno. O delegado Bruno não foi punido por vazar fotos do dinheiro; pegou 9 dias de suspensão por mentir aos superiores.
Na campanha eleitoral de 2014, tivemos o caso de Mário Welber, assessor do deputado estadual Bruno Covas, do PSDB paulista. Ele foi detido pela PF em Congonhas com R$ 102 mil em dinheiro vivo e 16 cheques em branco assinados por Bruno Covas. A Polícia Federal ocultou o quanto pode o caso e continua a fazê-lo.
Em compensação, em 7 de outubro de 2014, a PF de Brasília vazou imediatamente para O Globo a apreensão de avião que transportava dinheiro suspeito. Em seguida, que o detido no jatinho era da campanha do PT em Minas Gerais. São, como sempre, os dois pesos e duas medidas da mídia e da Polícia Federal.
Eis que na eleição presidencial de 2014, setores da PF aparecem, de novo, atuando em favor dos tucanos e contra os petistas. O vazamento seletivo da Operação Lava Jato já sinalizava o objetivo político e a Polícia Federal do Paraná como uma das possíveis fontes.
Agora, as manifestações no Facebook dos delegados PF em postos-chave na Lava Jato escancararam as suspeitas. Eles agiram de forma organizada para interferir no resultado das eleições presidenciais de 2014. Deixaram a PF nua.
O nome disso é golpe.
Aparentemente, tudo foi bem armado com setores da mídia, sobretudo, neste caso, com a revista Veja.
Ela antecipou para quinta-feira, 23 de outubro, a ida para as bancas na semana do segundo turno, para que a matéria sobre corrupção na Petrobras e a Operação Lava Jato tivesse mais tempo de repercussão na televisão, principalmente no Jornal Nacional, e, assim, influenciasse o resultado da disputa presidencial.
Veja trazia na capa as fotos de Lula e Dilma, com o título: “Lula e Dilma sabiam de tudo”.
Em 25 de outubro, véspera do segundo turno, o doleiro Alberto Youssef foi hospitalizado. Surgiram então boatos de que ele havia morrido envenenado.
A PF sabia que o suposto envenenamento e óbito não eram verdadeiros. Porém, deixou que isso fosse disseminado durante horas nas redes sociais e nos programas televisivos de domingo sobre as eleições, especialmente os da Globo. Só foi desmentir no começo daquela tarde. Tal ação fazia parte do golpe em andamento, que acabou não dando certo.
“Os delegados, flagrados no Facebook, tinham tanta certeza de que o golpe teria êxito que deixaram digitais e provas pelo caminho. Só isso explica o que disseram”, observa um experiente analista da política brasileira.
Talvez também porque nesses 12 anos do governos petistas outros delegados da PF ficaram impunes.
Paulo Moreira Leite alerta:
A campanha anti-PT dos delegados da Polícia Federal lembra os desvios do Inquérito Policial-Militar (IPM) da Aeronáutica que emparedou Getúlio Vargas em 1954.
Em 1954, quando o major Rubem Vaz, da Aeronáutica, foi morto num atentado contra Carlos Lacerda, um grupo de militares da Aeronáutica abriu um IPM à margem das normas e regras do Direito, sem respeito pela própria disciplina e hierarquia.
O saldo foi uma apuração cheia de falhas técnicas e dúvidas, como recorda Lira Neto no volume 3 da biografia de Getúlio, mas que possuía um objetivo político declarado — obter a renúncia de Vargas. Menos de 20 dias depois, o presidente da República, fundador da Petrobras, dava o tiro no peito.
Mas atualmente é inconcebível, além de inconstitucional, que isso venha a acontecer novamente. Em hipótese alguma, pode-se encarar com naturalidade o anti-petismo militante e radical dos delegados denunciados.
Para o bem da democracia, é preciso investigar a fundo a tentativa de golpe do qual esses quatro delegados fizeram parte, assim como é preciso combater seriamente a corrupção.
Do contrário, a democracia corre o risco de ser golpeada de forma mortal mais uma vez.
PS 1 do Viomundo: Na coletiva de imprensa, o ministro José Eduardo Cardozo disse que a Corregedoria da PF deve apurar primeiramente se as manifestações dos quatro delegados são verdadeiras.
Mas como isso vai ser apurado se o site OCC foi quase que totalmente esterilizado após a publicação da denúncia doEstadão? As provas só podem estar com Júlia Duailibi. Será que a jornalista fez os print-screens das páginas? Ou será que ela só teve acesso às fotos daquelas páginas do Facebook?
PS 2 do Viomundo: É importante que os leitores saibam que os delegados usam seus nomes cada hora de jeito: ou completos, ou em partes. Isso dá uma grande diferença nas buscas.
PS 3 do Viomundo: Maurício Moscardi Grillo foi nomeado para o cargo em 25/08/2014 – Seção 2, página 54, de acordo com o Diário Oficial da União. Portanto, depois que as investigações da Lava Jato já estavam em andamento.
Quem quiser ver a segunda parte do vídeo do delegado, ela está abaixo.
PS 4 do Viomundo: O delegado Grillo também atuou na investigação do mensalão, em 2009. Veja aqui, aqui e aqui.
PS 5 do Viomundo: A delegada Erika Marena trabalhou com o delegado da PF Carlos Alberto Dias Torres como responsáveis pelo inquérito que investigava Naji Nahas, o ex-prefeito paulistano Celso Pitta e outras 27 pessoas. Tudo derivado da Operação Satiagraha,que envolvia dois outros inquéritos, tendo como alvo o banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity.
Pode-se vê-la falando sobre a Lava Jato neste vídeo e neste outro.
PS 6 do Viomundo: Já que a Superintendência da PF em Brasília se recusou a responder nossas perguntas, o Viomundo gostaria de recorrer, em última instância, à boa vontade do superintendente da PF do Paraná, Rosalvo Ferreira Franco:
– Doutor, o senhor sabia que os seus quatro subordinados estavam atuando politicamente no Facebook, jogando no lixo o caráter republicano da PF como um todo?
– Que medidas o senhor, como chefe geral, irá tomar?
Fonte: Viomundo, 14/11/2014
Perguntas que o procurador do PSDB não responde
Procurador da Lava Jato passa vexame no Facebook! Confira vc mesmo!
O que fez a maré mudar
Por que o Lula vai preso e o Cunha está solto?
O ansioso blogueiro encontrou a destemida deputada comunista Jandira Feghali, a que denunciou o Estado de Exceção (o Fascismo reinante) num lançamento do “O Quarto Poder”, no Rio.
(Quanto mais o PiG ignora, mais o livre vende… “O Quarto Poder” é uma prova provada da irrelevância da “oposição da Globo, da oposição da Veja, e a oposição dos outros jornais”.)
Jandira descreveu a fúria santa que hoje domina o espírito do Lula: foi o que ela pode observar no evento do aniversário do PT.
Lula vai pra cima!, ela tem certeza.
Chega!
Disse ela, com a lucidez de sempre: até quem odeia o Lula se pergunta – mas, por que essa perseguição ao Lula se o Cunha está solto!
Por que essa perseguição à D Marisa, e a mulher do Cunha está solta!
Nem precisa falar das 1001 delações contra o Aecím, de sua irremediável participação nos crimes da Lista de Furnas – que documentário espetacular, aquele do DCM!
Não precisa, pensa a Jandira.
Basta comparar o destino do Lula com o do Cunha.
Da mulher do Cunha com o da mulher do Lula.
Isso qualquer um entende.
Ao chegar a São Paulo, o ansioso blogueiro pegou um pernambucano no comando de um taxi.
Um pernambucano de uma cidadezinha perto de Garanhuns.
E fez a pergunta que faz a todos os motoristas de taxi pelo Brasil afora.
- O senhor tem filhos?
- Tenho. Uma menina.
- Ela estuda?
- Estuda.
- O que?
- Ela entrou na Faculdade de Moda e acaba de ganhar uma bolsa de estudos para acabar o curso de Inglês, porque tirou notas muito boas.
- Eu vou lhe contar uma coisa. Eu faço essa pergunta a todo motorista de taxi. Eu não sei dirigir. Eu conversa com muita gente. E nove entre dez motoristas com quem eu converso me dizem que tem um filho da faculdade.
- É mesmo?
- É mesmo. Nove em dez. E sabe a quem eles devem isso?
- Já sei o que o senhor vai me dizer: ao Lula.
- Exatamente. Ao Lula, mas eles todos votam nos tucanos!
O pernambucano me disse:
- Olha, eu votei no Lula… mas depois, depois resolvi não votar mais pra presidente.
- É porque o senhor foi envenenado pela Globo.
- É verdade. A Globo só mostra coisa ruim.
- E não mostra que a sua filha entrou para a faculdade e vai concluir o curso de inglês por causa do Lula. Sabe por que?
- Como assim?
- Há quanto tempo o senhor trabalha no aeroporto?
- Ah, faz uns quarenta anos…
- E o senhor percebeu que o serviço aumentou?
- Claro!
- E por que?
- Porque aumentou o número de passageiros.
- Porque os pobres passaram a andar de avião, não é isso?
- É verdade.
- E o senhor viu isso na Globo?
- Não!
- Então, desliga a Globo que o Brasil melhora!
- É verdade.
- O senhor acha que o Lula vai preso?
- Não!
- Por que?
- Porque… porque ele pode ter até feito umas coisas esquisitas… mas não merece ser preso…
- Por que?
- Porque é perseguição! É sacanagem!
O ansioso blogueiro está convencido de que a maré mudou.
Houve uma mudança de maré.
Ficou claro que o objetivo da Lava Jato e desses Procuradores que operam no wi-fi de Deus é e sempre foi prender o Lula.
Que o Janot e esse Ministério Público tucano de São Paulo estão unidos na missão de prender do Lula.
Que a PF grampeia mictório de preso e toma partido: é aecista declarada.
Não conseguem mais esconder.
Que o Gilmar, que vai tomar um processo do ansioso blogueiro por abuso do poder político e do dinheiro - que o Gilmar vai querer prender o Lula no TSE, depois de derrubar a Dilma.
A máscara deles todos caiu.
Com a ridícula, fascista, patusca – diria o Eça de Queiroz - “marchinha do ridículo , como o Mino – sempre ele! - mostrou na capa da Carta Capital.
A Lava Jato virou a marchinha do ridículo.
Não vem ao caso!
A parcialidade do Sistema Moro – que engloba o Janot, o MP de São Paulo e a PF (a do zé), com o PiG desmoralizado – ultrapassou o limite da tolerância do pernambucano que não vota mais no Lula.
A maré mudou!
O sentimento de que se trata de uma perseguição se espalhou.
O Golpe era isso: prender o Lula.
E fracassou!
É provável que aquele discurso do Lula no Rio e a destituição sumária do zé – pelo discurso provocada, como se disse na TV Afiada - é provável que a simultaneidade desses dois movimentos tenha feito as ondas do mar mudar de curso.
A maré mudou!
Bate, Lula!
Pode bater!
O pernambucano entendeu tudo!
Em tempo: segundo ansioso blogueiro, não acabou a serventia do Cunha. Antes de ser preso, ele tem que doar o pré-sal à Chevron.
Paulo Henrique Amorim, Conversa Afiada, 01/03/2016
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